04 dezembro, 2023

CANTOS, P. - CAVA DE VIRIATO. - É necessário, é urgente, é oportuno valorizá-la! - Porque, para que, e... como.
- Ó CAVA, MONUMENTO Sem Par! Ao IX Congresso Beirão. - Antes <AVA do que <COVA!... ... Antes <AVA redi-viva, do que <COVA morta!
Viseu, P. Cantos, 1953. In-8.º (17 cm) de 32 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso opúsculo de Paulo de Cantos, autor de culto das artes tipográficas, em favor da Cava de Viriato (Viseu), "enigmática fortificação tradicionalmente atribuída a um tão glorioso quanto lendário período de resistência lusitana à conquista romana". (patrimoniocultural.gov.pt/)
Livrinho raro, por certo alvo de curta tiragem, ilustrado com duas fotografias no interior: Escarpa N. O. da fortificação; Planta Aerofotogramética, escala 1 : 8000.
Exemplar muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Celestino Gomes (1899-1960), ilustre médico, professor, escritor e pintor natural de Ílhavo.
No verso da capa encontra-se a bilbliografia consultada de A a Z, com o título: Fome B I B L I O G R Á F I C A, Fome de rato! (em A B C).
"CONTEMPLAI por instantes o MONUMENTO ÍMPAR!
- Pr'áqui é q'é Bjeu? (Cúpula d'granito dente-d'cavalo, profiroide, biotitico, a 494 metros d'Altitude).
- Estamos em Viseu, da Beira Alta, altíssima, entre todas a mais altaneira antiga província d'lei, q'é por seu turno d'Portugal, único grande país masculino da Europa e o mais velhinho (vetustez - fixidez d'fronteiras) e também (porque não reafirmar?) aquele q'proporcionalmente mais enche d'filharada o mundo inteiro...
- Estamos na «muy nobre Viseu» cidade heráldica, c'os seus 41 edifícios brazonados, metrópole-presépio onde tanto d'nós vimos pela 1.ª vez na Vida, a luz do dia.
- Estamos na amorosa Viseu urbe sagrada e consagrada por gerações d'homens-bons, santos e heróis q'sofreram, venceram e morreram pela grei, à beirinha duma monumental construção honra dos Beirões d'gema!
- Chegámos à <AVA do «pauia» (Documento séc. X). Senhoras e Senhores, é esta a Bendita <AVA. A alma veneranda da cidade mora aqui, é bimilenária (anterior a Cristo) mas está bem longe d'ser alma-do-outro-mundo!"
(Excerto de <AVA - I.)
Chave da <AVA (Índice):
Dedicatória - I. Esta é a escarpa. | I. <ontemplai o monumento Sem-Par, absolutamente Impar!!! | Planta fotogramétrica. |  II. Alerta, beirões, é necessário valorizá-la!! PARA QUE... III. Vinde ver portugueses, é urgente valorizá-la. PORQUE. IIII. Alegria, cidadãos do mundo, é oportuníssimo valorizá-la!!!! E COMO. | Posfácio....... Fora do texto.
Paulo de Cantos (1892-1979). "Nasceu em Lisboa, estudou em Coimbra, onde foi contemporâneo de Salazar. Foi professor no Liceu Pedro Nunes, reitor do Liceu Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim, fez cursos de química, belas-artes e até vitivinicultura. Regressou a Lisboa onde fundou o Centro de Profilaxia da Velhice na sua casa, e criou a Bibliarte, um alfarrabista por onde passaram Fernando Pessoa, Cesariny, entre outros.Não é fácil sintetizar quem foi Paulo de Cantos (1892-1979). Professor, editor, gráfico, filantropo, filólogo. Foi tudo isto, mas talvez a melhor forma de o descrever seja a expressão “o livr-o-mem” (o livro-homem). O interesse em torno de Paulo de Cantos surge precisamente por causa dos livros, manuais didácticos, opúsculos, que editou freneticamente desde os anos 20 do século passado até morrer. São livros sobre os mais diversos temas - linguística, geografia, anatomia, literatura, matemática, folclore – e cuja particularidade é a forma como aproveitou a composição tipográfica para criar esquemas, desenhos estilizados, mapas antropomórficos. O resultado é um trabalho de vanguarda, praticamente desconhecido, muito visual, com uma preocupação pedagógica. Não é raro encontrar livros que podem ser lidos nos dois sentidos como Os reis do RISO…As leis do SISO (sem data) ou Sal-Azar/Sol!Az!!Ar!! (1961?). Ou ainda o Adágios (1946?), que compila um conjunto de adágios traduzidos em 10 línguas. De Cantos criou ainda uma língua própria. Depois de uma viagem ao Brasil, por volta de 1965, o autor organizou em sua casa um Congresso Luso-Brasileiro dedicado à língua portuguesa. Daí surgiu a ideia de unificar a grafia das duas línguas, a que chamou PAK."
(Fonte: https://www.publico.pt/2013/03/23/culturaipsilon/noticia/paulo-de-cantos-um-editor-a-frente-do-seu-tempo-1588835)
Exemplar em brochura, parcialmente por abrir, em bom estado de conservação.
Muito raro.
Peça de colecção.
85€

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