15 dezembro, 2023

VALDEZ, César -
AVENTURAS DE UM CAÇADOR DE FERAS.
Episódios ocorridos na caça do leão, do elefante, do tigre, do urso, da pantera, do leopardo, do crocodilo e outros animais ferozes. [Por]... Sócio honorário do Clube dos Caçadores de S. Paulo de Luanda. Lisboa, Emprêsa Literária Universal, [193-]. In-8.º (19x13,5 cm) de 47, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Série de episódios relatados pelo autor, caçador profissional, na sua demanda pelos santuários dos grandes predadores.
Obra importante, rara, sinalizada como título de referência na bibliografia portuguesa de caça grossa. Apesar disso, a BNP não menciona. Ainda assim, em trabalho publicado pela mesma biblioteca no âmbito da exposição 200 anos do romance de aventuras em Portugal, o livro é referido junto com alguns outros sobre o mesmo tema. Infra reproduzimos excerto:
"Alguma literatura de sinal animalista - da escola africanista dominada pela elegante pena de Henrique Galvão -, um ou outro título de antevisão histórica (cf. Gambetta Neves, O licor vermelho), de Utopia negativa (cf. Virgílio Martinho, O grande cidadão), expedições cinegéticas (cf. Diocleciano Neves, Itinerário de uma viagem à caça do elephante; cf. César Valdez, Aventuras de um caçador de feras; cf. João Teixeira de Vasconcelos, Memórias de um caçador de elefantes)."
Livro raro, ilustrado no texto com 11 bonitos desenhos da autoria de Fonseca, que também assina a capa. Aí está impressa a informação "17 gravuras originais", número que não corresponde ao número de desenhos, apontando para possível erro de impressão.
"Comecei a minha vida de caçador quando apenas contava 18 anos, e os meus primeiros tiros foram disparados contra inofensivos patos bravos, na Azambuja, e não menos inofensivos coelhos nos campos de Vila Nova da Rainha ou para os lados do Sabugo.
Lembro-me que, então, a minha perícia de atirador deixava muito a desejar, pois, geralmente, os coelhos «riam-se» de mim, e as cargas dos meus cartuchos iam apenas atingir os tronos das árvores ou perderem-se no infinito.
Todavia, a-pesar-da minha pontaria desastrada, que provocava o riso aos meus companheiros de jornadas venatórias - caçadores já experimentados e afortunados - pois que a caça é como o jogo: carece de um pouco de sorte, - já nessa época eu sentia uma verdadeira paixão por êsse desporto, alimentando a ambição de chegar a ser um grande caçador. [...]
- Vocês ainda hão-de ver-me não me conhecer!
E assim foi, na realidade. Anos depois, os relatos das minhas aventuras, insertos nos jornais africanos e transcritos em uma das nossas revistas, deixava-os boquiabertos, duvidando que o desastrado César Valdez, que então apontava a uma perdiz e «matava» um pinheiro, fosse o mesmo que, nos sertões de África, caçava valorosamente panteras, leopardos, leões, elefantes e crocodilos.
Seria possível?
Era; e vou dizer-lhes como iniciei essa arrojada profissão de caçador de feras."
(Excerto de I - Um caçador desastrado)
Índice:
I - Um caçador desastrado. II - Uma caçada ínesperada. III - Sem dispara um tiro. IV - Quanto menos se espera. V - Caçada indígena ao crocodilo. VI - Caça ao marfim. VII - Rondando-nos a porta. VIII - A dois passos da morte. IX - Uma caçada ao urso pardo. X - Uma caçada aos tigres.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

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