05 julho, 2023

SIMÕES, José Alves -
MANUAL DE SIDERÒTÈCNÍA PARA USO DOS APRENDIZES DE FERRADOR.
Por... Coronel-Veterinário. Segunda edição (melhorada). Lisboa, Esc. Tipografica das Oficinas de S. José, 1932. In-8.º (21,5x15 cm) de 204 p. ; il. ; B.
Importante trabalho sobre a arte de forjar e ferrar os animais, com especial relevância para o cavalo.
Obra pioneira em língua portuguesa.
Ilustrada no texto com fotogravuras e desenhos esquemáticos.
"Devido é, ao leitôr, o motivo da publicação da presente obra.
Quem, por imposição de cargo oficial, têve, alguma vez, de ministrar o uso da sideròtècnia nos corpos montados do exército, conheceu práticamente as dificuldades com que lutou, suscitadas pela carencia absoluta dum pequêno manual escrito em língua portuguêsa, que servisse de expositor.
Dos raros trabalhos nacionais, existentes no género, pouco ha de aproveitavel, pecando uns por deficiencia, outros por nocividade da doutrina.
Quanto a obras estranjeiras, existem verdadeiros primôres, versando o assunto, mas estão naturalmente póstas de parte, pelo desconhecimento, que os alunos decerto teem, dos idiômas, em que se acham escritas.
Estes factos sugeriram-nos a ideia, de sem estulta vaidade, tentar o preenchimento desta lacuna, compondo um livrinho, onde, a par da indispensavel teoria, se mostrassem os métodos práticos de ferração, usuais no país. [...]
Se, como o delineámos, o livro não correspondêr ás necessidades nacionais da arte, e outro mérito lhe não fôr reconhecido, crêmos não lhe será regateado o de registo de numerôso vocabulário sideròtècnico, cuja maioria de têrmos, apênas viventes na linguagem falada, careciam de inscrição, porquanto um grande número passou completamente despercebido aos nossos dicionaristas. [...]
O estudo da sideròtécnia necessita de longa aprendizagem.
Não basta conhecêr a teoria; só a prática e muita prática, por ela esclarecida, e guiada por bons mestres na sua aplicação, junta á indispensável aptidão do indivíduo, e ao desejo de aprendêr, produzem um bom profissional.
A êste respeito, no nosso país, tudo está por fazer. Faltam escolas, mestres, livros, cursos e alunos! Vive-se tão sómente da rotina."
(Excerto do Prólogo da primeira edição)
"Sideròtècnía significa a arte de forjar e ferrar.
Forjar consiste em fabricar a ferradura; e ferrar é prepara-la e applica-la com arte ao pé dos animais.
Chama-se ferradura ou peça, antigamente cornozêlo e ferraza, a uma chapa, de ordinario metálica, destinada a proteger-lhes o pé.
Dentre os que o homem utiliza, necessitam de ser ferrados o cavalo, a muar, o jumento e o boi.
Usa-se a ferragem para garantir o casco contra o gastamento, conservando ao mesmo tempo a forma, propriedades e bom funcionamento de suas diferentes partes.
Com ela se consegue igualmente remediar os inconvenientes de certos defeitos de aprumo, irregularidades no andar, atitudes viciosas na cavalariça, algumas doenças do pé e por vêzes facilitar a aplicação de pensos, medicamentos, etc.
Como se vê, a sideròtècnía desempenha um papel vasto e importante. Sem o seu aussílio, o homem não poderia utilizar o cavalo, a muar, etc."
(Excerto de Preliminares)
Índice:
Prólogo [da primeira edição] | [Prólogo da segunda edição] Preliminares | Primeira Parte: I - Exterior do cavalo. II - [ - ]. III - Funções do pé. IV - Mecânica do pé. Segunda Parte: I - Forjar. II - Ferrar. III - [ - ]. Terceira Parte: Ferrações estrangeiras. Quarta Parte: Ferrações especiais. Quinta Parte: Ferração da muar, jumento e boi. Sexta Parte: [ - ].
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas manchadas, com defeitos. Sem papel lombada. Interior correcto. Deve ser encadernado.
Muito raro.
A BNP dá conta de um exemplar desta edição e nenhum da primeira.
Peça de colecção.
75€

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