MAIA, José Carlos da - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A MARINHA DE GUERRA. Conferencia realisada na Liga Naval Portugueza na noite de 5 de Junho de 1907 pelo 2.º tenente da armada... Lisboa, Typographia de J. F. Pinheiro, 1907. In-4.º (23 cm) de 31, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
1.ª edição.
Conferência
sobre a Marinha de Guerra Portuguesa pronunciada por Carlos da Maia, malogrado oficial
da Armada e político republicano, cobardemente assassinado na purga de
19 de Outubro de 1921 que ficaria conhecida para a história por "Noite Sangrenta".
Opúsculo ilustrado no texto com um gráfico: Curvas dos orçamentos das marinhas de guerra e tonelagens de deslocamento das marinhas mercantes da Inglaterra, França, Allemanha e Estados Unidos.
Muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao capitão de fragata Francisco Júlio Barbosa Leal.
"A decadencia a que chegou a nossa marinha de guerra, e o estado em que ella actualmente se encontra, marcam na nossa existencia nacional a época no seu mais deploravel abatimento. [...]
Equivocos porém se levantam muitas vezes, pretendendo-se, sob a rubrica de manter uma attitude defensiva, organisar a nossa potencia naval com elementos de ordem inferior, perfeitamente em desharmonia com as lições contidas nos modernos ensinamentos.
A palavra defensiva tem na guerra duas significações que é necessario conservar bem distinctas para d'ella se fazer uma idéa perfeita.
Uma é a defeza passiva que consiste em fortificar posições e esperar o ataque; outra é a defeza activa destinada a obstar á approximação do inimigo..
A primeira comprehende as fortificações locaes, linhas de torpedos, etc. A segunda é constituida por navios que destinando-se a defrontar a armada inimiga exercem, offendendo, a sua acção defensiva. [...]
Portanto, a defeza naval de um paiz, pela natureza especial dos seus elementos constitutivos, é meramente offensiva, e assim todos os meios de combater se reduzem a um só, que consiste em ultima analiye na destruição do inimigo.
É este o fim do combate.
Os meios de o realisar são as esquadras de couraçados, que devem manter entre si toda a homogeneidade possivel e a mais absoluta cohesão."
(Excerto da Conferência)
José Carlos da Maia (1878-1921). "Nasceu em Olhão a 16 de Março de 1878. Alistou-se na Armada em 1897, seguindo a carreira militar. Desde novo, conspirou contra o regime monárquico, sendo iniciado na Maçonaria em 1907 na loja "Solidariedade", com o nome simbólico de "João Afonso". Pertenceu igualmente à Carbonária. Participou na malograda tentativa revolucionária de 28 de Janeiro de 1908 e desempenhou um papel de relevo no "5 de Outubro", sendo, com o posto de 2.º tenente, um dos elementos militares que, no dia 4, se apodera do quartel de marinheiros de Alcântara é um dos signatários da ordem de bombardeamento do Palácio das Necessidades. Nessa mesma noite, pelas 22 horas, comanda o grupo de marinheiros e civis que aborda o cruzador "D. Carlos" fazendo-o passar para o lado republicano. Implantada a República, foi promovido a capitão-tenente, por distinção, em Novembro de 1910, sendo também eleito deputado às constituintes em 1911. Foi governador de Macau, assumindo o seu lugar em Junho de 1914. Aí fez obras importantes e no período da I Guerra Mundial gozou de maior autonomia devido às dificuldades de comunicação com Portugal continental. No sidonismo ocupa a pasta da marinha. No gabinete José Relvas (entre 28 de Janeiro e 30 de Março de 1919) terá a seu cargo o Ministério das Colónias. Faleceu em Lisboa, assassinado durante a "noite sangrenta", a 19 de Outubro de 1921."
(Fonte: http://www.fmsoares.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta manchas de oxidação.
Muito raro.
Peça de colecção.
50€
Muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao capitão de fragata Francisco Júlio Barbosa Leal.
"A decadencia a que chegou a nossa marinha de guerra, e o estado em que ella actualmente se encontra, marcam na nossa existencia nacional a época no seu mais deploravel abatimento. [...]
Equivocos porém se levantam muitas vezes, pretendendo-se, sob a rubrica de manter uma attitude defensiva, organisar a nossa potencia naval com elementos de ordem inferior, perfeitamente em desharmonia com as lições contidas nos modernos ensinamentos.
A palavra defensiva tem na guerra duas significações que é necessario conservar bem distinctas para d'ella se fazer uma idéa perfeita.
Uma é a defeza passiva que consiste em fortificar posições e esperar o ataque; outra é a defeza activa destinada a obstar á approximação do inimigo..
A primeira comprehende as fortificações locaes, linhas de torpedos, etc. A segunda é constituida por navios que destinando-se a defrontar a armada inimiga exercem, offendendo, a sua acção defensiva. [...]
Portanto, a defeza naval de um paiz, pela natureza especial dos seus elementos constitutivos, é meramente offensiva, e assim todos os meios de combater se reduzem a um só, que consiste em ultima analiye na destruição do inimigo.
É este o fim do combate.
Os meios de o realisar são as esquadras de couraçados, que devem manter entre si toda a homogeneidade possivel e a mais absoluta cohesão."
(Excerto da Conferência)
José Carlos da Maia (1878-1921). "Nasceu em Olhão a 16 de Março de 1878. Alistou-se na Armada em 1897, seguindo a carreira militar. Desde novo, conspirou contra o regime monárquico, sendo iniciado na Maçonaria em 1907 na loja "Solidariedade", com o nome simbólico de "João Afonso". Pertenceu igualmente à Carbonária. Participou na malograda tentativa revolucionária de 28 de Janeiro de 1908 e desempenhou um papel de relevo no "5 de Outubro", sendo, com o posto de 2.º tenente, um dos elementos militares que, no dia 4, se apodera do quartel de marinheiros de Alcântara é um dos signatários da ordem de bombardeamento do Palácio das Necessidades. Nessa mesma noite, pelas 22 horas, comanda o grupo de marinheiros e civis que aborda o cruzador "D. Carlos" fazendo-o passar para o lado republicano. Implantada a República, foi promovido a capitão-tenente, por distinção, em Novembro de 1910, sendo também eleito deputado às constituintes em 1911. Foi governador de Macau, assumindo o seu lugar em Junho de 1914. Aí fez obras importantes e no período da I Guerra Mundial gozou de maior autonomia devido às dificuldades de comunicação com Portugal continental. No sidonismo ocupa a pasta da marinha. No gabinete José Relvas (entre 28 de Janeiro e 30 de Março de 1919) terá a seu cargo o Ministério das Colónias. Faleceu em Lisboa, assassinado durante a "noite sangrenta", a 19 de Outubro de 1921."
(Fonte: http://www.fmsoares.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta manchas de oxidação.
Muito raro.
Peça de colecção.
50€
Reservado
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