08 agosto, 2022

CASTELO JÚNIOR, Francisco Augusto - MEMÓRIAS AS DO OCO DE CASTELO JÚNIOR.
Introdução, Notas, Comentários e Índice Temático de Domingos Almeida Bucho. [Portalegre há cem anos: - o dia a dia, as ruas, os homens a as casas sem história]
. [Portalegre], Edição da Câmara Municipal de Portalegre : Apoio do Governo Civil de Portalegre, 1990. In-8.º (20,5 cm) de 126, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da cidade de Portalegre, suas gentes, usos e costumes.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa de Domingos Bucho.
Ilustrado com planta da cidade antiga, desenhos e fotogravuras distribuídas por 16 páginas no final do livro.
"Em 1951, da autoria de Castelo Júnior (1898-1973), o jornal portalegrense "A Rabeca" publica, a partir do nº 1617, e em jeito de folhetim, "Memórias/As do Oco". Trata-se duma jóia do jornalismo regional, em que o autor, vestindo a capa dum vagabundo, o "Oco" - que terá existido entre 1844 e 1912 e cuja alcunha ainda é usada em Portalegre com o significado de zangado, irado, derramado - lhe escreve as memórias, recriando uma recolha histórico-etnográfica local.Com base nesta investigação, e em parte na sua própria vivência, o jornalista utiliza com mestria a literatura historiográfica, discorrendo um processo belo de nos dar uma imagem do quotidiano portalegrense fin de siècle.
Assim, as "Memórias do Oco" são, por si só, um trabalho historiográfico, a que se aliam os momentos de boa literatura e saboroso realismo; sobre o património local, é certo, mas com inserção no nacional, pela visão do país através da imagem duma cidade do interior - visão satírica, irónica, por vezes azeda, mas reveladora. [...]
Não encontrará o leitor um enredo, mas sim uma sucessão alinhada de marcos referenciais no tempo (1844-1912), recriando satiricamente um ambiente local do século passado onde sobressai o homem da rua, o pitoresco quotidiano com as suas riquezas e misérias, a crendice e a feitiçaria, a descrição riquíssima de festas e procissões, as grandes pilhérias do burgo, o vestuário e a gastronomia, os pregões, os reboliços políticos que vieram com a República, a toponímia antiga, o retrato pândego duma chusma de desgraçados e suas inseparáveis alcunhas. Numa palavra, as "Memórias do Oco" são uma aguarela riquíssima do quotidiano portalegrense, que por sua vez pintada por uma personagem não menos rica, o Oco, um vagabundo da rua, que encarna traços da personalidade colectiva que ainda hoje constituímos."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introução. | Francisco Augusto Castelo Júnior - Notas Biobibliográficas. | As Memórias do Oco. | Notas. | Gravuras. | Comentário: - A caracterização do "Lagóia" em Castelo Júnior. | Índice Temático.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
25€

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