1.ª edição.
Romance campestre onde se destaca, nas palavras do editor, quadros flagrantes de verdade na figura angélica dum bom cura, e de todos os personagens que se agrupam à sua volta, "e que não falam a linguagem cynica dos romances de fancaria".
"Expirava Setembro n'umas tardes quasi piedosas de poesia triste, as manhãs já frias, arripiadas pelos primeiros sopros do outomno.
Na grande vinha, áquella hora da tarde, a faina dos vindimadores tinha um concerto festivo, vibrantissimos os cantos das mulheres, e tão crystallinos e voláteis como a agua de pequenos rios que murmurassem núma delicia de sonho moribundo e indefinido...
O casal, d'uma alvura encantadora, dominava toda a planicie, deixando atraz de si uma ladeira áspera, de que elle parecia ter despenhado, como um idyllio vaporoso arrojado á campina num delirio muito d'alma.
Passavam muitas ranchadas de homens ao largo na velha estrada, cheia de barrancos e marginada espessamente de soutos e, na sua alegria de vindimadores que vão de bolso quente em caminho do repouso do lar, havia a suggestiva expansão do ignorado luctador ingenuo que não quer perder um ensejo de colher allivio e perfume na aspereza tragica da vida.
O velho lavrador, sentado abandonadamente n'um cesto vindimo, calculava com sua mulher a producção maravilhosa e inesperada d'aquelle anno."
(Excerto do Cap. I)
José Agostinho de Oliveira (Lamego, 1866 - Lisboa, 1938). "Mais conhecido por José Agostinho, foi um professor, escritor, dramaturgo e crítico literário português. Autor de vasta obra em prosa e em verso. Escreveu ainda para a imprensa portuguesa e brasileira.”
(Fonte: wikipédia)
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Pasta anterior levemente manchada. O prefácio do editor precede as folhas de rosto e anterrosto.
Raro.
Indisponível
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