01 agosto, 2022

SOUSA, D. Maria Peregrina de - TRADIÇÕES POPULARES DO MINHO.
Cartas de... De novo publicadas por J. L. de V.
[S.l.], [s.n.], 1900. In-4.º (25,5 cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Publicação póstuma. Tradições minhotas recolhidas pela autora, onde se incluem os costumes, cultos, superstições e crendices populares, com o religioso e o pagão cruzando-se e completando-se.
Opúsculo raro, com indubitável interesse histórico, etnográfico e antropológico.
"A fallecida escriptora D. Maria Peregrina de Sousa, que viveu no Porto a maior parte da sua vida, e lá morreu ha annos, inseriu em vários numeros da Revista Universal Lisbonense, vol. IV (1844-1845), uma série de doze curiosas cartas dirigidas a Antonio Feliciano de Castilho, sobre tradições populares minhotas.
Estas cartas, embora escritas ao correr da penna, singelamente, sem prtensões  scientificas, foram dos primeiros trabalhos que entre nós se publicaram sobre o assunto, epois que Almeida Garrett mostrou o valor ethnologico das tradições populares. Por isso aqui as coordeno e reproduzo, sem alterações, nem modificações, apenas numerando-as, pondo-lhes summarios no principio de cada uma, para maior commodidade do leitor, e harmonizando a orthographia."
(Excerto do preâmbulo)
Matérias:
[Preâmbulo] - Tradições Populares do Minho (Cartas). | Carta 1.ª - Simplicidade aldeã. - Corpo de afogado. - Santas mulheres. Carta 2.ª - Superstições varias. - Dadas. - Signo-Saimão. - Figas. Carta 3.ª - Bruxas. - Horas abertas. - Sêres sobrenaturaes: Bruxas, Cousa ruim, Diabo, Almas penadas, Corredor, Moiras, etc. - Superstições varias: figa, ave negra, bafo do boi, mar sagrado. - Benzedeiras. - Ponte de Alliviada. Carta 4.ª - Costumes do Natal. - Corrida do gallo. - Loas e entremeses nas festas. - Dança moirisca. Carta 5.ª Conversados. - Bodas. - Morte. - Saudações. - Bailes. - Desafios poeticos. - Festa da «vista» em Landim. Carta 6.ª - Procissão das fogaças. - Outras procissões. - O ouro do povo do Minho. - Sermões. Carta 7.ª - Corpo aberto. - Degredo das almas. Carta 8.ª - Superstições varias: talhar, ensalmos. - Culto da lua-nova. - Pedras de raio. - A cobra. Carta 9.ª - Conversados (appendice á carta 5.ª). - Domingo do «bradar». - Crendices. - Usos do cozer do pão. - Sementeiras. - Culto do mar. Carta 10.ª - Festa de S. Gonçalo em Amarante. - Corpus Christi em Penafiel. Carta 11.ª - Meios de talhar várias doenças: sezões, dada, ar ruim, tesorelho, ingoa. - Crendices várias. Carta 12.ª (e ultima) - Costumes a respeito dos ninhos. - Crenças várias: voz do cuco, som do sino.
Maria Peregrina de Sousa (1809-1894). "Escritora, romancista e poetisa. Nasceu no Porto a 13 de fevereiro de 1809, sendo filha do comerciante António Ventura de Azevedo e Sousa, e de D. Maria Margarida de Sousa Neves.
Foi muito conhecida e considerada romancista e poetisa, mas as suas numerosas composições, que lhe granjearam repetidas aplausos e louvores de juizes autorizados, existem disseminadas em vários jornais literários e políticos, que desde 1842 começaram a tê-la a por colaboradora, tais como o Arquivo popular, Restauração da Carta, Revista Universal Lisbonense, Íris, do Rio de Janeiro; Aurora, Pirata, Braz Tisana, Lidador, Pobres do Porto, etc. Alguns dos romances publicados nessas folhas, têm a assinatura de Uma obscura portuense, outros a de Mariposa, muitos com o nome completo, ou com as iniciais D. M. P.
Em publicação separada, em 1859: Retalho do mundo, romance dedicado a António Feliciano de Castilho, o qual se compõe de 58 capítulos, que são os desenvolvimentos de outros tantos rifões, adágios e anexins populares, que lhe servem de títulos. Na Revista Universal saiu as Superstições do Minho, de que se tentou fazer uma colecção separada, com uma introdução ou advertência preliminar pelo referido poeta Castilho, mas ficou interrompida logo na 1.ª folha, por causa das lutas políticas de 1846, e nunca mais continuou. Publicou em 1863, em Lisboa, o romance Rhadamanto ou a mana do conde; seguido do Roberto ou a força da sympathia; esta edição foi feita a expensas da sociedade Madrépora, do Rio de Janeiro, que estava então florescente e se destinava a proteger as publicações literárias e os escritores portugueses. Escreveu também algumas notas para a versão dos Fastos de Ovídio por A. F. de Castilho, nos tomos I, II e III. Na Gazeta de Portugal, de 1843, uma narrativa sob o título Um romance de Tomas da Gandara.
Na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo III, Setembro, de pág. 273 a 312, vem publicada uma biografia desta ilustre escritora e poetisa, escrita pelo já citado escritor e poeta António Feliciano de Castilho."
(Fonte: https://www.arqnet.pt/dicionario/sousamariap.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.Capas frágeis, apresentando pequena falha de papel no canto superior direito da capa frontal.
Raro.
Indisponível

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