31 dezembro, 2023

CLARO, Rogério -
SETÚBAL DE HÁ 100 ANOS : 1886-1887
. Setúbal, [s.n. - Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Setúbal], 1991. In-8.º (20,5 cm) de 158, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas publicadas ao longo de dois anos no jornal "O Setubalense".
Tiragem limitada a 300 exemplares. O presente - da tiragem de 150 exemplares numerada e assinada pelo autor - leva o n.º 3. Foram impressos mais 150 para venda pública.
"O ano de 1989, continuado no de 90, há pouco findo, foi o da desejada inflação de obras publicadas sobre Setúbal. [...] Estamos, verdadeira e felizmente, numa época de viragem num dos aspectos específicos do vasto campo da Cultura - o da Literatura - com incidência no ramo da investigação histórica. De esperar é agora que na Ficção surjam também novos valores ou novo esforço, sem falarmos da Poesia, onde sempre se tem mantido uma chama, com alguns lampejos fortes, por vezes."
(Excerto de Apresentação)
Rogério Noel Peres Claro (Setúbal, 1921 - 2015). "Foi um professor do ensino comercial e industrial, jornalista e divulgador da história da cidade de Setúbal. Tirou o curso dos liceus no Liceu Nacional de Setúbal (atual Escola Secundária de Bocage) e licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa. Iniciou a sua carreira docente como professor do ensino técnico profissional em 1943, tendo sido diretor da Escola Industrial e Comercial de Estremoz (atual Escola Secundária Rainha Santa Isabel) entre 1952 e 1961 e da Escola Industrial e Comercial de Setúbal (atual Escola Secundária Sebastião da Gama) entre 1961 e 1970."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
25€

30 dezembro, 2023

ROSARIO, Mario do -
ALCÁÇOVAS. Sua historia, suas belezas, seu comercio e sua industria. Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1924. In-8.º (20x13 cm) de 63, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia dedicada à bonita vila alentejana de Alcáçovas (Viana do Alentejo), local carregado de história, dado ter sido aí que se realizou a assinatura do tratado como o nome da povoação, entre Portugal e os Reis Católicos, que pôs fim à Guerra de sucessão de Castela (1475-1479), e estabeleceu a "divisão do mundo", convénio que precederia o Tratado de Tordesilhas.
Abrilhanta o livro, a abrir, textos de conhecidas personalidades do meio literário nacional, que escreveram sobre a vila a pedido do autor: Júlio Dantas; Eduardo de Noronha; Amadeu de Freitas; Pedro José Teixeira. No final, inclui lista: Indicações de utilidade local - Entidades oficiais, comerciais, industriais e particulares da vila.
Ilustrado no texto com desenhos, retratos, paisagens, aspectos da vila, "tipos" locais e imóveis relevantes.
"A vila de Alcáçovas, com as suas tradições romanas, o seu castelo de D. Denis, o seu foral velho do bispo Martinho - tão interessante para o estudo dos costumes portugueses da Idade-média -, possue ainda um título de nobreza de que talvez ela própria já se tenha esquecido. Foi, por assim dizer, o tálamo d'amor onde se geraram duas grandes figuras reais: uma, que realizou a unidade política da Espanha, tornando possível o império de Carlos V; outra, em cujo reinado se produziu a formidável revolução geográfica que ligou o Oriente ao Ocidente e conferiu às nações atlânticas a hegemonia comercial do mundo."
(Excerto do Prefácio)
"Pertencem ao mundo das interrogações historicas o inicios da vila, sabendo-se apenas que se relacionam com uma distantissima antiguidade.
Na velha Luzitania já, portanto, ela existia. Ptolomeu falou dela como a Castraleucas, que teria sido uma formosa cidade fundada pelos romanos nas faldas do monte hoje denominado Alcáçovas e que pertenceu á magestosa serra de Ossa.
Castraleucas, que significa Castelos brancos, era muito apreciada pelos fundadores, que lhe tinham buscado uma localisação magnifica. Mas, acerca desse nome prevalecem duvidas. Segundo versões de alguns arqueologos, ele seria Ceciliana, que tambem se atribue a Agualva."
(Excerto de Dados sobre a origem da vila - As dominações)
Índice:
Duas palavras de introito | Considerações de Júlio Dantas | Considerações de Eduardo de Noronha - Terra alentejana | Considerações de Amadeu de Freitas | Considerações de José Pedro Teixeira - Uma saudade | Subsidios para um estudo monografico: - Dados sobre a origem da vila : As dominações; - Da posse da Egreja á pertença real. Os forais; - Residencia real e teatro de grandes cerimoniais; - Da posse da Corôa á senhoria feudal. Os donatarios; - A produção agricola e pecuaria. O comercio e a industria; - Os edificios; - A situação e o clima; - Pela categoria de vila de primeira ordem!; | A industria tradicional da vila | Na Revolução de 5 de Outubro de 1910 |  Pelo mutualismo local | A Mulher | Indicações de utilidade local.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
30€

29 dezembro, 2023

HOCHSCHILD, Adam -
O FANTASMA DO REI LEOPOLDO.
Uma história de voracidade, terror e heroísmo na África colonial. Tradução: Manuel Ruas. Lisboa, Caminho - Colecção Estudos Africanos, 2002. In-8.º (21x14,5 cm) de 484, [4] p. ; [16] p. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante contributo histórico para a história da colonização africana pela Bélgica. "King Leopold's Ghost: A Story of Greed, Terror and Heroism in Colonial Africa é uma história da conquista do Congo pelo rei Leopoldo II da Bélgica e das atrocidades cometidas durante o período da governação da colónia pelo  monarca, eventos que levaram à primeira grande campanha internacional de direitos humanos do século XX. O livro reacendeu o interesse e a investigação sobre o regime colonial de Leopoldo no Congo, mas foi recebido com alguma hostilidade na Bélgica. De acordo com o The Guardian, o livro "trouxe gritos de raiva dos colonos belgas belgas e de alguns historiadores belgas, mesmo tendo in tegrado as listas de best-sellers do país." (Wikipédia)
Livro ilustrado em página inteira com um mapa - "O Congo em 1900", e com inúmeras fotografias, desenhos e gravuras distribuídas por 16 páginas separadas do texto.
"Edmund Morel é, em finais da década de 1890, funcionário de uma companhia de navegação britânica. Ao chegar do Congo, estranhou que os navios da sua companhia trouxessem valiosos carregamentos de borracha e marfim e em troca levassem apenas soldados, abastecimentos militares e armas. O Congo era então a mais recente colónia «adquirida» pelo rei Leopoldo II da Bélgica. Morel acabou por compreender, com horror, que a origem daqueles carregamentos só podia ser uma: trabalho escravo em larga escala. Deixa o emprego e torna-se o mais importante jornalista-investigador do seu tempo. Conseguiu, através da denúncia do regime escravista do Congo e dos milhões de vidas humanas sacrificadas, despertar consciências e unir o mundo numa mesma causa. Durante anos a fio foi capaz de manter esta questão nas primeiras páginas dos jornais e desmascarar o rei Leopoldo perante a opinião pública como um homem da maior voracidade, ardiloso, dúplice, sedutor, um vilão que rivalizaria com qualquer figura romanesca."
(Sinopse)
Adam Hochschild (Nova York, 1942). "É um escritor, jornalista, professor universitário e conferencista norte americano, mais conhecido pela sua obra King Leopold's Ghost (O Fantasma do Rei Leopoldo). Hochschild nasceu na cidade de Nova York e graduou-se em Harvard (1963), em História e Literatura. Além de reconhecida obra literária sobre direitos humanos, Hochschild também escreveu para a New Yorker, Harper's Magazine, The Atlantic, Granta, o Times Literary Supplement, a New York Review of Books, a New York Times Magazine, The Nation e outras publicações. Foi ainda comentador no programa All Things Considered da National Public Radio."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Esgotado.
15€

28 dezembro, 2023

AIROZA, Padre João Pedro Ferreira -
COLLEGIO DE REGENERAÇÃO EM BRAGA.
Pelo... Coimbra, Imprensa da Universidade, 1892. In-4.º (25 cm) de 9, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo de apresentação do Colégio ao Congresso Pedagogico Hispano-Portuguez-Americano, realizado em Madrid - durante o mês de Outubro de 1892, na Universidade Central (actual Complutense).
"O Instituto Monsenhor Airosa – IMA, foi fundado, em 1869, pelo Padre João Pedro Ferreira Airosa (1836-1931), homem de grande iniciativa e entrega ao ideal do amor a Deus e ao Próximo que profundamente viveu e transmitiu.
Impressionado pelos relatos de vida e intenções de mudança que, enquanto sacerdote, se lhe revelavam, tomou como seu desafio fundar uma instituição, em Braga, a que inicialmente chamou de “Casa d’Abrigo”, com o objectivo de ajudar mulheres enredadas nas teias da prostituição que desejassem mudar de vida, dando-lhe por lema “Pela Instrução e pelo Trabalho”.
Em 1874, é mudado o nome para “Colégio da Regeneração”, e são aprovados os respectivos estatutos. Em homenagem ao seu fundador, na passagem do centenário da fundação, em 1969, a obra passa a chamar-se “Instituto Monsenhor Airosa” e é dotada de novos estatutos."
(Fonte: https://imairosa.wordpress.com/quem-somos/historia/)
"Sob a denominação de Collegio de Regeneração acha-se legalmente installado na cidade de Braga um asylo, que tem por fim acolher e encaminhar ao bem pela instrucção e pelo trabalho as infelizes mulheres extraviadas nos meandros da vida abjecta, habilitando-as a ganhar honradamente o pão de cada dia.
Foi creado pelo padre João Pedro Ferreira Airoza, da mesma cidade, auxiliado pelo fallecido padre João Carlos Rademaker, de Lisboa, e por uma commissão de senhoras. [...]
Para satisfazer ao seu fim, além das aulas de instrucção primaria, de desenho e de musica, tem o collegio officinas de costura e bordaddos, de engommar, de tecelagem e de lavagem de roupa,  bem como o ensino practico da horticultura e floricultura na cerca do edificio.
O producto dos seus trabalhos tem sido apresentado nas exposições de Braga, do Porto, de Lisboa e na exposição universal de Paris em 1889, sendo premiado em todas, o que demonstra á evidencia os bons fructos d'esta instituição humanitaria e civilisadora."
(Excerto da apresentação)
Monsenhor Airosa de nome João Pedro Ferreira Airosa (1836-1931). "Nasceu, em S. Pedro de Maximinos, em 20 de dezembro de 1836 e faleceu a 25 de setembro de 1931. Foi ordenado sacerdote, em 1859, celebrando a sua primeira missa no altar de Nossa Senhora da Piedade, na Sé Primaz. Dotado de uma profunda fé, deixou-se conduzir por um ideal e entregou-se totalmente a uma causa humanitária, recuperar e reabilitar mulheres jovens com condutas desviantes. Em 1869, fundou a Casa D’Abrigo instalada, provisoriamente, na rua do Areal, em S. Víctor, sendo mais tarde transferida para o Convento da Conceição. Em 1969, no centenário da fundação da Casa D’Abrigo, foi distinguido com a atribuição do seu nome à sua obra, passando a denominar-se Instituto Monsenhor Airosa."
(Fonte: https://www.cm-braga.pt/pt/1201/conhecer/historia-e-patrimonio/patrimonio-cultural/patrimonio-estatuario/item/item-1-11971)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenas falhas marginais.
Muito invulgar.
10€

27 dezembro, 2023

QUE SORTE, CIGANOS NA NOSSA ESCOLA! Lisboa, Centre de recherches tsiganes : Secretariado Entreculturas, 2001. In-4.º (23,5x16 cm) de 333, [3] p. ; il. ; B. Colecção Interface
1.ª edição.
Importante estudo colectivo. U
m olhar para o passado, presente e futuro do povo cigano - a sua história, hábitos e culturaIlustrado no texto com fotografias, desenhos esquemáticos, gráficos e tabelas.
Grupo de trabalho: Carlos Cardoso; Carlos Jorge dos Santos Sousa;  Elisa Lopes da Costa - consultora científica; Elisabete Mateus; José Maria Vargas Peña; Maria Helena Torres Chaves; Mercedes Torres; Mirna Montenegro; Teresa Fernandes; Tiago Maymone Martins.
"A educação da pessoa assenta, invariavelmente, sobre a sua disponibilidade para encetar uma viagem interior de verdade e, no limite, de 'conversão'.
Se queremos mudar uma relação difícil temos de começar por nos transformarmos a nós próprios. Este axioma cristalino, mas frequentemente escamoteado, tem aplicação tanto no plano das pessoas, como no das comunidades ou no da relação entre povos. A reciprocidade tem sempre uma origem e esta é a responsabilidade individual, quiçá moral, de cada um.
Com efeito, o preconceito gera preconceito, do mesmo passo que o ódio multiplica o ódio, ou a violência provoca mais violência. [...]
No caso vertente, que ocupa substantivamente os ensaios sob escrutínio, a libertação de preconceito é tarefa maior da educação dos Ciganos que, fruto de uma clausura comunitária, muitas vezes se vêm tolhidos na sua relação como o mundo exterior. Mas ela constitui também um objectivo nuclear da educação intercultural de todos os membros da sociedade portuguesa para que ultrapassem, nas suas mentes, imagens profundamente distorcidas da comunidade cigana, quantas vezes acriticamente propagadas de geração em geração.
Este livro é bordado com a mais delicada filigrana humana. Por ele perpassa muito da dimensão colectiva e da memória espiritual do povo Rom."
(Excerto da apresentação)
Índice:
Nota de abertura | Prefácio | Pinta a erva da cor que quiseres, ela será sempre erva | A erva curva-se ao vento e levanta-se de novo quando o vento passa | A mais bela fogueira começa com pequenos ramos | A águia voa alto, mas corta-lhe as asas e ficará uma galinha | Caminha sobre a erva com pés leves, os teus cavalos podem precisar dela | Ainda que montes um cavalo virado para a cauda, ele continuará a caminhar para a frente | Informações úteis.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

26 dezembro, 2023

CRÊ-TCHÊU - FAÇA-SE JUSTIÇA! Lisboa, Ofic. da Sociedade Nacional de Tipografia, 1926. In-4.º (24,5x17 cm) de 8 p. (inc. capas) ; B.
1.ª edição.
Opúsculo de desagravo à figura de D. Manuel II, que segundo a autora - Crê-Tchêu - pseudónimo de Amália Gomes Barbosa -, foi injustamente destratado pela República.
Reproduz um trabalho de Sir Arthur Harding (1859-1933), com o título D. Manuel poderia ter sido salvo? - onde o diplomata explica os meandros políticos internacionais da época que conduziram à abdicação do monarca. No mesmo, é contada a história de um busto de Afonso Costa, enviado pelo próprio(?), ao último rei português. Reproduz ainda um artigo da escritora Miriam - publicado no Correio da Manhã - relacionado com a boda de D. Manuel, que é exemplo do seu sentimento patriótico.
Valorizado pela dedicatória autógrafa da autora.
"Duas palavras que veem iluminar com verdade o embrenhado tecido de mentiras que é a historia desses sangrentos dias de Outubro de 1910; que veem derrubar as infamias, as ignominias que se ergueram criminosamente em redor do Vulto mais prestigioso da vida portuguêsa de então.
Palavras que são autenticadas pelo nome de um diplomata ilustre que viveu entre nós, que bem conheceu o bas-fond da politica e os injustificaveis interesses de quem punha acima do sagrado interêsse da Patria e da Nação, os seus vis, mesquinhos e inconfessaveis desejos.
Neste folheto é Sir Arthur Hardinge que fala, pondo em estaque esse grande patriota, essa alma de eleição que é el-rei D. Manuel II, esse rei que embora exilado e perseguido não hesitou em saudar a bandeira do regimen que o afastara dos seus e do trono, respondendo aos que extranhavam o facto:
- É a bandeira que cobriu tantos soldados portuguêses mortos na guerra!"
(Excerto do preâmbulo - Duas palavras)
Índice:
Duas palavras | Nota de Miriam, intitulada Cerimonial Comovente | D. Manuel poderia ter sido salvo? - Indiferença britanica; - Outras amizades; - As opiniões do ex-Kaiser; - Esforços prolongados.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Frágil, com pequenos defeitos.
Raro.
15€
Reservado

25 dezembro, 2023

VAESSEN, C.M., Pe. Guilherme - SATANÁS : sua natureza, existência e atuação. Caxias do Sul - R.S., Edições Paulinas, 1958. In-8.º (18x12,5 cm) de 157, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio sobre os "trabalhos" de Satanás, um dos nomes por que é conhecido esta figura bíblica, "inimiga" da humanidade, sobre o qual recai a culpa por todo o mal terreno, material e espiritual.
"Trabalho sério, vazado em estilo popular". Raro e muito curioso.
"Não é de bom grado, nem por gosto, nem por diletantismo que se pega da pena para abordar e focalizar certos assuntos misteriosos e, por isto mesmo, facilmente sujeitos a controvérsias e a contestações.
Assim, falarem demónio, em espírito mau, em feitiçaria, em possessão diabólica, em nossos tempos, de prodigioso progresso científico e técnico [...], não será expor-se a passar por retardatário, tolo, ridículo?
Assim foi em tempos passados, não muito distantes. [...]
Há alguns anos, as coisas mudaram. Um espírito novo soprou sobre o mundo da ciência materialista. Homens perfeitamente isentos de escrúpulos cristãos, depois de numerosas experiências, sob a inspiração da mais rigorosa crítica científica, viram-se forçados a admitir factos extranaturais. Tomemos, por exemplo, as aparições de Lourdes e de Fátima. A princípio foram recebidas, mesmo pela Igreja, com prudente desconfiança, quase com ceticismo, mas hoje são evidências que se impõem, diante de curas extraordinárias operadas ali, sob rigorosa fiscalização médica, curas absolutamente inexplicáveis pela sugestão, a super-excitação, a água fria, e o famoso sopro curativo das turbas de Zola, no veredito dos grandes cientistas. [...]
Mas, perguntará alguém, que vem fazer aqui esta longa e extemporânea dissertação sobre os milagres de Lourdes, que tem isto com Satanás? O que tem? Prova que fora deste mundo visível há outro mundo, outras criaturas, outras leis, outras forças que dão testemunho de sua existência e de sua atuação, cousas que não podem negar-se sob pena de negar a própria ciência, uma vez que a ciência nada mais é que o fruto do testemunho, da experiência dos outros. Satanás existe, não é um mito, mas um facto; o seu mundo confina como nosso ou antes o compenetra..."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio | I - Natureza de Satanás. II - Existência de Satanás. III - Satanás na Sagrada Escritura. IV - Satanás na Liturgia. V - Satanás na Tradição e na história. VI - Satanás nas tentações quotidianas. VII - Satanás nos governos e na política. VIII - Satanás na civilização moderna. XI - Satanás e a maçonaria. X - Satanás e o espiritismo. XI - Satanás e o comunismo. XII - Pacto com Satanás. XIII - Magias e feitiçarias. XIV - 
Padre Guilherme Vaessen (1873-1965). "Padre da Congregação da Missão, lazarista, nascido na Holanda, chegou ao Brasil em 1898. Após ter pregado missões em Minas Gerais, na Bahia e no Ceará, e se ter dedicado a obras de assistência aos mais pobres no Recife, foi nomeado reitor do Seminário Episcopal do Ceará, mais conhecido como “Seminário da Prainha”, em 1914, por Dom Manuel da Silva Gomes, bispo de Fortaleza, promovido a arcebispo no ano seguinte."
(Fonte: https://www.skoob.com.br/autor/22657-pe-guilherme-vaessen)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com pequenos defeitos.
Raro.
25€

24 dezembro, 2023

CASTELLO-BRANCO, Camillo - LIVRO NEGRO DE PADRE DINIZ. Continuação dos Mysterios de Lisboa. Por... Porto, Casa de F. G. Fonseca - Editor, 1855. In-8.º (17x10 cm) de 402, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Edição original deste apreciado romance do grande prosador de S. Miguel de Seide.
"O Livro Negro não foi escripto para ser publicado em forma alguma, e muito menos em forma de romance.
O grande homem, que rubricara com rimas essas paginas, não as escrevia para nós, profanos, que lhas não comprehenderemos.
E não. Taes quaes elle as deixou ahi, são um mytho de amarguras, escriptas n'um estylo que não é um estylo, núma elevação que nem a gente sabe se é um  verdadeiro elevar-se no céo, se uma desamparada quéda no inferno de dôr.
A verdade é que não sabemos ainda o idioma das grande agonias, que parecem exilar o martyr da sociedade dos homens para a ideal convivencia de não sei que espiritos, divinisados pelo soffrimento.
Grande coragem foi a d'esse homem que tantos quadros, coloridos a sangue e lagrimas, deixou de si, como herança aos que desesperam!
Era «homem» por ventura, padre Diniz?"
(Excerto de Advertencia)
"Em 1780, no palacio do enviado extraordinario a Roma, por alta noute, entrava uma mulher com uma creancinha ao colo.
Approximou-se, com ella, do leito d'um agonisante, e a creancinha, de dous annos, estendeu os braços a receber a mão, quasi cadaver do enfermo, que ja mal a via.
O agonisante era o representante de Portugal na curia romana.
A creancinha era o filho da condessa do Viso, e de D. Alvaro de Albuquerque.
A mulher, que tremia com ella nos braços, na presença do pavoroso quadro d'uma agonia, era a venesiana, que a companhara Albuquerque a Roma."
(Excerto do Cap. I)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. ante-rosto. Assinatura de posse na f. rosto. Falha de papel na f. rosto, no canto, à cabeça. Pequeno restauro no canto, à cabeça, visível nas primeiras 20 páginas do livro.
Raro.
Indisponível

23 dezembro, 2023

FERNANDES, Albino -
CARVALHO ARAÚJO : herói sem mácula
. Lisboa, Edição do Autor, 1961. In-8.º (22x15,5 cm) de 254, [2] p. ; [4] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
História de Carvalho Araújo. Talvez a mais importante peça biográfica que sobre este "herói" da história nacional se publicou entre nós. É também, de certa forma, uma tentativa de reabilitação da imagem do homem e oficial de marinha face às injustiças contra si cometidas por questões políticas, e a actuação ligeira das autoridades nacionais após a sua morte em combate, durante a Grande Guerra, ao fazer frente a um submarino alemão - que afrontou com armas desiguais - impedindo-o de atacar o navio S. Miguel, que comboiava.
Livro ilustrado em página inteira com desenho comparativo do calibre das peças do submarino/caça-minas, e em separado, com 4 estampas impressas sobre papel couché, incluindo o retrato do comandante Carvalho Araújo.
"Diz o comandante do submarino, capitão-tenente von Arnault de la Periére:
Cerca de 100 milhas sul-sueste dos Açores avistei nos meados do mês de Outubro do ano passado (creio que no dia 14), de manhã, o mencionado destroyer, juntamente com um vapor, e ataquei ambos sobre a água por meio de artilharia. Ambos responderam ao fogo. No decurso do combate, o «Augusto de Castilho» recebeu várias granadas e tinha que girar. A tripulação salvou-se em balsas e botes. Aproximei-me mais, recolhi os náufragos da balsa, mandei pensar os feridos pelo nosso médico, e mandei pôr os outros a bordo do destroyer para eles buscarem um bote que se encontrava ainda ali. Tenho de confessar que o ataque foi feito pelo «destroyer» com um brio e uma tenacidade nunca observado nos outros inimigos e que a valentia com que esse navio (mais fraco quanto a artilharia) se arrojou sobre o meu submarino me provocou admiração."
(Excerto do Cap. X - O combate, segundo os alemães - parte do Relatório)
Índice:
Sòmente justiça | Primeira Parte - Os antecedentes do Herói: I - Genealogia. II - Carvalho Araújo, oficial de Marinha. III - Carvalho Araújo, político. IV - Carvalho Araújo, Governador Colonial. V - Regresso à Metrópole. Segunda Parte - Perseguição Política: VI - Comissão perigosa. VII - Largada para a morte. VIII - O combate, segundo o relatório do imediato do caça-minas. IX - As recompensas, segundo o Decreto de 29 de Novembro de 1918. Terceira Parte - Surgem novos documentos: X - O combate, segundo os alemães. XI - O combate, segundo o 1.º maquinista do «Augusto de Castilho». XII - O combate, segundo o ex-Presidente da República, Dr. António José de Almeida. Quarta Parte - Exame crítico dos documentos: XIII - Missão cumprida. XIV - Táctica impecável. XV - O abandono do «Augusto de Castilho». XVI - A rendição do «Augusto de Castilho». XVII - Calma inexcedível. Quinta Parte - 41 anos depois do combate: XVIII - Justiça, enfim!
José Botelho de Carvalho Araújo (1880-1918). "Nasceu no Porto, em 1880. Frequentou a Academia Politécnica do Porto, onde realizou os Preparatórios que lhe permitiram ingressar, em 12 de outubro de 1899 na Escola Naval. Fez duas comissões em África, e quando regressou prestou serviço na esquadrilha de patrulhas de defesa do porto de Lisboa, foi comandante do caça-minas Manuel de Azevedo Gomes, entregando o comando quando passou para o Ministério das Colónias, a fim de ir desempenhar o cargo de governador de Inhambane. Após o seu regresso deste cargo, voltou a integrar a mencionada esquadrilha, tendo recebido o comando do caça-minas Augusto de Castilho, onde viria a falecer em combate. Augusto de Castilho recebeu a missão de escoltar o paquete S. Miguel em viagem para os Açores. No trânsito da Madeira para os Açores, no dia 14 de outubro de 1918, foi avistado o submarino alemão U-139. Ao detetar o submarino inimigo, o comandante do Augusto de Castilho não teve a menor dúvida em dar combate ao mesmo, protegendo deste modo o paquete. A sua missão era escoltar o S. Miguel. Para tal, Carvalho Araújo decidiu interpor-se entre este e o submarino alemão. Durante mais de duas horas travou intenso combate artilheiro contra o submarino, possibilitando a fuga do paquete. Quando o submarino conseguiu colocar o Augusto de Castilho fora de combate, já o S. Miguel se encontrava suficientemente afastado para ser impossível ao navio alemão alcançá-lo. No combate perderam a vida, além do comandante, o Aspirante de Marinha Elói de Freitas, e mais quatro praças. O número de feridos foi também bastante elevado, contando-se entre estes o imediato: Guarda-marinha Armando Ferraz. Quando cessou o fogo, os feridos receberam tratamento ministrado pelo médico do navio alemão, tendo o respetivo comandante enaltecido a bravura dos marinheiros portugueses, que com um navio tão pequeno tanto trabalho lhes tinham dado. Os sobreviventes navegaram em duas embarcações salva-vidas até aos Açores."
(Fonte: www.marinha.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
45€

22 dezembro, 2023

CHOURAQUI, André -
JERUSALÉM : uma cidade santuário
. Lisboa, Instituto Piaget, 1999. In-4.º (23,5x16 cm) de 302, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre Jerusalém - cidade disputada por israelitas e palestinianos - que de certa forma ajuda a explicar os conflitos que fizeram da zona, e desta desta cidade em particular, um barril de pólvora.
"Neste trabalho o autor propõe-se traçar, em linhas gerais, a história de Jerusalém, desde a sua fundação até aos nossos dias; para o que divide a sua obra em três capítulos que ilustram os três grandes períodos da história milenar da cidade.
Na primeira parte, o autor faz a síntese das várias teses que, ao longo de séculos, justificaram a origem da cidade e apresenta-nos a história dos seus primeiros séculos de existência.
Na segunda parte, o autor narra-nos a história da cidade desde o nascimento de Jesus Cristo e da sua aceitação pelo povo de Jerusalém como Messias, passando pela conquista desta pelo islamismo, pela queda do Império Otomano e o regresso do cristianismo e dos judeus da diáspora.
Na terceira parte, o autor relata-nos os acontecimentos que, desde meados do século XIX, provocaram o regresso dos judeus à Palestina e a formação do actual Estado de Israel. [...]
Como antigo membro da administração da cidade de Jerusalém, o autor não poderia deixar de fazer jus ao urbanismo e à extraordinária arquitectura da cidade."
(Excerto da sinopse)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

21 dezembro, 2023

HENRIQUES, F. de Carvalho - A QUARTA DIMENSÃO OU A TRAGÉDIA FISIOLÓGICA. Lisboa, Livraria Ferin, 1927. In-8.º (19,5 cm) de 133, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Romance-ensaio sobre o comportamento humano face às coincidências/fatalidades da vida, contrariando de certa forma as teorias hereditárias. Tomás e Dora são muito diferentes, ele educado, ela degenerada. Esta é a história da sua "viagem", uma viagem atribulada, com incursão no mundo das drogas e da loucura, no final invertem-se os papéis.
"Bateram à porta. Madalena que costurava, sorriu docemente, porque já sabia quem era. Pôs de lado a camisa de homem à qual adaptava uns punhos novos, pegou no pequeno candeeiros e foi abrir.
- Lena, querida Lena! gritou Jorge ao entrar. Novidades magnificas, catitas!... Um beijo ao seu marido, vá.
- Mas que é isso?... Então que aconteceu? perguntava Madalena admirada e contente, retribuindo os beijos do esposo, mas felizmente não esquecendo de que ter na mão um candeeiro de petroleo aceso, enquanto nos abraçam efusivamente, representa uma não pequena responsabilidade e uma grandissima inoportunidade.
- Vais saber, meu amor, dizia Jorge brandindo um embrulho branco. Enfim!... Eu não te dizia?... Mas, com franqueza, tanta felicidade junta confesso que não esperava.
- Conta, conta depressa... E êsse embrulho? exigia Madalena cheia de curiosidade."
(Excerto do Cap. I)
Fernando Val do Rio de Carvalho Henriques (Lisboa, 1897-1962). "Com 15 anos, a 12 Junho de 1912, fez o exame de entrada no Liceu Camões, que frequentaria até 10 Julho de 1917, altura em que, com 20 anos, concluiu os estudos liceais através do Exame do Curso complementar de Sciencias, aprovado com 12 valores.3 Nos anos lectivos de 1917/18 e 1918/19, frequentou o Curso Geral no então recém-criado Instituto Superior Técnico. Pouco sabemos sobre a sua vida profissional. No documento do Processo de liquidação do imposto sobre sucessões e doações do seu pai, em 1953, é dito que ele seria ‘empregado no comércio’, o que faz sentido tendo em conta que esta era a área de actividade não só do seu pai, mas da sua família de um modo geral, e que, pelo menos, duas das suas obras técnicas visam o sector comercial. [...] Assim, parece não ter exercido enquanto engenheiro, mas não fica claro qual seria, exactamente, a sua ocupação profissional. Sabemos, no entanto, que, devido principalmente à sua família materna, teria
disponibilidade financeira que lhe permitia ser um homem viajado e de grande cultura."
(Fonte: http:/dx.doi.org/10.21747/21832242/litcomp40v4)
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sólido, mas com falha na lombada, e cantos das pastas "esfolados". Carimbo oleográfico na f. rosto.
Raro.
Indisponível

20 dezembro, 2023

CAEIRO, Agostinho Felicio Pereira -
ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A TATUÁGEM E SEU VALOR MEDICO-LEGAL.
Dissertação inaugural de... Junho de 1908. Escola Medico-Cirurgica de Lisboa. Lisboa, Typogr. Mendonça, 1908. In-8.º (21 cm) de 77, [5] p. ; [3] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo apresentado à Escola Médico Cirúrgica de Lisboa subordinado ao tema das tatuagens e o seu valor na identificação de prostitutas, vadios e criminosos, sendo particularmente importante para o reconhecimento dos reincidentes.
Obra de reconhecido merecimento, desenvolvida numa época em que a Medicinal Legal dava os primeiros passos em Portugal, sendo este o primeiro trabalho que sobre o assunto se publicou entre nós.
Ilustrado com 18 desenhos de tatuagens, fruto de observações do autor, reproduzidas em 3 estampas separadas do texto.
"Tatuádos, em medicina-legal, se dizem os individuos que possuem determinadas cicatrizes córadas, de longa duração, ainda que não absolutamente indeléveis, provenientes da introducção e fixação no tegumento cutaneo de substancias mineráes ou vegetáes de natureza diversa. A estas cicatrizes daremos, para melhor comprehensão, o nome de tatuagens, embóra esta designação se tenha applicado mais vulgarmente ao processo pratico de as obter... [...]
As tatuagens da maneira como ficam definidas, constituem um precioso e excelente meio para a verificação medico-legal da identidade dos individuos e como tal devem sêr minuciosamente procuradas e analysadas no vivo, no cadaver, ou ainda em casos de exhumação juridica.
Se, já pela sua simples presença n'um individuo ellas adquirem uma grande importancia para a sua identificação, devidamente observadas e escrupulosamente estudadas dos seus carácteres, nos fornecerão não só esclarecimentos precisos sobre o nome, edade, séxo, nacionalidade e profissão d'esse individuo, mas ainda muitas vezes nos revelarão fáctos directamente relacionados com os habitos, condição sociál e acontecimentos notaveis da sua vida."
(Excerto de II - Valor Medico-legal da tatuagem)
Índice:
[Dedicatórias.] | Prologo. | Capitulo I - Generalidades: - Historia e origens. - Etiologia: Atavismo; Ideographia; Vaidade; Imitação; Agglomeração; Ornamentação; Sentimentos e paixões. - Condições sociaes. Capitulo II - Valor Medico-legal da tatuagem: - Edáde. - Séxo. - Profissão. - Séde. - Carácteres exteriores das tatuagens: Dáta; Natureza emblemática do desenho; Religiosas. - Amorósas e eróticas. - Phantasistas. - Inscripções: Dátas; Numeros; Inscripções. Capitulo III - Pratica da tatuágem. Capitulo IV - Mudanças nas tatuagens e destatuagem. | Observações pessoaes [em detidos] - XVIII (13 homens / 5 mulheres). | Observações tiradas dos Boletins das autopsias (existentes na morgue) e fornecidos pelo Ex.mo Sr. Conselheiro Silva Amado [VI] (6 homens). | Explicação das estampas.
Agostinho Felício Pereira Caeiro (Évora, 1882-1946). "Médico, Capitão do Exército. [Participou na Grande Guerra em Moçambique (1917-1918), integrando os quadros da Cruz Vermelha Portuguesa, como Chefe dos Serviços de Saúde em Nacature]. Diretor do Semanário da União Republicana “O Alentejo” (1914) e Sócio nº 1. Foi ainda o primeiro Presidente e Fundador da Agência da Liga dos Combatentes em Évora, Diretor do Hospital Militar de Évora, Diretor do Hospital Civil de Évora, Governador Civil Substituto, Presidente dos Bombeiros Voluntários de Évora, Comandante do Exército em 1919. Percurso Político: Membro do PRP (1908-1910), do PRE entre (1911-14), do PUR (1915-16) e do PRN
em 1926. Presidente da Câmara Municipal de Évora - Mandato: 6 de Dezembro de 1910 a 1 de Dezembro de 1911."
(Fonte: Galeria dos Presidentes - Câmara Municipal de Évora)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Rasgão na capa, sem perda de suporte.
Muito raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Indisponível

19 dezembro, 2023

PINTO, Maria Evangelina -
A HIGIENE NAS ESCOLAS : NECESSIDADE DO SEU ENSINO.
Dissertação elaborada como titulo de candidatura ao concurso para provimento do lugar de médica escolar do Liceu de D. Felipa de Lencastre. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar. 1930. In-4.º (26x18 cm) de 74 p. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho académico - contributo de época - para a implementação de hábitos de higiene nas escolas, visando prevenir a disseminação de doenças infecciosas.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória manuscrita da autora ao Dr. Agostinho de Campos.
"Às vezes o perpassar revolto das crianças suscita no meu espirito o perpassar das imagens, que se cruzam e entrechocam tambem, e que até certo ponto são a repercussão do movimento observado: ao turbilhão dos factos, corresponde o turbilhão das ideias.
Depois, o meu espirito, assim estimulado, sacudido, como que toma asas, e vôa, de dedução em dedução, de inferencia em inferencia, até se lançar na amplidão infinita onde a medicina e a sociologia se confundem: então recaio em meditação profunda. [...]
Era preciso ser insensivel para poder observar de ânimo leve as nossas crianças em idade escolar. É sempre compungida que o faço. Evito o mais que posso a comoção íntima que o medonho espectaculo me deixa: a insensibilidade calosa do médico às misérias fisicas, não me defende sufientemente dêstes abalos profundos. [...]
Os costumes morais vão muito dissolutos. A sciencia e a eloquencia, a razão e a religião, são já impotentes para levarem a humanidade a uma conducta moral, ditada pela economia e pela higiene."
(Excerto do ensaio)
Maria Evangelina da Silva Pinto (1887-1973). "Foi uma médica portuguesa, natural de Angra do Heroísmo. Formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa (atual Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) em 1915, tendo defendido o "Acto Grande" a 23 de dezembro do mesmo ano, com a tese intitulada "Alguns casos de hermafroditismo", com a nota de 17 valores (qualificação de Bom). Foi Diretora do Externato Feminino Francês, em Lisboa. Foi condecorada em 1959 com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Lombada apresenta selo numérico de biblioteca.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

18 dezembro, 2023

SILVA, José Cesario da -
MANUAL DE INSTRUCÇÃO PARA USO DA ESCOLA DE TORPEDOS. Coordenado por... Primeiro tenente da armada, adjunto á mesma escola, official da antiga, nobilissima e esclarecida ordem de S. Thiago, do merito scientifico, litterario e artistico. Lisboa, Typographia das Horas Romanticas, 1880. 2 vols in-8.º (21x13 cm) de XV, [1], 233, [3] p. ; [3] f. "Mappas" (I) e [2] p. ; [81] f. il. (II) ; E. num único Tomo
1.ª edição.
Interessante manual técnico, publicado em época de divulgação desta arma entre nós.
Obra em 2 volumes (completa), composta por texto (I volume) e estampas - 134 figuras distribuídas por 81 folhas (II volume).
"As machinas de guerra, assim como as empregadas nas industrias e nas artes, têem tido n'estes ultimos tempos extraordinarios aperfeiçoamentos. A sciencia, guiando os novos processos metallurgicos, tem produzido nas artes de construcção as maravilhas, que admiramos todos os dias, chegando a crear como machinas de guerra grandes navios couraçados armados de esporão e de poderosa artilheria. Contra estas machinas velozes, muito resistentes e de fôrmas curvilineas, torna-se quasi impotente a grossa artilheria das fortalezas, quando os navios passarem alem da distancia efficiente do tiro, ou ainda a menor distancia, se elle não for dado em direcção proximamente perpendicular á superficie do costado. N'estas circumstancias tornava-se necessario crear ou melhorar algum meio efficaz de combater os navios couraçados, atacando-os com segurança pela parte mais vulneravel - este meio foi effectivamente encontrado na antiga machina explosiva - o torpedo."
(Excerto de Introducção)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
30€

17 dezembro, 2023

MOURA-RELVAS,
Joaquim - A FISIONOMIA DOS PRÍNCIPES DE AVIS : bases anátomo-radiológicas
. Coimbra, Coimbra editora. 1970. In-4.º (24x15 cm) de de 60 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo histórico-radiológico sobre os príncipes portugueses da Casa de Avis (Segunda Dinastia), fundada por D. João I, recorrendo, em certa medida, à análise dos Painéis de S. Vicente.
Ilustrado ao longo do livro com numerosos desenhos, retratos, radiografias e secções do Painel de S. Vicente de Fora.
"Em princípios do Séc. XX iniciou-se uma série de publicações tendentes a atribuir às Casas de Avis, da Espanha medieval de de Borgonha, certo graus de participação no prognatismo inferior da Casa da Áustria. [...]
Começaremos por determinar o tipo morfológico da facies dos príncipes de Avis, mas antes disso e para melhor compreensão do leitor, não versado nestes assuntos, vamos oferecer algumas explicações prévias. O que é o prognatismo?
Grosseiramente, o prognatismo consiste na projecção, dum ou dos dois maxilares, adiante da vertical que passa pelo nasion (raiz do nariz)."
(Excerto da Introdução)
"Os Painéis de S. Vicente de Fora, da autoria de Nuno Gonçalves, mostram sinais morfológicos particulares no rosto de alguns príncipes de Avis. [...]
No Painel do Infante encontram-se o Infante D. Henrique (1394-1460), D. Afonso V (1432-1481) e o Príncipe D. João, futuro D. João II (1455-1495).
No Painel do Arcebispo está o Condestável D. Fernando (1433-1470) irmão de D. Afonso V.
No Painel dos Cavaleiros aparecem o 2.º Duque de Bragança (N. 1403), ajoelhado, orando, e atrás seus filhos, Duque de Guimarães (+ 1484) sucessor do 2.º Duque de Bragança no Ducado e, à direita dele, seu Irmão o Marquês de Montemor (+ 1484)."
(Excerto de A Casa de Avis)
Índice: Introdução | A Casa de Avis | O tipo de Avis nas Princesas de Avis | Antagonismo entre a facies de Avis e de Áustria | Perplexidade | Os Últimos Avis | Casa de Castela | A Casa de Borgonha | A Casa de áustria | Conclusões | Nota Final.
Joaquim de Moura Relvas (1898-1982). "Professor da Faculdade de Medicina, natural de Montalvão (Nisa). Deixou de exercer na Faculdade de Medicina a partir de 31.7.1930. Médico da Escola Nacional de Agricultura de Coimbra em 2.6.1930. Deputado em várias legislaturas (1934-1957). Médico escolar do Liceu José Falcão (Coimbra). Governador Civil de Coimbra em 1932-1933. Presidente da secção regional da Ordem dos Médicos (1953-1958). Presidente da Câmara Municipal de Coimbra em 1957-1966. Sócio do Instituto de Coimbra. Presidente da Sociedade Portuguesa de Radiologia e Medicina Nuclear."
(Fonte: https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/RELVAS_joaquimdemoura)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€

16 dezembro, 2023

AGUILAR, Eduardo de - AMÔRES TRAGICOS : romance. 
2.ª edição
. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco, [1928]. In-8.º (19x12 cm) de 234, [2] p. ; E.
Capa de Alfredo de Moraes (1872-1971).
Romance cuja acção decorre em Lisboa, centra-se no relacionamento entre uma portuense de baixa condição - que desperta para as mundanices da capital - e um "pai de família" - João - que com a moça trai Carlos, o seu melhor amigo.
Obra muitíssimo interessante, com final algo irónico e surpreendente.
Dedicada pelo autor à memória de Camilo Castelo Branco, "genial romancista português".
"No jardim de inverno do S. Luís, enquanto não subia o pano para o D. Cesar de Bazan, João Silveira entretinha-se a saborear um café, quando alguem, tocando-lhe nas costas, disse:
- Ainda bem que te encontro.
Era o Carlos Rezende, amigo dedicado, a quem devia favores e representarem, por assim dizer, a sua honra. Se não fosse aquele rapaz, em vez de rico, estimado e em bela posição, talvez andasse faminto e rôto, sem merecer considerações de ninguem. Ele, porem, salvara-o de apuros e, tendo casado com uma senhora bondosa e de fortuna, vira-se em negocios e conquistara fartos proventos. Relembrando o passado, sentia-se nervoso. Se analisava o presente, tinha de aliar-lhe o nome de Carlos, esse caracter diamantino, a quem, como irmão, tanto adorava.
Carlos Rezende era, realmente, um desses amigos raros, para os quaes são poucas as deferencias.
João venerava-o. Por esse motivo, ao reconhece-lo, exclamou radiante:
- O'!... Senta-te, toma um licor. Falta um quarto de hora... Que tens feito?... A Lucia e a pequena teem preguntado por ti. Cortaste, por acaso, as relações comigo?...
- Não penses nisso... Tenho andado por longe... Coisas de familia. Fui ao Porto e... trago, até uma novidade sensacional."
(Excerto do Cap. I)
Eduardo de Aguilar (1875-1942). "Nasceu no Porto a 5 de Março de 1875, falecendo em Lisboa no ano de 1942. Além da função de contabilista que exerceu mais tardiamente, é com ligação à área das letras, nomeadamente através da actividade jornalística, que Eduardo de Aguilar se estreia no plano profissional. Com uma obra literária de cariz popular que oscila entre a tendência neo-romântica e incursões no realismo, Eduardo de Aguilar foi autor do livro de versos Cantigas à Bandarra (1924), a única obra poética que se lhe conhece, tendo-se destacado, sobretudo, enquanto romancista e autor dramático. No âmbito do romance, género a partir do qual granjeou a simpatia da crítica jornalística, publicou, no ano de 1912, A morgadinha de Silvares, a edição a favor da Sociedade das Escolas Liberais intitulada De profundis e O mistério da ressurreição. No ano seguinte, foi autor do romance Tragédias de Roma, que atraiu a atenção e as melhores críticas da imprensa da época, e, em 1921, publicou Amores Trágicos e o romance realista A caminho das trevas. Seguiram-se-lhes Almas gentis de namorados e Os fidalgos do cruzeiro, ambos publicados em 1922, e posteriormente O ilustre BernardoVida de miseráveis e Entre espadas e amores, tendo sido ainda autor do romance campestre Os sinos da minha aldeia (1941)."
(Fonte: http://vcp.ul.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=43&Itemid=122#porto_01)

Encadernação editorial em percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€

15 dezembro, 2023

VALDEZ, César -
AVENTURAS DE UM CAÇADOR DE FERAS.
Episódios ocorridos na caça do leão, do elefante, do tigre, do urso, da pantera, do leopardo, do crocodilo e outros animais ferozes. [Por]... Sócio honorário do Clube dos Caçadores de S. Paulo de Luanda. Lisboa, Emprêsa Literária Universal, [193-]. In-8.º (19x13,5 cm) de 47, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Série de episódios relatados pelo autor, caçador profissional, na sua demanda pelos santuários dos grandes predadores.
Obra importante, rara, sinalizada como título de referência na bibliografia portuguesa de caça grossa. Apesar disso, a BNP não menciona. Ainda assim, em trabalho publicado pela mesma biblioteca no âmbito da exposição 200 anos do romance de aventuras em Portugal, o livro é referido junto com alguns outros sobre o mesmo tema. Infra reproduzimos excerto:
"Alguma literatura de sinal animalista - da escola africanista dominada pela elegante pena de Henrique Galvão -, um ou outro título de antevisão histórica (cf. Gambetta Neves, O licor vermelho), de Utopia negativa (cf. Virgílio Martinho, O grande cidadão), expedições cinegéticas (cf. Diocleciano Neves, Itinerário de uma viagem à caça do elephante; cf. César Valdez, Aventuras de um caçador de feras; cf. João Teixeira de Vasconcelos, Memórias de um caçador de elefantes)."
Livro raro, ilustrado no texto com 11 bonitos desenhos da autoria de Fonseca, que também assina a capa. Aí está impressa a informação "17 gravuras originais", número que não corresponde ao número de desenhos, apontando para possível erro de impressão.
"Comecei a minha vida de caçador quando apenas contava 18 anos, e os meus primeiros tiros foram disparados contra inofensivos patos bravos, na Azambuja, e não menos inofensivos coelhos nos campos de Vila Nova da Rainha ou para os lados do Sabugo.
Lembro-me que, então, a minha perícia de atirador deixava muito a desejar, pois, geralmente, os coelhos «riam-se» de mim, e as cargas dos meus cartuchos iam apenas atingir os tronos das árvores ou perderem-se no infinito.
Todavia, a-pesar-da minha pontaria desastrada, que provocava o riso aos meus companheiros de jornadas venatórias - caçadores já experimentados e afortunados - pois que a caça é como o jogo: carece de um pouco de sorte, - já nessa época eu sentia uma verdadeira paixão por êsse desporto, alimentando a ambição de chegar a ser um grande caçador. [...]
- Vocês ainda hão-de ver-me não me conhecer!
E assim foi, na realidade. Anos depois, os relatos das minhas aventuras, insertos nos jornais africanos e transcritos em uma das nossas revistas, deixava-os boquiabertos, duvidando que o desastrado César Valdez, que então apontava a uma perdiz e «matava» um pinheiro, fosse o mesmo que, nos sertões de África, caçava valorosamente panteras, leopardos, leões, elefantes e crocodilos.
Seria possível?
Era; e vou dizer-lhes como iniciei essa arrojada profissão de caçador de feras."
(Excerto de I - Um caçador desastrado)
Índice:
I - Um caçador desastrado. II - Uma caçada ínesperada. III - Sem dispara um tiro. IV - Quanto menos se espera. V - Caçada indígena ao crocodilo. VI - Caça ao marfim. VII - Rondando-nos a porta. VIII - A dois passos da morte. IX - Uma caçada ao urso pardo. X - Uma caçada aos tigres.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

14 dezembro, 2023

SILVA, F. Ferreira da -
QUAL DOS RIOS BANHA CUCUJÃES, O RIO ANTUÃ OU O RIO UL?
[Por]... Oficial da Armada. Aveiro, [s.n. - Oficinas gráficas da Coimbra Editora, L.da], 1948. In-4.º (24x16,5 cm) de 16 p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante subsídio hidrográfico para a história da Vila de Cucujães, freguesia portuguesa do município de Oliveira de Azeméis.
A questão de qual dos rios banha Cucujães resultou em controvérsia nos anos 40 do século passado, disputa que se mantém em aberto no presente, gerando alguma confusão e perplexidade.
Separata do vol. XIV do Arquivo do Distrito de Aveiro. Opúsculo raro e muito interessante, por certo com tiragem reduzida. A BNP dá notícia de apenas um exemplar no seu acervo.
Ensaio ilustrado no texto com duas cartas geográficas, em páginas sucessivas.
"Na Freguesia de Escariz, Concelho de Arouca, nasce um rio que corre na direcção geral e aproximada NE-SW. O seu curso é de cerca de 17 quilómetros até à confluência de Ul.
Na Freguesia de Fajões, Concelho de Oliveira de Azeméis, nasce outro rio que corre na direcção aproximada do primeiro, mas ligeiramente convergente, e junta-se-lhe na freguesia de Ul. O seu curso é de cerca de 18 quilómetros. Banha as freguesias de: Romariz, Milheirós de Poiares, S. João da Madeira, S. Roque, Cucujães, Santiago de Riba-Ul, Madail e Ul. Recebe na margem esquerda as águas dos ribeiros de Pedra-Má ou Pintor e de Cavaleiros, e na margem direita as do ribeiro da Arrifana ou da Lagoa.
Os cursos e caudais destes dois rios são sensìvelmente iguais. Da junção deles forma-se o rio que banha Estarreja e Salreu, e vai desaguar na Ria de Aveiro, a cerca de 6 quilómetros daquela vila.
Qual destes dois rios é o principal?
Quais são os seus nomes?"
(Excerto do trabalho)
Exemplar em brochura, por abrir, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
25€