1.ª edição.
Capa de Raul Xavier.
Rara monografia sobre a Cadeia Nacional de Lisboa, importante subsídio penitenciário do princípio do século XX. Rodrigo Rodrigues, à época director da CNL, em jeito de prólogo, justifica o presente trabalho com a determinação de "interessar a opinião publica numa questão das mais estreitamente ligadas com a sua vitalidade fisica e moral; que é em Portugal das mais desconhecidas e é, por isso, das mais descuradas; que é das mais faceis em solucionar, com economia e vantagem social."
Livro totalmente impresso sobre papel couché, profusamente ilustrado com fotogravuras de reclusos, do trabalho e do seu dia a dia na prisão, bem como fotografias do edifício (interior e exterior) e instalações anexas - passeio, necrotério, etc. Com um desenho de Morais. Contém ainda um mapa estatístico desdobrável da População Prisional da Cadeia Nacional, cujos indicadores são a Mortalidade (geral e por tuberculose) e Alienação mental.
"Viver isolado, entregue á depuração feita pelo remorso, acicatada pela educação religiosa, e preparar-se para uma nova vida pela educação literaria e profissional - já o temos dito - tal era o eixo do sistema celular penitenciário. O isolamento começava ao sair da porta da prisão correcional (o Limoeiro), onde o carro celular ia buscar o neo-penitenciário. Chegado á penitenciária, introduziam-no, entre numerosos guardas, nas celas de entrada do corredor indo da Secretaria á Cadeia (celas de espera). Aí aguardava a visita do professor, do padre e do médico que examinavam o recemchegado. Momentos depois vinha o barbeiro, rapar-lhe o cabelo e a barba, findo o que era conduzido ao balneário, onde tomava banho e o fardamento próprio, voltando á sala de espera.
Depois disso era o recluso, já de capuz, conduzido á secretaria perante o director, que o registava e exortava, dando-lhe o número sob o qual devia passar a ser indicado em todos os actos da vida prisional.
Os primeiros dias - o tempo era fixado pelo director e em relação com a natureza do crime - eram de incomunicabilidade absoluta, sem trabalho. Uma especie de retiro, de exame de consciencia...
O mesmo era de uso fazer á saída do recluso «para levar uma impressão duradoira da sua prisão celular»..."
(Excerto do Cap. III, O dia do recluso)
Materias: Prologo. | I - Prisões e estabelecimentos prisionais. | II - Esbôço historico. | III - O dia do recluso: regime celular e actual. | IV - Melhoramentos materiais e funcionais em execução.
Encadernação em tela com ferros gravados a seco e a ouro na pastal frontal. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Rubrica de posse na página de prólogo. Anotações manuscritas na pág. 35/36.
Ex-Líbris de Assis Lopes.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível
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