A FLUTUAÇÃO DO NAVIO-APOIO «GIL EANNES» E DO NAVIO-MOTOR DE PESCA À LINHA «SAM TIAGO» E OS DISCURSOS QUE SE PRONUNCIARAM NOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO - ["Gil Eannes" : navio que é símbolo de uma grande tarefa]. [S.l], Editado pelo Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau, [1955]. In-8.º (21,5 cm) de 52, [2] p. ; [5] f. il. ; B.
1.ª edição.
Cerimónia de baptismo do navio-hospital «Gil Eannes» - o segundo com estas funções (e com este nome) - para apoio à frota bacalhoeira portuguesa, bem como o «Sam Tiago», o mais novo navio da frota de pesca longínqua nacional, e os discursos pronunciados na ocasião por eminentes figuras do regime.
Livro totalmente impresso sobre papel couché, ilustrado com 5 estampas intercaladas no texto, reproduzindo fotografias da chegada dos convidados aos Eslaleiros, dos navios na doca e da benção à capela do «Gil Eannes».
"O dia 20 de Março de 1955 ficou para sempre assinalado nos anais de Viana do Castelo - a Viana do Mar.
Com a presença de algumas das figuras mais representativas da vida nacional, viveram-se horas de inolvidável emoção quando se procedeu, no meio do estralejar dos morteiros e das palmas de milhares de pessoas, à flutuação do magnífico navio de apoio da frota bacalhoeira «Gil Eannes» e de mais um moderno navio-motor de pesca à linha - o «Sam Tiago».
O «Gil Eannes», todo pintado de branco, com a cruz vermelha - símbolo universal da assistência - a sangrar-lhe na chaminé, embandeirado em arco, enchia a ampla doca em que foi construído, sob projecto português e por mãos de operários portugueses.
O «Gil Eannes» - a maior construção erguida até hoje pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e também, por outro lado, a construção mais complexa até este momento concebida e executada em qualquer estaleiro naval nacional - estava ali, elegante, imponente, testar aquela grande verdade de que Portugal volta ao mar, como um dia definiu, lapidarmente, Sua Ex.ª o ministro Américo Thomaz, o renascimento rápido das nossas actividades marítimas. [...]
Desde manhã que Viana do Castelo estava em festa, apesar da chuva e do vento que fustigavam impiedosamente a cidade do Lima. [...]
Mas o povo de Viana e as terras vizinhas, acostumado às inclemências do clima local, não faltou. E acorreu em massa. Uma torrente de milhares e milhares de pessoas em camionetas ou em automóveis (e quantas a pé!) afluiam aos estaleiros num desaguar de caudal humano. Alto-falantes transmitiam música popular portuguesa ou números conhecidos do folclore ribeirinho. Faltava uma hora para principiar a cerimónia e os estaleiros eram já um mar imponente de povo. Nunca se vira coisa assim!
Pouco antes das 15 horas, o silvo estridente de uma Diesel anunciou que o comboio especial em que vinham de Lisboa as personalidades oficiais e quase trezentos convidados, estava quase a chegar ao apeadeiro do Campo da Agonia. Estralejaram morteiros, perdidos nas nuvens baixas."
(Excerto de 20 de Março de 1955 : uma cerimónia inolvidável)
Matérias:
Bênçãos da Igreja - Manuel, Arcebispo de Mitilene. | 20 de Março de 1955 : uma cerimónia inolvidável. | As importantes afirmações que se fizeram: «Este navio representa mais uma prova de que se podem confiar à nossa indústria de construção naval, os empreendimentos mais arrojados e de maior vulto», Jacques de Lacerda (Adm. Del. ENVA); «Na sua linguagem muda mas eloquente do ferro e dos rebites este navio prega uma mensagem e amor», Dr. Araújo Novo (Pres. CMVC); «A nossa gratidão para com S. Ex.ª o ministro da Marinha não tem limites!», Um operário dos estaleiros; «Toda a grandiosa obra já levada a cabo nos assegura que não fomos ludibriados com promessa vãs», Cap. Manuel de Oliveira Vidal (Rep. Capitães da Frota); Foram o Estado Novo e a Organização Corporativa que permitiram o renascimento da nossa frota», Dr. Duarte Silva (Adm. S.N.A.B.); «E assim se tornou realidade - realidade magnífica que podemos orgulhosamente proclamar - um sonho ansiosamente vivido durante muitos anos!», Henrique Tenreiro (Del. Governo); «O novo «Gil Eannes» representa um grande e audacioso esforço», Américo Thomaz (Min. Marinha).
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado, capa vincada.
Raro.
A BNP tem registado apenas um exemplar na sua base de dados.
Com interesse histórico.
Indisponível
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