ASTUCIAS SUBTILISSIMAS DE BERTOLDO VILLÃO DE AGUDO ENGENHO E SAGACIDADE QUE DEPOIS DE VARIOS ACCIDENTES E EXTRAVAGANCIAS FOI ADMITTDO A CORTEZÃO. Obra de grande recreio e divertimento traduzida para portuguez do idioma italiano. Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira, [18--].
SIMPLICIDADES DE BERTOLDINHO FILHO DO SUBLIME E ASTUTO BERTOLDO E AGUDAS RESPOSTAS DE MARCOLFA SUA MÃE. Obra de grande recreio e divertimento traduzida do idioma italiano no portuguez. Lisboa, Livraria de A. M. Pereira, 1880.
VIDA DE CACASSENO FILHO DO SIMPLES BERTOLDINHO NETO DO ASTUTO BERTOLDO. S. Miguel, Typ. Minerva Insulana, 1879.
3 vols In-16.º (14x7 cm) de 116 p. ; il. (I) + 123, [1] p. (II) + [4], 53, [1] p. (III) ; E. num único tomo
A saga de três gerações de "Bertoldos" - belíssimo exemplo da literatura burlesca - publicada entre nós desde meados do séculos XVIII e século XIX. A presente obra conheceu várias edições traduzidas para português do original italiano, datando a primeira de 1743.
O primeiro volume possui um desenho em página inteira com o "verdadeiro retrato de Bertoldo". O 3.º volume foi publicado em S. Miguel (Ponta Delgada), Açores.
"No tempo em que Alboino, rei
dos lombardos, tinha a sua côrte na cidade de Verona, e que já era
senhor de quasi toda a Italia, appareceu na cidade um villão, chamado
Bertoldo, homem disforme, e de horrenda presença; mas d'onde faltava a
formosura de pessoa, suppria a vivacidade do engenho, pois era muito
agudo, e prompto nas respostas: e alem da sua grande agudeza, era tambem
astuto, malicioso, e desastrado de natureza, como são a maior parte dos
villões."
(Excerto da Introducção)Giulio Cesare Croce (1550–1609). Foi um escritor italiano, actor e intérprete de cantastoria. Ferreiro, filho de ferreiro, pouco instruído, pode ser considerado um dos autodidactas mais bem sucedidos da literatura italiana, nunca tendo feito parte de grupos literários da sua época por sua vontade. Foi capaz de, gradualmente, deixar o negócio de família para seguir a sua paixão: contar histórias. Teve um enorme sucesso actuando em feiras, mercados e casas senhoriais. As suas apresentações eram complementadas por um violino. Sua prolífica produção literária dependia das transcrições das suas própria actuações. Ser um homem de letras nessa altura significava viver na corte, ter patronos, ou então sobreviriam dificuldades de vária ordem, desde logo, financeiras. Em todo o caso, Croce nunca foi um verdadeiro literato no sentido mais estrito do termo, pois preferia o público leigo à corte. Na verdade, ele era sobretudo um contador de histórias, e provavelmente escrevia para sua satisfação pessoal, sendo os seus contos inspiradas nas classes baixas, que, sabendo ler, compravam as suas obras.
Bertoldo terá sido inspirado nos secretos desejos de Croce, rústico e autodidacta, que na corte esperava resolver os seus problemas. A liberdade de acção e pensamento que Bertoldo aí teve, indicia o desejo de Croce viver sob a capa protectora de um patrono, como muitos dos seus congéneres, mas sem ter de lhes prestar vassalagem.Após o seu primeiro "Bertoldo", Croce escreveu uma sequela chamada Le piacevoli et ridicolose simplicità di Bertoldino (Simplicidades de Bertoldinho) (1608), sobre o filho de Bertoldo, subordinado à sua mãe Marcolfa. Mais tarde, em 1620, o abade Adriano Banchieri escreveu outra sequela com o título Novella di Cacasenno, figliuolo del semplice Bertoldino (Vida de Cacasseno). Desde então, esses três títulos são frequentemente publicados em conjunto.
(Fonte: wikipédia)
Encadernação da época inteira de pele.
Exemplar em razoável estado de conservação. Cansado. Lombada desprovida do revestimento.
Raro.
20€
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