SARMENTO, Ignacio Pizarro de M. - MEMORANDUM DE CHAVES RELATIVO AOS ACONTECIMENTOS DO MEZ DE MAIO DE 1846. Por... Fidaldo Cavalleiro da Casa de S. M. F., Commendador de Santa Marinha de Lisboa, da Ordem de Christo, Morgado de Bóbeda etc. etc. etc. Porto, Typographia Commercial, [1846]. In-8.º (15,5cm) de [2], 80 p. ; B.
1.ª edição.
Relato fiel dos acontecimentos que tiveram lugar em Trás-os-Montes na sequência do levantamento popular que ficaria conhecido para a história como a
Revolução da Maria da Fonte. Assim se chamou este levantamento que rebentou no Minho, em maio de 1846, contra o governo de Costa Cabral. A causa imediata da revolta foram questões de recrutamento militar, e a proibição dos sepultamentos feitos dentro das igrejas, em que desempenhou um papel activo e determinante uma desembaraçada mulher das bandas da Póvoa de Lanhoso, conhecida pelo nome de Maria da Fonte. Os tumultos multiplicaram-se, tomando afinal as proporções sérias duma insurreição, que lavrou em grande parte do reino. Esta obra é justamente considerada uma das mais importantes fontes coevas que sobre este assunto se publicaram.
"A vida agitada das naçoens, no curto espaço de poucos dias, reprezenta seculos de existencia tempestuosa; os interesses, e as paixoens; os direitos, e os deveres; a usurpação, e a ilegitimidade; o despotismo, e a anarchia; a prepotencia, e a liberdade travam luctas sanguinolentas, das quaes ou nasce a ordem e prosperidade publica, ou se origina esse terrivel syncope cataleptica, em que a vida social se paraliza pella falta do exercicio dos direitos, pella falta do gôzo das garantias sociaes e individuaes..
Os acontecimentos do mez de Maio de 1846, reprezentam seculos na existencia politica de Portugal; e os de Chaves, nesse curtissimo periodo, tiveram tal influencia moral em seu andamento e feliz desfecho, que julgamos dever publicar debaixo do modesto titulo de Memorandum de Chaves, a historia resumida e documentada dos factos que tiveram logar nesse angulo tão remoto da nossa patria, como apontamentos que possam um dia servir de guia e roteiro seguro ao illustre chronista das glorias portuguezas, que neste opusculo achará verdade sem elegancia de estillo, justiça distribuida sem parcialidade."
(excerto do prólogo)
Inácio Pizarro de Morais Sarmento (Bóbeda, Chaves, 1807 – Chaves, 1870). “Também conhecido por Inácio Pizarro, foi um escritor e poeta português. Exerceu as funções de deputados às Cortes, notabilizando-se ao publicar, em 1841, um Romanceiro Português da sua autoria, tratando em verso incolor, de recorte popular, cenas heróicas inspiradas pela história portuguesa. Completados os estudos no Colégio dos Nobres, aos 13 anos de idade ingressou na Universidade de Coimbra. Matriculou-se na Faculdade de Matemática e na de Filosofia em Novembro de 1821 e na de Direito no mês de Outubro de 1822. Permaneceu em Coimbra pelo menos até 1826, mas não concluiu os estudos. Fixou-se em Chaves e dedicou-se à administração das propriedades da família. Em 1837 foi eleito deputado ao Congresso Constituinte que resultou da Revolução de Setembro, representando o círculo eleitoral de Bragança. Nessa condição participou, integrado na ala mais conservadora, na elaboração da Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838, tendo papel relevante nas discussões em torno da composição da segunda câmara parlamentar, defendendo um Senado de plena nomeação régia. Tomou parte no movimento popular de 1846, a Patuleia, durante o qual escreveu o Memorandum com as reivindicações e a memória dos acontecimentos em Chaves. Foi fidalgo cavaleiro da Casa Real e herdo de seu pai a comenda de Santa Marinha de Lisboa da Ordem de Cristo. Pertenceu à Sociedade Patriótica Lisbonense e à Maçonaria. O seu nome é lembrado na toponímia da cidade de Chaves.”
(fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas fac-símile; miolo correcto, aqui e ali, com picos de oxidação.
Raro.
Com grande interesse histórico e regional.
Indisponível
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