BOMBARDA, Prof. Miguel - A VACCINA DA RAIVA. Relatorio apresentado ao Conselho da Escola Medico-Cirurgica de Lisboa. Pelo... Lente de phisiologia da mesma escola. Lisboa, Typographia da Viuva Sousa Neves, 1887. In-4.º (23,5 cm) de 57, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho sobre a raiva, doença infecciosa - verdadeira calamidade na época -, publicado pouco depois dos sucessos experimentais de Pasteur, e na sequência do relatório apresentado ao governo pelo médico português Eduardo de Abreu (1886), que com este havia privado e trabalhado um ano antes em Paris.
Livro ilustrado no texto com quadros estatísticos.
"Na questão da vaccina da raiva ha duas series de trabalhos experimentaes inteiramente differentes - aquelles que se referem ao problema de tornar refractario um animal antes da introducção no seu organismo do virus rabico feita de modo que infallivelmente damnaria o animal se elle não tivesse sido tornado refractario e aquelles que dizem respeito a analogo problema intentado depois d'aquella introducção.
O primeiro problema póde-se dizer que está resolvido. Pasteur descobriu um methodo pelo qual a transmissão da raiva aos animaes se póde fazer de um modo seguro; é o methodo nas inoculações directas á superficie do cerebro, posta a descoberto pela trepanação, das substancias contendo o virus rabico, methodo que em certeza de resultado deixa longe de si todos os outros, como, por exemplo, as inoculções sub-cutaneas, feitas artificialmente ou pela mordedura do animal damnado."
(Excerto do Relatório)
Miguel Augusto Bombarda (1851-1910). "Nasceu em 1851 no Rio
de Janeiro. Foi médico do Hospital de S. José, em 1892, director do Hospital de
Rilhafoles e professor, desde 1880, da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Como
médico dedicou-se principalmente às doenças do sistema nervoso,
especializando-se em Psiquiatria. Participa também no lançamento das campanhas
de prolifaxia contra a tuberculose. Só em 1908 entrou na política activa, como
deputado, afecto ao então presidente do Conselho, Ferreira do Amaral. Mas as
suas fortes convicções liberais e anti-clericais aproximam-no rapidamente da
Junta Liberal, de que se torna um dos mais destacados dirigentes, e do Partido
Republicano, a que adere formalmente pouco antes da implantação da República,
sendo eleito deputado nas suas listas. Miguel Bombarda foi um dos principais
dirigentes da revolução republicana, com o especial encargo de proceder à
distribuição de armas por grupos civis, estando prevista a sua participação no assalto
ao quartel de Artilharia 1, em Campolide. No dia 3 de Outubro, Miguel Bombarda
foi alvejado a tiros de revólver por um oficial do exército, antigo aluno dos
colégios da Companhia de Jesus, que o procurou em Rilhafoles. Transportado para
o Hospital de S. José, foi operado, 'depois de ter mandado queimar à vista uma
carta que trazia na carteira' e falado com Brito Camacho, mas não resistiu à
operação, entrou em coma e faleceu cerca das 6 da tarde. A morte de Miguel
Bombarda provocou especial indignação junto do povo de Lisboa, para quem se
tratava de um 'atentado reaccionário'. A República organizou as suas exéquias,
homenageando-o como um dos seus principais inspiradores."
(Fonte: www.fmsoares.pt)
(Fonte: www.fmsoares.pt)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos e um ou outro orifício de traça.
Raro.
Com interesse histórico.
45€
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