19 janeiro, 2020

AMIS, Martin - KOBA O TERRÍVEL : o riso e os vinte milhões. Tradução de: Telma Costa. Lisboa, Teorema, 2002. In-4.º (23 cm) de 312, [4] p. ; [8] p. il. ; B.
1.ª edição.
Biografia de José Estaline, o homem forte da U. R. S. S. durante três décadas, primeiro como Secretário Geral do PC soviético, e mais tarde, como chefe de estado.
Ilustrada com fotografias a p.b., algumas delas verdadeiramente chocantes, distribuídas por 8 páginas separadas do texto.
"Koba foi uma das alcunhas de Iossif Vissarionovitch Djugashvili, filho único de uma família pobre, que, em nome do povo, chegaria ao poder de uma superpotência e o mundo conheceria como Estaline, o "homem de aço". A repressão, as prisões, as torturas, os assassinatos, os gulags, a solidão de um homem perturbado e perturbante, cuja acção devastadora talvez ainda não seja conhecida na totalidade. "Koba, o Terrível", não é um livro de um historiador, mas talvez por isso mesmo chega mais fundo a tentativa de percepção de um homem e de um tempo."
(Fonte: wook)
"Em Novembro de 1915 Lenine escreveu ao seu colega Viatcheslav Karpinski a pedir um grande favor: descobre-me (pergunta ao Stepko [N. D . Kiknadze] ou ao Mikha [M. G. Tskakaia]) o nome «Koba» (é o Iossif Dj...? esquecemo-nos). É muito importante!!! [...]
Em 1915 Lenine conhecia Estaline há dez anos. Em 1912 nomeara-o pessoalmente para o Comité Central. Nesse mesmo ano Estaline atravessou duas vezes a fronteira austríaca (clandestinamente) para visitar Lenine em Cracóvia. Lenine refere-se-lhe como «o meu magnífico georgiano». E no entanto não conseguia lembrar-se do seu nome. «É muito importante!!!», observa Lenine. E é mesmo. [...]
Quando foi anunciado o novo governo, em 1917, o nome de Estaline era o décimo quinto e último. (Recordar essa posição não era aconselhável em 1937-38). Estaline era a diligente mascote rafeira de Lenine, o seu cão piolhoso. Cinco anos depois Lenine sentiu que o cão começara a ferver de raiva. Dois anos antes, pelo que toca a Lenine, o cão nem sequer tinha nome.
Melhor será tratarmos aqui da desconcertante conversa telefónica entre Estaline e a mulher de Lenine, Krupskaia, a 22 de Dezembro de 1922, em que Estaline lhe chamou, entre outras coisas (assim corria no partido), «puta sifilítica».
O momento é importante. Nesta fase, as relações Lenine-Estaline estavam no seu nível mais baixo, após a altercação da Geórgia. Por outro lado, quatro dias antes o Comité Central confiara a Estaline a responsabilidade pela assistência médica a Lenine. Treze dias depois Lenine redigiria o seu «Testamento» («Estaline é muito mal criado» e por aí fora). Mas somente em Março, na véspera do seu derradeiro ataque, contaram a Lenine o telefonema [de Estaline com a mulher]."
(Excerto de A mancha cinzenta, os olhos amarelos ["retrato" de Estaline] - II Parte)
Índice:
I Parte - O Colapso do valor da vida humana. II Parte - Iossif, o Terrível: a via curta. III Parte - Quando nós, os mortos, acordarmos.
Martin Amis (n. 1949). "É um dos autores de língua inglesa mais importantes e controversos da atualidade. Nasceu no País de Gales e é filho do escritor Kingsley Amis. A matéria-prima dos seus romances radica no absurdo da condição pós-moderna e nos excessos do capitalismo tardio das sociedades ocidentais; e o seu inconfundível estilo é compulsivo, terrivelmente vivo. Saul Bellow, Vladimir Nabokov e James Joyce são as suas grandes referências literárias. Por seu turno, influenciou uma nova geração de romancistas, como Will Self ou Zadie Smith."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
15€

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