20 agosto, 2022

CEARENSE, Catullo da Paixão - TROVAS E CANÇÕES. Por... Com as apreciações dos Drs. J. M. Goulart de Andrade, Major Moreira Guimarães e Maestro Julio Reis. Rio de Janeiro, Livraria do Povo - Quaresma & C. - Livreiros-Editores, 1910. In-8.º (19 cm) de 157, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra dedicada pelo autor a M. Moreira da Silva, Doutor em Odontologia, Lente Cathedratico da Escola Livre de Odontologia do Rio de Janeiro.
Ilustrada com um retrato de Catulo e 5 vinhetas tipográficas encimando cada uma das apreciações ao autor, e das duas partes que compôem a obra.

"O dom mais bello, o mais sublime da Harmonia,
que lá nos céos dos anjos tem a adoração;
a estrella pura e mais sonora da Poesia;
o dom supremo, de superna inspiração;
o dom mais nobre, o mais sublime e florescente,
o mais pujante, o mais fatal, omnipotente,
o mais feliz, de mais candura
e de mais resplendor,
é a Formusura,
a obra prima do Senhor."

(Formusura e Talento, 1ª)

Catulo da Paixão Cearense (1863-1946). "Nasceu em 8 de outubro de 1863, em São Luiz, Estado do Maranhão, à rua Grande, (hoje Oswaldo Cruz) nº 66. Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão). Sua infância até os 10 anos se passou em São Luiz do Maranhão. Transferiu-se para o sertão agreste cearense onde seus avós maternos portugueses eram fazendeiros, permanecendo por lá até os 17 anos. Em 1880 em companhia de seus pais e irmãos (Gil e Gerson) mudou-se para o Rio de Janeiro, na rua São Clemente nº 37, Botafogo. Aos 19 anos interrompeu os estudos e abraçou o violão, instrumento naquela época, repelido dos lares mais modestos. Iniciante tocador de flauta, a trocou pelo violão, pois assim, podia cantar suas modinhas. Nesse tempo passou a escrever e cantar as modinhas como, “Talento e Formosura”, “Canção do Africano” e “Invocação a uma estrela”. Moralizou o violão levando-o aos salões mais nobres da capital. Em 1908, deu uma audição no Conservatório de Música. Catulo foi autodidata autentico. Suas primeiras letras foram ensinadas por sua genitora e toda sua grande cultura foi adquirida em livros que comprava e por sua franquia à Biblioteca do Senador do Império, por ser professor dos filhos do Conselheiro Gaspar da Silveira. “Aprendi musica, como aprendi a fazer versos, naturalmente”, dizia o Velho Marruêro. Seu pai faleceu em 1 de agosto de 1885, desgostoso por seu filho ter abandonado os estudos para ser poeta, sem tempo de assistir a moralização do violão, o que veio a marcar tremendamente Catulo. À medida que envelhecia mais se aprimorava. Catulo homem, não se modificava, sempre fiel ao seu estilo. “...Com gramática ou sem gramática, sou um grande Poeta.”. A sua casinhola em Engenho de Dentro, afundada no meio do mato era histórica. Alí recebia seus admiradores, escritores estrangeiros, acadêmicos nacionais, sempre com banquetes de feijoada e o champagne nunca substituía o paratí, por mais ilustre que fosse o visitante.
As paredes divisórias eram lençóis e sempre que previa a presença de pessoas importantes, dizia para a mulata transformada em dona de casa. “Cabocla , lave as paredes amanhã , que Domingo vem gente!”
Sua primeira modinha famosa “Ao Luar” foi composta em 1880. Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha da Silva, Francisco Braga e outros. Como interprete, o maior tenor do Brasil, Vicente Celestino. Catulo morreu aos 83 anos de idade, em 10 de maio de 1946, na rua Francisca Meyer nº 78, casa 2."

(Fonte: www.jornaldepoesia.jor.br/cpaixao.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas oxidadas com defeitos. Assinatura de posse na f. rosto. Com vestígios de humidade na margem lateral de algumas folhas ao longo do livro.
Raro.
Sem indicação de registo na BNP (Lisboa).
25€

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