14 fevereiro, 2020

GALLIS, Alfredo – CHIBOS. 2.ª edição. Tuberculose Social. I. Lisboa, Livraria Central editora de H. E. Gomes de Carvalho, 1926. In-8.º (18,5 cm) de 271, [1] p. ; E. Tuberculose Social, I
Romance erótico. Trata-se do título que inaugurou a série Tuberculose Social (1.ª edição - 1901).
“A sociedade, tal e qual como os corpos humanos, está sujeita a terriveis enfermidades, umas de simples ordem passageira, outras que nem com o decorrer do tempo e o avanço da civilisação se tornam chronicas, aggravando-se progressivamente. […]
Ha na sociedade pustulas hediondas e escorrencias terriveis que apavoram ainda mesmo os mais synicos e os mais indifferentes.
Parallelamente, tambem ella contém crimes de ordem moral que indignam e repugnam a qualquer espirito bem equilibrado, onde a noção da logica não seja uma simples imagem de rethorica.
Espremer bem essas pustulas, accentuar firmemente essa noção, arrancando d’um movimento brusco, mas previamente pensado, a mascara da hypocrisia e da mentira, eis o meu proposito, ao dar começo, hoje 2 de junho de mil novecentos e um, a esta obra, da qual este livro constitue por assim dizer um dos seus detalhes.
Dei-lhe o titulo generico de Tuberculose Social, como o mais complexo e proprio para explicar e definir a generalidade da doença, tanto mais que os modernos estudos pathologicos ensinam que a tuberculose póde atacar qualquer órgão ou membro do corpo humano, não sendo apenas restricta aos pulmões.
Como o corpo, também a moral póde estar tuberculosa em qualquer das suas multiplas e complexas manifestações.”
(Excerto do Proemio)
Joaquim Alfredo Gallis (1859-1910). " Mais conhecido por Alfredo Gallis, foi um jornalista e romancista muito afamado nos anos finais do século XIX, que exerceu o cargo de escrivão da Corporação dos Pilotos da Barra e o de administrador do concelho do Barreiro (1901-1905). Usou múltiplos pseudónimos, entre os quais Anthony, Rabelais, Condessa do Til e Katisako Aragwisa. Desde muito jovem redigiu artigos e folhetins em jornais e revistas, entre os quais a Universal, a Illustração Portugueza, o Jornal do Comércio, a Ecos da Avenida e o Diário Popular (onde usou o pseudónimo Anthony). Como romancista conquistou grande popularidade, especializando-se em textos impregnados de sensualismo exaltado que viviam das «fraquezas e aberrações de que eram possuídas, eram desenvolvidas entre costumes libertinos e explorando o escândalo». Escreveu cerca de três dezenas de romances, por vezes publicados com o pseudónimo Rabelais. Alguns dos seus romances têm títulos sugestivos da sensualidade que exploram, nomeadamente Mulheres perdidas, Sáficas, Mulheres honestas, A amante de Jesus, O marido virgem, As mártires da virgindade, Devassidão de Pompeia e O abortador. É autor dos dois volumes da História de Portugal, apensos à História, de Pinheiro Chagas, referentes ao reinado do rei D. Carlos I de Portugal.”
Encadernação simples cartonada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em razoável estado de conservação. Pastas e capas de brochura com sinais evidentes de humidade. Capa frontal apresenta falha de papel no canto inferior direito. Miolo em bom estado.
Invulgar.
Indisponível

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