09 abril, 2012

DIAS, Da Cunha – O DESFALQUE DO TESOURO. Factos & Comentários á Administração Publica. Paris-Lisboa, Livrarias Aillaud & Bertrand, 1925. In-8º (15,5cm) de 279, [1] p. ; [1] corrig. ; il. ; B.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Carlos d’Ornelas.
“Se eu fosse político, e sendo-o, se eu fosse poderoso, chamaria a capítulo todos os senhores mestres das últimas gerações para os criminar pelo que fizeram desta Pátria. […] E foi a perniciosa influência das escolas, onde – salvas as excepções que esta regra confirmam – mais valeu a «empenhoca» só, do que juntos o estudo e o valor, que em poucas gerações, apodrentou as classes dirigentes. E estas, por seu turno, contaminaram, por essa irresistível osmose do exemplo, as outras classes. E do conjunto resulta esta respeitável democracia que, coerente, votou a honra e a virtude ao ostracismo. Esta sociedade canalha onde todos se conformam, em que tudo putrifica.” (excerto do texto)
Obra crítica do sistema administrativo português da época, nela o autor desfere violento ataque à honra e ao carácter de Rego Chaves* que reputa de corrupto e ladrão. E deste Rêgo Chaves era tudo o que sabia. Nada mais. Conhecia o Batata, que fôra aluno do Colégio Militar, e era oficial de engenharia; ignorava que esse mesmo era deputado, era um incorrigível jogador, e fôra ministro e gatuno. Não sabia!.
*Francisco da Cunha Rego Chaves (1881-1941), “militar, político e alto funcionário ultramarino. Foi, interinamente, chefe de gabinete do ministro da Guerra no governo anterior ao de Pimenta de Castro. Participa activamente na revolta de 14 de Maio de 1915, apostada em derrubar a ditadura general Pimenta de Castro. Exerceu dois mandatos como deputado - de 1919 a 1921, por Aljustrel, e de 1922 a 1925, por Lisboa. Candidatou-se ao Senado em 1922,por Aveiro. Filiado no Partido Democrático, de cujo Directório fez parte, em 1920, aderiu ao Partido Reconstituinte, tendo feito parte do governo de Sá Cardoso, como ministro das Finanças, de 29 de Junho de 1919 a 3 de Janeiro de 1920. Voltaria a participar no governo de Cunha Leal, como ministro das Colónias, de 16 de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922, tendo solucionado a grave situação económica em que se encontrava Cabo Verde.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação; capas ligeiramente oxidadas.
Invulgar, com interesse histórico.
15€

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