08 junho, 2017

AMICIS, Edmundo de - CONSTANTINOPLA. Com 200 illustrações de E. Ussi e C. Biseo. Traducção de Manuel Pinheiro Chagas. Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1889. In-fólio (31cm) de 481, [3] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Bonita monografia sobre Istambul e o povo turco. Obra imponente, impressa em papel de superior qualidade, profusamente ilustrada com belíssimas gravuras no texto e em página inteira.
"Para se ver a população de Constantinopla é mister percorrer a ponte fluctuante, de um comprimento de cerca de um quarto de milha, que se estende desde a ponta mais avançada de Galata até á margem opposta do Corno Aureo, defronte da grande mesquita da sultana Validé. Ambas as margens são terra europeia; mas póde-se dizer que a ponte une a Europa á Asia, porque em Stambul não ha de europeu senão a terra, e têem côr e caracter asiatico até os poucos arrebaldes christãos que a cingem como uma corôa."
(excerto de, A Ponte)
"É uma grande surpreza para quem chega a Constantinopla, depois de ter ouvido fallar tanto na escravidão das mulheres turcas, vêr mulheres por tosa a parte e a todas as horas do dia, como em qualquer cidade européa. [...] A primeira impressão é curiosissima. O estrangeiro pergunta a si proprio, ao vêr todas as mulheres com aquelles véus brancos e aquellas longas capas de côr charlatanescas, se são mascaras, ou freiras, ou doidas; e como se não vê nem uma só acompanhada por um homem, parece que não devem pertencer a ninguem, que são todas ou viuvas ou solteiras, ou que pertencem todas a algum grande convento de «mal-casadas». [...]
É difficil definir a belleza da mulher turca. Posso dizer que quando n'ellas penso, vejo um rosto alvissimo, dois olhos neros, uma bôcca purpurea, e uma expressão de doçura. [...] A maior parte têem um bello contorno oval, um nariz um pouco arqueado, os labios grossos, o queixo redondo com a covinha; muitas têem tambem covinhas nas faces, um bello pescoço compridito e flexivel; e mãos pequenas, quasi sempre cobertas, que pena!" [...]
O que assombra ao principio é a maneira que ellas têem de olhar e de rir que auctorisaria qualquer juizo mais temerario."
(excerto de, As Turcas)
Índice:
- A chegada. - Cinco horas depois. - A Ponte. - Stambul. - No Corno Aureo. - O Grande Bazar. - A vida em Constantinopla. - Santa Sophia. - Dolma Bagcé. - As Turcas. - Ianghen-Var. - As muralhas. - O antigo Serralho. - Os ultimos dias. - Os Turcos. - O Bosphoro.
Edmundo De Amicis (1846-1908). “Foi um escritor e militar italiano. Frequentou a escola militar de Modena, saindo em 1865 como oficial. Em 1866 tomou parte da batalha de Custozza. Em 1867, dirigiu o diário La Itália Militare, de Florença. As suas obras, hoje traduzidas em muitas línguas, gozam de grande prestígio, sobretudo no seu país natal. A sua estreia literária deu-se em 1866, com o livro La Vita Militare."
(fonte: wikipédia)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a seco na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Com pequenas manchas de oxidação e um ténue ondulado de humidade no canto inferior direito, visíveis apenas nas primeiras folhas.
Invulgar.
20€

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