FERREIRA-ROSA, João - FADO. É no Povo que vive esta Canção. Movimento da Democracia Real : M. D. R. : Agosto 1974. [S.l.], Edição do Autor, 1974. In-8.º (20,5cm) de 31, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa de Ferreira-Rosa a Lurdes Salvação Barreto.
Na sequência do recente golpe revolucionário de 25 de Abril de 1974, e a pretexto do Fado, o autor desenvolve um conjunto de reflexões políticas e históricas sobre a Monarquia e a República, e o movimento que integra - o Movimento da Democracia Real.
"Há quem sinta no Fado uma origem que quer esconder e de que se envergonha. Alguns sempre acharam o Fado uma canção ordinária e pouco recomendável. Será por ser do Povo? Por ser dos Fadistas?
Não pensem tanto em Fado. Pensem melhor!
Além dos Portugueses que cantam e sentem o Fado, há muita gente pelo Mundo que gosta de o ouvir e que o entende e lhe dá valor sem confundir o que na verdade é, com o que parece.
Gente que entende e sabe de gente."
(excerto do texto)
João Ferreira-Rosa (Lisboa, 16 de Fevereiro
de 1937). "É um dos maiores expoentes de sempre do fado. De uma
personalidade irreverente e monárquico assumido, João Ferreira-Rosa é um
homem de fortes convicções que só os grandes possuem, facto facilmente
detectável nos fados que canta e no modo como os canta. Os fados que
interpreta falam essencialmente, mas não exclusivamente, da nostalgia
dos tempos perdidos, de um Portugal já perdido e esquecido, das touradas
e da tradição.
Desde o início da sua adolescência que o ato de cantar se revelou ser
uma forma excelente de escapar às praxes escolares dos seus colegas na
Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. A fama que ganha dessa forma
valeu-lhe, aos 14 anos, a estreia em público no palco do Teatro Rosa
Damasceno, com uma interpretação do «Fado Hilário», para uma festa de
escola.O seu primeiro registo discográfico data de 1965, um EP que
continha o «Fado do Embuçado», que se viria a revelar bastante popular.
Composição singular, com música do “Fado Tradição” da cantadeira Alcídia
Rodrigues e letra de Gabriel de Oliveira, é, sem dúvida, um dos mais
incontornáveis em qualquer tertúlia fadista. O tema versa uma curiosa
história de um embuçado que todas as noites ia ouvir cantar fados. Tendo
um dia sido desafiado a revelar-se, eis que se descobre que o embuçado
era o Rei de Portugal, que, após o beija-mão real, cantou o fado entre o
povo. Para além deste fado, João Ferreira-Rosa imortalizou outros, como
por exemplo: «Fragata (Fado Vianinha)»; «Triste Sorte (Fado Cravo)»;
«Fadista Velhinho (Fado Lumiar)» ou «Fado Alcochete».
Ainda nesse ano, adquire um antigo armazém no Beco dos Curtumes, no
Bairro de Alfama, a que chamou a Taverna do Embuçado, espaço que viria a
marcar várias gerações de fadistas nos vinte anos seguintes. Nos anos
60, adquire ainda o Palácio Pintéus, no concelho de Loures, onde grava,
em 1996, o sublime «Ontem e Hoje», disco que inclui onze fados, todos
eles gravados ao primeiro take. João Ferreira-Rosa, tal como Alfredo
Marceneiro ou António dos Santos, tem uma certa aversão a estúdios de
gravação e à comercialização do fado, preferindo cantá-lo entre amigos,
como refere nos versos «Fado Alcochete»."
(fonte: www.fnac.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
15€
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