23 abril, 2017

BENSABAT, José Jacob - A VERDADE DOS FACTOS OCORRIDOS NA VILA DA ERICEIRA NA OCASIÃO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA. Por... ex-Delegado Marítimo do Porto desta Vila. Prefácio de Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. [S.l.], Liga dos Amigos da Ericeira, [1990]. In-8.º (20cm) de VIII, 33, [5] p. ; [6] f. il. ; B.
Opúsculo publicado por ocasião do 80.º aniversário do embarque da Família Real na Praia dos Pescadores (Ericeira) rumo ao exílio; reproduz com fidelidade o texto editado originalmente em 1929.
Ilustrado com 6 fotogravuras extratexto.
"Umas vezes deturpada pelo facciosismo político e outras pela visão romântica do acontecimento, a partida do Rei D. Manuel II surge através de uma narrativa que procura ser fiel à verdade dos factos. Foi seu autor um dos personagens que teve um papel mais activo na preparação do embarque, por ser o delegado marítimo no porto da Ericeira. Funcionário adstricto ao Ministério da Marinha, coube a José Jacob Bensabat dar as instruções e executar as principais tarefas que se ligaram à condução da Família Real para bordo do iate D. Amélia. Mais do que uma testemunha verídica, ele foi a personagem central da complexa movimentação de que a Ericeira se tornou o cenário, com a partida para o desterro de um rei jovem e portador das maiores esperanças.
O opúsculo A Verdade dos Factos comprova uma série de factos que ao tempo foram postos em causa e que são da maior impirtância para compreender a atitude da Coroa face à revolução triunfante. Antes de mais, que D. Manuel II não pretendeu fugir às obrigações reinantes, ao contrário do que os seus adversários políticos então propalaram. Era intenção do Monarca dirigir-se à cidade do Porto, para ali arvorar o pendão da resistência à República nessa manhã aclamada nos Paços do Conselho da capital. O embarque da Ericeira não correspondeu, pois, a uma fuga às responsabilidades, porque traduzia uma forma de resistência que as circunstâncias posteriores, pela decisão do comandante do iate de seguir para Gibraltar, impediram de se concretizar. [...]
Muito haveria a referir sobre a importância da narrativa de José Jacob Bensabat que, no dizer de Jaime Lobo e Silva, autor dos Anais da Vila da Ericeira, «é o único relato verdadeiro do embarque da Família Real para o exílio». Em presença das muitas versões que então correram sobre o acontecimento, a maior parte delas sem qualquer veracidade, o antigo capitão do porto da Ericeira entendeu, em 1929, registar o seu testemunho de homem de consciência tranquila."
(excerto do prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

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