QUEIROZ, Teixeira de - A GRANDE CHIMERA. Romance por... Socio effectivo da Academia das Sciencias de Lisboa. Comedia Burgueza. Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira : Livraria Editora, 1919. In-8.º (19 cm) de 268 p. ; E.
1.ª edição.
"A Grande Chimera abraça a comédia e a sátira romanceando numa escrita ritmada e de boa qualidade uma história que, em certas passagens, lembra trechos de Camilo ou de Eça, mas que, contudo, deles se diferencia por um estilo próprio e original."
Oitavo romance da série «Comédia Burguesa», e última obra publicada em vida do autor.
"Passava um dia frio e nevoento do mez de Natal; o chimico, após exhaustivo trabalho de laboratorio, reconheceu precisar de ver gente. Procurou o Barbas, que sempre, com o seu philosophar, lhe agitava satisfatoriamente os nervos e o cerebro entorpecido na fadiga do estudo. O seu espirito desejava expor-se ao vento aspero da contenda, como o corpo d'um athleta em descanço forçado, procura experimentar a elasticidade dos seus musculos, luctando. Á bocca da noite deitou á calçada de Santo André, onde o epicurista vivia casado com Josefina, mais a velha e autoritaria Joanna, e tambem os doentinhos entregues aos disvelos dos dois."
(Excerto do Cap. I)
Francisco Teixeira de Queiroz (Arcos de Valdevez, 1848 - Sintra, 1919). "Romancista e contista, Francisco Teixeira de Queirós licenciou-se em Medicina, tendo ocupado diversos cargos públicos, entre os quais o de deputado, de vereador da Câmara Municipal de Lisboa e de ministro dos Negócios Estrangeiros, neste caso em 1915. Chegou a ser presidente da Academia das Ciências de Lisboa. Fundou em 1880, com Magalhães Lima, Gomes Leal e outros, o jornal «O Século», tendo também colaborado nos periódicos «O Ocidente», «Revista de Portugal», «Revista Literária», «Arte & Vida», «Ilustração Portuguesa», «A Vanguarda» e «A Luta», entre outros. Em 1876, publicou o seu primeiro romance, «Amor Divino», com o pseudónimo de Bento Moreno, que viria a usar em outros livros. A sua vasta obra está repartida em dois grupos: «Comédia de Campo» e «Comédia Burguesa», imitando assim a «Comédie Humaine», de Balzac, um dos seus mentores. Durante cerca de 40 anos, reformulou o seu plano e a sua doutrinação literária sobre o romance, procurando incansavelmente aplicar o seu programa realista-naturalista de base científica. Cultivou uma escrita de feição realista, fazendo uma crítica constante à alta sociedade lisboeta, evidenciando os seus costumes, os seus modos de agir e de estar perante a sociedade portuguesa em geral. Em algumas das suas obras, por outro lado, retrata de uma forma carinhosa e saudosa os seus tempos de infância, vividos na quietude da sua terra natal."
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
1.ª edição.
"A Grande Chimera abraça a comédia e a sátira romanceando numa escrita ritmada e de boa qualidade uma história que, em certas passagens, lembra trechos de Camilo ou de Eça, mas que, contudo, deles se diferencia por um estilo próprio e original."
Oitavo romance da série «Comédia Burguesa», e última obra publicada em vida do autor.
"Passava um dia frio e nevoento do mez de Natal; o chimico, após exhaustivo trabalho de laboratorio, reconheceu precisar de ver gente. Procurou o Barbas, que sempre, com o seu philosophar, lhe agitava satisfatoriamente os nervos e o cerebro entorpecido na fadiga do estudo. O seu espirito desejava expor-se ao vento aspero da contenda, como o corpo d'um athleta em descanço forçado, procura experimentar a elasticidade dos seus musculos, luctando. Á bocca da noite deitou á calçada de Santo André, onde o epicurista vivia casado com Josefina, mais a velha e autoritaria Joanna, e tambem os doentinhos entregues aos disvelos dos dois."
(Excerto do Cap. I)
Francisco Teixeira de Queiroz (Arcos de Valdevez, 1848 - Sintra, 1919). "Romancista e contista, Francisco Teixeira de Queirós licenciou-se em Medicina, tendo ocupado diversos cargos públicos, entre os quais o de deputado, de vereador da Câmara Municipal de Lisboa e de ministro dos Negócios Estrangeiros, neste caso em 1915. Chegou a ser presidente da Academia das Ciências de Lisboa. Fundou em 1880, com Magalhães Lima, Gomes Leal e outros, o jornal «O Século», tendo também colaborado nos periódicos «O Ocidente», «Revista de Portugal», «Revista Literária», «Arte & Vida», «Ilustração Portuguesa», «A Vanguarda» e «A Luta», entre outros. Em 1876, publicou o seu primeiro romance, «Amor Divino», com o pseudónimo de Bento Moreno, que viria a usar em outros livros. A sua vasta obra está repartida em dois grupos: «Comédia de Campo» e «Comédia Burguesa», imitando assim a «Comédie Humaine», de Balzac, um dos seus mentores. Durante cerca de 40 anos, reformulou o seu plano e a sua doutrinação literária sobre o romance, procurando incansavelmente aplicar o seu programa realista-naturalista de base científica. Cultivou uma escrita de feição realista, fazendo uma crítica constante à alta sociedade lisboeta, evidenciando os seus costumes, os seus modos de agir e de estar perante a sociedade portuguesa em geral. Em algumas das suas obras, por outro lado, retrata de uma forma carinhosa e saudosa os seus tempos de infância, vividos na quietude da sua terra natal."
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€
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