23 abril, 2022

ROSA, João Pereira da - HISTORIA D'UM CRIME MEDICO-CIRURGICO. Como em Portugal se pode matar impunemente. Lisboa, Secção Editorial d'O Seculo, [1933?]. In-8.º (19 cm) de 64 p. ; B.
1.ª edição independente.
Compilação de artigos publicados n'O Século. O autor - proprietário e director do jornal -, denuncia três conhecidos médicos - Costa Sacadura, Francisco Gentil e Augusto Monjardino
- por corrupção e incompetência (reportando ao seu caso clínico) - em oposição ao médico Amândio Pinto, o seu "salvador". Trata-se de "uma memória da sua vida íntima, que evocava a história da sua doença e do que sofrera às mãos dos ditos médicos". (Rita Correia, 16 Dez. 2016, Hemeroteca Lx)
"O que vai lêr-se borbulha ha muito na minha reminiscencia. Ha mais de dois anos que dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, arranha cruelmente a minha sensibilidade. [...] Deram-se, porém, factos recentes, que me obrigam a tornar publico aquilo que tantas vezes julguei ter de conservar para sempre arquivado no meu fôro intimo. A fatalidade assim o quis. [...]
Sôbre a opinião publica adeja uma infamia - a dum homem que quere inutilizar outro homem, a dum cirurgião que pretende esmagar outro cirurgião, por ele lhe fazer sombra, por ser seu concorrente, por ameaçar subverter-lher o prestigio, destruindo-lhe a fama, alcançada em muitos anos de isolamento, de unico grande sacerdote da nobre arte de retalhar o corpo humano, para se lhe restituir, mercê do bisturi e da lanceta, um fluido vital, a abandoná-lo lentamente.
João Pereira da Rosa (1885-1962). "O homem do jornal O Século. Aí começa a trabalhar com 13 anos, mas cinco anos depois já é sub-diretor, com Silva Graça. Este sai da direção em 1921, quando o jornal é comprado pelas Moagens. Pereira da Rosa abandona o jornal em 1922 passando para secretário da Associação Comercial de Lisboa, onde se liga ao grupo de Moses Amzalak e os dois, em conjunto com Carlos de Oliveira, dirigentes da União dos Interesses Económicos, criada em 18 de setembro de 1924, compram o mesmo jornal no fim desse ano. Depois do 28 de maio de 1926, Pereira da Rosa passa a diretor do jornal, transformando-o no de maior circulação no país e que se assume como um dos esteios do novo regime, sempre ligado a uma mentalidade maçónica conservadora, distante do Grande Oriente Lusitano. Procurador à Câmara Corporativa, é também presidente do Grémio da Imprensa."
(Fonte: http://www.politipedia.pt/rosa-joao-pereira-da-1885-1962/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Invulgar.
10€

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