OLIVEIRA, JUNIOR, Duarte d' - O JARDIM NA SALA. Por...
Redactor do Jornal de Horticultura Pratica. Socio correspondente da
Real Associação de agricultura e botanica de Gand e da Associação de
arboricultura da Belgica. Porto, Typ. de Bartholomeu H. de Moraes, 1876. In-8.º (20 cm) de 306 p. ; [1] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual oitocentista de horticultura e floricultura.
1.ª edição.
Curioso manual oitocentista de horticultura e floricultura.
Ilustrado com inúmeras gravuras ao longo do texto e o retrato do autor em separado.
"Se quereis saber o que são affeições, é tractar de flores.
Ellas pagam nos perfumes, no colorido das petalas e na frescura da folhagem, os nossos carinhos, mas se lhes negaes o mimo, a assiduidade do tractamento, se as privaes da agua e da luz, se as deixaes emfim ao abandono, vel-as-heis tristes, desfallecidas, mortas, e a sua morte será o vosso desespero e a accusação que vos dirigem.
O amador de plantas deve ter um coração de mãe, um sentimento apurado, uma intuição da natureza. Cada planta é um filho. É preciso velar pelo seu destino, acompanhal-a desde o berço, sorrir-lhe todos os dias, observar o seu desenvolvimento.
É, pois, dever de qualquer amador o possuir tudo o que fôr necessario, não só para a conservação da planta, mas para a sua reproducção. A horticultura tem hoje um arsenal variado, e entre os diversos instrumentos que a industria horticola tem inventado, deve mencionar-se em primeiro logar o estufim ou estufa pequena."
(Excerto de O jardim na sala)
"Se quereis saber o que são affeições, é tractar de flores.
Ellas pagam nos perfumes, no colorido das petalas e na frescura da folhagem, os nossos carinhos, mas se lhes negaes o mimo, a assiduidade do tractamento, se as privaes da agua e da luz, se as deixaes emfim ao abandono, vel-as-heis tristes, desfallecidas, mortas, e a sua morte será o vosso desespero e a accusação que vos dirigem.
O amador de plantas deve ter um coração de mãe, um sentimento apurado, uma intuição da natureza. Cada planta é um filho. É preciso velar pelo seu destino, acompanhal-a desde o berço, sorrir-lhe todos os dias, observar o seu desenvolvimento.
É, pois, dever de qualquer amador o possuir tudo o que fôr necessario, não só para a conservação da planta, mas para a sua reproducção. A horticultura tem hoje um arsenal variado, e entre os diversos instrumentos que a industria horticola tem inventado, deve mencionar-se em primeiro logar o estufim ou estufa pequena."
(Excerto de O jardim na sala)
José Duarte de Oliveira Júnior (1848-1927). Escreveu no Jornal de Horticultura Prática. "Os primeiros números da publicação apresentam-no simplesmente como
redactor; mas, com o passar dos anos, vão alastrando os títulos debaixo
do nome: membro de umas tantas academias, sócio correspondente de umas
quantas sociedades. Uma rápida pesquisa na Porbase
indica-o como autor de meia dúzia de brochuras - sobre araucárias,
sobre a filoxera e o vinho do Porto, e até sobre pomologia. Além dos
muitos escritos seus que há no JHP, outros esporádicos apareceram no Jornal Hortícolo-Agrícola (1893-1906) e n'O Tripeiro (fundado em 1908).
A vivacidade e o saber dos textos de Oliveira Júnior no JHP tornam
imperativo conhecer a sua vida e formação, que têm algo de
surpreendente.
Nasceu em Outubro de 1848 na freguesia da Vitória, no
Porto, filho de um próspero comerciante de panos estabelecido na rua dos
Clérigos; o pai mandou-o educar-se em Inglaterra - e, embora não seja
de supor que o jovem tenha descurado os estudos úteis ao comércio,
quando regressou a sua vocação era decididamente outra, como dá conta
Alberto Pimentel em O Porto há trinta anos (Livraria Universal de Magalhães & Moniz, Editores, Porto : 1893): «A
floricultura era considerada um capricho de imaginações romanescas.
Toda a gente se admirou de que o snr. Oliveira Júnior, vindo de fazer a
sua educação em Londres, desse mais atenção às flores do que à calçada
dos Clérigos, onde a sua família enriquecera pelo comércio.». Oliveira Júnior tinha pois 21 anos quando se estreou como redactor do
JHP - e desde o início escreveu com a segurança de quem domina
inteiramente o seu assunto. Não deixou de ser comerciante - por morte do
pai, ampliou o negócio da família, inaugurando os Grandes Armazéns do Carmo - mas, aproveitando terras herdadas da família materna, foi também agricultor no Minho, criador do famoso vinho Porca da Murça. Morreu em Novembro de 1927, sem deixar descendência - nas palavras do próprio, a sua única filha conhecida foi uma camélia, de cor vermelho tinto com manchas brancas, criada em 1871 por Marques Loureiro e por ele chamada Duarte de Oliveira."
(Fonte: http://dias-com-arvores.blogspot.pt/2005/05/jos-duarte-de-oliveira-jnior-redactor.html)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada com defeitos.
Raro.
45€
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