29 junho, 2024

SILVA, Carlos -
O PALEOGRAPHO EM ESCALA CALLIGRAPHICA PARA APRENDER A LEITURA MANUSCRIPTA.
Approvado pelo Conselho superior d'Instrucção publica para uso dos Collegios. Contem Differentes alphabetos abhreviaturas, Cartas familiares e Commerciaes, ordens de pagamento, recibos, obrigações facturas, contas de venda, lettras, conhecimentos, circulares, arrendamentos, requerimentos, & &. Por... Director do Instituto Calligraphico. Lisboa, [s.n.], 1880. In-8.º (20x13 cm) de [2], 94 p. ; E.
Importante tratado caligráfico, obra multiplamente reeditada ao longo do século XIX e princípio do século passado. Inocêncio dá conta que a edição original foi publicada em 1864, e que em 1870 já haviam sido publicadas doze edições.
A presente não tem indicação do número da edição, nem pela data - 1880 - vem mencionada na Biblioteca Nacional.
Exemplar marcado com carimbo do autor na f. rosto, marca sem a qual o livro seria considerado contrafeito e sujeito à aplicação das leis vigentes.
Encadernação em percalina. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Pastas manchadas, com defeitos.
Muito invulgar.
Sem registo na BNP.
20€

28 junho, 2024

IVO, Pedro - O SELLO DA RODA. Por... Porto, Typ. do Commercio do Porto, 1876. In-8.º (18x13 cm) de 355, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Edição original do único romance do autor, mais conhecido pela sua faceta contista.
"Estamos em fins de setembro. A brisa dos montes leva de quebrada em quebrada os éccos de mil cantares. Corre a vindima com o cortejo de alegrias, esperanças e projectos, que a acompanham.
Espalhadas pelas encostas, movendo-se nas profundezas dos valles, centos de raparigas, de navalha em punho, lidam na corta das uvas, roubando um bago a cada cacho e provando ao sol, por mil fórmas, que mais ardente do que elle lhes gira o sangue nas veias.
Descendo em linha recta a montanha, saltando de socalco em socalco, uma linha interminavel de gallegos transporta aos hombros para os lagares os enormes cestos vindimos, fazendo lembrar de longe um exercito de formigas forrageando as provisões d'inverno."
(Excerto de Em Traz-os-Montes - I)
"Ainda tremo, só com lembrar-me d'aquelle rigoroso inverno de 186...!
A chuva cahia pulverisada e gélida, ensopando pouco e pouco as roupas e inteiriçando os membros.
Os ricos, os que podiam ficar em casa, contemplavam melancholicamente, atravez dos vidros das janellas, o ar lôbrego e plumbeo e bocejavam, minados pelo tedio.
Os transeuntes, passando, como sombras, rente ás casas, ou procurando, com vistas expressivas de repugnancia e despeito, uma passagem, um váo, para atravessarem as ruas transformadas em atoleiros, amaldiçoavam a sorte, que os forçava a sahir.
Rapariguinhas maltrapidas, com os braços cruzados sobre o eito, e as mãos abrigadas debaixo dos sovacos, arrastavam com difficuldade os pés doridos, sentindo vergar as pernas açoutadas pela orla humida e enlameada das saias, e revelavam no rosto roxeado pelo frio o desalento e cançasso."
(Excerto de A engeitada - I)
Índice:
Em Traz-os-Montes. A engeitada. Em familia. Epilogo.
Pedro Ivo, pseudónimo de Carlos Lopes (1842-1906). "Escritor português, de nome verdadeiro Carlos Lopes, nascido a 15 de janeiro de 1842, no Porto, e falecido a 4 de outubro de 1906, na mesma cidade.  Oriundo de uma família abastada, viveu na Inglaterra e na Alemanha, onde foi educado, traduzindo poesias de Schiller, Goethe, Uhland, Heine e Hoffman, entre outros.  Depois de uma estada de dois anos no Brasil, de regresso a Portugal, dedicou-se ao comércio e à atividade bancária, chegando a presidente da Real Companhia dos Caminhos de Ferro de África. Estreou-se na atividade literária com a publicação de Contos (1874), obra elogiada pela crítica, a que se seguiram o romance O selo da roda (1876), igualmente aplaudido, e nova coletânea de contos, Serões de inverno (1880).  A escrita de Pedro Ivo revela influências de Júlio Dinis e de Rodrigo Paganino, no tema da felicidade rústica e no carácter moralizador das narrativas, e de Camilo, quanto ao sentimentalismo trágico. O seu estilo sóbrio e coloquial caracteriza-se pelas constantes intromissões do narrador e pela aproximação à linguagem das personagens, mediante o uso de variantes regionais e populares."
(Fonte: Infopédia)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro la lombada. Sem capas de brochura
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado, com pequenas falhas nas pastas e na lombada. Interior correcto.
Raro.
75€

27 junho, 2024

BAPTISTA, Virgínio - GUIA DO VIAJANTE NA PRAIA DA VITÓRIA. (Notícia sucinta sôbre esta Muito Notável Vila). Angra do Heroismo, Livraria Editora Andrade, 1929. In-8.º (15x12,5 cm) de 74, [6] p. ; [4] f. il. ; B.
1.ª edição.
Guia quase centenário da vila da Praia da Vitória, hoje cidade, localizada na parte leste da Ilha Terceira, tendo sido a sua primeira capital.
Ilustrado com 4 estampas a sépia separadas do texto.
Guia raro e muito interessante. A BNP não menciona.
"Sendo reconhecida a necessidade dum opúsculo que esclarecesse o visitante e viesse descrever, embora sucintamente, o que existe nesta Vila, digno de ser admirado, resolvi publicar o presente Guia do Viajante na Praia da Vitória.
Sem pretensões e sem exibicionismos que não possuo, êle atinge o fim que tive em vista e que creio deve satisfazer o turista, ávido de saber e conhecer os factos mais notáveis desta vila e os pontos principais que tem a visitar, para não andar às cegas e, muitas vezes, ir admirar coisas de somenos importância, por ignorar a existência de outras de mais valimento.
Tudo descreve êste guia e a todas as coisas se refere, embora superficialmente.
Os terramotos que arrazaram esta Vila, a libertação dos Açôres do jugo opressor de Castela, a gloriosa batalha de 11 e Agosto de 1829 entre miguelistas e liberais, as igrejas, fortes, monumentos, casas de caridade, paços do concelho, repartições públicas, a tudo se faz referência neste guia."
(Excerto de Duas palavras necessárias)
Índice:
[Preâmbulo] | Duas palavras necessárias | A Praia da Vitória Notável | Como se fundou a Vila da Praia: - [Introdução]; - Fundação da Religião Católica nesta Vila; Brazão da Vila da Praia; - A destruição da Vila da Praia da Vitória; - A Praia da Vitória e as várias epidemias que a teem assolado; - A Vila da Praia da Vitória progressiva. | Igrejas, Capelas e Ermidas (Urbanas): - Matriz de Santa Cruz; - Misericórdia ou Santo Cristo; - Capela dos Remédios; - Capela de S. Lazaro; - Ermida de S. Salvador. | Conventos: - S. Francisco; - Chagas; - Nossa Senhora da Luz; - Jesus; - Frades Gracianos ou de Nossa Senhora da Graça. | Monumentos: - Forte de Santa Catarina; - Forte das Chagas; - Forte de Santas Cruz do Porto; - Forte do Espírito Santo; - Estatua do Conselheiro José Silvestre Ribeiro; - Estatua da Liberdade. | Estabelecimentos de Beneficiência: - Asilo de Mendicidade D. Pedro V; - Santa Casa da Misericórdia; - Hospital dos Lazaros; - Hospício dos Expostos. | Edificios públicos: - Paços do Concelho; - Alfandega; - Tribunal Judicial; - Repartição de Finanças; - Repartição do Registo Civil; - Conservatória do Registo Predial; - Sub-Inspecção de Saúde; - Caixa Geral de Depósitos; - Tesouraria da Fazenda Pública; - Comissão dos Bens Culturais; - Execuções Fiscais; - Tribunal do Contencioso das C. e Impostos; - Secção de Fiscalização; - Secção Administrativa da Camara Municipal; - Aferição de Pêsos e Medidas; - Biblioteca José Silvestre Ribeiro; - Cadeia Civil; - Estação Telégrafo Postal; - Matadouro Municipal; - Mercado Público; - Mercado do Peixe; - Praça do Gado; - Salão-Teatro Praiense; - Campo de Foot-ball. | Escolas: - Escola Dr. Sousa Júnior; - Escola Primária Geral (sexo feminino); - Escola Municipal de Música. | Casas de Crédito: - Caixa Económica da Vila Praia da Vitória; - Caixa Económica do Monte-Pio Terceirense. | Clubs | Estâncias de veraneio: - Porto Martins; - Casa da Ribeira; - Biscoitos.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com defeitos, cortes marginais e pequena falha de papel na lombada.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
45€

26 junho, 2024

BAPTISTA, Augusto - SISTEMA PORTUGUÊS DE IDENTIFICAÇÃO DACTILOSCÓPICA. Por... Com a colaboração de Dr. Carlos Veloso e Hernâni Matias dos Santos. Lisboa, Direcção dos Serviços de Identificação : Secção do Arquivo-Geral do Registo Criminal e Policial, 1958. In-4.º (25x18 cm) de 80 p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da identificação e registo criminal entre nós. Obra de fôlego, impressa em papel de superior qualidade. Trata-se do estudo/proposta de unificação dos três sistemas dactiloscópicos em vigor no país à data num único "sistema português", visando agilizar informação e procedimentos, com potencial de desenvolvimento e armazenamento de dados para 100 anos.
"Dactiloscopia ou Papiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais, normalmente utilizado para fins judiciários. Esta área do conhecimento estuda as papilas dérmicas (saliências da pele) existentes na palma das mãos e na planta dos pés, também conhecida como o estudo das impressões digitais." (Wikipédia)
Livro ilustrado com quadros e tabelas, e 24 gravuras em página inteira contendo centenas de impressões digitais e reprodução de impresso do Boletim de Registo Criminal.
"«Todos nós vimos a este mundo com uma indelével marca de individualidade, gravada nas nossa mãos. Desenvolvemo-nos, mudamos, envelhecemos e, contudo, este pequeno registo de nós próprios, que trazemos na polpa dos nossos dedos, permanece imutável.
Quase sem darmos por esta estranha e fascinante marca, vamos seguindo o nosso caminho, deixando vestígios, que indicam tão positivamente por onde andamos, como o poderia fazer o testemunho da nossa presença física.
Se tocarmos num copo, pegarmos num papel ou apagarmos uma luz, o testemunho da nossa passagem fica registado.
Assim, através da acção voluntária de elementos certos, os arquivos de impressões aumentam em tamanho e em valor, a favor dos Serviços Públicos com poder legal, expansão da cooperação mútua e aumento da eficiência.
A peculiar adaptabilidade das impressões digitais, usadas para combater o crime, sobreleva os outros ramos da ciência aplicável.
O fundo e a história da ciência das impressões digitais constitui um eloquente drama das vidas humanas, boas e más. Nada, penso eu, teve papel mais excitante do que aquele determinado pelas fascinantes presilhas, turbilhões e arcos gravados nos dedos dos entes humanos»."
(J. Edgard Hoover - Director (do livro «Classification of Fingertips»))
"As impressões digitais, como elemento de identificação individual, cientìficamente certo, foram utilizadas por Vucetich, na Argentina, e por Galton, em Inglaterra, e divulgados os seus sistemas de identificação dactiloscópica na última década do século passado.
Muitos países em todo o mundo, entre eles Portugal, apressaram-se a adoptar aqueles sistemas ou a criar os seus, baseados naqueles, surgindo assim, os de Gasti, na Itália, e vários outros noutros países.
O Dr. Valadares, em 1903, introduziu a dactiloscopia em Portugal, adoptando, no Posto Antropométrico da Polícia Cívica de Lisboa, que funcionava junto da Cadeia do Limoeiro, o sistema Galton, com ligeiras modificações.
O Dr. Balbino Rego, em 1912, adoptou, no Posto Antropométrico da Polícia Cívica de Lisboa, que funcionava no Governo Civil, o sistema de Gasti.
Noutros serviços, como no Posto Antropométrico da Polícia Cívica do Porto, praticava-se o sistema de Vucetich.
No Arquivo Central de Identificação Criminal e Geral do Registo Criminal, que funcionou junto do Instituto de Criminologia, o Dr. Xavier da Silva adoptou o sistema Galton, mas já com vincadas ampliações.
No nosso país, em vários serviços análogos, todos ligados à identificação, praticavam-se três sistemas dactiloscópica diferentes.
Reconhecidos os inconvenientes da dispersão por vários organismos, de serviços afins, alguns dos quais constituindo duplicação, surgiu a ideia da sua CENTRALIZAÇÃO, expressa dos Decretos n.os 14.731 e 27.304. Consequentemente, impõe-se a unificação dos serviços num só sistema de identificação dactiloscópica.
Um sistema de identificação carece de ser exacto, prático, tão simples quanto possível, e que permita a identificação rápida de um indivíduo entre milhões deles.
Qualquer dos três sistemas citados, idealizados para a identificação só de criminosos, satisfazia plenamente aos fins a que se destinava, dado que os arquivos respectivos seriam sempre restritos.
Com o decorrer dos tempos, foi reconhecida a conveniência - melhor: a necessidade - de se identificar toda a população e de se centralizarem os respectivos serviços num organismo único.
Os arquivos de boletins de identificação dactiloscópica destes Serviços tomaram proporções grandiosas, e aqueles sistemas, na sua pureza inicial, tornaram-se ineficazes por acumularem muitos boletins sob as mesmas fórmulas de classificação, cujas buscas passaram a ser morosas.
Por isso, em todos os países onde os serviços de identificação estão adiantados, foram introduzidas modificações mais ou menos profundas àqueles sistemas, criando-lhes novas possibilidades. Este procedimento não pode deixar de ser seguido em Portugal, dada a consumação do seu grande arquivo e a perspectiva de grande desenvolvimento que os seus serviços vão atingir, em face do impulso que, presentemente, se lhes imprime.
Portugal tinha em 1950, no Continente e Ilhas Adjacentes, OITO MILHÕES de habitantes, e há conveniência em identificá-los a todos. Como não seria fácil agora identificar os indivíduos de idade provecta e as crianças com menos de 10 anos, pensamos num possível arquivo de SEIS MILHÕES de habitantes e desejamos que o nosso sistema de identificação dactiloscópica sirva bem durante um século, no decurso do qual se prevê um aumento de 100% da população. Foi, portanto, com os olhos postos num arquivo de mais de DOZE MILHÕES de boletins - para uma população de cerca de DEZASSEIS MILHÕES - que orientamos o nosso estudo.
Parece-nos terem sido alcançados os nossos propósitos, constituindo um sistema de identificação dactiloscópica de largas possibilidades; ainda que baseado nos três sistemas de Vucetich, Gasti e Galton, são tão profundas as suas inovações que lhe poderemos chamar, com propriedade, «SISTEMA PORTUGUÊS DE IDENTIFICAÇÃO DACTILOSCÓPICA»."
(Excerto da Introdução)
Indice Remissivo:
[Do discurso pronunciado por Sua Ex.ª o Ministro da Justiça, Prof. João de Matos Antunes Varela, em 24-2-956] | [J. Edgard Hoover - Director (do livro «Classification of Fingertips»] | Introdução | Sistema Português de Classificação Dactiloscópica | Impressões Negativas | Impressões Ocultas ou Latentes | Colheita de Impressões Digitais: - Apetrechos Necessários: Como se obtêm boas impressões digitais; Ferimentos Temporários; Anomalias Congénitas; Impressões Palmares; Impressões Plantares; Impressões Deficientemente Colhidas; Pontos característicos e de diferenciação ou acidentes papilares; Pontos Focais ou de Referência; Delta; Centro nuclear; Poroscopia; Linha de Galton; Pontos de apoio da Linha de Galton - Ponto Déltico; Ponto Centro; Identidade e Identificação; Classificação. | Classificação Dactiloscópica Decadactilar: Adeltos - Arciformes - Arcos; Monodeltos - Ansiformes - Colchetes; Colchetes duplos - Bidélticos - Biansiformes - Gémeos; Figuras fechadas - verticílios - bideltos - Turbilhões; Impressões Patológicas. | Regras a Observar pelos Dactiloscopistas: Na classificação; Nas buscas; Sequência Dactiloscópica; Cicatrizes; Arquivo Dactiloscópico; Quadro Formulário. | Indice das Gravuras: [24].
Encadernação em mia de pele com cantos e erros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas e lombada apresentam falhas e pequenos defeitos.
Muito raro.
125€

25 junho, 2024

TELLES, Bazilio -
O ESTATUTO DOS POVOS.
(Contra-projecto ao Pacto da Liga das Nações). Porto, Livraria Moderna de João Gonçalves, 1920. In-87.º (20x13 cm) de 144 p. ; B.
1.ª edição.
Projecto-ensaio publicado pouco tempo após o final da Primeira Guerra Mundial. O autor contrapõe ao Pacto da Liga das Nações, que critica, por considerar cerceador das liberdades e soberania dos países, o seu projecto baseado no Estatuto dos Povos (que conta com 12 artigos) e no Congresso Universal dos Povos (com 7 atribuições), organismo a implementar, regulador das relações entre os estados.
Estudo raro e muito curioso, sendo digno de nota, entre outros, a "guerra legítima"(!) - possibilidade consagrada no artigo 6 do Estatuto e aceitável em cinco circunstâncias, devidamente justificadas por B. Teles.
"O commentário agora, o mais claro e breve possivel, dos doze números ou artigos que devem na minha opinião, talvez errónea mas absolutamente sincera e extranha a preconceitos ou préocupações de pátria, de doutrina ou de partido, constituir o código fundamental por que será lógico e opportuno regularem d'ora em deante os povos as suas relações internacionaes.
O direito público internacional que vigorava ao tempo em que a grande guerra deflagrou, creio que bastaria ainda por largos annos a dirigir aquella espécie de relações se tivesse havido mais aguda previsão das consequências, quer geraes quer no interior de cada Estado, a que o desencadeamento, e sobretudo o protrahimento e generalisação do tremendo recontro entre as principaes Potências da Europa poderiam dar logar."
(Excerto de Defeitos do Pacto e seus provaveis motivos)
Indice:
O Estatuto | O Congresso dos Povos (atribuições) | Defeitos do Pacto e seus provaveis motivos: - Incompetência habitual dos políticos; - Carência de baze histórica e scientífica da Liga; - O seu caracter confuso e chimérico; - A Europa e o Mundo; - Exclusões desastradas da Liga; - A parte XIII do Tratado de Paz; - Falta de definição de conceitos fundamentaes; - Wilson e Lenine; - Reacção e revolução. | Bazes do Estatuto dos Povos: - Primeira: «todo o povo é organisado; - Segunda: todo o Povo, de facto ou de direito, deve ter voz no Congresso Universal; - Terceira: a parte de soberania que cede tem de lhe ser devolvida em protecção e vantajens; - Quarta: essa parte cedida deve ser a mesma para todos, no quantum e na qualidade; - Quinta: os tres primeiros direitos do Estatuto são susceptiveis de restricção apenas temporária. | Definição de conceitos fundamentaes: a) soberania; b) direito; c) Povo e Nação; d) maioridade e menoridade. | Commentário aos artigos do Estatuto, especialmente aos: 2) Direito ao habitat; 3) Direito ao livre gozo dos mares; 4) Direito ao ajuste de cooperação e concorrência; 6) Direito á guerra; 7) Direito á neutralidade. | Programma d'inquérito aos Povos chamados inferiores.
Exemplar em brochura, bem conservado. Carimbo oleográfico na capa.
Raro.
Com interesse histórico.
45€
Reservado

24 junho, 2024

FERNANDO PESSOA O SUPRA-CAMÕES E OUTROS ENSAIOS PESSOANOS.
Comemorações do 50.º Aniversário da Morte de Pessoa. Maria Vitalina Leal de Matos - Maria da Glória Padrão - David Mourão-Ferreira - Arnaldo Saraiva - Fernando J. B. Martinho. Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa : Instituto de Altos Estudos, 1987. In-8.º (20,5x14,5 cm) de 125, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Ciclo de conferências proferidas por ocasião do aniversário da morte do Poeta.
"No ano a comemoração do cinquentenário da morte de Fernando Pessoa, a Academia das Ciências, que esteve presente na Comissão Organizadora das Comemorações, tomou a iniciativa de convidar para um Ciclo de Conferências na sua sede cinco dos mais argutos e constantes pessoanos, Maria Vitalina Leal de Matos, Maria da Glória Padrão, David Mourão-Ferreira, Arnaldo Saraiva e Fernando J. B. Martinho, que produziram os textos extremamente ricos, originais e estimulantes na sua diversidade, que constituem este volume. [...]
O nosso contributo é, na sequência das Conferências, esta colectânea, que difundiremos, tão largamente quanto nos for possível, por academias e instituições universitárias, bibliotecas, autarquias, centros culturais."
(Excerto de Fernando Pessoa na Academia das Ciências, por Urbano Tavares Rodrigues)
Índice:
[Introdução] - Fernando Pessoa na Academia das Ciências, por Urbano Tavares Rodrigues | Fernando Pessoa o Supra-Camões, por Maria Vitalina Leal de Matos | Fernando Pessoa: algumas tácticas de publicação, por David Mourão-Ferreira | O ano de 1913 - Que horas são?, por Maria da Glória Padrão | Pessoa e os Surrealistas, por Fernando J. B. Martinho | Pessoas de Pessoa, por Arnaldo Saraiva.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
20€

23 junho, 2024

S. ROMÃO, Visconde de Villarinho de - PORTUGAL AGRICOLA. Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron : Casa Editora - Lugan & Genelioux, Successores, 1889. Todos os direitos reservados. In-8.º (21,5x14 cm) de 425, [3] p. ; [3] Mapas ; [14] estampas ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante tratado agrícola, obra de referência da agricultura e silvicultura portuguesa de oitocentos.
Ilustrado com tabelas e 18 quadros no texto, 3 Cartas [Mapas] de Portugal extra-texto: - Culturas predominantes; - Temperaturas médias anuais e regiões climáticas;- Chuva anual em mililitros, e 20 figuras distribuídas por 14 páginas em separado. Não estão presentes as fig, 1 e 9, de origem, por deficiente organização do livro.
"Os cereaes, vinhedos e olivaes, symbolisam desde a origem da civilisação humana as regiões mais ricas do mundo, constituindo ainda hoje seus productos, os elementos mais essenciaes á vida humana.
Portugal, privilegiadamente adequado para essas culturas e para outras igualmente valiosas, evidencia a enorme riqueza que possue, e os beneficos resultados que auferirá, desde que lhes dispense os aperfeiçoamentos de que necessitam e lhes faculte os auxilios de que carecem.
As exigencias do consumo, evidenciadas nas nossas sempre crescentes importações e as condições climatericas e geologicas do paiz, indicam-nos o futuro brilhante que entre nós obterão as mais valiosas culturas, d'entre as quaes tentaremos, n'este estudo, enumerar as que mais dignas julgamos de serem auxiliadas e aperfeiçoadas, descrevendo as que reputamos mais valiosas de serem introduzidas e propagadas."
(Excerto de preâmbulo)
Índice:
[Dedicatória] | [Preâmbulo] | Synopse dos capitulos: Parte I - I. Agricultura, attenções a ella ligadas em alguns paizes: Agricultura portugueza desde a fundação da monarchia até nossos dias. II. Riqueza agricola de Portugal, seus terrenos e climas: Regiões agricolas segundo A. Corvo, M. Bella e conde de Gasparin. Zonas agricolas do paiz e suas culturas caracteristicas. Producções médias. Superficie cultivada. Classificação das culturas. III. Plantas alimentares e farinaceas: Beterraba, batata, cereaes, nabos, topinamba. IV. Plantas oleoginoas: Arachide, Colza, Sesamo. V. Plantas texteis: Canamo, esparto, giesta, linho, piteira, abrotea,  ramie. VI. Plantas forragineas: Prados naturaes, prados artificiaes. VII. Plantas tinctoriaes: Lirio dos tintureiros, pastel, percicaire, ruiva, sumagre. VIII. Plantas hortenses: Hortenses mais cultivadas no paiz, espargo. IX. Plantas industriaes: Tabaco. X. Adubos: Elementos organicos e inorganicos, adubos chimicos, adubos organicos, adubos compostos, adubos verdes, formulas de adubos para as differentes culturas. Parte II - XI. Arbustos ou arvores industriaes: Videira, oliveira, amoreira, alfarrobeira. XII. Arbustos ou arvores fructiferas: Amendoeira, ameixieira, avelleira, cerejeira, cidreira, damasqueiro, figueira, laranjeira, macieira, nogueira, pecegueiro, pereira. XIII. Arbustos ou arvores florestais: Acacia, australia, alamo, azinheira, carvalho, castanheiro, eucalyptus, faia, freixo, medronheiro, platano, pinheiro, sabugueiro, sobreiro. XIV. Crise agricola: Providencias a adoptar. | Indice alphabetico.
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
100€

22 junho, 2024

MARTINEZ, Prof. Doutor Pedro Soares -
A LAVOURA ALENTEJANA, A POLÍTICA AGRÁRIA E AS TÉCNICAS DE PLANEAMENTO.
Conferência feita na inauguração dos «Dias de Estudo sobre Desenvolvimento Regional». Évora, [s.n..], Maio 1966. In-4.º (25x17,5 cm) de 26, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Conferência do autor subordinada ao tema da crise agrícola que assolava o país, e em particular no Alentejo.
Separata de «Estudos Eborenses», N.º 5 - Évora 1967.
Exemplar mito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Eng. Luís de Quevedo Coutinho.
"Parece-me que, efectivamente, se está vivendo uma crise profunda nestas terras do Alentejo; e que da sua solução dependerá a sobrevivência ou a ruína completa da lavoura do Sul. Aos que pecam por pessimismo quereria dizer que esta crise da lavoura alentejana não é a primeira da nossa história e que as anteriores acabaram por ser vencidas; que num mundo dominado por movimentos ondulatórios, tanto físicos como psicológicos, não há tendências irreversíveis e inelutáveis. Aos optimistas em excesso importará observar que talvez se trate da crise mais grave até agora conhecida. A uns e a outros cumpre lembrar que as batalhas costumam perder-se pela convicção prévia da derrota ou pela convicção prévia de uma fácil vitória.
A crise não se acha localizada, embora no Alentejo apresente características particulares, não tanto pela natureza das culturas como, sobretudo, pelo relevo relativo da agricultura na economia da região. Por todo o Continente português se sentem os feitos de uma bem marcada crise agrícola. Mais uma, de tantas que a nossa lavoura conheceu desde a Antiguidade."
(Excerto da Conferência)
Pedro Mário Soares Martínez (Lisboa, 1925 - Lisboa, 2021). "Foi um professor universitário, político e advogado português. Foi também membro do Quadro Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros (1948-1956); consultor e administrador de empresas, operadoras no sector bancário e segurador. Na Faculdade de Direito de Lisboa exerceu funções como secretário (1958-1967) e diretor (1971-1974). Apoiante do Estado Novo, representativo na academia dos chamados «ultras» antes de 1974 e da direita «irredentista» depois da mudança do regime, na descrição de José Adelino Maltez, Soares Martinez foi procurador à Câmara Corporativa (1960-1968) e Ministro da Saúde e Assistência (1962-1963), sob a chefia de António Salazar."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

21 junho, 2024

SOUSA, Hortênsia Neves de -
A MINHA VIAGEM À UNIÃO SOVIÉTICA
. [S.l.], Didáctica Editora, 1973. In-8.º (20,5x15 cm) de 76, [4] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Relato da viagem que a autora - entusiasta do modo de vida e organização soviética - empreendeu à U.R.S.S. por motivos de estudo, pouco tempo após a concessão "marcelista" de viajar para aquele destino, e um ano antes da eclosão do 25 de Abril.
Livro ilustrado no texto com fotografias a p.b.
"Viajar foi sempre para mim muito agradável, mas, quando pensei que teria oportunidade de deslocar-me pelo imenso território da União Soviética, senti que iria realizar um desejo há muito sonhado. Isto justifica-se tanto pelo muito que havia lido sobre os costumes e progressos técnicos e científicos daqueles povos, como pelo facto de, até há pouco tempo, nos estar vedado o livre acesso àquelas repúblicas que ocupam um sexto do nosso planeta.
Após tantos anos de silêncio sobre esses povos de hábitos e características diferentes, chegou, por fim, o momento de ser permitido aos portugueses a possibilidade de não só estudar livremente o seu idioma como efectuar viagens de turismo ou científicas da mesma maneira como efectuam a quaisquer outras partes do mundo."
(Excerto de Preliminar)
Hortênsia Drago Neves de Sousa (1917-?)."Nasceu em Lisboa em 1917 e residiu em Almada. Em 1945, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, tendo integrado a respetiva Comissão de Propaganda. Também no mesmo ano, fundou o Clube de Solidariedade Feminina. Linguista, estudou e divulgou a língua russa, tendo publicado vários trabalhos. Em 1974, fundou a Sociedade de Amizade Portugal-URSS. Em 12 de dezembro de 1976, foi eleita vereadora da Câmara Municipal de Almada. Neste mesmo ano, promoveu várias ações para organizar uma associação de apoio aos reformados em Almada que deu origem à ARPCA: Associação dos Reformados e Pensionistas do Concelho de Almada, da qual foi Presidente da direção em 1977."
(Fonte: https://apps.cm-almada.pt/arquivohistorico/details?id=99205)
Exemplar em brochura, bem conservado. Anotação e rubrica de posse na f. ante-rosto.
Invulgar.
15€

20 junho, 2024

BALZAC, H. de -
PHYSIOLOGIA DO MATRIMONIO OU MEDITAÇÕES DE PHILOSOPHIA ECLECTICA SOBRE A FELICIDADE E INFELICIDADE CONJUGAL.
Por... Traductor A. da Silva Dias. Volume I [Volume II]. Estudos Analyticos. Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron : Braga, Livraria Internacional de Eugenio Chardron, 1875. 2 vols in-8.º (18x12 cm) de 264 p. (I) e [4], 289, [3] p. ; (II) ; E.
1.ª edição.
Interessantíssimo trabalho sobre o matrimónio (em 2 volumes - completo) da autoria de Balzac (1799-1850), reputado escritor francês, autor da conhecida série de estudos naturalistas A Comédia Humana. Obra de lançamento para uma carreira literária de sucesso, trata-se de um ensaio humorístico e satírico, originalmente publicado em 1829, com o título Physiologie du mariage, que deu brado e provocou escândalo na época.
"A mulher que, vendo o titulo d'este livro tentar abril-o, póde dispensar-se d'isso, porque já o leu, sem saber. Por mais malicioso que seja um homem, nunca dirá tão bem nem tão mal das mulheres, como ellas pensam de si mesmas. Se, apesar d'este aviso, qualquer senhora persistir em lêr a obra, everá a delicadeza impôr-lhe a lei de não maldizer o author, desde o momento em que elle, prescindindo das approvações que lisonjeiam mais os artistas deixou d'algum modo gravada sobre o frontispicio do seu livro a prudente inscripção posta sobre a porta d'alguns estabelecimentos: «É prohibida a entrada ás senhoras.»"
(Comentário preambular)
"«O matrimonio não deriva da natureza. A familia oriental differe inteiramente da familia occidental. O homem é o ministro da natureza, e a sociedade vem enxertar-se n'ella. As leis são feitas para os costumes e estes variam.»
O matrimónio póde pois soffrer o aprefeiçoamento gradual que parece dominar todas as cousas humanas.
Estas palavras pronunciadas por Napoleão perante o conselho d'estado quando se discutia o Codigo civil, impressionaram vivamente o author d'este livro; e, talvez, sem o saber, depositassem n'elle o germen da obra que hoje offerece ao publico. Com effeito, na época em que, muito mais novo, estudou o direito francez, causou-lhe impressões muito singulares a palavra ADULTERIO. Esta palavra immensa no codigo nunca apparecia á sua imaginação sem trazer comsigo um lugubre cortejo. As Lagrimas, a Vergonha, o Odio, os Crimes secretos, as Guerras sanguinolentas, as Familias sem chefe e a Desgraça personificavam-se diante d'elle e erguiam-se repentinamente quando lia aquella palavra sacramental Adulterio! Mais tarde abordando o author ás plagas mais cultivadas da sociedade, descobriu que a severidade das leis conjugaes era alli em geral assás temperada para o Adulterio. Observou que a somma dos matrimonios infelizes é muito superior á dos felizes. Em fim, pareceu-lhe ter sido o primeiro a notar, que, de todos os conhecimentos humanos, o que estava menos adiantado era o do matrimonio."
(Excerto da Introducção)
Encadernações coevas em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado geral de conservação. Cansados, com defeitos nas pastas. Páginas apresentam acidez.
Raro.
35€

19 junho, 2024

COUVANEIRO, João Luís Serrenho Frazão - O PENSAMENTO SOCIAL E POLÍTICO DE ANTÓNIO PEDRO LOPES DE MENDONÇA. Dissertação de Mestrado em História Contemporânea apresenta à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sob a orientação do Professor Doutor Sérgio Campos Matos. Lisboa, [s.n. - Colibri - Soc. de Artes Gráficas, Lda. - Lisboa], 2002. In-fólio (30x21 cm) de [8], 180, [1] f. ; il. ; B.
1.ª edição.
Trabalho académico. Importante subsídio - histórico e biográfico - para o tema do liberalismo, e o despertar do movimento operário português.
Ilustrado com um retrato do biografado em página inteira.
"O pensamento social e político de António Pedro Lopes de Mendonça de João Luís Serrenho Frazão Couvaneiro é um estudo sobre uma figura bem representativa da vida política, social e cultural portuguesa, do tempo do nosso primeiro Liberalismo (1826-1865).
Victor de Sá já a ela se referira em diversos passos da sua obra, em particular ao seu papel com Sousa Brandão na Fundação do Eco dos Operários, o primeiro Jornal Socialista Português.
Jornalista, folhetinista, romancista e crítico literário, divulgador em Portugal do ideário socialista de Fourrier, Blanc, Proudon, das ideias e correntes estéticas e literárias de V. Hugo, Dumas e Balzac, esta monografia salienta também o papel de Lopes de Mendonça na vida política e parlamentar portuguesa e em particular o seu pensamento político e social que o aproxima de um fundo de cultura e pensamento comum às figuras de proa do pensamento liberal do seu tempo, com alguns dos quais polemizou, a saber, com A. Herculano e H. Nogueira, a propósito de temas e debates então correntes acerca da Centralização, da Descentralização, do Municipalismo, entre outros temas."
(Capela, José V. in Prémio História Contemporânea (12.a edição). Apresentação das obras concorrentes e da vencedora)
"A instauração do liberalismo em Portugal é indissociável da conjuntura europeia da primeira metade de Oitocentos, ligando-se de forma directa às invasões francesas e, em função destas, ao apoio interessado da Inglaterra, aparentemente mais empenhada em assegurar uma relação de privilégio com a rica colónia brasileira, do que em salvaguardar os interesses da metrópole. Destes contactos resultou a inoculação em solo luso dos princípios liberais, que iam já contagiando boa parte do continente europeu.
No decurso da primeira metade do século XIX, operou-se em Portugal um conjunto de transformações, que deram origem ao lenta nascimento de um Estado de Direito com a subordinação do Monarca e do Governo a uma legalidade que advinha agora da Nação. A vitória liberal alterou de forma definitiva as estruturas da sociedade portuguesa. O País renovou-se e reinventou-se de acordo com as luzes de uma nova cultura política. Estas transformações, operadas não sem hesitações e compassadas com ritmos desiguais, consolidaram-se em 1851 com o pronunciamento regenerador, que para além de promover a reestruturação das elites políticas, foi marcado pelo início visível da organização do movimento operário."
(Excerto da Introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
25€

18 junho, 2024

FONSECA, Manuel da -
CERROMAIOR
. Lisboa, Editorial Inquérito, 1943. In-8.º (19x13 cm) de 302, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de Manuel Ribeiro de Pavia.
Edição original do primeiro romance do autor, sujeito à censura do regime pelo seu "realismo".
"Obra de Manuel da Fonseca, de 1943, no prefácio à edição de 1982, o autor explica as condições particulares que rodearam a primeira edição desta obra basilar do neorrealismo português: submetido a uma censura prévia, o original da obra foi largamente truncado, correspondendo a edição de 1982 a uma tentativa de reconstituição de um manuscrito, entretanto, perdido."
(Fonte: https://www.infopedia.pt/artigos/$cerromaior)
"Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»
À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar. Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta. São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que cidade; o proletariado rural, objecto da exploração económica; a GNR, aliada dos poderosos. Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980."
(Fonte: Wook)
Manuel da Fonseca (1911-1943). "Escritor português, vulto destacado do Neorrealismo, nasceu a 15 de outubro de 1911, em Santiago do Cacém, e morreu a 11 de março de 1993, em Lisboa. Antes de colaborar em Novo Cancioneiro, com Planície, coleção onde se afirmariam algumas coordenadas da estética poética Neorrealista numa primeira fase, editou, em 1940, Rosa dos Ventos, obra pioneira do neorrealismo poético português.  [...] Cerromaior (1943), O Fogo e as Cinzas (1951) e Seara de Vento (1958) são algumas das suas obras mais emblemáticas."
(Fonte: Infopédia)
Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado posteriormente na capital diversas atividades profissionais no comércio, na indústria e no jornalismo.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Lombada apresenta pequena falha de papel na extremidade inferior.
Muito invulgar.
25€

17 junho, 2024

OLIVEIRA, A. de Sousa -
A ÁBSIDE ROMÂNICA DE S. PEDRO DE ABRAGÃO.
Separata do Boletim da Associação Cultural Amigos do Porto. Vol. IV-Tomo I. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso na Empresa Industrial do Porto, L.da - Edições «Marânus», Porto], [196-]. In-4.º (24x19 cm) de 18, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante monografia sobre a igreja românica de S. Pedro de Abragão (Penafiel), templo fundado no início do século XII.
Trabalho apresentado no V Colóquio Portuense de Arqueologia, realizado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em Novembro de 1966.
Ilustrado com 12 figuras ao longo do livro, sendo algumas delas em página inteira, e a última uma planta da Igreja.
"A Igreja de São Pedro de Abragão conserva a cabeceira da época românica, testemunho significativo da arquitetura românica do Tâmega e Sousa. No exterior, o friso composto por motivos geométricos recorda o modo de decorar as igrejas das épocas visigótica e moçárabe.
Esta Igreja está documentada desde 1105. No entanto, a cabeceira que a tradição atribui à iniciativa de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I, data do segundo quartel do século XIII."
(Fonte: https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/igreja-de-s%C3%A3o-pedro-de-abrag%C3%A3o)
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Vergílio Lemos.
"Há muitos templos portugueses em que persistem formas românicas, ou na sua totalidade - particularmente nos que sofreram restauro - ou de modo predominante. Há outros em que apenas restam alguns elementos, por vezes bem parcos e até deslocados da sua situação primitiva. E há ainda alguns, em parte completamente transformados, que conservam integralmente, ou apenas com ligeiras modificações, um dos corpos primitivos. Isto nota-se com maior frequência naquelas igrejas que, conservando as suas naves, suportaram destruição das ábsides, o que aconteceu principalmente durante os séculos XVII e XVIII, em que estas foram substituídas por construções barrocas. Basta citar para exemplo a Sé do Porto e a igreja abacial de Paço e Sousa.
Mas há casos em que foi a cabeceira que persistiu ou que, pelo menos, resistiu nas suas estruturas principais à sanha destruidora da era da contra-reforma. Em algumas houve ampliações espaciais, alargamento ou ajanelamento de frestas e, quase sempre, aposição de altares e cobertura de talha, anos que dum modo geral são remediáveis num restauro.
Foi o que aconteceu na igreja paroquial de S. Pedro de Abragão..."
(Excerto do trabalho)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta mancha de humidade antiga à cabeça.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e arquitectónico.
10€
Reservado

16 junho, 2024

CARVALHO, António G. G. Ribeiro de -
CAMPAS DE SOLDADOS. Lisboa, Edição Limitada do Autor Inteiramente Fora do Comércio, 1960. In-4.º (23x17,5 cm) de 27, [5] p. ; [4] f. il. ; B.

1.ª edição.
Homenagem aos combatentes do concelho de Chaves que se distinguiram em França, na Grande Guerra.
Edição do autor, fora de mercado, impresso em papel de superior qualidade e ilustrado em separado com 4 gravuras impressas sobre papel couché.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Raul Rego (1913-2002).
 "Pertenço a uma geração votada ao sacrifício. O falecido Dr. Alberto da Cunha Dias, que foi meu graduado quando entrei para esse estabelecimento de tão belas tradições que é o colégio da Luz, escreveu algures o seguinte: «Ribeiro de Carvalho, que, como Gomes da Costa, foi educado no Real Colégio Militar, pertenceu a uma geração que pagou largo tributo à morte: Passos e Sousa, morto no combate da Mongua; Viriato de Lacerda, morto na Serra M'cula; Humberto de Athayde, morto em Moçambique; e dois aviadores, Óscar Torres e Azeredo de Vasconcelos, mortos em combate no ar».
Um número tão elevado de mortos gloriosos, os mais formosos da guerra, ceifados na flor da mocidade, num curso de pouco mais de 30 alunos, mostra bem o clima moral exaltado em que fomos educados. [...]
O país deve aos mortos da Grande Guerra a conservação das nossas províncias ultramarinas, que grandes potências tinham partilhado entre si, mas que a nossa participação no conflito salvou."
(Excerto de Sacrifícios duma geração)
Índice:
Sacrifícios duma geração | Os Mortos do Concelho de Chaves | Capitão Aníbal de Azevedo | Capitão Luiz de Sousa Gonzaga | Coronel Daniel Fernandes Aguiar. 
Gravuras:
- Na capa: Túmulo de Humberto de Athayde, em Moçambique. 1 - Retrato do tenente Augusto Valdez de Passos e Sousa. 2 - Cenotafio dos Mortos da Grande Guerra do concelho de Chaves (projecto do arquitecto João Luis Monteiro, director da Escola Nacional de Belas Artes). 3 - Retrato do capitão Luiz de Sousa Gonzaga. 4 - Dedicatória do retrato do Capitão Gonzaga (no verso do seu retrato). 5 - Retrato do Coronel Daniel Fernandes Aguiar.
António Germano Guedes Ribeiro de Carvalho (1889-1967). "Nasceu em Chaves a 30 de Outubro de 1889. Estudou no Colégio Militar, na Escola Politécnica e na Escola do Exército onde cursou Infantaria que concluiu em 1909. Serviu em Moçambique e depois em França, integrado no Corpo Expedicionário Português (CEP), onde se distinguiu por feitos em combate, o que lhe valeu a promoção por distinção ao posto de major e a obtenção de altas condecorações, nacionais e estrangeiras. No regresso a Portugal, em 1919, tomou parte nas operações em Trás-os-Montes contra os revoltosos monárquicos onde uma vez mais se destacou e foi ferido.
A par da carreira de oficial do Exército desenvolveu intensa actividade política. Primeiro, ainda no período denominado de Nova República Velha, como ministro da Guerra entre 18 de Dezembro de 1923 e 26 de Fevereiro de 1924, depois como deputado em 1925 pela Acção Republicana e mais tarde contra a Ditadura Militar e o Estado Novo, conspirando, em diversas ocasiões, para os derrubar.
Foi por isso preso em 1930 e 1933, abatido ao efectivo do Exército em 1931 por ter sido considerado desertor e dele demitido em Março de 1933. Exilou-se para fugir à perseguição que lhe foi movida pelas autoridades e evitar o cumprimento de uma pena de seis anos de desterro a que foi condenado. Porém, em 1939, regressou a Portugal e entregou-se, tendo nessa altura sido novamente julgado e condenado a dois anos de prisão correccional, suspensa por igual período. Posteriormente, em 31 de Outubro de 1959, pediu para ser reintegrado no Exército, o que lhe foi concedido no ano seguinte com o posto de coronel, ao abrigo de uma amnistia concedida, em 1950, pelo Governo. Morreu a 17 de Fevereiro de 1967."
(Fonte: ihc.fcsh.unl.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com interesse histórico.
45€

15 junho, 2024

DIAS, João S. Clá -
FÁTIMA, AURORA DO TERCEIRO MILÉNIO
. Lisboa, [Centro Cultural Reconquista], 1999. In-8.º (20x14 cm) de 145, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo fatimista, projectando o fenómeno das aparições e da mensagem mariana no futuro.
Livro muito ilustrado com fotografias a p.b. e a cores, muitas delas em página inteira.
"Os acontecimentos de Fátima mostram-se como a autêntica aurora dos tempos futuros, cujos primeiros raios começaram a luzir no instante mesmo em que Nossa Senhora desceu à Cova da Iria e apareceu a três pastorinhos. Dirigindo-nos severas advertências sobre a decadência da humanidade e, ao mesmo tempo, exortando-nos à conversão e à confiança no auxílio da Misericórdia Divina, Ela coroou sua Mensagem com esta esperançosa promessa: "Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará"."
(Retirado da contracapa)
Índice:
No século do ateísmo, o anúncio do Reino de Maria | Parte I - A mensagem de Fátima: 1. Aparições e mensagens; 2. Edificantes ensinamentos a Jacinta; 3. Nossa Senhora cumpre a promessa feita na terceira aparição. Parte II - Aurora dos tempos novos: 1. Não faltam razões para crer; 2. A mensagem de Fátima não foi correspondida; 3. Revelações de alcance universal; 4. Fátima levada a sério; 5. Os clarões sacrais da aurora do Reino de Maria. Parte III - Rosário e devoção ao Imaculado Coração e Maria: 1. Origem e significado do santo Rosário; 2. Excelências do santo Rosário; 3. Modo de rezar o santo Rosário e indulgências; 4. A mediação de Maria no Mistérios do Rosário; 5. ~Devoção ao Imaculado Coração de Maria. | Conclusão | Notas.
Exemplar em brochura, bem conservado. Com escritos de posse na f. rosto.
Invulgar.
Sem registo na BNP.
10€

14 junho, 2024

COCHERIL, Fr. Maur -
ABADIAS CISTERCIENSES PORTUGUESAS.
I - Inventário e cronologia das abadias do século XII. [Por]... monge cisterciense. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na União Gráfica - Lisboa], 1959. In-4.º (24x17 cm) de 34, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Importante ensaio dedicado à história da Ordem de Cister em Portugal, sua origem e proliferação pelo país até final do século XII, sendo a segunda parte da obra dedicada em exclusivo ao Mosteiro de Alcobaça, o mais importante templo da Ordem.
Separata da revista Lvsitania Sacra, Tomo IV - 1959.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor "a Monsieur  João Couto, en hommage très respectueux", datada de "Entrammes, 27 juillet 1960".
"Muitas vezes se tem notado como é difícil alguém pronunciar-se com absoluta certeza acerca das origens da Ordem de Cister em Portugal. Não modificam sensìvelmente esta desanimadora conclusão as investigações efectuadas nos últimos anos. Se é possível apresentar com exactidão alguns pormenores, no conjunto não se passa de hipóteses e aproximações. É forçoso aceitar este facto, não obstante a importância da solução de tal problema para a história do século XII em Portugal. Dissimular as lacunas ou aduzir mais uma vez, sem verificação, as narrativas dos cronistas, seria falta de lealdade. Parece indispensável estabelecer desde já o balanço dos nossos conhecimentos neste domínio, averiguando o que se pode afirmar com certeza. A isto se limita o presente trabalho, voluntàriamente confinado ao século XII."
(Excerto de 1 - Fontes históricas. Manuscritos e crónicas)
Índice:
I. Inventário e cronologia das abadias do século XII: 1 - Fontes históricas. Manuscritos e crónicas. 2 - A legislação e os «Usos» de Cister. 3 - Claraval, a Galiza e Portugal. 4 - Grupos eremíticos e filiações cistercienses. 5 - Cronologia das abadias portuguesas do século XII. II. Alcobaça: 6 - Alcobaça e o «espírito de S. Bernardo». 7 - Planta da igreja de Alcobaça. 8 - Cronologia de Alcobaça. O mosteiro no século XII. 9 - Alcobaça I e Alcobaça II. III. Conclusão.
Maur Cocheril (1914-1982). "Nasceu a 30 de junho de 1914 em Vitré, França, e faleceu em 25 de novembro de 1982 na Abadia de Notre-Dame-du-Port-du-Salut, em Entrammes, perto de Laval (Mayenne). Foi um monge trapista francês, especialista em canto gregoriano, heráldica e história cisterciense, particularmente de ordens militares e abadias cistercienses da Península Ibérica."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
35€

13 junho, 2024

SALDANHA, Eduardo de Almeida -
A INDÚSTRIA AÇUCAREIRA.
Importancia excepcional da nacionalização e do desenvolvimento da indústria açucareira em Moçambique e Angola, para a prosperidade económica, regeneração financeira, autonomia e dignidade política de Portugal. (Separata do livro A questão Nacional). Vila.Nova-de-Famalicão, Tipografia «Minerva», de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1932. In-4.º (27 cm) de [8], CLXI, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Importante trabalho sobre a indústria açucareira nacional, actividade desenvolvida nas ex-colónias, crucial para a economia do país.
Obra crítica do "sistema", do problema da produção e da fixação dos preços. Com dados históricos e geo-políticos relevantes, numa época em que o regime do Estado Novo dava os seus primeiros passos.
Livro ilustrado com dados estatísticos no texto.
"Que nós Portuguêses auxiliemos a nossa agricultura, as nossas indústrias e o nosso comércio, quer se exerçam na metrópole ou nas colónias, nada de mais justo nem de mais patriótico; no entanto há que pôr um limite a essa protecção, limite que não ultrapasse, o que é razoável e justo.
Se amanhã um agricultor, um industrial ou um comerciante se lembrar de fundar uma má exploração e lhe acrescentar uma má administração, sem método, sem previdência, sem tino, não podemos sacrificar um país inteiro para valer a essa exploração, condenada a morrer, nem matar os outros para que ela viva. [...]
Até ao decreto proïbindo o fabrico do ácool, a indústria açucareira quási não existia na nossa costa ocidental; com a imprevidência que nos caracterizava, e caracteriza, achava-se mais simples, rendoso e prático, embriagar o preto, de preferência a fazer alguma cousa de mais útil.
Uma vez feira a proïbição, receberam os possuïdores de plantações de cana uma indemnização por cada hectare plantado. Foi nesse momento que começaram aparecendo as primeiras fábricas de açúcar, na sua maioria um amontoado de cousas compradas a esmo, em segunda mão, já fora de uso, por pouco rendosas, e, afora pequenos remendos deitados, com a compra de uma ou outra máquina mais moderna, essas fábricas são ainda as mesmas e já lá vão bastos anos e já a indústria açucareira caminhou a passos agingatados no sentido de uma produção mais rendosa, por maior rendimento e menor emprêgo de mão de obra."
(Excerto de Açúcar e açucareiros)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e económico.
15€