04 julho, 2022

CARDOSO, Pedro - FOLCLORE CABOVERDEANO.
[Prefácio de J. B. Amâncio Gracias]
. Pôrto, Edição Maranus, 1933. In-8.º (17 cm) de 120 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho pioneiro sobre o folclore cabo-verdiano. Importante ensaio com interesse histórico e etnográfico sobre a cultura popular da antiga ex-colónia portuguesa.
Livro ilustrado com diversas fotogravuras dispersas pelo texto, e em página inteira, com um mapa de Cabo Verde, e noutra, a reprodução de um autógrafo de Gago Coutinho com a sua explicação para a localização estratégica do arquipélago para a aviação.
"Li dum fôlego o seu magnífico manuscrito sôbre o Folclore Caboverdeano e devolvo-o com agradecimentos. É um valioso subsídio para uma obra mais vasta e completa sôbre a etnografia do Arquipélago, da qual o assunto, sôbre que V. produziu tam belas páginas, constitui um capítulo importante.
Cabo-Verde presta-se a grandes estudos. A sua história, pròpriamente dita, está mais ou menos feita, mas, quanto à sua etnografia, nos seus diversos aspectos e modalidades, pouco ou nada vejo escrito.
E, no entretanto, a história hoje adquire mais valor, fixa-se melhor, quando as ciências antropológicas a iluminam com os lampejos das suas investigações acêrca da raça, dos usos e costumes, lendas, mitos, superstições, cantares e folclore dos países a que respeita.
Muitos factos históricos, que às vezes nos parecem inexplicáveis, têm a sua origem nos caracteres étnicos, nos fenómenos sociais do respectivo povo.
Que eu saiba, o trabalho, o trabalho de V. é o primeiro no género em relação à etnografia desta Colónia, e por isso mesmo merece V. os mais entusiásticos aplausos por se ter dedicado a semelhantes estudos."
(Excerto do Prefácio)
"Folclore é vocábulo aportuguesado do inglês «Folk» (povo), «Lore» (saber), não sabemos se inventado mas proposto, em 1846, por W. J. Thoms, para representar o conjunto dos factos correlativos, conhecidos sob várias denominações, tais como lendas, ritos, jogos e danças, romances e cantigas, etc.
Englobando e versando semelhantes temas, constitui-se, sem dúvida, parte integrante da ciência etnográfica, se a sistematização dos conhecimentos por esta ministrados nos autoriza tal classificação.
O estudo do nosso «Folclore» implica conhecimento perfeito do dialecto e, conseqüentemente, convivência de espaço e íntima como o povo, assistindo às suas festas, jogos e trabalhos, e ouvindo os seus cantares e adágios, suas lendas e superstições."
(Excerto da I Parte - Folclore caboverdeano)
Índice:
Prefácio. | 1460. | I Parte: Folclore caboverdeano; Cabo-Verde e Brasil; Noções elementares de gramática. II Parte (Cancioneiro): A Morna; Morna; Crioulo do Fogo; Crioulo de Santiago: - Palavras prévias; - Batuque; - Cimbó; - Batuque; - Finaçon; - Declaração de amor; - Glossário. | Apêndice: Mornas - Canções crioulas. | In-memoriam: António Cortez: - Sol de Bedjiça; - Morna. Eugénio Tavares: - Já m'crê-bo! - Amo-te!
Pedro Monteiro Cardoso (190-1942). "Escritor cabo-verdiano nascido em 1890, na Ilha do Fogo, e falecido em 1942, na cidade da Praia. Professor do ensino primário, salientou-se no jornalismo ao defender os interesses sociais, políticos e económicos de Cabo Verde. Publicou Folclore Cabo-Verdiano (1933), Pelos Direitos do Crioulo (1933) e Profissão de Fé (1934), uma série de sonetos e redondilhas. Dirigiu o jornal Manduco e colaborou na Voz de Cabo Verde."
(Fonte: Infopédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Peça de colecção.
45€

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