PALMA-FERREIRA, João - ACADEMIAS LITERÁRIAS DOS SÉCULOS XVII E XVIII. Ministério da Cultura e Coordenação Científica : Secretaria de Estado da Cultura. Lisboa, Biblioteca Nacional, 1982. In-4.º (23,5 cm) de 60, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante ensaio histórico sobre o academismo.
"A notícia acerca das primitivas Academias, intimamente ligas ao passado remoto e mítico, estão amplamente divulgadas.
A palavra «academia» é muito velha. Deriva de Ekademos ou Akademos, o homem que revelou aos perseguidores de Helena e de Teseu o local onde a heroína se escondia, um jardim das cercanias de Atenas que Akademos legou ao povo. [...]
"Mais modernamente passou a entender-se por Academia uma instituição que não se destina ao ensino sistematizado de todas as ciências, mas apenas de uma ou de várias ou que - o que é mais comum - se aplica a estudos artísticos. Na essência, porém, as Academias como tal tradicionalizadas continuam a ser autênticas sociedades de erudição, regidas por estatutos próprios, tendo como modelo mais recente a Academia Francesa. A sua intervenção cultural, notável em finais do século XVIII e no século XIX, tem sofrido as consequências naturais do envelhecimento das instituições e do desgaste da reacção antiacadémica que começa fazer sentir-se a partir das últimas décadas do século XIX.
Não convém esquecer que o próprio associativismo (que em Portugal floresceu depois de 1860) timbrou de um cariz social específico as Academias fundadas a partir dos últimos decénios de Oitocentos, muito distintas já das suas congéneres dos séculos XVII e XVIII e com as quais, aliás, têm poucas afinidades; algumas dessas últimas Academias, instituições de compromisso das novas tendências associativas e das velhas motivações académicas, receberam, em muitos casos, o nomes significativos de associações e sociedades, num caso e noutro respondendo as graus diferentes de exclusividade e vocação e interesses, de objectivos científicos ou meramente sociais, repetindo, na prática, conceitos em voga noutros sectores, muito distintos, de convívio e de preocupações."
(Excerto do preâmbulo - Nota prévia)
Índice:
Nota prévia. | O academismo no século XVII. Aspectos gerais. II - No século XVII: Academia dos Singulares de Lisboa; Academia dos Generosos; Academia Instantânea; Academia dos Únicos; Academia dos Estudiosos. III - No século XVIII: Academia dos Ocultos; Academia dos Anónimos; Academia dos Ilustrados; Academia Problemática; Academia dos Aplicados; Academia dos Unidos de Torre de Moncorvo; Academia Vimaranense; Academia dos Escolhidos; Outras Academia; Arcádia Lusitana ou Olissiponense;A Nova Arcádia. IV - Academias eclesiásticas: Academia Eborense; Academia Conimbricense; Academia Bracarense ou dos Engenhosos Bracarenses; Academia do Núncio; Outras Academias eclesiásticas. V - Paródias académicas: Academias dos Sovelantes e dos Fleumáticos. VI - As Academias no Brasil: Academia Brasílica dos Esquecidos; Academia Brasílica dos Renascidos; Outras Academias brasileiras. | Alguns textos exemplificativos: António Serrão de Castro; Bartolomeu de Faria; Francisco Lopes Sueiro; Sebastião da Fonseca e Paiva; André Leitão de Faria; António de Brito e Oliveira; Vicente da Silva; Pedro José da Silva Botelho; Joaquim Bernardes de Santa Ana; Pedro António Correia Garção; Lourenço Botelho Soto Maior; José do Couto Pestana. | Bibliografia seleccionada.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico e literário.
25€
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