31 março, 2021

ASTUCIAS SUBTILISSIMAS DE BERTOLDO VILLÃO DE AGUDO ENGENHO E SAGACIDADE QUE DEPOIS DE VARIOS ACCIDENTES E EXTRAVAGANCIAS FOI ADMITTDO A CORTEZÃO.
Obra de grande recreio e divertimento traduzida para portuguez do idioma italiano. Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira, [18--].
SIMPLICIDADES DE BERTOLDINHO FILHO DO SUBLIME E ASTUTO BERTOLDO E AGUDAS RESPOSTAS DE MARCOLFA SUA MÃE. Obra de grande recreio e divertimento traduzida do idioma italiano no portuguez. Lisboa, Livraria de A. M. Pereira, 1880.
VIDA DE CACASSENO FILHO DO SIMPLES BERTOLDINHO NETO DO ASTUTO BERTOLDO. S. Miguel, Typ. Minerva Insulana, 1879.
3 vols In-16.º (14x7 cm) de 116 p. ; il. (I) + 123, [1] p. (II) + [4], 53, [1] p. (III) ; E. num único tomo
A saga de três gerações de "Bertoldos" - belíssimo exemplo da literatura burlesca - publicada entre nós desde meados do séculos XVIII e século XIX. A presente obra conheceu várias edições traduzidas para português do original italiano, datando a primeira de 1743.
O primeiro volume possui um desenho em página inteira com o "verdadeiro retrato de Bertoldo". O 3.º volume foi publicado em S. Miguel (Ponta Delgada), Açores.
"No tempo em que Alboino, rei dos lombardos, tinha a sua côrte na cidade de Verona, e que já era senhor de quasi toda a Italia, appareceu na cidade um villão, chamado Bertoldo, homem disforme, e de horrenda presença; mas d'onde faltava a formosura de pessoa, suppria a vivacidade do engenho, pois era muito agudo, e prompto nas respostas: e alem da sua grande agudeza, era tambem astuto, malicioso, e desastrado de natureza, como são a maior parte dos villões."
(Excerto da Introducção)
Giulio Cesare Croce (1550–1609). Foi um escritor italiano, actor e intérprete de cantastoria. Ferreiro, filho de ferreiro, pouco instruído, pode ser considerado um dos autodidactas mais bem sucedidos da literatura italiana, nunca tendo feito parte de grupos literários da sua época por sua vontade. Foi capaz de, gradualmente, deixar o negócio de família para seguir a sua paixão: contar histórias. Teve um enorme sucesso actuando em feiras, mercados e casas senhoriais. As suas apresentações eram complementadas por um violino. Sua prolífica produção literária dependia das transcrições das suas própria actuações. Ser um homem de letras nessa altura significava viver na corte, ter patronos, ou então sobreviriam dificuldades de vária ordem, desde logo, financeiras. Em todo o caso, Croce nunca foi um verdadeiro literato no sentido mais estrito do termo, pois preferia o público leigo à corte. Na verdade, ele era sobretudo um contador de histórias, e provavelmente escrevia para sua satisfação pessoal, sendo os seus contos inspiradas nas classes baixas, que, sabendo ler, compravam as suas obras.
Bertoldo terá sido inspirado nos secretos desejos de Croce, rústico e autodidacta, que na corte esperava resolver os seus problemas. A liberdade de acção e pensamento que Bertoldo aí teve, indicia o desejo de Croce viver sob a capa protectora de um patrono, como muitos dos seus congéneres, mas sem ter de lhes prestar vassalagem.
Após o seu primeiro "Bertoldo", Croce escreveu uma sequela chamada Le piacevoli et ridicolose simplicità di Bertoldino (Simplicidades de Bertoldinho) (1608), sobre o filho de Bertoldo, subordinado à sua mãe Marcolfa. Mais tarde, em 1620, o abade Adriano Banchieri escreveu outra sequela com o título Novella di Cacasenno, figliuolo del semplice Bertoldino (Vida de Cacasseno). Desde então, esses três títulos são frequentemente publicados em conjunto.
(Fonte: wikipédia)
Encadernação da época inteira de pele.
Exemplar em razoável estado de conservação. Cansado. Lombada desprovida do revestimento.
Raro.
20€

30 março, 2021

DAVID MAGNO. O «Muta-Ua 'Nguzu» da ocupação de Caculo Caenda (Capital dos Dembos). Herói de Les Lobes (Flandres) - Memória Biográfica. [S.l.], [s.n. - Comp., Imp. e Encadernação das Ofic. Gráf. de «O Comércio do Porto»], [1960]. In-4.º (23 cm) de 51, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Memória biográfica do cap. David Magno ilustrada com episódios do seu brilhante percurso militar, quer em África, onde esteve destacado, quer na Flandres - integrado nas forças do C. E. P.
Tiragem: 700 exemplares.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do filho do autor - Júlio Gonçalves Magno - ao Coronel França Dória.
Bonita edição, impressa sobre papel couché, ilustrada com fotogravuras ao longo do texto.
"Os Dembos eram territórios da maior responsabilidade nas Colónias. Como os do Cuamato, regiam-se por diploma especial. Paiva Couceiro, confiando ao valor de David Magno, já demonstrado no «raid» do Zenza (1908), o Comando Militar de Lombije (Dembos Orientais) em circunstâncias tão difíceis, não podia cometer-lhe a missão de tomar Caculo Caenda, aliás, com cujo potentado ninguém se atrevera ainda. Os concelhos dos peritos colinais, como as notícias respeitantes à animosidade e insubmissão do gentio, eram desoladoras. A banza de Caculo Caenda seria inexpugnável para uma força inferior à estimativa de 200 homens bem armados... O Comandante Militar de Lombije não deveria arriscar-se a tal, deixando semelhante proeza para a projectada coluna de Paiva Couceiro...
A glória que o destino negou a tantos, estava reservada para David Magno."
(Excerto de O «Mutu-ua 'Nguzu»...)
"A acção de Les Lobes constitui o maior combate formal e a mais longa e dramática resistência, comprovada pelos documentos e pela maior percentagem de baixas por metralhadoras. Cercados pelo fogo cruzado de mil rajadas e sob uma terrífica chuva de morteiros que os vão esfacelar ingloriamente, tentam a retirada sobre uma trave suspensa num dreno largo e profundo, por onde rastejam um a um. Aqui ficaram os últimos mortos e feridos pela infantaria alemã na Flandres. Miguel Marta, morto quando disparava, é o derradeiro. Tinham cinquenta e seis horas de fogo."
(Excerto de Les Lobes : última resistência da Batalha do Lys no sector português)
David José Gonçalves Magno (1877-1957). Oficial do exército, publicista e etnólogo português. "Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877 e morreu em Lisboa a 30 de Setembro de 1957. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde por feitos em combate recebeu a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A sua acção no CEP não foi, contudo, consensual e isenta de polémica, pelo que pediu para ser julgado pelas acusações de que foi vítima, tendo sido absolvido e visto confirmados os seus serviços como relevantes. Mais tarde, na sequência da revolta de 3 de Fevereiro de 1927 foi deportado para o Sul de Angola, tendo antes passado pelos Açores e Guiné. Reabilitado foi promovido a major e em 14 de Março de 1932 optou por passar à situação de reserva.Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da Comissão de História Militar."
(Fonte: http://www.ihc.fcsh.unl.pt/pt/recursos/biografias/item/4418-magno-david-jos%C3%A9-gon%C3%A7alves-1877-1957)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 março, 2021

ESTATISTICA DA ALFANDEGA MUNICIPAL DE LISBOA DO ANNO ECONOMICO DE 1873-1874
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1874. In-fólio (33 cm) de [8], 23, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Balanço-relatório económico da Alfândega de Lisboa. Raro e muito curioso. Importante para aferir os movimentos económico-financeiros relativamente aos produtos que passavam por este importante organismo camarário da capital na última metade do século XIX.
Ilustrado com diversos quadros, todos eles subscritos pelo conselheiro inspector Diogo Antonio Palmeiro Pinto.
"Os mappas estatisticos que se seguem mostram o estado prospero da receita da alfandega municipal de Lisboa no anno economico de 1873-1874, que attingiu a somma de 1.311:183$157 réis, superior ao rendimento do anno antecedente em réis 43:952$822.
O acrescimo de receita com relação a direitos de consumo, propriamente ditos, avultou a 46:140$168 réis, distribuidos pelas classes da pauta... [...]
O facto do importante augmento da receita, proveniente de direitos de consumo, sem que houvesse alteração alguma na pauta d'esta alfandega, que podesse determina-lo, denuncia bem, que essa elevação do rendimento provém felizmente de causas economicas que têem origem na tranquillidade de que gosa o paiz e no desenvolvimento do commercio que prospera á sombra d'ella.
Ao augmento da população e em especial da população fluctuante, que a facilidade e rapidez de communicações attrahe a Lisboa, deve attribuir-se em geral a melhoria no rendimento d'esta alfandega, pelo maior consumo dos generos sobre que recáe a sua acção fiscal."
(Excerto da Nota preliminar)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
35€

28 março, 2021

LEONE, José - HÁ CEM ANOS PARA SER CIRURGIÃO DO BANCO, JÁ ERA PRECISO CONCURSO DE PROVAS PRÁTICAS...
Separata do Boletim Clínico dos Hospitais Civis de Lisboa : Volume 21, Número 3 - Ano de 1957
. [S.l.], [s.n. - Imprensa Portuguesa, Porto], 1957. In-4.º (23 cm) de 17, [1] p. (737-753 pp.) ; [2] p. il. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante subsídio para a história dos Serviços de Urgência hospitalar. Por considerar que na altura - em 1957 - os procedimentos clínicos se encontravam largamente actualizados, o autor transcreveu o Diploma do Banco do Hospital de S. José, datado de 2 de Julho de 1859.
Inclui no final do livrinho, em folha desdobrável, a reprodução fac-símile de duas cartas: a Carta de Cirurgião, datada de 1811, e a Carta de Boticário, datada de 1802.
"O Banco é dos Serviços Hospitalares o de trabalho mais intenso e ao mesmo tempo de repercussão mais popular.
Especialmente entre as classes proletárias, não há ninguém que não recorra a ele, ao sentir-se atingido por qualquer moléstia, que transcende a «mesinha caseira»!
O Banco foi sempre e continuará a sê-lo, o «socorro dos aflitos», nas grandes emergências, sejam quais forem os Regulamentos que alterem a sua estrutura administrativa."
(Excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
15€

27 março, 2021

ABREU, G. de Vasconcellos - A LITERATURA E A RELIJIÃO DOS ÁRIAS NA ÍNDIA. Por... Lente de Língua e Literatura sâmscrítica no Curso Superior de Letras, Officier d'Académie, Bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra, do Instituto de Coimbra, da Société Asiatique. Membro honorário e correspondente de outras Sociedades científicas e Academias. Paris : Guillard, Aillaud e Cia. 1885. In-8.º (15,5 cm) de [4], XXXII, 171 p. ; E.
1.ª edição.
Importante estudo oitocentista sobre a presença ariana na Índia, a sua dispersão e influência sobre os outros povos no Oriente.
"O conceito de raça ariana teve seu auge do século XIX até à primeira metade do século XX, uma noção inspirada pela descoberta da família de línguas indo-europeias. Alguns etnólogos do século XIX propuseram que todos os povos europeus de etnia branca-caucasiana eram descendentes do antigo povo ariano. Correntes europeias, de caráter nacionalista da época, abraçaram essa tese. Esta, foi, talvez, tratada com maior ênfase pelo Partido Nacional Socialista da Alemanha. Estes, associaram o conceito de identidade nacional à raça ariana do povo germânico, através do princípio da unidade étnica, com a finalidade de elevar o moral e orgulho nacionais do povo alemão, destroçados pela derrota na Primeira Guerra Mundial e das condições consideradas humilhantes da rendição, impostas pelo Tratado de Versalhes. A palavra ário (do sânscrito arya, "nobre"), está associada à discussão sobre a existência de um povo ariano diferenciado, modernamente denominado de proto-indo-europeu, e que deu origem às primitivas línguas indo-europeias."
(Fonte: wikipédia)
"A velha questão sobre a origem da raça ariana, que tantas fogueiras acendeu no meio académico de oitocentos e no início do séc. XX, como ateou copiosos fachos entre as forças políticas da Europa nacionalista, foi matéria que inspirou a imaginação de muitos especialistas. […]
A controvérsia da superioridade de uma “raça ariana” indo-europeia e da “invasão ariana” na Índia, baseou-se essencialmente num pressuposto estabelecido por vários académicos anglo-saxónicos e missionários dos séculos XIX-XX, em que os arianos originários da Europa central tinham sido responsáveis pelas culturas de civilização celta, helénica, persa e indiana, pois só assim se explicaria como as suas línguas (o saxónico, o grego, o zenda e o védico) tinham surgido; a teoria da invasão ariana na Índia era a explicação mais lógica que se podia oferecer para justificar a expansão dos Europeus arianos no oriente e no mundo e uma civilização altamente evoluída na Índia. […] Muitos defensores da superioridade rácica ariana pretendiam basear as suas teses no Antigo Testamento, e partindo deste livro sagrado para todos os cristãos, justificaram a eliminação dos povos indianos como um bem prestado à humanidade - leia-se, aos europeus. […]
Entre os investigadores ocidentais como Max Müller (que se opôs frontalmente à teoria do evolucionismo), que defenderam a teoria ariana, esteve o português Vasconcellos Abreu, eminente matemático da Academia das Ciências, que desde novo se interessou pela língua e cultura clássica indiana, tendo aprendido integralmente de forma autodidacta o protocolo da língua sânscrita assim com a a história da sua literatura clássica, e de tal forma o fez que os seus mestres Abel Bergaigne e Martin Haug, a quem se dirigiu em Paris para continuar os estudos, viram ser impossível aprender mais, pois o seu conhecimento era já completo. Vasconcellos Abreu, em 1885, escrevia sobre os árias o que uma grande parte dos orientalistas defendida no seu tempo:
É muito provável que alguns ramos de gente árica, vivessem entre a Europa e a Ásia, desde o começo da constituição glotológica do proto-árico, percorrendo, ainda depois da determinação dos centros, como hoje os Quirguizes em hordas na Europa e na Ásia, e os Tajiques, por tráfico e indústria, na Ásia Central, as terras que se estendem pelo norte do Cáspio desde o Mar Negro, e mesmo norte do Danúbio até o Pamir. Seriam eles os mais inquietos dos Árias, e os que no século XV antes da n.e. faziam o tráfico marítimo do Mediterrâneo e comerciavam com povos estranhos nas bandas orientais do Arquipélago. (…)
Os Árias que imigraram na Índia desenvolveram ali a sua linguagem e a civilização que levavam já em grau notável. A estes Árias damos o nome de Árias Hindus. Modificados, física e intelectualmente, por cruzamentos e influências geográficas, constituíram as sociedades antigas mais civilizadas do vale do Ganges. A estes povos assim modificados (e ainda aos seus descendentes) damos o nome de Hindus."
(Fonte: http://www.academia.edu/2043728/A_Origem_dos_%C3%81rias._Hist%C3%B3ria_de_uma_Controv%C3%A9rsia_Salom%C3%A3o_Reinach_intr._e_notas_de_JC._Calazans)
Guilherme de Vasconcelos Abreu (1842-1907). "Orientalista e escritor. Formou-se em Matemática na Universidade de Coimbra e, mais tarde, concluiu o curso de Engenharia Naval. O seu interesse pelas línguas e culturas orientais levou-o a fundar em 1873, juntamente com o Marquês de Ávila e Possidónio da Silva, a Associação Promotora dos Estudos Orientais e Glóticos. Em 1875, a convite de Andrade Corvo, então ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Fontes Pereira de Melo, visitou alguns países europeus tendo como objetivo aprofundar os seus conhecimentos de sânscrito. Foi nomeado professor da cadeira de sânscrito do Curso Superior de Letras. Fez parte de várias instituições científicas de renome nacional e internacional, como a Academia das Ciências de Lisboa e a Société d’Anthropologie, de Paris. Dos inúmeros trabalhos que publicou, destacam-se Princípios elementares da gramática da língua Sãoskrita, Manual para o estudo do Sãoskrito clássico e Bases da Ortografia Portuguesa, este último em colaboração com Gonçalves Viana."
(Fonte: http://albertosampaio.no-ip.org/details?id=28717)
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a negro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas manchadas.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

26 março, 2021

DIAS, Jorge de Figueiredo & ANDRADE, Manuel da Costa - CRIMINOLOGIA : o homem delinquente e a sociedade criminógena
. [Coimbra], Coimbra Editora, Limitada, 1984. In-4.º (23 cm) de X, [2], 573, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra de referência, essencial para o estudo da criminologia e política criminal. Conjunto de conceitos e reflexões que, de acordo com os autores, - professores da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra -, só teriam sentido, "se permanentemente despertas para a polaridade dialética entre o indivíduo delinquente e a sociedade criminógena e punitiva".
Livro ilustrado no texto com quadros, tabelas e diagramas.
"Foi a nível individual que primeiro se procurou realizar o estudo científico-explicativo do crime. Para além desta prioridade histórica, as teorias etiológicas relativas ao homem delinquente têm uma certa prioridade lógica em relação às demais teorias explicativas da criminalidade. Não é, por exemplo, difícil descobrir na generalidade das teorias sociológicas o peso, maior ou menor, do legado das teorias de nível individual, tanto no que respeita ao seu horizonte científico como no que toca às suas representações político-criminais."
(Excerto do Cap. V - O homem delinquente)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capas apresentam vincos e pequena falha de papel na contracapa. Sublinhado a caneta, com notas nas margens, ao longo do 1.º capítulo. Assinatura de posse.
Invulgar.
25€

25 março, 2021

A CAPITAL DO QUEIJO SERRA DA ESTRELA - CELORICO DA BEIRA.
[Direcção: Júlio Santos. Coordanadores: Levi Coelho e Armando Neves]
. [Celorico da Beira], Edições Época de Ouro, 2001. In-fólio (32,5 cm) de 126, [2] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Monografia de Celorico da Beira, apresentado como a capital do Queijo da Serra. Livro muitíssimo ilustrado com os locais, paisagens naturais, imóveis e monumentos relevantes do concelho. Inclui reprodução a cores, em pagina inteira, do foral atribuído à vila pelo rei D. Manuel I, em 1512.
"A caracterização do Concelho de Celorico da Beira é uma tarefa difícil e vasta que toca uma série de áreas (a história, a demografia, a geografia, o património, a economia, etc., etc.), que extravasa os objectivos desta "caracterização histórica".
Caracterizar os Celoricenses, é tarefa ainda mais arriscada, não só pela dimensão psicológica da caracterização (como nós nos vemos a nós próprios, como é que os outros nos vêem), mas devido a nunca ter havido um Celoricense tipo. [...]
O nosso concelho, a nossa terra, tem como todas as outras algo de muito específico, é apenas nossa. Nossa, no sentido em que é um laço identificativo de cada um de nós e daqueles que antes de nós, adoptaram de uma forma mais ou menos profunda, o facto de ser Celoricense como uma matriz identificativa daquilo que nós somos, da nossa proximidade para com os nossos conterrâneos, mesmo de que tal não haja uma consciência plena."
Sumário:
Prefácio. | Traços da Nossa Memória. | O Ambiente Natural. | O Passado. | O Presente.
Encadernação editorial cartonada com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
20€

24 março, 2021

CORDEIRO, Domingos José Affonso - O SOMNAMBULISMO PROVOCADO.
Dissertação inaugural. Apresentada e defendida na Escóla Medico-Cirurgica do Porto. Sob a presidencia do Ex.mo Snr. Ricardo d'Almeida Jorge. Por...
Porto, Typograhia Occidental, 1882. In-8.º (21 cm) de 113, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosíssimo trabalho apresentado à Escola Médico Cirúrgica do Porto, sendo presidente do júri o Prof. Ricardo Jorge, conhecido humanista, médico e escritor, a quem o autor oferece, entre outros, a sua dissertação.
"A influencia salutar das ideias cartesianas sobre o espirito publico, no seculo XVIII, que começara á vista de tantas descobertas uteis, e quando Mostesquieu, Voltaire, os encycliopedistas em summa, prégando uma philosophia nova, mofavam das crenças antigas, não conseguia destruir completamente a fé submissa no maravilhoso.
O apparecimento de Mesmer em Paris era saudado por tudo o que a grande cidade tinha de sensivel e vaporoso. A historia d'este homem, ou melhor d'este charlatão, que com as suas phantasias agitou a Europa, é commum a todos aquelles que habilmente teem explorado, segundo as differentes tendencias dos tempos e costumes, as paixões e fraquezas humanas para fazerem d'ellas o admiravel instrumento da sua fortuna. [...]
Eu não lamento com Phillips as mesquinhas proporções, a que se acha reduzido o somnambulismo; se foi esbulhado das suas loucas pretensões de curar todos os males, ficou na practica como um processo d'analyse util para a physiologia e pathologia nervosas, tirando para sempre aos especuladores os recursos que factos verdadeiros offereciam á sua industria.
Considerando assim o somnambulismo tem um duplo interesse: se pelo seu passado pertence á historia dos erros do espirito humano, pelo seu presente pertence á physiologia pathologica; e dominado por estas ideias escolhi-o para assumpto da minha Dissertação inaugural que muito de proposito intitulo - Somnambulismo provocado, por me parecer a melhor designação para o conjuncto de phenomenos psycho-physiologicos que teem sido estudados com os nomes de Magnetismo animal, Hypnotismo e somniação dos quaes me sirvo quasi indifferentemente.
O somnambulismo espontaneo ou natural não differe do provocado ou artificial pelos seus symptomas; mas as condições especiaes em que o primeiro se manifesta, não permittem, senão em casos pouco frequentes, a observação de factos que, além d'outras vantagens incontestaveis, teem um interesse palpitante d'actualidade; fornecem os materiaes indispensaveis para a formação da psychologia moderna, que, na sua marcha triumphante, tenta expurgar os centros nervosos d'uns restos das phantasias methaphysicas, que escolheram por ultimo esconderijo esta parte do organismo.
Em resumo, uma nevrose que o medico tem a estudar, a humanidade a soffrer e o physiologista a explorar como processo util d'observação."
(Excerto da introdução)
Matérias:
[Introdução]. | Primeira Parte - Producção do Somnambulismo. | Segunda Parte - Phenomenos somnambulicos. | Proposições.
Domingos José Afonso Cordeiro (1856-1926). Natural do Concelho de Mogadouro. Concluiu os seus estudos na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1882, com a tese O Somnambulismo provocado. Fixou residência em Matosinhos, onde sempre foi considerado. Exerceu durante largos anos o cargo de director do hospital local. Figura de relevo da República, foi o primeiro Presidente da Câmara de Matosinhos após o movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, sujas, com pequenos defeitos. Assinatura de posse na capa anterior.
Raro.
Sem registo na BNP.
50€

23 março, 2021

SÁ, Pinto de - CONQUISTADORES DE ALMAS. Memórias de uma militância e prisões políticas (1970-1976).
Por...
Lisboa, Guerra e Paz, 2006. In-4.º (23 cm) de 325, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Um livro altamente polémico, há muito esgotado, sendo o primeiro testemunho directo sobre o fanatismo da militância política de extrema-esquerda nas Universidades portuguesas durante o consulado de Marcelo Caetano. O autor revela ainda os métodos da PIDE/DGS, bem como os do COPCON, dado que esteve detido antes e depois da revolução de Abril de 74.
"«Conquistadores de Almas» é um livro dramático e intenso. É um retrato implacável do maoísmo que dominava as universidades nos anos finais da Ditadura. Um retrato do fanatismo político e das fragilidades afectivas que lhe eram inerentes.
O autor traça um percurso que nos leva ao interior das organizações de extrema-esquerda, à prisão de Caxias e aos interrogatórios da PIDE, convocando muitas figuras que hoje conhecemos da vida política, do jornalismo e do mundo empresarial português. Um périplo infernal que se prolonga nas prisões do COPCON, onde se dispensava a culpa formada ou a acusação concreta.
A História recente que até hoje todos calaram ou sublimaram em visões idealizadas de juvenil heroísmo.
Há quanto tempo é que você pertence aos CCR?
Não presto declarações! - respondi eu, como até aí.
Ah, sim, pois claro! - disse ele abanando afirmativamente a cabeça, como quem se recorda de um facto evidente esquecido por lapso.
- Faz muito bem! Dos fortes é que nós gostamos!..."
(Retirado da apresentação)
"O testemunho pessoal que se segue é o de uma iniciação política num contexto histórico de que a memória colectiva quase não tem registos publicados: o da extrema-esquerda maoísta que imperava na universidade no tempo de Marcelo Caetano... [...]
Os últimos anos do regime do Estado Novo foram de uma agitação permanente na universidade, a que o regime respondeu com uma repressão crescente que atingiu o seu clímax em 1973, nas vésperas da sua queda. Quem estava por trás dessa agitação, o que queriam e por que ideais e valores se moviam?
A primeira parte das presentes memórias testemunha a minha participação nesse movimento estudantil, como jovem militante clandestino de uma organização marxista-leninista, memória auxiliada por um exaustivo relatório redigido em 1975-1976 e que jazeu num esquecimento voluntário até agora. [...]
A militância relatada acabou, como era regra, nas salas do Reduto Sul do Forte de Caxias, onde no consulado marcelista a PIDE/DGS realizava os seus interrogatórios. A descrição em pormenor desses interrogatórios inicia a segunda parte deste testemunho, sobre as prisões sofridas, e relata algo de que a memória colectiva também não regista publicações, excepto ficcionais ou míticas: a experiência da cedência e confissão perante a violência da PIDE. Uma vez mais, a memória dos pormenores foi auxiliada por um relatório minucioso, neste caso redigido em 1974/75. [...]
A prisão pela PIDE aqui descrita durou quase um ano e terminou dois meses antes do 25 de Abril de 74, no antepenúltimo julgamento político realizado no Tribunal Plenário da Boa Hora, onde fui condenado. Porém, e apesar da queda do regime, poucos meses depois do referido julgamento viria a sofrer nova prisão política, mais longa que a anterior e exercida desta vez pela "legitimidade revolucionária" entretanto estabelecida.
Sem culpa formada nem acusação concreta, em clausura com os mesmos que antes tinha combatido, a experiência desta última prisão foi a da Revolução de 74/76 vivida entre os milhares de presos políticos que então enchiam as cadeias, muitos deles arbitrariamente, permitindo um outro testemunho sobre as práticas repressivas da Revolução e, dada a sua proximidade temporal, uma comparação directa com as do regime deposto."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
Com interesse histórico.
Indisponível

22 março, 2021

VALENTIM - ALLUCINAÇÕES D'UM BACHAREL.
(Ao concelho de Poiares)
. [S.l.], [s.n.], [190-]. In-8.º (21 cm) de 25 p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo simples, sem data ou local de impressão, publicado sob a capa do pseudónimo "Valentim" em resposta ao artigo de José Ferrão (julgamos tratar-se de José Maria Dias Ferrão (1874-1943), advogado, escritor e político, natural de Vila Chã, Freguesia de São Miguel), que na opinião do autor terá ofendido e caluniado o padre da freguesia num artigo publicado no Jornal da Lousã, além das afirmações polémicas do mesmo, num livro da sua autoria, sobre a toponímia local e a alteração do nome da vila - de Santo André para Villa de Poiares. Cremos ser o Concelho de Poiares : memoria historica, descriptiva, biographica, economica, adminstratica e critica (1905) a obra desconsiderada por "Valentim".
Livrinho com interesse para a vila de Vila Nova de Poiares.
"Os leitores d'este opuculo estão por certo ao facto d'uns artigos que o bacharel José Ferrão publicou no «Jornal da Louzã» com a epigraphe: Allucinação d'um reaccionario.
Conhecem perfeitamente que esses escriptos não merecem resposta, não só porque era ligar importancia a quem os subscreveu, que nenhuma, absolutamente, merece, mas ainda porque o Padre que elles visaram ficou mais considerado na opinião publica, compenetrada da altivez e independencia com que este e a sua junta de parochia, sem discordancia, repelliram uma affronta e defenderam uma causa justa.
Fizeram-se commentarios ás affirmações do bacharel, o qual, apesar de bem conhecido como insolente, imprudente e estouvado, rebaixou ainda mais o seu nivel moral, deu um tal testemunho da sua leviandade, manifestou uma tal falta de senso e de tino que, na opinião dos leitores, difficilmente se poderá rehabilitar.
Ficou averiguado e esclarecido que, sobre ser defeituoso por natureza, é um tresloucado, aliás não pretenderia sem leme, sem criterio, sem os preceitos mais simples de civilidade e educação ferir pessoas e corporações e fazer recahir sobre si o estygma de maçonico, a que jámais poderá escapar na opinião publica.
O fim d'este folheto não é, pois, pôr-lhe a descoberto as feridas e nodoas de virus peçonhento que lhe cobrem a alma. Tambem se fará silencio sobre as maculas da sua vida particular. E da vida publica apenas se vae fazer referencia á prosa desgraçada, contradictoria, calumniadora e suja, tão impropria d'um homem que se prese, e aos estrebuchamentos e repelões que o seu pobre cerebro tem aguentado, relativamente á questão villa."
(Excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas simples, lisas, sem folha de rosto (julgamos que de origem), estando a última página impressa no verso da contracapa. Opúsculo frágil, com defeitos e falhas de papel nos cantos. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Sem registo na BNP.
Indisponível

20 março, 2021

SALVATERRA, Rui de - ANTÓNIO LUÍS LOPES. (O cavaleiro ribatejano). Sua vida. Sua carreira artistica
. Lisboa, [Edição do Autor]. Composto e impresso na Tipografia Beleza, [1930]. In-8.º (17,5 cm) de 103, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Biografia do cavaleiro ribatejano Luís António Lopes, figura de proa do toureio equestre nacional nas décadas 20/30 do século passado.
Na época, o homenageado dividiu os êxitos e as praças com outras grandes figuras da lide a cavalo, entre outros - e especialmente -, João Branco Núncio, de quem foi padrinho de alternativa.
L
ivro muito ilustrado ao longo do texto com fotogravuras a p.b. e um retrato do biografado, no início, em página inteira.
"António Luís Lopes, o cavaleiro ribatejano de que nos vamos ocupar, tem timbrado sempre em manter uma personalidade propria, um modêlo sui-generis, sem cópias reles e degradantes, individualisando-se, usando um processo seu, superior, inconfundivel.
É incontestavelmente o cavaleiro tauromaquico português que melhor e mais sabiamente soubre interpretar a maravilhosa arte do Marquês de Marialva, arte portuguesissima, cheia de valentia e de nobreza, quando posta em prática com o rigor clássico de que nos falam os velhos livros de cavalaria."
(Excerto da introdução - Razões do livro)
António Luiz Lopes (Alhandra, 1893 - Coruche, 1972). "Foi um cavaleiro tauromáquico português. Cursou a Escola de Regentes Agrícolas de Santarém e recebeu a alternativa de cavaleiro tauromáquico na Praça de Touros do Campo Pequeno, a 3 de maio de 1923. Cavaleiro bem sucedido, obteve muitos êxitos nas praças portuguesas, atuando também em Espanha e no Méxic
o. Participou nos filmes A Severa, de José Leitão de Barros, na popular figura do Conde de Marialva, e no filme mudo Tragédia rústica, de Alves da Cunha, ambos rodados no ano de 1931. Em 1932 foi produtor de Campinos do Ribatejo, rodado no Ribatejo, sagrando a lezíria e a figura do campino, e na praça de touros de Algés, com interiores na Sociedade de Belas-Artes. Esteve estabelecido no Brasil, dedicando-se a treinar jovens para a equitação. Foi padrinho de alternativa do seu filho, o também cavaleiro tauromáquico Alberto Luiz Lopes. Foi irmão de outro cavaleiro profissional, Mário Luiz Lopes, com alternativa tirada a 20 de maio de 1927."
(Fonte: wikipédia)
Matérias: [Dedicatória]. | Razões do livro. | António Luís Lopes - Breve esboço psicológico sôbre a sua personalidade. | Alguns subsídios para a biografia do grande cavaleiro ribatejano - A sua infância - A sua «aficcion» - Coimbra... - A sua estreia como cavaleiro - Touros em pontas! - Os grandes exitos de António Luís Lopes em Portugal e Espanha. | António Luís Lopes, primeiro toureio português contratado para tourear na América - Seus triunfos formidáveis na República Mexicana - O que disseram os críticos - ... «el Caballero Lopes es muy certero con los rejones de muerte» - ... «el portugués ejecuta las suertes con precisión, y hace la reunión con el toro clásicamente». | Ouvindo António Luís opes - Sensacionalissimas declarações do notável cavaleiro - O que é o toureio de verdade - Lopes e João Nuncio - Boas e má tarde - Lopes ante o problema cine-teatral - O que êle pensa das mulheres - Suas predilecções pelos desportos - Homenagem a Vitorino Frois - A imprensa - Bandarilhas a duas mãos - Paisagem ou «pamplina»? - «Há que tourear de verdade e não iludir o público... | Algumas opiniões da imprensa, criticos e aficionados em geral sôbre António Luís Lopes - A conversão do critico José Vicente. |
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas envelhecidas,  frágeis e manchadas, com defeitos e pequenas falhas de papel nos cantos. Miolo correcto.
Raro.
Indisponível

19 março, 2021

COSTA, Cunha e - AS PEDRAS DA BATALHA.
Conferencia pronunciada na noite de sabbado 12 de Fevereiro de 1916, em casa dos senhores drs. Alfredo Arthur de Carvalho e Arthur Euler de Carvalho
. Lisboa, Livrarias Ferreira : Ferreira, L.da, Editores, 1916. In-8.º (22 cm) de 19, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"A sessenta milhas, mais milha menos milha, ao norte de Lisboa, entre collinas sombreadas de pinheiros maritimos, pinheiros mansos e grupos de eucalyptus globulus, levanta-se o mosteiro da Batalha, de quem todos fallam, mas que poucos viram e pouquissimos estudaram. O que devêra ser logar de romaria de todos os portuguezes, é apenas a furtiva curiosidade de alguns touristes em transito, nas poucas horas que medeiam entre a meridiana e as Aves Marias. E. comtudo, não ha em Portugal, que eu saiba, affirmação mais solemne de soberania, nem expressão mais vehemente da certeza de um destino."
(Excerto da Conferencia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos, rasgões e falhas de papel nos cantos.
Raro.
A BNP dá notícia de apenas um exemplar.
Com interesse histórico.
15€

18 março, 2021

MONTEIRO, Gomes - A INOCENCIA DE URBINO DE FREITAS
. Lisboa, Livraria Editora Guimarães & C.ª, [1933]. In-8.º (19 cm) de 258, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
"Obra misto de ensaio e romance que retrata o processo de Urbino de Freitas, famoso médico portuense, acusado de ter envenenado diversos familiares nos finais da década de 80 do século XIX. O caso teve enormes repercussões públicas, com discussões médico-forenses, tendo Urbino de Freitas sido condenado a oito anos de prisão, seguidos de degredo."
(Fonte: pedroalmeidavieira.com)
Livro ilustrado em separado, incluindo um retrato de corpo inteiro do Dr. Urbino de Freitas.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado; ligeiramente amarelecido.
Invulgar.
15€

17 março, 2021

CRAVINA, Santos - TROVEIRO DE ROMARIAS
. [Coimbra], Coimbra Editora, Limitada, 1949. In-8.º (19 cm) de 118, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio etnográfico para a história do folclore. Trabalho de recolha das canções que acompanham as romarias nas épocas festivas, realizado pelo autor de norte a sul do país.

"Troveiro de Romarias
a brincar e sem fadiga
canta modernas poesias
a troar à moda antiga.

Futuristas fantasias
de poesia o não castiga
pois é truão de alegrias
da mais singela cantiga.

Canta a rir coisas banais
com ar de bobo rural
com os antigos jograis.

Simples poesia banal
dos humildes arraiais
do Povo de Portugal."

(Apresentação, I)

Índice:
Troveiro de Romarias : Apresentação - I; II; III. | O Ídolo dos Arraiais. | Trovas da Alvorada. | Trovas da Missa de Alva. | Trovas dos Feirantes. | Trovas do Arraial. | Trova das Romarias de Portugal. | Trovas do Minho. | Trovas de Trás-os-Montes. | Trovas do Douro Litoral. | Trovas do Alto Douro. | Trovas da Beira Litoral. | Trovas da Beira Alta. | Trovas da Beira Baixa. | Trovas da Estremadura. | Trovas do Ribatejo. | Trovas do Alto Alentejo. | Trovas do Baixo Alentejo. | Trovas do Algarve.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
25€

16 março, 2021

SILVA, Oliveira e - SIMPLES GYMNASTICA NATURAL : imprescindivel para a mocidade dos lyceus, collegios e clubs. Inexcedivel.
Salutar, hygienica, racional e benemerita. Para todas as pessoas. 1.ª edição
. Porto, Typographia Coelho (a vapor), 1905. In-8.º (19 cm) de 69, 
[1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual gímnico que reflete a importância que a actividade física, e a ginástica em particular, vinham conquistando na época entre nós.
Certo da sua excelência e relevância, o autor acalentava a esperança de inclusão deste seu estudo nos programas escolares com carácter obrigatório.
Livro ilustrado com 20 figuras exemplificativos dos exercícios ao longo do texto.
"A planta humana, á falta de cultivo physico, ou vive morbida, ou sécca de todo. Lucidissimos espiritos que se chamaram Julio Diniz, Hamilton d'Araujo, Soares de Passos, Eça de Queiroz, José Estevão e tantissimos outros, eram organisações fracas ou enfermiças, mas que os exercicios da gymnastica natural, podiam regenerar a par do cultivo da intelligencia. E quando ella se começava a manifestar radiante, esses homens foram conduzidos ao cemiterio, mercê do abandono a que nós os portuguezes deitamos a racional gymnastica.
E quantos homens privilegiados pela intelligencia em todos os ramos da actividade humana, são fracos, doentes, derreados? O seu debil corpo apagará, com a morte breve, o seu lucido espirito. [...]
A gymnastica natural é um pequeno livro. Mas, pequenino que elle é, encerra as meditadas lucubrações de muitas noites de pensar.
É um estudo solidamente baseado em factos. A sua analyse criteriosa, eu rogo a V. Ex.as. Benemeritos da alma pela instrucção da infancia, resultarão ainda V. Ex.as. philantropos da humanidade, pelo seu robustecimento physici."
(Excerto do "apelo" Aos doutos professores do paiz e aos preclaros Legisladores)
Matérias: [Dedicatórias] - A Suas Altezas, o Príncipe D. Luís Filipe e o Infante D. Manuel; ao Presidente do Conselho de Ministros, Ministros da Nação e Conselheiro Abel de Andrade; ao Dr. Ricardo Jorge. | Aos doutos professores do paiz e aos preclaros Legisladores. | Á imprensa e aos Medicos : Explicação prévia da factura d'este livro e justificação do seu titulo "Gymnastica natural". | Prefacio. | Estimulos, Razão, Coherencia, Gymnastica prejudicial. | O banho frio e as suas beneficas utilidades - lucidez de memoria - conjugadas com a Gymnastica natural e a natação benemerita. | O salutar exercicio. | Applicação da "Gymnastica natural" aos novos e velhos. | A sala de hygiene: o banho. | A gymnastica medica, o banho hygienico e a natação salutar. | A gymnastica dos pulmões. | Mandamentos do bem-estar corporal: [10] - Beneficios do corpo; Proveitos do espirito. | Prescripção referente á applicação da salutar "gymnastica natural". | Conclusão da gymnastica natural.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
25€

15 março, 2021

FIGUEIREDO, Mauricia C. de - O EXILADO (romance historico).
Por...
Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira (Livraria-Editora), 1900. In-8.º (20 cm) de 190, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico-biográfico sobre el-rei D. Sancho II, e o seu reinado.
"Foi das mais attribuladas a infancia de D. Sancho. Este principe, que mais tarde seria uma victima da familia e do clero, que se veria abandonado pela nobreza, e que seria deposto, estava predistinado pela fatalidade a soffrer desde o berço.
Logo ao alvorecer da vida teve o principe uma doença tão grave, que a rainha, vendo a vida do filho estremecido ameaçada, - fez uma promessa, que consistia em vestir ao principe um habito monastico da ordem de S. Francisco, - e que elle ficaria usando até certa edade. D'aqui ficou chamarem a D. Sancho o Capello."
(Excerto da 1.ª Parte - O guerreiro desconhecido, Cap. I - Infancia de D. Sancho II)
"O tempo estava magnifico, os campos verdes e as arvores cobertas de flores como é proprio dos bellos dias de abril; as aves cantavam, voando no espaço.
O exercito commandado por Martim Annes, approxima-se da fronteira de Elvas.
Á frente via-se D. Sancho, que levava o estandarte com a cruz vermelha, symbolo da redempção."
(Excerto do Cap. V, Os guerreiros da Cruz)
Encadernação simples em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Escurecido; com uma folha solta.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€

14 março, 2021

MELO, Costa e - GENTE DE TOGA E BECA (fogachos de lareira forense). Prefácio de António Almeida Santos
. Aveiro, Edição da Câmara Municipal de Aveiro, 1994. In-8.º (22 cm) de 162, [6] p. ; B.
1.ª edição.
Memórias do foro de Manuel Costa e Melo, advogado e escritor, histórico fundador do Partido Socialista.
Livro muito valorizado pela sua dedicatória autógrafa.
"É sabido que o continente tem ou pode ter a ver com o conteúdo. Ainda assim, não se esperam subtilezas de um peso pesado. Pois bem: pesado e bem, robusto como só ele, tonitruante como um Júpiter e senhor de um murro de mesa que tem escavacado algumas, é o meu Camarada, colega e amigo Costa e Melo. Não obstante, registou a patente de um temperamento sensível, de um coração generoso, de uma alma de artista. Surpresas do criador. [...]
Manifestamente, escreve como quem se recria. Tanto que, por vezes, sentimos pena de que o seu discurso não flua mais enxuto.
Surge-me agora com estes seus "fogachos da lareira forense" a que chamou "Gente de Toga e Beca".
Dito o mesmo sem arte, gente do foro, magistrados e advogados com quem trabalhou, privou ou a quem simplesmente conheceu."
(Excerto do Prefácio)
"A permanência ao longo de meio século, pelos corredores, salas, ficheiros, livros e almas de repartições, tribunais e escritórios, deu-me um baú bem atulhado de recordações onde encontro, sempre que o abro, algo que faz sorrir, pensar e às vezes chorar. [...]
Os fogachos aí ficam e com eles, a verdade que têm, aquela que eu vi com os olhos ou ouvi com os ouvidos e, não poucas vezes, como coração a sangrar ou a rir."
(Excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito interessante.
Indisponível

13 março, 2021

COSTA, Velloso da - UM CYCLISTA : cançoneta para homem.
Representado com geral agrado em diversos theatros particulares
. Lisboa, Typ. Economica, [191-]. In-8.º (16 cm) de 6, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra picaresca em verso, sendo o passeio de bicicleta o pretexto para algumas estrofes picantes. Não datada, terá sido publicada na segunda década do século XX.

"Uma tarde, a mulher do Garcia,
com o primo foi dar um passeio,
como estava muito lindo o dia
affastaram-se em doce recreio.
Mas a volta contou-me, a tremer,
que apanhara uma grande bolota
e que o primo a fisera estender,
n'uma cambalhota!
(declama) O marido ao vel-a com o fato em desalinho disse-lhe: - Não quero que montes mais a bycicleta. Em querendo passeiar monta-te em mim que te levo. Nada! ficás-te muito maguada na...
na tal cambalhota!"

Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, algo sujas, com pequena falha de papel marginal.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

12 março, 2021

BARROS, João de - A PRYMEIRA PARTE DA CRONICA DO EMPERADOR CLARIMUNDO DONDE OS REYS DE PORTUGAL DESÇENDEM
. Lisboa, Biblarte, Ldª : Ernesto Martins, 2003. In-fólio (31 cm) de [4], 342, [2] p. ; E.

Edição fac-símile. Tiragem fora de mercado xerocopiada do único exemplar original conhecido, existente na Biblioteca Nacional de Madrid, conforme informação e cedência do professor Eugénio Asensio. Salvo melhor opinião, trata-se da única reprodução da Crónica alguma vez publicada com estas características.
"A Crónica do Imperador Clarimundo foi escrita por João de Barros quando era ainda um jovem fidalgo da corte do rei D. Manuel. Como o próprio virá a expressar anos mais tarde, tratou-se de um "debuxo" da sua obra maior, as Décadas da Ásia.
Esta obra relata as façanhas do cavaleiro Clarimundo ao longo de um percurso de vida heróico, desde o dia do seu nascimento envolto em acontecimentos extraordinários. Fantasia e realidade conjugam-se aqui para a mitificação das origens de Portugal através da sua realeza, cuja ascendência remontaria a esta figura de excepção. A temática da identidade ganha aqui uma importância relevante, na relação com a glorificação do reino.
Os "livros de cavalarias", são testemunhos literários de um tempo de transição entre a Idade Média e o século XVI, nomeadamente no que respeita ao imaginário cavaleiresco e à expressão do maravilhoso. Esta obra é também identificadora de uma cultura peninsular voltada para a expansão e auto-glorificação. Sendo o primeiro livro de cavalarias português, segue o modelo de "Amadís de Gaula", escrito anteriormente em língua castelhana por Garcí Rodriguez de Montalvo, em sintonia com o ideário dos reis católicos."

(Fonte: http://www.bnportugal.pt) 
João de Barros (Vila Verde, Viseu, 1496 - Vermoil, Alcobaça, 1570). "Historiador, geógrafo, autor de importante obra doutrinária, pedagógica e gramatical e alto funcionário da coroa portuguesa no reinado de D. João III. Nascido provavelmente em Viseu, de família fidalga, ainda muito jovem entrou na corte régia onde, com outros moços-fidalgos, aprendeu latim, matemática e humanidades.
A Crónica do Imperador Clarimundo (1522), romance de cavalaria que exalta as origens imaginárias da casa real portuguesa, oferecida a D. Manuel em 1520, assinala a sua estreia como escritor. Nela, o herói Fanimor profetiza em prosa de aspiração épica as futuras glórias dos reis de Portugal. O Clarimundo constitui sobretudo um "ensaio" de João de Barros, nascido dois anos antes da chegada de Vasco da Gama à Índia, para aquele que já então era, inegavelmente, o seu verdadeiro projecto: a narração dos feitos dos portugueses no Oriente.
A Crónica agradou de tal forma a D. Manuel que o monarca quis encarregá-lo da escrita das "cousas das partes do Oriente", já que até então, apesar de querer celebrar os feitos portugueses, "nunca achara pessoa de que o confiasse" (Década I, “Prólogo”). A morte do rei veio interromper o projecto já que o novo soberano, D. João III, lhe concedeu, logo em 1522, o governo do Castelo da Mina, cargo que não terá chegado a exercer, embora talvez tenha viajado até S. Jorge. [...] Foi como historiador que João de Barros ganhou maior projecção. Projecto de uma vida, a Ásia constitui a "coroa de glória" da sua actividade como escritor. [...]
Historiador dos feitos do Oriente, amigo e panegirista de D. João III, distinguido pelo monarca com mercês várias e cargos de relevo na administração, João de Barros foi um dos expoentes e um dos porta-vozes destacados da ideologia expansionista da coroa portuguesa no século XVI. A sua concepção da história, servida por um inequívoco rigor documental, por uma vasta erudição e por uma língua grave e majestosa, reflecte a prudência do cortesão que serve o seu rei, mas também a noção humanista da necessidade da glorificação dos heróis."

(Fonte: http://www.fcsh.unl.pt/cham/eve/content.php?printconceito=762)
Encadernação inteira de percalina com cercadura e ferros gravados a seco e a ouro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
45€