COSTA, P.ᵉ
Avelino de Jesus da - A ORDEM DE CLUNY EM PORTUGAL. [Pelo]... Bolseiro do Instituto para a Alta Cultura. [S.l.], Edições Cenáculo, 1948. In-4.º (24 cm) de 40 p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio sobre a Ordem de Cluny em Portugal, e para a gesta da fundação da nacionalidade.
"A 11 de Outubro de 910, Guilherme o Pio, Duque de Aquitânea, fundou em Cluny, no Departamento de Saône-e-Loire (Borgonha, França), o mosteiro beneditino de S. Pedro.
Este mosteiro, situado num lugar deserto, tornou-se um dos mais importantes de todo o mundo por ser a casa-mãe da grande Ordem religiosa do mesmo nome.
Segundo os «Costumes de Cluny», os religiosos estavam obrigados à mortificação, obediência, silêncio, trabalho manual, estudos das ciências sagradas e profanas e hospitalidade para com os estrangeiros.
O prestígio dos sucessivos Abades e dos respectivos monges fêz com que a nova Congregação se ramificasse ràpidamente por tôda a França, onde, no século XII, contava dois mil mosteiros.
Os conventos beneditinos, que adoptaram esta reforma e que até então eram autónomos, passaram a obedecer ao Abade de Cluny, chamado, por isso, o Abade dos Abades."
(Excerto do Cap. I, Introdução: Fundação e influência)
"O Conde D. Henrique veio à Espanha «para ser o fundador da independência dos Portugueses» afirmou Herculano.
Esta vinda e independência não foram ocasionais, mas a consequência lógica da política que, desde há muito, a França vinha seguindo na Península, procurando «conquistar posições que não só lhe facultassem a necessária vigilância sobre os Sarracenos, mas impedissem a formação de um império de inconveniente grandeza para a jovem monarquia dos Capetos». [...]
Dentro desta política de equilíbrio peninsular, a Ordem de Cluny amparou e orientou as tendências autonomistas que se iam revelando, quando não era ela mesma que as fazia desabrochar. [...]
O Conde D. Henrique, que, após o casamento com D. Teresa, recebera o Condado Portucalense em dote, governava-o sob a direcção superior de Afonso VI.
O Conde, porém, aparece-nos, em breve, cercado de uma côrte quase régia, dando mostras de um desejo ardente de conquistar plena autonomia, no que ia de encontro a antigas tradições e «a ancestrais aspirações à independência». [...]
D. Henrique encontrou um poderoso auxilar na Ordem de Cluny, cujos monges defendiam, como dissemos, os interesses das terras onde se encontravam, como se dela fossem naturais, para mais fàcilmente cumprirem a sua missão religiosa."
(Excerto do Cap. II, Cluny na formação de Portugal: Preparando o ambiente; Em defesa da independência)
Matérias:
I - Introdução: Fundação e influência; Cluny e Afonso VI de Castela. | II - Cluny na formação de Portugal: Preparando o ambiente; Em defesa da independência; S. Geraldo; D. Maurício Burdino; Gratidão a Cluny. | III - Decadência de Cluny: No governo de D. Teresa; No reinado de D. Afonso Henriques; Cluny não foi hostil à nossa independência; Os mosteiros clunianenses nunca foram dos Cónegos Regrantes; D. Afonso Henriques não extinguiu os Mosteiros de Cluny; Visitas e Capítulos Gerais de Cluny. | Apêndice: [19 Documentos] - A) Documentos do Mosteiro de Rates. B) Documentos de Vimieiro. C) Documentos de Santa Justa de Coimbra.
Avelino de Jesus da Costa (1908-2000). "Nascido em Janeiro de 1908 na pequena aldeia de Vila Chã (Ponte da Barca), no norte de Portugal. Criado no seio de urna familia crista, despertou ai a sua vocacào sacerdotal. Ingressou nos Seminarios da Arquidiocese de Braga em 1920. Foi ordenado presbítero em 1933, tendo antes frequentado a Faculdade de Filosofía da Universidade Gregoriana, em Roma. Por motivo de doença, que o obrigou, desde então, a ter especiais cuidados com a saúde, regressou a Portugal com o grau de bacharel. Depois de leccionar durante dez anos no Seminário Menor de Braga, frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Ciências Históricas e Filosóficas, em 1951, com a tese «Calendários Portugueses Medievais». No ano seguinte foi contratado para segundo assistente da Faculdade de Letras. Prestou provas de doutoramento em 16 de Dezembro de 1960, tendo apresentado a tese «O bispo D. Pedro e a organização da Diocese de Braga». Ascendeu a catedrático em 1971. Em Outubro de 1972 foi nomeado cónego da Sé de Braga.
(Fonte: https://core.ac.uk/download/pdf/83563737.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
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