CERQUEIRA, Afonso de - A MARINHA MILITAR NA OCUPAÇÃO DE ÁFRICA. Por... Contra-Almirante Q. R. I Congresso de História da Expansão Portuguesa no Mundo : 4.ª Secção. Lisboa, [s.n. - Sociedade Nacional de Tipografia - Lisboa], 1938. In-4.º (24,5 cm) de 34, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da presença militar portuguesa em África. Resumo da acção da Armada portuguesa no Ultramar - Angola, Moçambique e Guiné - por ordem cronológica - inventariando os eventos exploratórios e episódios militares mais relevantes.
Matérias:
[Preâmbulo]. | I. Angola. II. Moçambique: Campanha contra o Gungunhana; Campanha dos Namarrais (1896-97); Campanha de Gaza (1897); Campanha da Maganja (1898); Campanha do Mataca (1899); Campanha do Barué (1902). III. Guiné. | [Outros episódios e Louvores].
Afonso Júlio de Cerqueira (Viseu, 1872 - Lisboa, 1957). "Após a frequência dos estudos preparatórios na Escola Politécnica de Lisboa, assentou praça como Aspirante de Marinha em 5 de Novembro de 1888, sendo promovido a Guarda-Marinha três anos e meio depois.
De 1893 (ano em que foi promovido a Segundo-Tenente) a 1894 serviu a bordo da corveta “Mindelo”, tendo participado na força naval enviada ao Brasil para proteger cidadãos e bens nacionais por ocasião da “Revolta dos Almirantes”.
Personalidade multifacetada, especializou-se em diversas áreas técnicas e operacionais, consoante as funções que ia sendo chamado a desempenhar. Tirou, assim, os cursos de Meteorologia; Metralhadoras Pesadas e Ligeiras; Gases de Combate; Artilharia; Torpedos, Minas e Electricidade; Radiotelegrafia, Sinais e Comunicações; e Aeronáutica (observador).
No período conturbado da 1ª República viu-se envolvido nas diversas lutas civis resultantes: em 1911 comandou as forças de Marinha que combateram a incursão monárquica no Norte do país, em 1917 bateu-se contra o movimento revolucionário de Sidónio Pais e em 1919 combateu as tropas monárquicas instaladas na Serra de Monsanto.
Seria, porém, no âmbito do envolvimento português na Grande Guerra que viria a ganhar nome, mais concretamente no teatro de operações do Sul de Angola. Para lá seguiu, em 1915, integrado no Batalhão de Marinha, que, juntamente com forças do Exército, sob o comando do General Pereira D’Eça, constituiu uma respostas às incursões alemãs nos nossos territórios africanos (ainda o estado de guerra entre Portugal e a Alemanha não fora formalmente declarado) e à sublevação dos nativos por elas conduzida.
No seu relatório, entre outras referências elogiosas ao Batalhão de Marinha, o General Pereira D’Eça, escrevia:
"Devo destacar neste brilhante feito de armas o capitão-tenente Cerqueira, que carregou à frente dos seus pelotões, sem que tivesse obrigação de o fazer, dando, mais uma vez, prova da sua têmpera inexcedivelmente militar, que o fez mostrar sempre aos seus subordinados ser o primeiro em todos os momentos críticos da guerra, quer derivados aos combates, quer das privações que à guerra são inerentes."
Mas o grande conflito mundial estava longe do seu termo, e eis o valoroso Comandante Cerqueira chamado a desempenhar nova missão, desta vez no Mar: entre 1916 e 1917, no comando do contra-torpedeiro “Guadiana”, escoltou, com sucesso, vários comboios que cruzavam as perigosas águas do Atlântico, infestadas de submarinos alemães.
Afonso Cerqueira passou à reserva a 1 de Fevereiro de 1934, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, tendo, três meses mais tarde, sido promovido, por distinção, ao posto de Contra-Almirante.
Entre várias distinções, possuía o grau de Oficial da Ordem da Torre e Espada, os graus de Cavaleiro e de Comendador da Ordem Militar de Aviz, uma Cruz de Guerra de 1ª Classe, a Medalha da Vitória (dos Aliados na Grande Guerra), Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar e 3 Medalhas de Ouro das Campanhas do Exército Português. Além dos navios atrás mencionados, comandara, ainda, as canhoneiras “Faro” e “Lagos”; o rebocador “Bérrio”; os vapores “Funchal” e “Cabo Verde”; o caça-
minas “Azevedo Gomes”; e o cruzador “S. Gabriel”.
Faleceu em Lisboa a 31 de Março de 1957."
(Fonte: https://www.facebook.com/marinhaescolanaval/posts/841532129215464/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas não muito limpas.
Muito invulgar.
Indisponível
08 fevereiro, 2021
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