31 janeiro, 2020

CAMÕES, Luiz de - OS LUSIADAS. Grande edição illustrada revista e prefaciada pelo Dr. Sousa Viterbo. Lisboa, Empreza da Historia de Portugal, MDCCCC [1900]. In-4.º grd. (29 cm) de LXXX, [2], 558 p. ; [64] f. ; il. ; E.
Belíssima edição de Os Lusíadas muito valorizada pelo extenso prefácio de Sousa Viterbo.
Ilustrada superiormente no texto com vinhetas e capitulares, e em separado, com 64 gravuras da autoria de Roque Gameiro e Manuel de Macedo.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
60€

30 janeiro, 2020

CRUZ, Graça e - ALMAS TORTURADAS : contos simples. Porto, Livraria Figueirinhas (Editora), 1908. In-8.º (18 cm) de [4], 79, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de três contos de teor francamente pessimista sobre o 'destino', dois deles, do género histórico, dada a época em que decorre a acção (primeiros anos do século XIX).
"No livro que vae ler-se, elaborado em algumas horas que a vida atrophiadora do jornalismo me deixou livres, eu não tive a pretensão, que seria ridicula, de apresentar um trabalho de vulto ou isento, sequer, de defeitos. Move-me tão somente o intuito de apresentar alguns quadros da vida real, revestindo-os de ligeira urdidura de molde a provocar no espirito do leitor o interesse pela leitura.
Dei ao meu trabalho o titulo de Almas Torturadas já que na convicção estou de que a vida não vale, na maioria dos casos, o sacrificio de viver, pois que ella constitue uma permanente tortura com ligeiras clareiras de supposta felicidade, que de facto não existe, por que no mundo só a Dôr é positiva.
É que a felicidade é uma utopia e só a Dôr e a Tortura são companheiras inseparaveis da existencia!
As paginas do meu livro são o reflexo d'essa Dôr, são a significação d'essa Tortura."
(Excerto do prefácio)
"Margarida viera ao mundo envolta n'um sudario. Ao seu primeiro vagido responderam lagrimas da Dôr mais intensa, da innenarravel Dôr que mais póde ferir o coração humano e uma familia no que ella tem de mais caro. A mãe de Margarida, ao dar-lhe a vida, envolvera-a a aza negra da Morte.
Margarida era o primeiro fructo d'um enlace feliz, de um amor purissimo. Regada de lagrimas ao entrar na vida, devia estar-lhe reservada uma existencia dolorida, com pequenas clareiras em que a felicidade transparecesse, só para mais sentidos se tornarem os golpes fundos que a sua má estrella lhe reservasse...
Cada creatura é a portadora do seu destino. Perladas de lagrimas as faxas da primeira infancia de Margarida, de lagrimas seria constituida a sua vida. Não ha maneira de cortar a implacavel garra do destino, e muito mais quando persistentemente nos vigia cuidadosamente desde o berço ao tumulo. E Margarida não poderia fugir ao seu tragico destino."
(Excerto do Cap. I, Orae por Margarida - a Martyr!..)
Contos:
- Voar... para o céo. - Orae por Margarida - a Martyr!... - O futuro commendador.
José Fernandes da Graça e Cruz (1866?-1916). “Mais conhecido como Graça e Cruz, foi um escritor, jornalista e militar português. Natural de Lamego. Exerceu como jornalista, tendo escrito em vários periódicos de Lisboa e do Porto, e sido sub-chefe da redação do jornal O Século. Em Lamego, fundou o periódico Voz Pública, e dirigiu o Democrata da Beira. Publicou, igualmente, vários livros [apesar de não existem referências ao seu nome na Biblioteca Nacional]. Participou na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, como tesoureiro do comité revolucionário, possuindo, nessa altura, a patente de Primeiro-sargento. Faleceu em Lisboa, em 1926, com 60 anos de idade. Tinha o posto de Major.”
(Fonte: wikipédia) 
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, manchadas, com defeitos.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

29 janeiro, 2020

MAGIRUS-DEUTZ. Instruções de Serviço. Mercur (juntamente com Tipos S 3500 e O 3500) com motor Diesel-Deutz refrigerado por ar. Edição de Jan. de 1954. Reservado o direito de alteração. Klöckner-Humboldt-Deutz AG - Werk Ulm. [S.l.], Magirus-Deutz], 1954. In-8.º (21 cm) de [2], 49, [3] p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Manual de instruções e conservação do camião "Mercur S 3500", modelo dos anos 50 da conhecida empresa alemã de veículos pesados Magirus-Deutz.
Ilustrado ao longo do texto com fotografias de partes do veículo, e em separado, a cores, uma folha desdobrável com o plano de lubrificação.
"As instruções de serviço que se seguem e que se destinam à instrução individual do pessoal de serviço, contêm indicações acerca do serviço e dos trabalhos e cuidados de manutenção necessários à conveniente utilização do veículo. É necessário, pela sua cuidadosa leitura, familiarizar-se o mais rápida e completamente possível como manuseamento do veículo e ter em atenção as indicações dadas, muito em especial quanto às prescrições sôbre lubrificação e conservação, a fim de evitar perdas de tempos e despezas desnecessárias."
(Excerto da Introdução)
Exemplar brochado, com as capas plastificadas, em bom estado geral de conservação. Com vestígios de humidade que se traduz  no "ondulado" das folhas, e algumas páginas soltas.
Raro.
20€

28 janeiro, 2020

MORAIS, Dr. Mário Coelho - CLASSIFICAÇÃO DAS LÃS NACIONAIS. Conferência proferida na Sociedade Portuguesa de Medicina Veterinária, em 23 de Janeiro de 1946, pelo Chefe de Serviços da 2.ª Secção - Produção e Comércio de Lãs... Médico Veterinário. Lisboa, Ministério da Economia : Junta Nacional dos Produtos Pecuários, 1947. In-4.º (23,5 cm) de 35, [5] p. ; [12] f. il. ; [2] desdob. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da indústria de lanifícios nacional.
Livro ilustrado com 12 folhas separadas do texto reproduzindo 1 mapa e 27 fotogravuras, e duas folhas desdobráveis: Projecto de classificação das lãs portuguesas - Grupos e tipos padrões fundamentaisProjecto de classificação das lãs portuguesas - Escala das classes portuguesas : Correspondência às escalas francesa e inglesa.
"Perdem-se na noite dos tempos os documentos comprovativos da época longínqua em que a lã começou a ser usada como fibra textil. [...]
Não é possível fixar a época em que o homem deixou de cobrir-se com as peles e começou a utilizar feltros, primeiramente, e depois os tecidos, essa maravilhosa concepção daquele génio que encontrou em si a força necessária para moldar a superfície da terra à sua vontade e a seu jeito. Mas, já na Mitologia Grega e na Bíblia, se encontram notícias de que o homem das mais antigas civilizações fazia uso da lã como fibra textil de valor."
(Excerto do Cap. II, Sinopse Histórica - A fibra lanar entre os primitivos)
Índice:
I - Apresentação - Propósitos. II - Sinopse Histórica. Primórdios e Evolução da Tecnologia Textil: - Tinturaria; - Fiação e Tecelagem. Consequências Sociais e Económicas: - Da pequena indústria familiar aos grandes centros fabris; - Causas e aparecimento do comércio especializado de lãs. III - Classificação das Lãs Nacionais. Introdução - Antecedentes. Projecto de Classificação. Critério Seguido na Divisão por Classes. IV - Conclusões. Notas.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas algo sujas, manchadas de humidade junto à lombada.
Raro.
Com interesse histórico e industrial.
Indisponível

27 janeiro, 2020

ESQUADRA BRASILEIRA. Dezembro : 1959. [S.l.], [s.n. – comp. Imp. Oficinas do Serviço Gráfico do I.B.G.E., em Lucas], 1959. In-fólio (32x23 cm) de 45 p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
História resumida da Marinha de Guerra Brasileira e da sua participação em diferentes teatro operacionais históricos, no plano nacional e internacional.
Contém fotografia do Presidente da República, Sr. Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira e do Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Jorge do Paço Mattoso Maia, em página inteira, com autógrafos fac-símiles de ambos, e do Patrono da Marinha do Brasil, Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré.
Edição de luxo, fora do mercado, totalmente impressa sobre papel couché, profusamente ilustrada com fotografias a p.b. das unidades da Esquadra Brasileira e seus brasões a cores, acompanhadas por breve descrição histórica e heráldica de cada um.
Matérias: Marinha do Brasil; Navio-Aerodromo; Cruzadores; Contratropedeiros; Navios-Transporte; Submarinos; Corvetas; Navios-Hidrográficos; Navio Faroleiro; Rebocadores; Monitores; Navio-Aviso; Navios Tanque; Navio em Reserva; Navio Oceanográfico; Navios de patrulha para Instrução da Escola Naval.
Encadernação inteira de percalina com cercadura gravada a seco, e ornamentada com rótulo em relevo, a prata e azul, contendo título e brazão da marinha na pasta anterior.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada com defeitos, levemente manchado nas pastas.
Raro.
Peça de colecção.
35€

26 janeiro, 2020

FROES, Camillo Marianno - CARICATURAS Á PENNA : esbocetos litterarios em prosa e verso. Lisboa, Editor - Thomaz Quintino Antunes, 1862. In-8.º (18 cm) de [8], 223, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso conjunto de crónicas e textos em poesia e em prosa de cariz humorístico. Ilustrado com o retrato do autor em extratexto.
Camilo Mariano Fróis (1836-?). "Camillo Marianno Froes, natural de Lisboa, e nascido em o 1.º de fevereiro de 1836. Teve por paes Camillo Francisco Froes, antigo mercador da classe de lãs e sedas, estabelecido na rua Augusta, e hoje proprietario, e D. Marianna dos Prazeres Roussado Froes. Posto que dotado de talento e notavel vivacidade, entenderam seus progenitores que podiam dispensal-o de cursar estudos regulares em aulas publicas, contentando-se de dar-lhe mestres particulares. Com estes tomou noções de algumas sciencias e artes, dedicando-se especialmente a da pintura, que estudou com o muito acreditado professor T. J. da Annunciação, chegando a produzir varios quadros, que figuraram na exposição de 1858, feita na sala do risco do Arsenal da Marinha. Entrando mais tarde por desenfado no cultivo da litteratura amena, e de preferencia na do genero humorístico, para o qual parece chamal-o a sua vocação, publicou em separado algumas tentativas, que foram bem acolhidas [...]."
(Inocêncio, vol. IX)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado. Pastas apresentam falhas e pequenos defeitos.
Invulgar.
20€

25 janeiro, 2020

CORRESPONDENCIA TROCADA ENTRE O MINISTRO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS BRITANNICO E O EMBAIXADOR DOS ESTADOS UNIDOS COM RESPEITO Á EXECUÇÃO DE MISS CAVELL EM BRUXELLAS. Londres: Eyre & Spottiswoode, Limited. 1915. In-4.º (24 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.
Documento histórico. Trata-se da correspondência trocada entre as mais altas instâncias inglesas e americanas a propósito do processo da enfermeira britânica, Edith Cavell (1865-1915), acusada de traição e condenada à morte por um tribunal marcial alemão, por abrigar e ajudar soldados aliados a escapar da Bélgica durante a Primeira Guerra Mundial. As missivas têm início a 20 de Agosto de 1915, quando "consta" que a enfermeira terá sido presa, até 12 de Outubro de 1915, quando Brand Whitlock, Ministro dos Estados Unidos em Bruxelas, apela ao Barão von der Lancken, governador civil alemão da Bélgica ocupada, em nome da Escola Belga de Enfermeiras Diplomadas, para a entrega do "corpo de Miss Cavell, sua directora, executada nessa manhã".
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas frágeis com falhas de papel, bem como nas primeiras folhas, junto ao canto superior direito. Deve ser encadernado.
Muito raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

23 janeiro, 2020

SANTOS, Luís Quaresma dos - OBSERVAÇÕES DE ONDAS INTERNAS NÃO-LINEARES GERADAS SOBRE O CANHÃO SUBMARINO DA NAZARÉ. Tese de Mestrado em Ciências Geofísicas - Oceanografia (Universidade de Lisboa). Lisboa, Academia de Marinha, 2007. In-4.º (24 cm) de 102, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Tiragem: 200 exemplares.
Estudo académico, de tiragem reduzida, sobre o famoso "canhão da Nazaré", responsável pelas magníficas ondas gigantes que atraem ao nosso país surfistas e curiosos de todo o mundo.
Muito ilustrado a p.b. e a cores, com 51 figuras no texto, entre desenhos esquemáticos, gráficos, mapas, fotografias, imagens de satélite, etc.
"De entre uma dezena de canhões existentes na margem continental portuguesa, o da Nazaré é sem dúvida o mais imponente. Para além de ser um dos maiores do mundo, ele rasga por completo a plataforma continental, perpendicularmente à costa, e estende-se por mais de 220 km. A Norte do canhão a plataforma é estreita (40-50 km) e plana, com um declive médio da ordem de 0.3%. A Sul do canhão a plataforma torna-se ainda mais estreita e menos profunda, apresentando-se confinada pelo Cabo Carvoeiro (Peniche) e as Ilhas das Berlengas.
Sendo um gigantesco acidente topográfico, o canhão da Nazaré desempenha um papel preponderante na circulação regional das massas de água. As suas características favorecem o transporte de massa e energia entre as regiões das plataformas interna e o oceano profundo. A configuração de eixo do canhão promove a convergência da energia baroclínica e a divergência da energia barotrópica. Como resultado observa-se a propagação de uma maré interna de grande amplitude ao longo do seu domínio interno, assim como uma redução da amplitude da maré junto da costa da Nazaré."
(Excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
25€
LENINE, V. I. - O OPORTUNISMO NOS PROBLEMAS DE ORGANIZAÇÃO. [S.l.], [s.n.], [1975?]- In-8.º (21 cm) de 20, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo revolucionário de circulação clandestina, edição do Secretariado do Comité Regional Enver Hoxha, com o fim de armar ideologicamente os camaradas. Trata-se de um folheto policopiado de propaganda comunista, estamos em crer que da responsabilidade do PCP(R), publicado pouco tempo após o 25 de Abril de 1974, para "instrução das massas populares".
"A tese fundamental de Axelrod (nº. 57 da Iskra) é a seguinte: "Desde o início", o nosso movimento continha duas tendências opostas, cujo antagonismo respectivo se devia necessàriamente desenvolver e reflectir-se no nosso movimento, à medida que ele próprio se desenvolveu". A saber: "O objectivo proletário do movimento (na Rússia) é um princípio o mesmo que o o da social-democracia do Ocidente". Mas entre nós a acção sobre as massas operárias provém "dum elemento social que lhe é estranho" - os intelectuais radicais. Assim pois, Axelrod constata um antagonismo entre duas tendências, uma proletária, outra intelectual radical no nosso partido. [...]
Quem defende as tendências proletárias no nosso movimento, quem sublinha que o operário não receia a organização, que o proletário não simpatiza com a anarquia, que aprecia o estimulante "organizai-vos!" quem põe de sobreaviso contra os intelectuais burgueses, completamente impregnados de oportunismo? Os Jacobinos da social-democracia. E quem introduz no partido os intelectuais radicais, quem se preocupa com os professores, com os colegiais, com os isolados, com a juventude radical? O Girondino Axelrod e o Girondino Liber."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
10€

22 janeiro, 2020

A LUA. Texto de O. Binder. Ilustrações de G. Solonevich. Tradução de Carlos Santos. Lisboa, Editorial Verbo, 1963. In-8.º (20,5 cm) de 53, [1] p. ; mto il. ; E. Col. Ver e saber : Maravilhas do Mundo e da Ciência, 4
1.ª edição.
Curiosa monografia de educação científica sobre a Lua, publicada originalmente em 1962 (versão portuguesa, 1963), sete anos antes do homem pisar solo lunar.
Ilustrada com fotografias a p.b. e bonitos desenhos a cores ao longo do texto.
"Com um diâmetro de 3473 km, a Lua tem cerca de 1/4 do tamanho da Terra. Para um satélite é bastante. De todos os satélites dos nove planetas do nosso sistema solar a Lua é o sexto em tamanho. Apesar das suas dimensões, o peso (massa) da Lua é apenas 1/80 do da Terra. A Lua compõe-se de elementos mais leves e provavelmente não terá um denso núcleo de ferro, como a Terra. Em virtude dessa massa mais leve, tem a Lua à superfície, uma baixa atracção de gravitação, 1/6 da da Terra. Um homem de 90 quilos pesaria na Lua apenas 30."
(Excerto de A Lua, mundo nosso vizinho)
"Em 11 de Outubro de 1958, a aviação americana enviou o Pioneiro I, míssil de 80 kg, a uma altura de 115 000 km, quase um terço da distância à Lua. [...]
Outros mísseis serão enviados em direcção à Lua. Todas essas experiências lunares serão baseadas nas leis imutáveis do movimento no espaço. Um míssil tem de atingir, pelo menos, uma velocidade horária de 40 000 km, a fim de se libertar da poderosa atracção gravitacional da Terra.
Depois construir-se à um míssil que não só aterre na Lua como a deixe por si próprio, para voltar à Terra. Para tanto será necessária uma reserva de combustível que lhe permita vencer a velocidade de escape da Lua (8400 km/h).
Então, depois de esse mísseis terem preparado o caminho, uma nave espacial pilotada por homens alcançará a Lua. Ninguém sabe exactamente quando chegará esse dia. As previsões variam entre 1965 e o fim do século."
(Excerto de Direcção: Lua)
Matérias:
- A Lua, mundo nosso vizinho. - A origem da Lua. - O mapa das paisagens lunares. - As crateras e os raios. - As fases da Lua. - Eclipses. - As marés. - Como nos servimos da Lua. - Direcção: Lua.
Encadernação cartonada do editor.
Exemplar em bom estado de conservação. Capas com pequenos defeitos.
Invulgar.
Indisponível

21 janeiro, 2020

OLIVEIRA, JUNIOR, Duarte d' - O JARDIM NA SALA. Por... Redactor do Jornal de Horticultura Pratica. Socio correspondente da Real Associação de agricultura e botanica de Gand e da Associação de arboricultura da Belgica. Porto, Typ. de Bartholomeu H. de Moraes, 1876. In-8.º (20 cm) de 306 p. ; [1] f. il. ; il. ; C.
1.ª edição.
Curioso manual de horticultura oitocentista. Ilustrado com inúmeras gravuras nas páginas de texto e o retrato do autor em separado.
"Se quereis saber o que são affeições, é tractar de flores.
Ellas pagam nos perfumes, no colorido das petalas e na frescura da folhagem, os nossos carinhos, mas se lhes negaes o mimo, a assiduidade do tractamento, se as privaes da agua e da luz, se as deixaes emfim ao abandono, vel-as-heis tristes, desfallecidas, mortas, e a sua morte será o vosso desespero e a accusação que vos dirigem.
O amador de plantas deve ter um coração de mãe, um sentimento apurado, uma intuição da natureza. Cada planta é um filho. É preciso velar pelo seu destino, acompanhal-a desde o berço, sorrir-lhe todos os dias, observar o seu desenvolvimento.
É, pois, dever de qualquer amador o possuir tudo o que fôr necessario, não só para a conservação da planta, mas para a sua reproducção. A horticultura tem hoje um arsenal variado, e entre os diversos instrumentos que a industria horticola tem inventado, deve mencionar-se em primeiro logar o estufim ou estufa pequena."
(Excerto de O jardim na sala)
José Duarte de Oliveira Júnior (1848-1927). Escreveu no Jornal de Horticultura Prática. "Os primeiros números da publicação apresentam-no simplesmente como redactor; mas, com o passar dos anos, vão alastrando os títulos debaixo do nome: membro de umas tantas academias, sócio correspondente de umas quantas sociedades. Uma rápida pesquisa na Porbase indica-o como autor de meia dúzia de brochuras - sobre araucárias, sobre a filoxera e o vinho do Porto, e até sobre pomologia. Além dos muitos escritos seus que há no JHP, outros esporádicos apareceram no Jornal Hortícolo-Agrícola (1893-1906) e n'O Tripeiro (fundado em 1908). A vivacidade e o saber dos textos de Oliveira Júnior no JHP tornam imperativo conhecer a sua vida e formação, que têm algo de surpreendente.
Nasceu em Outubro de 1848 na freguesia da Vitória, no Porto, filho de um próspero comerciante de panos estabelecido na rua dos Clérigos; o pai mandou-o educar-se em Inglaterra - e, embora não seja de supor que o jovem tenha descurado os estudos úteis ao comércio, quando regressou a sua vocação era decididamente outra, como dá conta Alberto Pimentel em O Porto há trinta anos (Livraria Universal de Magalhães & Moniz, Editores, Porto : 1893): «A floricultura era considerada um capricho de imaginações romanescas. Toda a gente se admirou de que o snr. Oliveira Júnior, vindo de fazer a sua educação em Londres, desse mais atenção às flores do que à calçada dos Clérigos, onde a sua família enriquecera pelo comércio.». Oliveira Júnior tinha pois 21 anos quando se estreou como redactor do JHP - e desde o início escreveu com a segurança de quem domina inteiramente o seu assunto. Não deixou de ser comerciante - por morte do pai, ampliou o negócio da família, inaugurando os Grandes Armazéns do Carmo - mas, aproveitando terras herdadas da família materna, foi também agricultor no Minho, criador do famoso vinho Porca da Murça. Morreu em Novembro de 1927, sem deixar descendência - nas palavras do próprio, a sua única filha conhecida foi uma camélia, de cor vermelho tinto com manchas brancas, criada em 1871 por Marques Loureiro e por ele chamada Duarte de Oliveira."
(Fonte: http://dias-com-arvores.blogspot.pt/2005/05/jos-duarte-de-oliveira-jnior-redactor.html)
Encadernação "caseira" cartonada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas e miolo com picos de acidez.
Raro.
Indisponível

20 janeiro, 2020

FIGUEIREDO, Anthero de - TRISTIA. Com um prefacio de João Penha. Lisboa, M. Gomes, Editor : Livreiro de Suas Magestades e Altezas, MDCCC XCIII [1893]. In-8.º (17 cm) de [4], XIII, [1], 75, [7] p. ; E.
1.ª edição.
Primeira obra do autor que não mais viria a ser reeditada. Muito valorizada pelo prefácio de João Penha (1838-1919).
Desta edição tiraram-se 410 exemplares. O presente, leva o n.º 59 da tiragem de 400 exemplares em papel de linho numerados de 11 a 410.
"Deus, no principio, fez meia duzia de leis, com as quaes rege os mundos e os seres. Certos philosophos reconhecem a existencia d'essas leis; confessam, contra vontade, que não foi o homem quem as fez, mas negam a existencia de Deus. Para elles e para os seus sectarios, Deus é o homem. Para nós, tambem: para nós o homem é o Deus que faz pernas de pau. Outros, pelo contrario, põem as mãos nas aras em como Deus existe, fundando-se sobretudo na existencia d'aquellas mesmas leis, as quaes, segundo dizem, se não fizeram a si mesmas, e tiveram, como tudo que se observa, um principio. Para estes, e para todos os mais que ainda não tiveram tempo de pensar sobre esta materia, o homem não passa de um modesto semi-deus, sujeito a todas as contingencias d'esta vida, quanto ao corpo, mas eterno, quanto á alma, na sua evolução progressiva atravez do infinito."
(Excerto do Prefacio)
Antero de Figueiredo (Coimbra, 1866 - Foz do Douro, 1953). Escritor português. Cursou Medicina na Universidade de Coimbra, mas formar-se-ia em Letras, na Universidade de Lisboa (1895). "Tendo interrompido os estudos por doença, viajou pela Espanha, França, Itália, Estados Unidos e Inglaterra. Foi durante a sua permanência na América que escreveu o seu primeiro livro, o poema em prosa Trístia, que veio a ser prefaciado por João Penha e com o qual fez a sua estreia literária. Regressado a Portugal, matriculou-se no Curso Superior de Letras de Lisboa, concluindo os estudos em 1895, com as mais altas classificações. Durante alguns meses foi director da Escola de Belas-Artes do Porto (1918) e pertenceu, desde 1911, à Academia das Ciências de Lisboa.
Senhor de uma fina sensibilidade plástica apurou-se na descrição de paisagens e personagens, compondo grandes frescos históricos, numa linguagem que alia o requinte à sobriedade, a erudição à observação pessoal. Legou-nos impressões de viagens, novelas passionais vagamente camilianas, em que o lirismo romântico se combina com a exacerbação carnal, e cuidadas reconstituições históricas. Na última fase, a sua ficção tornou-se uma apologética do catolicismo, procurando reencontrar a fé pelos caminhos da arte. Tentou também o teatro, com a peça Estrada Nova (1900), mas abandonou completamente este género. Os seus títulos mais significativos serão: Recordações e Viagens, D. Pedro e D. Inês, Cómicos, Doida de Amor, Miradouro, Fátima, O Último Olhar de Jesus, Non Sum Dignus."

(Fonte: http://www.cm-porto.pt/cultura/agenda/antero-de-figueiredo-1866-1953)
Belíssima encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Ex-libris da biblioteca de Salema Garção.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

19 janeiro, 2020

AMIS, Martin - KOBA O TERRÍVEL : o riso e os vinte milhões. Tradução de: Telma Costa. Lisboa, Teorema, 2002. In-4.º (23 cm) de 312, [4] p. ; [8] p. il. ; B.
1.ª edição.
Biografia de José Estaline, o homem forte da U. R. S. S. durante três décadas, primeiro como Secretário Geral do PC soviético, e mais tarde, como chefe de estado.
Ilustrada com fotografias a p.b., algumas delas verdadeiramente chocantes, distribuídas por 8 páginas separadas do texto.
"Koba foi uma das alcunhas de Iossif Vissarionovitch Djugashvili, filho único de uma família pobre, que, em nome do povo, chegaria ao poder de uma superpotência e o mundo conheceria como Estaline, o "homem de aço". A repressão, as prisões, as torturas, os assassinatos, os gulags, a solidão de um homem perturbado e perturbante, cuja acção devastadora talvez ainda não seja conhecida na totalidade. "Koba, o Terrível", não é um livro de um historiador, mas talvez por isso mesmo chega mais fundo a tentativa de percepção de um homem e de um tempo."
(Fonte: wook)
"Em Novembro de 1915 Lenine escreveu ao seu colega Viatcheslav Karpinski a pedir um grande favor: descobre-me (pergunta ao Stepko [N. D . Kiknadze] ou ao Mikha [M. G. Tskakaia]) o nome «Koba» (é o Iossif Dj...? esquecemo-nos). É muito importante!!! [...]
Em 1915 Lenine conhecia Estaline há dez anos. Em 1912 nomeara-o pessoalmente para o Comité Central. Nesse mesmo ano Estaline atravessou duas vezes a fronteira austríaca (clandestinamente) para visitar Lenine em Cracóvia. Lenine refere-se-lhe como «o meu magnífico georgiano». E no entanto não conseguia lembrar-se do seu nome. «É muito importante!!!», observa Lenine. E é mesmo. [...]
Quando foi anunciado o novo governo, em 1917, o nome de Estaline era o décimo quinto e último. (Recordar essa posição não era aconselhável em 1937-38). Estaline era a diligente mascote rafeira de Lenine, o seu cão piolhoso. Cinco anos depois Lenine sentiu que o cão começara a ferver de raiva. Dois anos antes, pelo que toca a Lenine, o cão nem sequer tinha nome.
Melhor será tratarmos aqui da desconcertante conversa telefónica entre Estaline e a mulher de Lenine, Krupskaia, a 22 de Dezembro de 1922, em que Estaline lhe chamou, entre outras coisas (assim corria no partido), «puta sifilítica».
O momento é importante. Nesta fase, as relações Lenine-Estaline estavam no seu nível mais baixo, após a altercação da Geórgia. Por outro lado, quatro dias antes o Comité Central confiara a Estaline a responsabilidade pela assistência médica a Lenine. Treze dias depois Lenine redigiria o seu «Testamento» («Estaline é muito mal criado» e por aí fora). Mas somente em Março, na véspera do seu derradeiro ataque, contaram a Lenine o telefonema [de Estaline com a mulher]."
(Excerto de A mancha cinzenta, os olhos amarelos ["retrato" de Estaline] - II Parte)
Índice:
I Parte - O Colapso do valor da vida humana. II Parte - Iossif, o Terrível: a via curta. III Parte - Quando nós, os mortos, acordarmos.
Martin Amis (n. 1949). "É um dos autores de língua inglesa mais importantes e controversos da atualidade. Nasceu no País de Gales e é filho do escritor Kingsley Amis. A matéria-prima dos seus romances radica no absurdo da condição pós-moderna e nos excessos do capitalismo tardio das sociedades ocidentais; e o seu inconfundível estilo é compulsivo, terrivelmente vivo. Saul Bellow, Vladimir Nabokov e James Joyce são as suas grandes referências literárias. Por seu turno, influenciou uma nova geração de romancistas, como Will Self ou Zadie Smith."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
15€

18 janeiro, 2020

MOREIRA, António Mendes - PENSANDO NO VALE DO SOUSA (ontem, hoje e amanhã). [S.l.], [s.n. - Imp. Coovaforme, Porto : Depositária: Livraria Maia, Paredes], [1981]. In-8.º (19 cm) de 79, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio monográfico sobre o Vale do Sousa, contemplando o tempo passado e o presente, aproveitando o autor, médico de profissão, para projectar o futuro da região no contexto regional e nacional.
"O bairrismo bebi-o porventura com o leite, com ele terei dados os primeiros passos, soletrado as primeiras letras, brincado e bulhado com os companheiros da escola ou da vizinhança, subvivido durante oito anos num internato, conquistado o canudo universitário e ainda jornadeado nos primeiros duros anos da clínica.
Como de costume, à terra mais próxima em afinidades, interesses ou desenvolvimento cabe o papel de rival e, muitas vezes, até de adversário.
Paredes e Penafiel, sedes de concelho próximas como não existe nenhum caso semelhante no país provinciano, viviam de costas voltadas e, quando tinham necessidade de encarar-se, isso acontecia sempre através de rosto feio, alma carregada, e epítetos mais ou menos venenosos de «tremoceiros» e «albardeiros»."
(Excerto de Ontem)
António Augusto Mesquita Mendes Moreira (1926-2014). "Médico desde 1951 e delegado de saúde de Paredes, terra onde nasceu em 5 de Julho de 1926, é membro da Associação Portuguesa de Escritores e da Sociedade Portuguesa de Escritores Médicos."
(Excerto da Súmula biobibliográfica)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
25€

17 janeiro, 2020

ABREU, Solano d' - UM ANJO SEM AZAS. Texto de... Illustrações de José Motta. Lisboa, Officinas Typographica e de Encadernação Movidas a electricidade Da Parceria Antonio Maria Pereira, 1907. In-8.º (18,5 cm) de 371, [5] p. ; il. ; E. Col. Galeria Provinciana, II
1.ª edição.
Romance de inspiração rural. Trata-se de uma crítica às elites provincianas, escrita com humor e veia satírica. Livro ilustrado nas páginas de texto com bonitos desenhos a p.b.
"Dissolvida a camara legislativa os deputados provincianos regressaram á terra.
O doutor Marcos Brandão tinha chegado a casa no comboio da madrugada.
O Brandão, depois de ter casado com a velha Mauricia, irman e rica herdeira do prior, pediu a demissão de delegado do procurador regio, fez-se candidato a deputado, e não lhe custou muito entrar em S. Bento com o auxilio do dinheiro da mulher e o favor do governo, que assim explorou a vaidade do doutor e compartilhou a herança do padre."
(Excerto do Cap. I, Nos braços dos eleitores)
Francisco Eduardo Solano de Abreu (1858-1941). "Nasceu a 19 de Julho de 1858 em Abrantes, tendo-se formado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1885. Embora tenha exercido advocacia e a magistratura, foi noutras áreas que se tornou conhecido na sociedade abrantina, nomeadamente como empresário agrícola e sobretudo na área de assistência social, onde a sua filantropia o tornou estimado de muita gente a quem ajudou a minorar múltiplas carências socio-económicas. A título de exemplo refira-se a fundação em 1921 da Sopa dos Pobres ligada ao Montepio Abrantino a cujos corpos sociais pertenceu. Pelas suas atividades humanitárias recebeu o grau de Comendador da Ordem de Benemerência e a medalha de Mérito, Filantropia e Generosidade.
Homem de cultura e amante das atividades cénicas, foi diretor do jornal "Correio de Abrantes e escreveu romances e peças de teatro, como a revista "No País da Aletria" que foi representada no desaparecido Teatro Ator Taborda. Solano de Abreu faleceu em 1941."
(Fonte: ae1abrantes.esdrsolanoabreu.pt)
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a negro e ouro na pasta frontal e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

15 janeiro, 2020

FIGUEIREDO, António d’Almeida – GASES DE COMBATE. Patologia, Clínica e Terapêutica. Defesa Passiva. Adquirido pelo Estado Maior do Exército para as Bibliotecas Regimentais. 2.ª edição corrigida e aumentada. Por… Médico da Estância Sanatorial do Caramulo, Ex-assistente da Faculdade de Medicina de Coimbra. Coimbra, Coimbra Editora, L.da, 1939. In-4.º (26,5 cm) de [8], 216 p. ; il. ; B.
Livro ilustrado ao longo do texto com 44 figuras - fotogravuras e desenhos esquemáticos.
Estudo histórico e clínico sobre os gases de guerra e as suas terríveis consequências, socorrendo-se o autor de amostragens de gaseados da Grande Guerra coligidas por clínicos da especialidade. O presente estudo foi publicado pouco antes do deflagrar da 2.ª Guerra Mundial, justificado, nas palavras do autor, com “o enublamento do horizonte internacional agravado ao ponto de já ter rebentado a tempestade ao longe”.
 
“Definiremos gases de combate «as substâncias químicas, que não sendo explosivas, são empregadas na guerra com o fim de exercer sobre o organismo humano perturbações ou lesões susceptíveis de causar a morte, ou a impossibilidade de combater».
Esta definição abrange, portanto, quer substâncias gasosas, como o cloro, quer líquidas, como a iperite, quer sólidas, como as arsinas.”
(Excerto do texto)
Matérias:
I. Gases de Combate: Generalidades. História. II. Gases de Combate: Definição. Características. Classificação. III. Descrição. IV. Anatomia patológica. V. Fisiopatologia - Sintomatologia. VI. Sequelas. VII. Tratamento. VIII. Defesa passiva. IX. Detecção e neutralização. X. Protecção individual. XI. Protecção colectiva.
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

14 janeiro, 2020

OLIVEIRA, J. Agostinho d’ – PADRE ANTONIO. Romance. Edição Popular. Porto, Casa editora de Antonio Figueirinhas, 1901. In-8.º (17 cm) de [8], 241, [7] p. ; E.
1.ª edição.

Romance campestre onde se destaca, nas palavras do editor, quadros flagrantes de verdade na figura angélica dum bom cura, e de todos os personagens que se agrupam à sua volta, "e que não falam a linguagem cynica dos romances de fancaria".
"Expirava Setembro n'umas tardes quasi piedosas de poesia triste, as manhãs já frias, arripiadas pelos primeiros sopros do outomno.
Na grande vinha, áquella hora da tarde, a faina dos vindimadores tinha um concerto festivo, vibrantissimos os cantos das mulheres, e tão crystallinos e voláteis como a agua de pequenos rios que murmurassem núma delicia de sonho moribundo e indefinido...
O casal, d'uma alvura encantadora, dominava toda a planicie, deixando atraz de si uma ladeira áspera, de que elle parecia ter despenhado, como um idyllio vaporoso arrojado á campina num delirio muito d'alma.
Passavam muitas ranchadas de homens ao largo na velha estrada, cheia de barrancos e marginada espessamente de soutos e, na sua alegria de vindimadores que vão de bolso quente em caminho do repouso do lar, havia a suggestiva expansão do ignorado luctador ingenuo que não quer perder um ensejo de colher allivio e perfume na aspereza tragica da vida.
O velho lavrador, sentado abandonadamente n'um cesto vindimo, calculava com sua mulher a producção maravilhosa e inesperada d'aquelle anno."
(Excerto do Cap. I)
José Agostinho de Oliveira (Lamego, 1866 - Lisboa, 1938). "Mais conhecido por José Agostinho, foi um professor, escritor, dramaturgo e crítico literário português. Autor de vasta obra em prosa e em verso. Escreveu ainda para a imprensa portuguesa e brasileira.”
(Fonte: wikipédia)

Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Pasta anterior levemente manchada. O prefácio do editor precede as folhas de rosto e anterrosto.
Raro.
Indisponível

13 janeiro, 2020

CAFÉ PORTUGUÊS. [Colaboração de Maria de Lourdes Modesto]. [S.l.], Ministério do Ultramar : Delegação Comercial do Ultramar, 1964. In-8.º (22 cm) de [12] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa peça dos serviços de propaganda comercial do Estado novo, procurando divulgar o café produzido nas colónias através da publicação de folhetos como o presente, neste caso dedicado às aplicações do produto na confecção de doçaria.
Livrinho ilustrado ao longo do texto com fotos a p.b. e a cores da autoria de Alcino Sengo.
"Os cafés oriundos das Províncias Ultramarinas Portuguesas cada vez mais se têm imposto pela sua qualidade, sendo de evidenciar, nos de Angola, os do tipo ROBUSTA e, nos de Timor, os de tipo ARÁBICA.
Os ROBUSTA têm a particularidade de poder ser consumidos puros ou permitir uma mistura com café de outras origens e qualidades, existindo nas variedades AMBOIM, AMBRIZ, CAZENGO e CABINDA.
Os ARÁBICAS, de Cabo Verde, S. Tomé, Timor e Angola, associam-se admiràvelmente aos cafés ROBUSTA, sem alterar as suas qualidades aromáticas e têm a maior aceitação junto dos consumidores e apreciadores."
(Introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito interessante.
Sem registo na BNP.
Peça de colecção.
20€

12 janeiro, 2020

LECLERCQ, Abbé Jacques - GUERRE ET SERVICE MILITAIRE DEVANT LA MORALE CATHOLIQUE. Bruxelles, Éditions de la Cité Chrétienne, 1934. In-4.º (25 cm) de 81, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo sobre os aspectos religiosos e de ética cristã na Grande Guerra.
Índice:
Introduction. | Guerre et guerres. | L'Eglise et la guerre. | Des causes de guerre justes. | Des guerres à intérêt limité. | Du service militaire obligatoire. | Des sanctions internationales. | De la confiance dans les gouvernants.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Ex-libris de Fernando Castelo Branco.
Invulgar.
Indisponível

11 janeiro, 2020

BRETÃO, José Noronha - "NA ALEGRIA VOS SAUDAMOS" - Danças e Bailinhos no Entrudo de 1985. [Angra do Heroísmo], Comissão Executiva das Comemorações do 450.º Aniversário de Elevação de Angra a Cidade, 1985. In-4.º (24 cm) de 8 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa: pintura de Van der Hagen. 
Curiosa monografia sobre o carnaval na Ilha Terceira. Ilustrada com 4 fotografias a p.b. ao longo do texto.
Tiragem: 500 exemplares.
"Com maior ou menor rigor aí estão, uma vez mais e no seu "tempo próprio", as Danças de Entrudo e Bailinhos do Carnaval da Ilha Terceira.
"Presença" do Povo a quem, prioritáriamente, se destinam, umas e outros vem cumprir o seu papel no maio Festival (ou encontro, ou convívio, como queiram) de Teatro Popular que nestas ilhas se realiza e desde há muitos anos. Sem convites, sem prémios, sem anúncios, as Danças e Bailinhos como que "explodem" em tudo quanto é lugar de convivência. E quem percorrer (como milhares percorrem) as Sociedades Recreativas desta ilha nos três dias de Carnaval, há-de encontrar em todas elas um público atento e participativo que ainda se não cansou de ver e aplaudir as saudações de um Mestre, os ditos picantes de um Ratão, as falas graves ou alegres de um rei, de um Santo de altar ou emigrante de torna viagem. E não se cansará nunca de bater os pés ao ritmo dos dançarinos das alas que, a abrir e a fechar, "marcarão" o tom que o Mestre pontuará de espada em riste.
É assim todos os anos e não há que procurar explicações difíceis ou rebuscadas: o Teatro, aqui e assim, é Festa do Povo e não tem que pedir licença. Acontece tão naturalmente como acontecem os dias do ano, as chuvas e as trovoadas, as manhãs de Sol e as tardes de calmaria."
(Excerto do texto, Festa da Fraternidade)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

10 janeiro, 2020

FIGUEIREDO, Anthero de - DOIDA DE AMOR : novella. Lisboa, Livraria Ferreira, 1910. In-8.º de (19 cm) de 207, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Rara edição original desta novela "picante", uma das mais estimadas obras de Antero de Figueiredo, que até 1936 conheceu 10 edições.
Livro muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor - datada de Novembro de 1910 - a Carlos Malheiro Dias (1875-1941), conhecido jornalista, romancista e historiador.
"Querido Raul: - Na verdade, tu queres, meu pobre amigo, fazer uma grande desgraça? Não sabes que luto ha dias para não commeter a loucura de matar a minha filha, e de me matar?! Não sabes que por momentos perco a razão? Não posso mais! Ha dois mêses que me não escreves uma só palavra!; ha dois mêses que me abandonaste completamente! Estou doente. Não me seguro em pé! Já não posso chorar!... Para isto acabar mais depressa, não me alimento; mas é um morrer a fogo brando!... porque a vida sem o teu amor e com o teu desprêzo me é mais insuportavel que mil mortes, prefiro morrer!; e se não acabei já comigo, foi por me lembrar da criança que fica só no mundo. Tivesse eu coragem de a matar, ou de a deixar, que era um instante!... Cheguei ao extremo! Tu, sómente tu - tu que me accusas - és o culpado de tudo, tu só! Não se põe uma mulher doida de amor, como tu fizeste, para em seguida a repellir, sob pretexto inventado por detestaveis criaturas que te segredaram coisas infames, em que tu, alma fina, alma de artista, acreditaste!"
(Excerto do Cap. I)
Antero de Figueiredo (1866-1953). "Nasceu em 1866, em Coimbra e faleceu no Porto, em 1953. Escritor que se dedicou a vários géneros literários, a sua escrita evolui dum Decadentismo-Simbolismo “fim-de-século”, expresso em poemas em prosa (Trístia, 1893; Além, 1895), para romances de fundo lírico mas de que não são estranhas certas notas eróticas (Cómicos, 1908; Doida de Amor, 1910), para a ficção histórica revivescida na época (D. Pedro e D. Inês, 1919; Leonor Teles, 1916; D. Sebastião, 1924) e, ao cabo, para um idealismo de profundas raízes católicas (O Último Olhar de Jesus, 1928; Fátima, 1936; Amor Supremo, 1940). Nem o acendrado nacionalismo, nem as qualidades de fino estilista foram suficientes para lhe dar permanência no interesse da crítica e dos leitores. Escreveu ainda relatos de viagens (Recordações e Viagens, 1904; Jornadas em Portugal, 1918; Espanha, 1923; Toledo, 1932)."
(Fonte:
http://triplov.com/antero-de-figueiredo-antecipa-camus/)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de b
rochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Pasta frontal com pequenos defeitos.
Raro.
50€