31 outubro, 2022

CHAGAS, João -
PORTUGAL PERANTE A GUERRA.
Subsidios para uma pagina da Historia Nacional
. Porto, [Editor - João Chagas]. Typographia a vapor da Empreza Guedes, 1915. In-8.º (21,5 cm) de 32 p. ; B.
1.ª edição.
Reflexões do autor sobre o momento histórico que se vivia - a grande conflagração - alguns meses antes da Alemanha declarar guerra a Portugal, mas quando existiam já confrontos entre os dois países em África.
"O pensamento que me leva a escrever este opusculo não é o de trazer para um novo debate de vagas conjecturas a questão da participação de Portugal na guerra europeia, mas o de cumprir o que julgo ser um dever civico, depondo sobre essa questão com os elementos de apreciação que reuni e dizendo sobre ella toda a verdade que sei. [...]
Logo após as declarações de guerra entre as nações da Europa, publicaram as differentes chancellarias os documentos officiaes que se relacionavam com esse grande facto. Publicou-os o Governo Britannico em primeiro logar, e, logos depois, os publicaram os governos das outras nações belligerantes. A Belgica não deixou de publicar o seu Livro, a Servia, o seu; e, por esses documentos, ficou a opinião publica d'esses Estados e ficou a Historia habilitada a conhecer com absoluta exactidão os factos que determinaram o rompimento das relações entre elles, bem como as negociações diplomaticas que o acompanharam - as notas das chancellarias, as communicações dos chancelleres, os relatorios dos plenipotenciarios, etc., etc. [...]
Quer dizer, o primeiro cuidado do Estado e dos homens d'Estado modernos é o de submetterem á apreciação da opinião do seus paizes todas as questões em que elles intervem e possam interessal-a.
Dez mezes se passaram sobre as primeiras negociações que o Governo Portuguez entabolou com o Governo Britannico, para definir a nossa attitude perante este e perante o conflicto europeu, e a opinião publica portugueza não obteve até hoje que as regiões officiaes produzissem um documento que a esclarecesse sobre tão momentoso assumpto. [...]
[...] Annunciamos officialmente o organisação de uma expedição militar, prompta a juntar-se ao exercito inglez, e tão ostensivamente destinada a cooperar com este nos campos de batalha da Europa que a designamos n'um documento official, a Ordem do Exercito n.º 29 de 7 de dezembro de 1914, pela denominação de - Divisão Auxiliar Portugueza, nomeamos por decreto o seu comandante e o seu chefe de Estado-maior e as nossas auctoridades militares determinaram a sua composição de um modo tão preciso que na mesma Ordem dispozeram que ás praças que fizessem parte da Divisão Auxiliar se distribuissem «placas de identidade, do padrão em uso, tendo gravada a legenda - PORTUGAL e um numero d'ordem.»."
(Excerto do texto)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
25€
Reservado

30 outubro, 2022

PIMENTEL, Alberto - O PORTO DA BERLINDA.
Memorias d'uma familia portuense
. Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron : Casa Editora : M. Lugan, Successor, 1894. In-8.º (19 cm) de [26], 281, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Obra muito curiosa e satírica sobre a cidade do Porto, as suas gentes - usos e costumes -, pela pena inconfundível de Alberto Pimentel.
O final do livro - cerca de 40 páginas - são preenchidas com o texto Memorias d'uma familia portuense que mais não é que parte da história da vida familiar do autor, que inclui referências ao seu avô, pai e tias, merecendo especial destaque nestas "memórias" o desembarque das forças liberais no Porto, com D. Pedro IV à cabeça, e alguns episódios relacionados com a guerra civil. Muito interessante.
"O livro que hoje publico pertence a um genero muito conhecido. As compilações de diversos textos  relativos a um unico assumpto são, em geral, recebidas com agrado, porque reunem o deleite da variedade á unidade do pensamento.
A respeito do Porto é, porém, cuido eu, este o unico livro que da primeira á ultima pagina sustenta a indole de uma larga compilação.
Denominei-o O Porto na berlinda, porque o texto é umas vezes favoravel, outras desfavoravel ao Porto, e porque nos jogos de prendas «estar na berlinda» vale o mesmo que estar no banco dos réos, ter de ouvir o que todos os outros nos querem mandar dizer de agradavel ou desagradavel, do mesmo modo que, no tribunal, o réo tem de ouvir tanto o advogado da defeza como o da accusação.
Ligeiros commentarios meus glosam o texto, intercalados n'elle.
Posto isto, só me resta dizer adeus aos criticos do Porto..."
(Excerto do Prologo)
Indice:
Prologo. | I - Origens historicas. II - Ruas do Porto. III- Usos e costumes. IV - Typos do Porto. V - A portuense. VI - Bellas-artes e bellas-lettras. VII - Theatros. VIII - Rio Douro. IX - Arrabaldes. X - Reliquias historicas. XI - Os bairros da cidade. | Memorias d'uma familia portuense.
Belíssima encadernação meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais. Apenas aparado e carminado à cabeça.
Exemplar em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenas falhas de papel.
Muito invulgar.
50€

29 outubro, 2022

BOLETIM DO CLUBE PORTUGUÊS DO CÃO DE SERRA DE AIRES. N.º 1 [N.º 2]. Director: Manuel José Loureiro Borges. Algés - Lisboa, C.P.C.S.A., 1991-1992. 2 vols in-8.º (21x15 cm) de 40 p. (I) e 28 p. (II) ; il. ; B.
1.ª edição.
Primeira publicação conhecida dedicada em exclusivo ao Cão da Serra de Aires, raça portuguesa originária do Alentejo, porventura das menos conhecidas do panorama canino nacional. Com estalão da raça definido em 1954, apenas em 1990 foi criado o C.P.C.S.A. - o Clube do Cão da Serra de Aires.
Boletins policopiados, de produção "caseira", fruto do entusiasmo de um pequeno grupo de apreciadores da raça, fundadores do Clube, que resolveram elaborar algo sobre o assunto para divulgação e memória.
Estes dois volumes é tudo quanto foi publicado.
"Cão de gado originário do Alentejo, utilizado na condução e guarda de rebanhos de ovelhas e cabras, de suínos, de bovinos e de equinos.
É perfeitamente adaptado à grande amplitude térmica desta região e dotado de uma grande resistência, o que lhe permite percorrer longas distâncias na condução do gado pela planície Alentejana.
Excecionalmente inteligente e muito vivo. De uma dedicação extrema ao pastor e ao rebanho que lhe é confiado; é distante perante os estranhos e vigilante de noite.
Hoje em dia é também um excelente cão de companhia, de desporto e de guarda. Distingue-se pela forma hábil como conduz e mantém o gado nas pastagens e como encontra os animais tresmalhados. Sempre atento, sinaliza com sucesso a proximidade de predadores. Executa o seu trabalho com prazer."
(Fonte: https://www.cpc.pt/racas/racas-portuguesas/cao-serra-aires/)
Livros ilustrados ao longo do texto com desenhos e reprodução de fotografias de espécies representativos da raça.
No Vol. I estão inclusos os Estatutos do Clube e o Estalão da Raça do Cão de Serra de Aires.
"Numa canicultura moderna e civilizada que se quer construir em Portugal, o trabalho dos Clubes de Raça será fundamental! Cremos, mesmo que o dos Clubes dedicados às Raças Portuguesas, deverá ter um papel primordial, não só porque são únicos (alguns deles) no mundo inteiro, mas sobretudo porque defendem uma parte do nosso Património Cultural e etnográfico, enquanto País. [...] Estudando a fundo o Serra d'Aires, compreenderemos melhor a solidão assumida do antigo Pastor da Planície alentejana.
Foi exactamente com este espírito que um grupo de amigos, e amigos do Serra de Aires, resolveu fundar o Clube Português do Cão de Serra de Aires."
(Excerto de Vol. I - Editorial)
"À primeira vista parece que têm qualquer coisa de macaco!
Com franjas enormes, olhos amendoados muito expressivos e um ar divertido, estas criaturas facilmente cativam aqueles que têm o privilégio de as vir a conhecer.
São animais de fácil convivência e docilidade, embora reservados para os estranhos.
Por terem uma memória prodigiosa, tornam-se orgulhosos e ciosos do que é seu! São indiscutivelmente francos, meigos e simpáticos, sendo por isso óptimos cães de companhia.
O "Cão da Serra de Aires" não está muito difundido no estrangeiro e é injustamente mal conhecido em Portugal. De facto, ele é mais popular junto dos pastores, nas regiões da Beira Interior, Beira Baixa e Alentejo, onde faz parte integrante do ambiente, ajudando o Homem na tarefa difícil e ingrata de condução e guarda de rebanhos, varas e manadas."
(Excerto de Vol. II - O Cão da Serra de Aires: Uma Raça Portuguesa)
"O Cão da Serra de Aires, nas suas exclusivas peculiaridades que o diferenciam e evidenciam a nível mundial – é o único cão pastor de pêlo comprido que não apresenta sub-pêlo - alia de forma referencial duas características: beleza e funcionalidade. De cão humilde, com excepcionais aptidões para o trabalho, fez uma notável transição para exposições de morfologia, obtendo resultados gloriosos em campeonatos nacionais e internacionais, sem, contudo, perder as suas características diferenciadoras de cão de pastor de condução de rebanhos. Dotado de uma inteligência excepcional, a sua personalidade é marcante. É um cão rústico e versátil, onde sobressai a sua grande adaptabilidade. [...]
De temperamento vincado, é de grande fidelidade ao seu dono, dele se dizendo que “é cão de um só dono”, expressão comum, por muitos amiúde repetida. [...]
Originário do Alentejo, mais concretamente da freguesia de Santo Aleixo, concelho de Monforte, as suas origens perdem-se na memória, dos tempos e das pessoas. O seu nome advém do Monte de Serra de Aires, propriedade do Conde de Castro Guimarães. Perdura uma teoria que o cão actual, na sua morfologia bem distinta e fixada, deriva de um pequeno cão de pastoreio existente no Alentejo, que o Conde de Castro Guimarães, através de um seu feitor de origem francesa, melhorou, cruzando-o com cães originários de França, da raça Berger de Brie, conhecido, também, por Briard. [...]
Sem nunca ter sido um cão muito conhecido fora da sua região de origem, como cão de trabalho o Cão da Serra de Aires era muito popular e utilizado, abarcando a sua distribuição as planuras do Alentejo e do Ribatejo. Essencial para a condução dos rebanhos entre zonas de pastagem, a sua grande inteligência tornava-o exímio no seu controle durante a passagem pela bordadura e proximidade de terrenos cultivados.
Fiel ao rebanho e ao dono, territorial, discreto e reservado, por norma, não dá a mão a estranhos. Estas características foram, por certo, procuradas e perpetuadas nos cruzamentos de sucessivas gerações, muito por força do grande isolamento que a imensidão das planícies alentejanas sempre impôs aos seus residentes. [...]
A partir da década de 50-60 do Século XX, as novas práticas agrícolas e a extensa utilização de aramado na delimitação das propriedades ditaram o declínio dos efectivos da raça. A sua função já não era tão necessária. Mas foi nesta altura, que um aturado trabalho de prospecção permitiu identificar os animais que serviram de referência à elaboração do primeiro estalão da raça, publicado em 1954. [...]
O Cão da Serra de Aires é, inquestionavelmente, um relevante componente do património genético português. A sua tipicidade e unicidade conferem-lhe atributos exclusivos que importa defender e preservar. A sua história é uma história de sobrevivência. Uma sobrevivência amoldada por uma rusticidade construída nas agruras da adversidade, que um temperamento convicto e uma inteligência excepcional guindou para um lugar cimeiro e referencial das raças portuguesas."
(Fonte: https://cpcsa.pt/?page_id=998)
Sumário - Vol. I:
Editorial. | Orgãos Sociais. | Estatutos do C.P.C.S.A. | Estalão do Cão de Serra de Aires. | Resultados da 1.ª Monográfica do Cão de Serra de Aires. | O Cão de Serra de Aires na Holanda. | 2.ª Exposição Monográfica do Cão de Serra e Aires. | A Monográfica da Holanda.
Sumário - Vol. II:
Editorial. | Orgãos Sociais. | Testemunho de um Velho Apaixonado por Cães. | O Cão da Serra de Aires: Uma Raça Portuguesa. | 1.ª Especial de Serra de Aires. | O Cão da Serra de Aires na Holanda. | Resultados da 2.ª Exposição Monográfica.
Exemplares brochados em bom estado de conservação. Capa 1.º vol. apresenta desgaste na superfície.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
Indisponível

28 outubro, 2022

ALVES, C. M. F., João F. - FILOSOFIA DO HOMEM.
Por... (Para uso privado dos alunos do Instituto Superior de Psicologia Aplicada e do Instituto de Cultura Superior Católica. Proibida a reprodução ou publicação)
. Lisboa : 1965/6. Lisboa, [s.n.], [1965]. In-8.º (22 cm) de 132 p. ; B.
1.ª edição.
Obra policopiada. Manual da autoria do padre João de Freitas Alves, natural do Faial, docente de Antropologia nos institutos supramencionados.
"Cada um de nós é formado por uma procissão e fantasmas entre os quais avança uma realidade desconhecida (Alexis Carrel).
À busca dessa realidade anda o homem desde que se achou "eu" no mundo. Em todas as épocas da História e em qualquer latitude do zodíaco houve e há estudo antropológico. [...]
A metafísica consistirá em cindir a Racionalista Experimental, anotando semelhanças e contrastes, e precisando os métodos e estrutura e finalidade daquela."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Prólogo. | Bibliografia. | Introdução: I - Antropologia Mitológica; II . Antropologia Filosófica; III - Antropologia Metafísica. I Parte - O Mistério das Origens: IV - Origem do corpo humano; V - Origem da Alma. II Parte - O Homem Composto: VI - Metafísica do homem; VII - A Pessoa; VIII - A Personalidade; IX - A Consciência; X - Corpo e Alma; XI - O homem, esse cosmos. III Parte - O Homem Decomposto: XII - A vida vegetativa; XIII - Filosofia dos sentidos; XIV - Dos sentidos externos aos internos; XV - A imaginação; XVI - A Memória; XVII - Na órbita do pensamento; XVIII - Ideia e seus problemas; XIX - Vontade e volição; XX - Problemática da liberdade; XXI - Psicodinamismo; XXII - A Emotividade; XXIII - A Dor e o Prazer. IV Parte - No Rumo do Futuro: XXIV - O homem e as suas circunstâncias; XXV - Para além do tempo e da história. | Epílogo. | Questionário.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sublinhado a lápis e caneta nas primeiras páginas.
Raro.
Sem registo na BNP.
25€

26 outubro, 2022

ROQUETTE, J.-I. - CODIGO DO BOM TOM, OU REGRAS DA CIVILIDADE E DE BEM VIVER NO XIXº SECULO.
Por... Cavalheiro da Imperial ordem da Rosa, E Socio correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Segunda edição. Consideravelmente augmentada e corrigida.
Pariz, Em Casa de J.-P. Aillaud, 1859. In-8.º (18 cm) de [4], 334, [1] p. ; E.
Curioso tratado oitocentista de etiqueta e "boas maneiras".
Ilustrado com bonitas gravurinhas encimando cada um dos capítulos que compõem a obra.
"Este opusculo era destinado para completar o Thesouro da Adolescencia e da Juventude que em fórma de leituras nos propômos publicar, e como tal devia sair á luz depois d'elle; mas por varias razões, que não importa saber, sai antes.
Suppõe-se nelle um Gentilhomem que saíra de Portugal em 1834 com dous filhos de menor idade, orfãos de sua mãi, os quaes mandou educar em França, e a quem leva para a patria depois de dez annos de ausencia. Como remate da desvelada educação que lhe déra, ensina-lhes não só tudo o que pertence á civilidade e cortezia, mas em suas instrucções dá-lhes muitos conselhos saudaveis para bem viverem com os homens, e não só em Portugal senão em França. Qual seja o plano e fim d'estas instrucções  facilmente se conhecerá pela leitura da Introducção."
(Excerto da Advertencia)
"Circumstancias extraordinarias e imprevistas me obrig´rão a sair do nin ho meu paterno (para me servir da mimosa expressão de nosso immortal Camões), e a peregrinar por estranhas terras, vendo povos e paizes que nunca vira, e ouvindo linguas e expressões que nunca ouvira. Dez annos ha que o caro Tejo, e as crespas montanhas da fresca Cintra fugirão de meus olhos lacrimosos, sumindo-se no afogueado horizonte que cinge o Atlantico. Vós, caros filhos, junto de mim tristes e chorosos, éreis minha unica consolação; em vós via debuxado o amado vulto d'aquella com quem partilhára  minha existencia, d'aquella que a injusta morte tão cedo roubára de meus braços, e em cujo sarcóphago deixára um coração que sempre seu fôra! [...]
Outro pensamento occupava continuamente meu espirito: era vossa educação, meus filhos."
(Excerto da Introducção)
"Padre José Ignacio Roquette natural da freguezia de Alcabideche, no concelho de Cascaes, professando em 1821 a regra de S. Francisco no convento de Sancto Antonio do Estoril, da provincia dos Algarves, situado proximo da villa de Cascaes, tomando então o nome de Fr. José de Nossa Senhora do Cabo Roquette. Nos conventos de Campo-Maior e Portalegre continuou e concluiu em 1825 o curso triennal de philosophia e depois no de Xabregas. As obras por elle compostas, traduzidas ou coordenadas, sobre assumptos mysticos, e de erudição e litteratura sagrada, ecclesiastica e profana, vindas ao meu conhecimento, sendo quasi todas impressas fóra do reino". (Inocêncio Vol. IV, pp. 373)
Encadernação coeva inteira de carneira com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Folha de rosto e três últimas folhas algo frágeis, com pequenas falhas de papel. Sem f. ante-rosto(?).
Raro.
25€

25 outubro, 2022

CID, A. Salter - PLANTAS AROMATICAS E PERFUMES
. Agricultura Colonial. Lisboa, Typographia da Livraria Ferin, 1906. In-8.º (21 cm) de 46, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante manual de fabrico de perfumes a partir da identificação e transformação de plantas aromáticas produzidas nas colónias portuguesas.
O autor justifica o cultivo destas plantas em solo ultramarino com o crescente interesse dos mercados internacionais nestes produtos, dando como exemplo a França - um dos potentados da indústria perfumeira -, a Alemanha e a Inglaterra, ilustrando o apontamento com alguns dados estatísticos sobre a importação de matérias primas similares realizadas por estes países.
"Pensamos que teria alguma cousa de util e opportuno chamar a attenção dos colonos portuguezes para a exploração de algumas plantas uteis e de bastante importancia commercial, por isso nos resolvemos a confeccionar este modesto trabalho em que trataremos de um dos muitos gruppos d'essas plantas uteis que conviria explorar, - as plantas aromaticas. [...]
Ao grande valor venal dos productos da industria de perfumaria accresce a enorme vantagem, sobretudo para as colonias longinquas, do seu pequeno volume e portanto diminutas despezas de transporte.
O material industrial para a sua fabricação é tambem, relativamente insignificante e pouco braços exige a sua laboração.
Como em portuguez pouco se tem escripto sobre esta especialidade, talvez alguma utilidade tenha esta publicação que, embora d'um modo resumido, encerra o essencial que ao colono europeu convêm saber sobre a cultura de algumas das principaes plantas aromaticas de que se extrahem perfumes."
(Excerto do Prefacio)
Indice:
Prefacio. | Badiana. | Belgate - Chá do Gabão. | Benjoin. | Canneleira. | Geranio Rosat. | Girofeiro. | Patchouly. | Vanilheira. | Ylang-Ylang.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel no canto superior direito.
Raro.
50€

24 outubro, 2022

PEREIRA, Isaías da Rosa - DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INQUISIÇÃO EM PORTUGAL. (Século XVI).
Volume I
. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso nos Serviços da Cáritas Portuguesas], 1987. In-4.º (23,5 cm) de 150, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da Inquisição no nosso país. Contém reproduzidos 141 documentos + 2 documentos extra (A e B) de um Códice: Provisões de Sua Alteza (1542-1590).
Este volume I é tudo quanto foi publicado.
"Este volume é o primeiro de uma colectânea de documentos relativos à Inquisição e que reputamos de fundamental importância para se poder fazer a história desta Instituição. [...]
Não é fácil resumir em poucas linhas o conteúdo de centena e meia de documentos. Seria repetir os sumários de todos eles. Referem-se fundamentalmente a negócios internos do Santo Ofício, a questões do fisco, à censura dos livros, à fuga de cristãos-novos, nomeação de deputados.
Enumeramos, contudo, algumas das questões mais relevantes, a que se refere esta documentação:
- o problema da venda de armas e mantimento aos mouros no norte de África;
- a Inquisição no Brasil;
- abastecimento de carne e outros géneros às prisões;
- julgamento das causas crimes e cíveis dos oficiais do Santo Ofício;
- forma de reconciliar, com caridade, os cristão que praticaram o islamismo e se converteram;
- livros e livreiros, venda e importação de livros;
- visita das naus para impedir a entrada de livros defesos e de luteranos;
- ordenados dos inquisidores e outros oficiais do Santo Ofício;
- caso insólito de heresias e feitiçarias na Ponta do Sol, Ilha da Madeira;
- presos pobres e seu sustento;
- róis de culpas e de penitenciados nos Autos-da-fé transmitidos de uma Inquisição a outras;
- troca de presos com Castela;
- visitações à Inquisição de Lisboa.
No fim dos documentos contidos neste códice, publicamos duas cartas avulsas do Cardeal Infante D. Henrique, Inquisidor-Geral, dirigidas a D. Sebastião, na segunda das quais renuncia ao cargo de Inquisidor-Geral. O documento, que saibamos, é totalmente desconhecido.
Como se vê, esta documentação é da mais alta importância para o estudo do Santo Ofício, funcionamento dos tribunais, censura de livros, visita das naus, jurisdição dos inquisidores, sustentação dos presos, etc."
(Excerto da Introdução)
Índice Geral:
Introdução. | Nótula bibliográfica. | Documentos: Documentos n.º 1 a n.º 141; Documento extra - A; Documento extra - B. | Notas a alguns documentos. | Índices: Índice ideográfico; Índice antroponímico.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
25€

23 outubro, 2022

PASSANHA, Alfredo - A VOZ DA MONTANHA
. Porto, Magalhães & Moniz - Editores, 1916. In-8.º (19 cm) de 261, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Romance cuja acção decorre durante a Primeira Guerra Mundial (em curso), e incide nos amores improváveis entre uma senhora belga, distinta e culta, e um oficial alemão.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória manuscrita do autor.
"Entre Bruxellas e Liege, a meio caminho quasi das duas cidades, e a pouca distancia das margens do Ourcq, ergue-se um Palacio de grandes dimensões, e d'aspecto meio severo e meio risonho, resultante da juxtaposição de duas architecturas bem diversas: a medieval, representada por uma alta Torre quadrilonga, d'aspecto duro e aggressivo com o a épocha que representa, ligada a um amplo terraço d'altas e grossas paredes coroadas de ameias; e a outra, cheia de graça nas suas linhas, de delicadeza nas suas fórmas, e nas suas ornamentações, como obra que era do genio feliz da Renascença. [...]
Dentro d'esse Palacio ou Chateau grandioso, cuja edade se contava já por seculos, vivia o ultimo Senhor d'elle, o velho Conde d'Entremont, o ultimo descendente de muitas gerações de soldados, com uma neta, e com um velho capellão, o Abbade Guilbert, que, pelo acerto do conselho, e pela sua extrema bondade, era venerado por aquelles sitios todos."
(Excerto do Cap. I)
Alfredo Carlos Infante Passanha (n./f. ?). Agricultor, produtor de vinhos durienses. Foi um acérrimo defensor da marca "Porto" como factor de diferenciação para os vinhos de outras regiões. "Era tido como um ardente defensor do Douro, na luta entre a região e os poderes do Estado, sendo mesmo denominado de «vigoroso paladino do Douro»." (Sequeira, Carla - O Alto Douro entre o livre-cambismo e o proteccionismo: a «questão duriense» na economia nacional, 2011). Integrou diversas comissões de debate e discussão da problemática dos vinhos do Douro, participando em conferências, reuniões e audiências nos círculos do poder na capital, tendo publicado um livro sobre este assunto - Questões do Douro (1905). Para além desta sua faceta de lavrador e homem do campo, mostrou qualidades de literato, publicando um romance - A voz da Montanha (1916) - e diversas peças de teatro, não obtendo no entanto nunca o merecido reconhecimento público.
Encadernação lindíssima, coeva, em meia de pele com cantos, e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação.
Ex-libris de António de Souza Brandão no verso da f. ante-rosto.
Raro.
Indisponível

22 outubro, 2022

CARLOS JOÃO RADEMAKER. Esboço biographico.
2.ª edição. Os Contemporaneos. Num 8
. Lisboa, Escriptorio da Empresa, [1875]. In-8.º (14 cm) de 30, [2] p. ; B
Biografia de Carlos Rademaker, importante eclesiástico português de oitocentos.
"Em Portugal, depois da extincção das ordens religiosas, raros teem sido os oradores que tenham abrilhantado o pulpito.
A vida conventual, livre de muitos dos mais embaraçosos cuidados da vida civil, dava largo tempo áquelles que desejavam illustrar-se a fundo nas sagradas letras. As famosas bibliothecas dos conventos e o socego de que gosavam aquelles, que desejavam com vagar consultal-as; o conselho e a lição que os noviços de prompto achavam nos mais velhos e nos mais doutos membros da sua ordem; a pratica quotidiana entre individuos, que cogitavam quasi sempre os mesmos assumptos; e outras muitas causas, que por sabidas não mencionamos, faziam com que o frade, que nascia com talento, achasse muitos mais meios de o cultivar e desenvolver, do que o padre secular, a quem falleciam quasi todos estes recursos. [...]
O padre Carlos João Rademaker, um dos primeiros ornamentos do pulpito portuguez, contemporaneo, e de quem vamos, ainda que mal, traçar a biographia, recebeu a sua educação n'uma casa religiosa."
(Excerto do Cap. I)
Carlos João Rademaker, mais conhecido por Carlos Rademaker (Lisboa, 1 de agosto de 1828 - Lisboa, 6 de junho de 1885). "Foi um sacerdote católico português, principal impulsionador da reintrodução em Portugal da Companhia de Jesus, decorrido quase um século após o seu banimento, em 1759, por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (não obstante uma efémera presença entre 1829 e 1833 a convite de D. Miguel I). Depois de uma campanha de décadas, com avanços e recuos vários, Carlos Rademaker conseguiu a 25 de Julho de 1880 a restauração da Província Portuguesa, já então com 120 membros e três Colégios."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capas de protecção simples e lisas.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

21 outubro, 2022

ROBERTO, P. - PHILOSOPHIA SPECULATIVA. Ensaio d'explicação universal. Por... Coimbra: Na Imprensa da Universidade. 1836. In-8.º (20 cm) de 111, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Assinada P. Roberto, de acordo com a Universidade de Coimbra, em História da Ciência da UC, o autor da presente obra terá sido Pedro Norberto Correia Pinto de Almeida, professor da Faculdade de Filosofia. Além do seu carácter "especulativo", ou talvez por isso, deu origem a uma polémica assoberbada entre colegas - o autor e Sanches Goulão, que por pouco assumia proporções escandalosas.
"O Homem não póde olhar os phenomenos, que occorrem na Narureza, sem ambicionar conhecer-lhes as causas; e é o conhecimento destas, quem faz o objecto principal de sua solicitude philosophica.
Estas causas devem estar de tal sorte ligadas com os factos, que nellas seja precisamente comprehendida a reunião de todos os consimiles. D'aqui resultão para o philosopho duas difficuldades - o conhecimento de todos os factos congeneres, e o da relação, que os liga, e que deve conter a rasão sufficiente de todos. A primeira difficuldade é vencida pla experiencia, a segunda pela conjectura - ao analysta compete a primeira, ao metaphysico a segunda."
(Excerto do Prologo)
"A palavra sabidoria designou sempre o conhecimento de todas as coisas capazes d'excitar a curiosidade, e o elevado genio do homem; e d'ahi derivou para os perscutadores de quaisquer conhecimentos o nome d'amadores da sabidoria, ou philosophos, derivando do grego philo e sophia: mas bem depressa por um processo inverso a sabidoria perdeu o nome, que d'antes tinha, e em vez d'elle tomou um outro, derivado d'esse, em que intrára como componente para designar os studiosos, e que se chamou philosophia."
(Excerto da Introducção)
Indice:
Prologo. | Introducção. | Parte I. Historia Natural: Art. 1.º Zoologia; Art. 2.º Phythologia; Art. 3.º Mineralogia. Parte II. Physica-Universal: Phenomenos da luz; do calor; da electricidade; das affinidaes; do magnetismo; physiologicos. Theoria da Lei-universal: Art. 1.º Da Physica; Art. 2.º Da Chimica; Art. 3.º Da Physiologia. | Conclusão. | P. S. | [Errata].
Pedro Norberto Correia Pinto de Almeida (1806-1849). "Professor da Faculdade de filosofia. Naturalidade - S. Pedro de Loureiro (Verride, Montemor-o-Velho), 3.11.1806 - Coimbra, 1.11.1849. Matrículas - Matemática, 21.7.1825; Filosofia, 8.10.1825; Medicina, 30.10.1834. Graus - Bacharel, 1.6.1 835; Licenciado, 2.3.1837; Doutor, 25.6.1837. Cadeiras - Zoologia (1838-1839), 2° substituto; Física (1839-1842), 2° substituto; Zoologia (1841-1844), 2º substituto; Botânica (1842-1848), 2° substituto; Anatomia e Fisiologia dos Vegetais (1848-1849), 2° substituto; Botânica (1848-1849), 2° substituto. Cargos - Director do Jardim Botânico. Publicações - Vários trabalhos em revistas, e ainda: Filosofia especulativa, ensaio de explicação universal (Coimbra, 1836). Observações - Voluntário do Batalhão Académico em 1826. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra."
(Fonte: https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/ALMEIDA_Pedronorbertocorreiapintode)
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado de conservação. Com algumas manchas na capa e pequenas falhas de papel na lombada.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
50€

20 outubro, 2022

RIBEIRO, Julieta Adelina Menezes Rodrigues - CULINÁRIA VEGETARIANA, VEGETALINA E MENÚS FRUGÍVEROS.
Livro dedicado às mulheres luso-brasileiras por... Quarta edição emendada e revista pela autora. Porto, Machado & Ribeiro, Lda, 1923. In-8.º (22 cm) de 359, [1] p. ; il. ; B.
Importante publicação sobre cozinha naturista, verdadeira "bíblia" da bibliografia vegetariana, contém 1264 receitas, as mais variadas. Apesar de se terem publicado quatro edições entre 1916 e 1923, sendo a presente a última e mais acrescentada, trata-se de uma obra invulgar e muito procurada.
Livro ilustrado no texto com tabelas e cerca de oito dezenas de desenhos e fotogravuras.
"Ao esgotar-se a terceira edição dêste volume, escrito em momentos fugazes, roubados  às canceiras do lar, aos cuidados maternais e filiais que se impõem ao coração feminino, devotado ao culto da tradição que se esvai e ao amôr do porvir que renasce, seja-me lícito afirmar que a quarta edição, lançada ao público, representa apenas um atestado de glória para a doutrina que exemplifica e põe em prática. Só a verdade consegue vencer e perdurar. O que se baseia na fantasia e no devaneio estiola, cança e em  breve esquece.
As três edições esgotadas, em poucos anos desapareceram do mercado, o que prova que o livro correspondeu a uma necessidade do público estudioso.
Cada edição que reaparece limada, aperfeiçoada e corrigida, acompanha a evolução do pensamento em matéria naturista, actualisando-se, segue a esteira do ideal; a perfectibilidade ambicionada. [...]
São, pois, justificados os motivos do aparecimento da 4.ª edição da «Culinária Vegetariana», prevendo que os adeptos e mesmo os extranhos ao Naturismo se congratulem com o reaparecimento dêste livro necessário em todos os lares, indispensável a todas as managëres, ciosas de  espelharem a felicidade como anjos da família que devem ser."
A autora,
Julieta A. M. R. Ribeiro.
Quinta de Vil'Alva - Vila Real - Janeiro 1923
(Excerto do Prólogo da 4.ª edição)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa frágil, com pequenas falhas de papel. Sem contracapa. Interior correcto.
Raro.
45€

19 outubro, 2022

MARTINS, Rocha - O DUQUE DA TERCEIRA.
[Por]... Da Academia Das Sciências. Heróis, Santos e Mártires da Pátria. Vol. XII - 2.ª Série. Colecção «História»
. Lisboa, Edição do Autor, [192-]. In-8.º (19 cm) de 63, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Biografia histórica e militar de António José de Sousa Manuel de Menezes Severim de Noronha, sétimo conde de Vila Flor, Duque da Terceira por decreto do regente do Reino D. Pedro de Bragança, em nome da rainha Dona Maria II de Portugal, em 8 de Novembro de 1832.
Livro ilustrado em separado com fotografia do monumento ao Duque, em Lisboa, reproduzida em legenda a sua proclamação aquando da entrada na capital.
"Depois daquela célebre expedição da Belfast, ao Porto, tão perturbadora para os chefes liberais, os caudilhos entraram no exílio, em zangas e aborrecimentos.
Injuriavam Palmela. Os autores destas acusações eram os do partido de Saldanha. Vila-Flôr conservava-se calmo, pretendendo resgatar a derrota que lhe fôra infligida, bem como aos companheiros, por algum lance audacioso e reabilitador da glória aos seus próprios olhos.
Pensou-se na tomada dos Açores. A Madeira, onde o brigadeiro Travassos Valdez conseguira agùentar-se uns meses, acabava de caír em poder dos absolutistas.
A Terceira rebelara-se. Indicou-se, desde logo, o conde, para sustentar o único pedaço de terra portuguesa onde flutuava a bandeira liberal. Aceitou. Saldanha rugia, feroz e implacável, ao vêr que a expedição ia partir formada por trezentos soldados e levando alguns belos oficiais, às ordens do seu émulo.
De repente, tudo mudara. Palmela, diante daquele incorrigível e irrequieto caudilho, chamara-o e entregara-lhe a chefia destinada ao sereno Vila-Flôr.
A Inglaterra impedira o desembarque dos emigrados na ilha onde se aguardavam os socorros; e Saldanha, refugiando-se em Brest, ia continuar a sua oposição.
Chegara o momento propício para o avanço da gente ponderada. [...]
A esquadra miguelista aparecera a dar-lhes batalha; um exército, do comando do general Azevedo Lemos, tentara desembarcar. Os defensores da ilha eram em número de dois mil e oitocentos; o inimigo tinha seis mil homens de desembarque e perto de três mil nas equipagens.
A coberto da neblina da manhã de 11 de Agosto de 1829, o navios miguelistas navegaram, em direcção à Vila da Praia, sem que as improvisadas fortalezas os tivessem suspeitado."
(Excerto do Cap. II - Da Guerra Peninsular ao Mindelo)
Matérias:
I - O representante do heróico Vila-Flor. II - Da Guerra Peninsular ao Mindelo. III - As batalhas e as intrigas. IV - A tomada de Lisboa. V - O Estóico. VI - D. Pedro V e os dois Marechais. VII - Sentimentalidade e Política.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

18 outubro, 2022

MARTINS, Prof. Dr. António Augusto Vellasco - A REVELAÇÃO DE JESUS-CRISTO NA SUA MORTALHA
(o Santo Sudário de Turim)
. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na imprensa Lucas & C.ª - Lisboa], 1940. In-4.º (23,5 cm) de 50, [2] p. ; [2] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Separata da Acção Médica : Fasc. XVI - Abril de 1940.
Curioso estudo histórico e clínico do Santo Sudário de Turim, organizado e desenvolvido sob o ponto de vista de um médico-crente.
Livro muito ilustrado no texto com fotogravuras e desenhos esquemáticos do Sudário e da posição de Jesus na cruz, e em separado, com duas estampas: Positivo fotográfico do Sudário (rôsto) - Negativo visual do rôsto e Negativo fotográfico do Sudário (rôsto) - Positivo visual.
"Há vinte séculos, na Palestina, no alto dum pequeno montículo em frente a Jerusalém, expirava na cruz, entre dois outros supliciados, Aquêle que descera à terra com uma doutrina de perdão e morria pedindo perdão pelos seus algozes: «Perdoa-lhes, Pai, que não sabem o que fazem!»  Vinte séculos há que o Evangelho, a Mensagem de Paz, soou na Palestina, e levada depois pelos testemunhos dos Verbo, pelos Apóstolos, se espalhou pelo mundo; dois milénios se passaram, e essas palavras de amor e fraternidade não penetraram ainda a totalidade dos corações humanos e para muito são como longínquas vibrações duma voz distante que o passado e a dureza dos nossos corações afastam cada vez mais; idéias de violência perturbam a Terra, o homem enche o seu peito de ódio para com o seu semelhante; e como advertência misteriosa, quási no início dêste século tão perturbado, com o a recordar a sua Mensagem de Paz tão esquecida, Cristo revela-se pela fotografia na sua mortalha, o Santo Sudário de Turim!
É, pois, o retrato de Jesus-Cristo, há vinte séculos oculto nesse lençol mortuário em que José de Arimateia O envolveu, que pela ciência, se manifesta, em tôda a humilhação da sua morte afrontosa da cruz, a uma época de orgulho, em tôda a paz e serenidade que irradiam do seu rosto, a uma época de guerra!
Lição profunda da Providência!
Vamos, pois, fazer o estudo do Santo Sudário de Turim, dividindo-o nas seguintes partes:
1.ª Descrição do Sudário; o tecido; a revelação fotográfica.
2.ª Breve estudo histórico do Sudário através dos séculos.
3.ª Imagens, impressões e manchas do Sudário; seu estudo e interpretação.
4.ª Como se teriam formado essas imagens e impressões? Uma tentativa de explicação científica.
5.ª Os que negam a autenticidade do Sudário; ligeiro estudo e crítica das suas opiniões.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Algumas páginas apresentam vestígios de humidade.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e religioso.
Indisponível

17 outubro, 2022

REGULAMENTO PARA O SERVIÇO DA COMPANHIA BRAÇAL DA ALFANDEGA DE LISBOA.
Approvado pelo decreto de 25 de novembro de 1874 acompanhado do decreto de 5 do mesmo mez regulando a administração do cofre dos reformados e pensões da mesma companhia
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1874. In-4.º (23 cm) de [2], 20, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante documento com interesse para a história da estiva. Decreto que regulariza o trabalho da Companhia Braçal da Alfândega de Lisboa, ofício pesado, feito à força de braços, utilizado sobretudo nas cargas e descargas de navios.
"Hei por bem approvar o regulamento da companhia dos trabalhos braçaes da alfandega maritima de 1.ª classe em Lisboa, que baixa assignado pelo conselheiro ministro e secretario d'estado dos negocios da fazenda, para ser observado pela referida companhia e pelas das outras alfandegas, ás quaes for applicado pelo governo.
O mesmo conselheiro, ministro e secretario d'estado dos negocios da fazenda, assim o tenha entendido e faça executar. Paço, em 25 de novembro de 1874. == REI. == Antonio de Serpa Pimentel."
(Decreto - preâmbulo)
"Artigo 1.º A companhia de trabalhos braçaes da alfandega maritima de 1.ª classe em Lisboa é composta de:
1 Fiscal, chefe da compnhia;
7 Ajudantes fiscaes;
4 Escripturarios;
25 Artifices;
100 Trabalhadores da classe geral, d'entre os quaes serão escolhidos os que tiverem de servir de fieis de deposito e pesagem.
[...]
Artigo 5.º Para ser admittido a trabalhador de numero é necessario:
1.º Ser cidadão portuguez;
2.º Não ter menos de vinte, nem mais de trinta e cinco annos de idade, o que comprovará por meio de certidão.
3.º Saber ler e escrever; e para a classe geral, pelo menos, o bastante para conhecer numeros e marcas;
4.º Possuir robustez, e não padecer de molestia que o inhiba de trabalhar, o que será comprovado por exame de facultativo da escolha do director da respectiva alfandega.;
5.º Ter por espaço de dez dias, pelos menos, praticado em todos os serviços da classe geral e sido approvado pelo fiscal, e os dois mais antigos ajudantes do fiscal da companhia."
(Do pessoal - Artigo 1.º e excerto do Artigo 5.º)
Exemplar em brochura, protegido por capas simples, lisas, em bom estado de conservação.
Raro.
25€

16 outubro, 2022

MORENO, Mateus - GENERAL JOSÉ PAULO FERNANDES : o Homem - o Militar - o Patriota.
In-Memoriam. Por... Capitão do G. A. P. 2. [S.l.], [s.n.], [1933]. In-8.º (16,5 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
(Alocução proferida na sessão de homenagem realizada no Forte da Ameixoeira em 29 de Nov. de 1933)
Homenagem ao General José Paulo Fernandes (1871-1933), oficial português que fez parte do Corpo de Artilharia Pesada (CAPI, ou CALP, em francês), na Flandres, durante a Grande Guerra.
Livrinho muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Capitão Vaz Monteiro.
"Promovido a capitão, aí por 1911 ou 12, nessa data assume o comando da bataria de que era subalterno e nela vinca a sua passagem com novos estudos topográficos e de preparação do tiro, todos bem eveladores do seu muito saber e grande dedicação pelos progressos da arma a que pertencia.
Vem a Grande Guerra e, logicamente, é escolhido para fazer parte da élite artelheira que constituiu as misões preparatorias da ida das nossas tropas para o C. E. P. e aí lhe é ,depois, confiada, sem condições, toda a instrução dos subalternos e sargentos da missão portugueza."
(Excerto da Alocução)
Mateus Martins Moreno Júnior (1892-1970). Natural de Faro. "A paixão pela cidade que o viu crescer e pelo Algarve revelaram-se logo na mocidade, através da participação na imprensa e no movimento associativo locais. Presidiu à Academia do Liceu de Faro, onde fez estudos preparatórios. Fundou, em Outubro de 1911, o quinzenário académico A Mocidade, sendo da sua lavra a rubrica «Horas líricas», onde publicou muita poesia.
Em finais de 1914, Mateus Moreno veio para Lisboa para frequentar o curso de Matemáticas da Faculdade de Ciências. Terá sido essa a razão da transição da redação, administração e impressão da Alma Nova para a capital.
Nem mesmo a sua mobilização, em 1917, e ordem de marcha para França, incorporado no C.E.P., como alferes miliciano de artilharia de campanha, conseguiram interromper a atividade como escritor e como diretor da Alma Nova. No entanto, não é de excluir que as dificuldades que a revista registou no cumprimento da periodicidade, no final de 1916 e início do ano seguinte, se ficassem a dever, entre outras causas, à ausência de Mateus Moreno.
Redigiu e publicou alguns livros sobre o conflito militar e estudos técnicos sobre a sua arma, que foram apreciados pela hierarquia do exército. No que se refere à Alma Nova aí foram publicadas 5 cartas com as suas impressões da viagem e da chegada a França. Terminada a guerra, Mateus Moreno optou pela carreira militar frequentando a Escola de Guerra. Também fez o Curso Superior Colonial, em resultado do qual obteve algumas missões em Angola e desempenhou diversos cargos. Atingiu o posto de Major em 1942."
(Fonte: https://research.unl.pt/files/3627477)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Indisponível

15 outubro, 2022

GALVÃO, Vasco - PARA SER UM BOM JOGADOR DE TENNIS
. Porto, Edições "Sporting", [192-]. In-8.º (15,5 cm) de 61, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual de aprendizagem de Ténis editado na segunda década do século passado, o primeiro que sobre este assunto se publicou entre nós.
Livrinho muito ilustrado ao longo do texto com desenhos e fotogravuras evidenciando os diversos movimentos do Ténis.
"Vasco Galvão assinou o primeiro compendio em portuguez d'este interessante desporto e com isso a raquete vai ter mais cultores em Portugal, vai trazer aos courts mais amigos e praticantes.
Vasco Galvão é um nome no Tennis Portuguez, pois, como treinador dos nossos melhores tennistas os seus conhecimentos são profundos. Com a escola ingleza - país que deu origem ao tennis no continente europeu - Vasco Galvão prestou um novo serviço ao seu sport escrevendo este pequeno livro."
(Excerto de O Tennis)
Indice:
O Tennis. | Origem do Tennis. | Regras do jogo. | Recinto, material e trajo do jogador. | A tatica. | A tatica do jogo de pares. | O treino. | O encontro. | Os partidos. | Torneios e Isentos. | A alimentação nos sports.
Vasco Galvão (1895-). "Nascido em 14 de Fevereiro de 1895, Vasco Galvão destacou-se como técnico, dirigente e jornalista. Tendo chegado a fazer parte em 1926 do elenco federativo de Guilherme Pinto Basto como vogal, foi como treinador que mais se evidenciou.
Desportista ecléctico, começou por dar nas vistas como futebolista, envergando a camisola do Club Internacional de Foot-Ball. Mas a sua vida modificou-se definitivamente quando em 1928 encetou uma viagem a Inglaterra para assistir a um curso de ténis no All England Lawn Tennis and Croquet Club de Wimbledon, a «catedral» da modalidade. Aos 33 anos, Vasco Galvão decidiu passar a viver exclusivamente da modalidade.
Enquanto profissional de ténis, a sua participação nos Campeonatos Nacionais estava proibida. Para poder competir, ainda regressou temporariamente ao estatuto de amador, mas a vontade de ensinar os jovens jogadores era mais forte e o profissionalismo voltou a ser assumido a cem por cento. Vasco Galvão criou a primeira escola de ténis em Portugal - a Escola de Ténis V.P.G., assim denominada em memória do seu filho Vasco Pistacchini Galvão, de entre os seus descendentes o mais dotado para a modalidade, mas que teve morte prematura. Pela V P.G. passaram muitos dos jogadores que se destacaram nas décadas de 50 e 60, como David Cohen, Peggy Brixhe e António Azevedo Gomes, que Vasco Galvao ainda viu serem campeões, antes da sua morte em 21 de Setembro de 1966.Na sua actividade como jornalista colaborou em diversas publicações, tendo lançado em 13 de Julho de 1930 a revista «Tennis», que se publicou de forma muito irregular até Abril de 1937, tendo inclusive mudado de nome por duas vezes (primeiro, para «Desportos Elegantes»; depois, para «Tennis & Golf») e focado outras modalidades - entre as quais o futebol -, no sentido de manter um lote fiel de leitores. Deste esforço inglório ficaram para a história as crónicas dos torneios da altura e os brilhantes ensaios sobre técnica da autoria do «Director, Proprietário e Editor» Vasco Galvão."
(Fonte: http://www.tenis.pt/index.php/smashtour/media/131-fpt/historia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Lombada enferma de falha de papel relevante. Contracapa com escritos a lápis.
Raro.
Sem registo na BNP.
25€

14 outubro, 2022

SANTOS, José E. Ferreira dos - NAVIOS DA PESCA DO BACALHAU.
[Por]... Capitão da Marinha Mercante. [Prefácio do Capitão António Marques da Silva]
. Lisboa, Comissão Cultural de Marinha, 2012. Oblongo (16,5x23,5 cm) de 169, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Obra de referência sobre o tema da 'Faina Maior', que reflete, nas palavras do autor, "um grande respeito e uma enorme admiração pelos Homens da Pesca do Bacalhau em face da vida duríssima, recheada de sacrifícios e de privações que suportaram no exercício da sua perigosa profissão", e sobre o livro, "esta obra, na qual figuram 127 fotografias de navios bacalhoeiros, pretende constituir um preito de homenagem à sua heroicidade e à sua bravura".
Livro com tiragem reduzida a 300 exemplares, nunca reeditado.
"Uma cuidada apreciação dos mais antigos lugres, lugres-escunas e lugres-patacho permite-nos ver e recordar o que foi o difícil ressurgimento desta pesca longínqua. Este fenómeno tornou possível a partir de final do século dezanove e até meados do século vinte, surgir uma apreciável frota de pesca, que nesse curto espaço de tempo foi capaz de abastecer o país de praticamente todo o bacalhau que se consumia. Mas a frota cresceu, multiplicou-se e modernizou-se dando a tripulantes e pescadores melhores condições de vida e de segurança, sem contudo alterar os tradicionais métodos de pesca, que só a grande aptidão profissional dos mais antigos pescadores podia manter.
A neutralidade do nosso país durante a Segunda Guerra Mundial, permitiu que muitos navios de três e de quatro mastros, construído até meados dos anos trinta, continuassem em serviço até quase ao princípio da década de setenta."
(Excerto do Prefácio)
"A saga titânica que foi a pesca do bacalhau à linha empreendida pelos pescadores Portugueses na Terra Nova e da Groenlândia sob as condições climatéricas de rigor extremo já foi considerada por alguns autores como a "Última Grande Epopeia dos Mares".
De facto, aqueles Homens trabalharam a céu aberto, sob temperaturas baixíssimas, uma média de dezoito horas em cada vinte e quatro, com grande coragem e abnegação enfrentando perigos e sacrifícios inimagináveis, pescando solitariamente no seu pequeno dóri que procuravam encher de bacalhau o mais rapidamente possível, uma vez que o pagamento que auferiam era em função da quantidade de peixe que cada um pescava. Um dóri comportava no mínimo trezentos quilogramas de bacalhau, alguns um pouco mais, o qual era passado para o lugre respetivo, afastando-se logo o pescador para tentar encher o dóri de novo.
Mas o seu dia de trabalho não ficava por aí pois uma vez terminada a pesca, e recolhidos os dóris ao navio-mãe, havia ainda que escalar o peixe, o que era feito por eles, pescadores, igualmente a céu aberto."
(Excerto do preâmbulo)
Capítulos:
I - 48 lugres, 2 lugres-patacho e 1 lugre-escuna. II - 16 lugres de quatro mastros. III - 18 navios-motor de pesca à linha. IV - 9 navios de redes de emalhar com lanchas. V - 13 navios de arrasto lateral. VI - 20 navios de arrasto pela popa.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Peça de colecção.
75€