VIEIRA, P.ᴱ Conceição - O APOCALYPSE E A MAGIA. Pelo... Lisboa, Typographia Mattos Moreira, 1886. In-8.º (17cm) de 224 p. ; B.
1.ª edição.
Ensaio sobre o "Bem" e o "Mal": o Apocalipse - livro sagrado do cristianismo - vs. a Magia de
Satanás e seus esbirros. Livro raro e muito curioso. Ilustrado com inúmeros episódios de bruxaria e
ritos satânicos, aparições, fenómenos telepáticos, etc. Com referências
à Besta - o Anticristo - e à sua designação e composição numérica - o 666.
"Se a apparição do Spiritismo, entre nós, me despertou os desejos d'escrever alguma cousa, tendente a prevenir os incautos, d'esta nova phase da velha magia, tambem a apparição do Menino virtuoso da Vendas Novas
e o bruxedo, que ainda fervilha em nossos campos, e aqui, na capital,
me leva hoje á presente publicação, em que dilligenciarei, leitor,
dar-te uma breve noticia das differentes phases, que essa maldita
seducção deabolica apresentou nos seculos passados.
Se esses
factos, a que tenho de me referir, se passaram, ou não, com uma
realidade perfeitamente material, não serei eu que o affirme ou negue, -
o hodierno spiritismo autorisa tudo - o que sei é que elles causaram
graves transtornos na familia christã, preparando as heresias, e que a
egreja, embora nos seus principios, em concilios particulares,
combatesse a crença sobre a possibilidade de taes factos, por
ultimo, creando a inquisição, confiou-lhe o cuidado de instaurar
processos, e de entregar ao braço secular os delinquentes; os quaes -
cousa notavel! - em vez de se abrigarem na margem, que os proprios
juizes lhes offereciam e lembravam de ser tudo devido a imaginações escandecidas, teimavam em que eram verdadeiros e reaes taes factos; essas accusações extraordinarias, que lhe eram imputadas.
Ora, toda a
gente sabe que só Deus é quem tudo pode, é quem pode fazer milagres e
maravilhas; mas toda a gente tambem sabe que as creaturas, apezar de
limitadas, com a permissão de Deus, (e nunca sem ella) tambem podem
operar muita cousa, para nós extraordinaria, especialmente se ellas, as
creaturas, são d'ordem superior; e se os demonios, ou seus
representantes na terra, o Senhor inculca que lhe será isso permittido,
razão ha para averiguar, e não para absolutamente regeitar tal
possibilidade."
(Excerto de Os motivos d'esta publicação)
José António da Conceição Vieira
(1831-?). "Nasceu na vila de Alcoutim aos 13 de Dezembro de 1831.
Seguiu para Faro onde a família
se instalou devido à mudança política ocorrida em 1833. Aqui vive até
aos vinte e quatro anos, possuindo já as ordens sacras.
É nomeado coadjutor para a freguesia de Alcantarilha (Silves), aí se
mantendo até 1855. No ano seguinte já se encontrava na sua terra natal,
no exercício das
mesmas funções, acumulando, como era regra, a Capelania da Capela Real
de N.ª S.ª da Conceição mas por muito pouco tempo pois em 1857 e 1858
encontrava-se na freguesia de Conceição de Tavira, onde coadjuvou o
pároco da Encarnação (?) durante os anos de 1860 e 1861. Vai depois para
a Colegiada dos Mártires onde se conservou até 1873.
É convidado então pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
para exercer em departamento daquela instituição, o lugar de tesoureiro,
o que veio a aceitar.
Dedicado à escrita, colaborou nos periódicos “A Nação” (órgão monárquico
dos legitimistas, partidários de D. Miguel e fundado em 1847), “Bem
Público” e outros de carácter político-religioso.
O Padre Conceição Vieira declarava abertamente que as suas ideias eram
pelas tradições da pátria e pelas formas dos governos transactos, numa
alusão ao rei D. Miguel.
Escreveu: Memória sobre a frase cristã do grande Condestável D. Nuno Álvares
Pereira, Lisboa, 1871; Recordação da minha romaria ao Vaticano em 1877; Spiritismo - Ilha encoberta e o sebastianismo."
(Fonte: http://alcoutimlivre.blogspot.com/2008/06/jos-antnio-conceio-vieira.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequena falha de papel à cabeça.
Muito raro.
A BNP tem apenas um exemplar registado na sua base de dados.
75€
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