14 junho, 2017

LOPES, Manuel - OS MEIOS PEQUENOS E A CULTURA (Palavras lidas no Salão do Sporting Club da Horta em 28-III-950). Horta, Edição do Autor, 1951. In-8.º (20,5 cm) de 53, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de reflexões do autor sobre os custos culturais da insularidade.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"... Quando mencionamos meios pequenos e meios grandes, ocorrem-nos,  antes de mais nada, suas relações espaciais. É uma noção puramente visual, simples, primária, isto é, quantitativa e geométrica: comprimento, largura e altura. Posso dizer que a sensação que acompanha tal evolução é, naturalmente, física e estática. Mas o sentido em que tais termos são empregados não é só objectivo, não se prende só com ao volume, à extensão; trata-se de espaços habitados por homens, onde os homens, em comum, se esforçam por realizar a vida o melhor que podem, onde o destino de cada homem corre diante de seus passos como a bola de futebol diante dos pés do jogador. E quem diz destino diz: uma porção de objectivos individuais, solicitações e necessidades guiadoras, num mundo de choques, vário e complexo, com problemas de adaptação, lutas, triunfos e derrotas."
(Excerto de Meios pequenos, meios acanhados)
Matérias:
- Meios pequenos, meios acanhados. - Mocidade desbaratada. - Prejuízos dos meios pequenos. - A mocidade estudiosa e os meios pequenos. - Livros, bibliotecas, bibliotecários. - Sugestões, não soluções. - (Trabalhar... trabalhar...). - Libertação pela cultura.
Manuel Lopes (1907-2005). "Poeta, ensaísta, jornalista e pintor cabo-verdiano, Manuel Lopes nasceu a 23 de dezembro de 1907, na ilha de S. Nicolau, Cabo Verde, e faleceu a 25 de janeiro de 2005, em Lisboa. Estudou em Coimbra e em S. Vicente, para onde regressou em 1923. Os seus primeiros trabalhos literários foram publicados em 1927, no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro , tendo ganho o respetivo concurso de prosa anual. Entre 1931 e 1933, colaborou nos jornais locais Notícias de Cabo Verde e Ressurgimento . Em 1932, integrou o grupo de intelectuais que viria a fundar a revista Claridade quatro anos depois. Por razões de ordem profissional, foi viver para a ilha açoriana do Faial, em 1944, publicando aí o seu primeiro livro de poemas. Durante os onze anos que lá residiu, fez duas exposições de pintura com trabalhos seus e ajudou a constituir o Núcleo de Cultura da Horta. Fixou-se em Portugal em 1955, onde deu a conhecer ao público as suas principais obras de ficção: Chuva Braba (que venceu o Prémio «Fernão Mendes Pinto», 1956), O Galo cantou na Baía (Prémio «Fernão Mendes Pinto», 1959) e Os Flagelos do Vento Leste (Prémio «Meio Milénio do Achamento das Ilhas de Cabo Verde», 1960). Chuva Braba constitui, sem dúvida, o romance mais marcante da sua obra, pelo estilo direto e coloquial, e também pelas personagens simples e reveladoras da pureza cabo-verdiana. A obra foi traduzida para diversas línguas. Manuel Lopes é também autor de ensaios, entre os quais se destacam Os Meios Pequenos e a Cultura (1951) e As Personagens de Ficção e Seus Modelos (Separata de «Comunidades Portuguesas», 1973). Por outro lado, através de obras como Poemas de Quem Ficou (1949) e Crioulo e Outros Poemas (1964), Manuel Lopes dá a conhecer a sua vertente poética."
(Fonte: Manuel Lopes in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [consult. 2017-06-12 21:02:05]. Disponível na Internet: )
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse cultural e regional.
Indisponível

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