17 fevereiro, 2020

RITTADA.
Poema em dois cantos dedicados á Sr.ª D. Maria Ritta Cabral Freire Cortez Mettelo, filha da Amalia Cabral Freire Cortez Mettelo, residentes em Coimbra, quando era solteira e tinha ao mesmo tempo diferentes namorados bem acirrados com estudantes sendo alguns de grandes idylios
. [S.l.], [s.n.], 1887. In-8.º (20,5 cm) de [4], 12, [2] p. ; B.

1.ª edição.
Obra em verso de má-língua estudantil, sem indicação do autor nem do editor/tipógrafo onde foi impresso. No final do poema, são dadas indicações sobre os "autores", bem como explicações em tom crítico-jocoso, com detalhe, da vida pessoal de Maria Ritta e sua mãe - "uma das primeiras mundanas escandalosas da cidade de Coimbra" -, e certos familiares e "amigos", num cruel lavar de roupa suja.

"Nasceu Maria Ritta n'esta terra,
Que ostenta por brazão a verde alface,
Senhoras, o combate, a dura guerra,
Dada para beijar-lhe a rosea face:
Cantarei pelo mundo em grande bérra,
E comprarei por mais que me desgraçe,
Para espalhar a fama d'essa gata
Sonóra tuba da mais fina lata."

(Excerto do Canto I)

"Andávam alulando pelas beiras,
Os felizes amantes assanhados,
«Ó rainha das gatas galhofeiras!
Ouvide os nossos languidos miádos»
Gemiam todos elles nas Janeiras
Que são as serenatas dos telhados;
Mas fugiam de mêdo, se na rua
Um cão ouviam a ladrar á lua."

(Excerto do Canto II)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade transversal a todo o opúsculo.
Raro e muito curioso.
25€

Sem comentários:

Enviar um comentário