31 dezembro, 2020
29 dezembro, 2020
28 dezembro, 2020
Apreciada obra poética de António Botto. Inclui Marginália com dois ensaios críticos:
Antonio Botto e o problema da sinceridade, por João Gaspar Simões;
"Não mintas dessa maneira.
Vê-se -
Muito claramente,
Que é mentira quanto dizes,
E a mentira, muitas vezes,
- Quando não tem convicção
Em ves de afirmar, destroi
Toda a ilusão.
Mente com outro sorriso, -
Mas mente!,
Porque mentir
Infelizmente é preciso."
(Poema 8)
(Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/botto.htm)
27 dezembro, 2020
26 dezembro, 2020
25 dezembro, 2020
1.ª edição.
Livro luxuoso, produzido com grande esmero e apuro gráfico, impresso em papel encorpado e belissimamente ilustrado com 40 gravuras a p.b. e a cores que reproduzem telas de mestres portugueses subordinadas ao tema do Natal.
Estampas em heliogravura tiradas na Neogravura sobre fotografias de Mários Novaes, Castelo Branco, Teófilo Rego, Abreu Nunes, e outras cedidas pelo Museu Nacional de Arte Antiga.
"Se a arte não é senão uma certa forma de expressão do homem, na arte portuguesa havia de repercutir o encanto, o mistério e a alegria do Natal. Através da música, através da poesia, através da dança, através da escultura, através da pintura, através do teatro, - e quer nas suas manifestações populares quer nas cultas - foi e é comemorado o Natal pela gente portuguesa."
Encadernação editorial com aplicação manual de gravura e ferros gravados a seco e a prata na pasta frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação, com defeito junto à extremidade superior da lombada.
Invulgar.
24 dezembro, 2020
23 dezembro, 2020
1.ª edição.
Resenha histórica do Regimento de Infantaria n.º 1, com múltiplas referências à sua participação na Grande Guerra e um capítulo dedicado ao conflito que traça o roteiro do Regimento por terras de França, incluindo a descrição da batalha de La Lys. Enumera ainda as perdas de Infantaria n.º 1 na Flandres - mortos, feridos, gaseados e prisioneiros.
No final do livro em "Um exemplo de bravura e de brio militares" é descrita a acção heróica do soldado Francisco Balbino - servente n.º 1 de metralhadoras - em 9 de Abril de 1918, durante a Batalha do Lys.
"Em Agôsto de 1914 rebenta a Grande Guerra, declarando o Chefe do Govêrno Português, no Parlamento, no dia 8 dêsse mês, que Portugal em circunstância alguma faltaria aos deveres de aliança, livremente contraídos com a Inglaterra.
Como consequência desta política é logo em Outubro organizada uma Divisão completa a que se dá o nome de Divisão Auxiliar à França, a qual se deveria preparar para marchar oportunamente a enfileirar-se ao lado dos aliados na frente ocidental da Europa. Desta Divisão deveria fazer parte o 1.º batalhão do Regimento de Infantaria n.º 1.
Os aliados, porém, pretendem que Portugal se não comprometa com uma declaração de guerra e pedem simplesmente que lhe seja fornecida artelharia.O Ministro da Guerra opôs-se, por entender que seria uma afronta para o Exército Português o fornecimento de material sem o pessoal para o servir.
As negociações diplomáticas vão-se arrastando e a 9 de Agôsto de 1915 o Govêrno Português resolve que a Divisão cuja mobilização se estava preparando como auxiliar à França, passaria a ser destinada a criar um nucleo de tropas capaz de fazer face a qualquer emergência onde quer que se tornasse necessária a sua intervenção. E assim nasceu a Divisão de Instrução que, em Março de 1916, se reüniu no Campo de Manobras de Tancos, a fim-de se preparar para a eventualidade reputada inevitavel de combater o inimigo no Continente da República, nas nossas Colónias, ou em qualquer parte do Mundo. [...]
Foi a Divisão de Instrução que veio a constituir o nucleo do Corpo Expedicionário Português que, a partir de Janeiro de 1917, foi enviado a França, enfileirando-se ao lado dos aliados, a fim-de combater os alemães que no dia 9 de Março de 1916 nos tinham declarado a guerra.
A 27 de Maio de 1917 embarcou para França o 1.º Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 1, indo acantonar em Ouwe-Werquim onde começou a receber instrução. Passado um mês mudou para Euquim-les-Mines de onde as companhias isoladamente foram completar a sua instrução ás trincheiras inglesas proximas de Locon. [...]
Em 21 de Novembro de 1917 foi render Infantaria n.º 14 no sector de Fauquissart II.
Pelas 15 horas de 23 dêsse mesmo mês um intenso bombardeamento de artelharia e morteiros é feito sobre as 1.ª e 2.ª linhas, trincheiras de comunicação e comando do batalhão.
Após 10 minutos de fogo, forças alemãs, no efectivo de aproximadamente 1 companhia, lançam-se ao assalto da 1.ª linha, onde havia um saliente, o Red Lamp Corner, que estava apenas a 40 metros das trincheiras inimigas e foi o primeiro a ser assaltado.
Encontrava-se neste saliente um posto com o efectivo de 6 praças comandadas por um 2.º cabo que, depois de atacado à granada de mão e a tiro de pistola, é intimado a render-se, chegando mesmo algumas praças a ser agarradas pelo inimigo. A guarnição responde, porem, a esta intimação com um fogo vivo de espingarda e granada de mão, travando-se um combate renhido de que resultou ficarem feridos 1 oficial e alguns soldados alemães, um dos quais foi feito prisioneiro.
Repelida esta investida, novas se fazem mas foram também repelidas e com o mesmo denodo, mostrando sempre as praças o maior sangue-frio."
(Excerto de A acção do Regimento de Infantaria n.º 1 durante a Grande Guerra)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
25€
22 dezembro, 2020
1.ª edição.
Obra ilustrada com duas centenas de belas gravuras a acompanhar o texto.
"Todas as nações civilizadas, que dispôem de ampla instrução publica, possuem obras mais ou menos desenvolvidas sobre a indumentaria ou historia do vestuario, uniformes, armaria, ceramica, mobiliario, meios de transporte, ourivesaria, carpintaria, etc., etc. As tentaivas feitas em Portugal e, se não estamos em erro, no Brasil, neste genero, teem sido tão pequenas e tão isoladas que, quasi se pode afirmar, não contam nenhum trabalho completo.
Seria prolixo demonstrar quanto é necessaria ás pessoas que se dedicam ás Bellas Artes; ao operariado de diversas industrias, graficas ou não; aos artistas de theatro; aos que exercem a sua actividade de espirito na literatura, em geral, e na dramaturgia, em particular; aos escritores militares; aos jornalistas; aos críticos de arte; e até ás creanças; a quantos aproveita o estudo da archeologia, de perto ou de longe, que são todos quantos teem olhos para ver e cerebro para pensar, especialistas ou amadores, uma obra desta categoria."
(Excerto da introdução, Ao leitor)
Matérias: I - Semitas e etíopes. II - Cananeos, fenicios e hebreus. III - Assyrios e babylonios. IV - Os arabes. V - Médos, persas e tríbus da Asia Menor. VI - Os gregos. VII - Os etruscos. VIII - Romanos. IX - Celtas (gallos) e germanos. X - Sarmatas e dacios. XI - Scytas e partos. XII - Os ultimos tempos da Roma christan. XIII - Os byzantinos. XIV - Anglo-saxões e anglo-normandos. XV - Francos. XVI - A França feudal. XVII - Os allemas na Italia. XVIII - Italianos. XIX - Inglêses e francêses. XX - Hespanhoes e mouros. XXI - A Alemanha nos seculos XIV e XV. XXII - Vida mediéva, militar e particular.
Exemplar brochado em em bom estado geral de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel nos cantos.
Invulgar.
20€
21 dezembro, 2020
20 dezembro, 2020
19 dezembro, 2020
18 dezembro, 2020
17 dezembro, 2020
16 dezembro, 2020
FAROL, Antonio F. de Ferrer - A LIBERTINAGEM PERANTE A HISTORIA, A PHILOSOPHIA, E A MEDICINA DO CASAMENTO POR AMOR COM BASE NA REGENERAÇÃO SOCIAL. These apresentada á Escola Medico-Cirurgica do Porto para ser defendida pelo alumno do quinto anno... Porto, Typographia de José Pereira da Silva & F.º, 1865. In-4.º (27x20 cm) de 67, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa e algo insólita tese académica sobre a libertinagem publicada em meados do século XIX.
"A libertinagem, olhada á luz da medicina, é o flagello que mais corrompe a humanidade. Paixão violenta, seductora aos olhos da mocidade inexperiente, essencialmente devastadora, é a libertinagem a causa proxima de horrorosos estados morbidos, que anniquillam a vitalidade mais resistente. A philosophia biblica e o dogma hippocratico erguem-se ao mesmo tempo contra esta aberração do espirito humano, que, gerando as trevas do mundo physico e moral, e collocando a sociedade n'uma posição baixa, miseravel e abjecta, tenta despedaçar todos os élos, pelos quaes sômos ligados á sublimidade, a que temos direito, como a obra prima do Supremo Ser.
No estudo d'esta paixão, dominante na geração moderna, tem o medico vasto campo para pôr em acção todos os seus recursos. E baldado não será o esforço que a tanto se abalançar. A actualidade escutará, em questões d'esta ordem, com mais respeito a voz da sciencia, do que as leis da moral. Embalada no berço sensualista, parece preferir agora o horror do tumulo á abjuração dos prazeres."
(Excerto da Introducção, I)
Matérias:
Introducção: I; II; III; IV; V. | Pederastia: I - Preâmbulo]. II - Causas sociaes; Causas physiologicas. III - Quaes são os effeitos da pederastia? IV. | Onanismo solitario no sexo feminino: I; II; III. | Onanismo solitario no sexo masculino: I; II. | Onanismo conjugal: I; II; III; IV. | Syphilis como effeito da polyandria exercida nas mulheres publicas. | Do casamento por amor - como base da regeneração social: I; II; III; IV; V; VI. | Em conclusão. | Proposições.
António Fernandes de Figueiredo Ferrer Farol (1839-1893). "Médico pela Escola Médico-cirúrgica do Porto. Nasceu em Viseu a 5 de junho de 1839, faleceu a 8 de maio de 1893. Foi um dos estudantes mais distintos do seu curso, que terminou em 1865, publicando no Porto, nesse ano, a sua tese com o título de A libertinagem perante a historia, a filosofia, e a patologia em geral. Entrou depois para o serviço médico do exército. Vindo para Lisboa em 1870, por tal forma começou a afirmar o seu talento médico que teve de pedir licença do serviço militar, para se entregar inteiramente à sua clínica que se tornou numerosa. Em 1873 estabeleceu na praça de D. Pedro, com o dr. Matos Chaves, um posto médico, que foi um dos primeiros que existiram em Lisboa. Dedicou-se também ao jornalismo, fundando em 1871 a Tribuna, folha de combate, que fez época. Foi director e redactor do seu jornal, tornando-se um escritor vigoroso e ao mesmo tempo elegante."
(Fonte: http://www.arqnet.pt/dicionario/farolantonio.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam
manchas de acidez.
Muito raro.
75€
15 dezembro, 2020
1.ª edição.
Tese de final de curso do conhecido médico alienista Luís Cebola, discípulo de Miguel Bombarda (1851-1910), eminente médico e político republicano.
Com ilustrações intercaladas no texto reproduzindo sete desenhos de pacientes que integram o estudo.
"O ribombo da nuvem que faiscava na amplidão do ceu, o sibilo do vento ramalhando atravez das florestas colossaes, o marulho da onda encapelada e turva e outros phenomenos cosmicos aterravam o homem primitivo. Desconhecendo o seu determinismo, prostrava-se em oração ante esses factos que se lhe deparavam como phantasmas enigmaticos. Era o alvorecer das religiões, creadas pelo medo que o mysterio gerava. [...]
Com o advento da edade media e pathologia do Diabo attinge a maxima plenitude.
Os conventos guardam fervorosamente reliquias e tradições inuteis. Explora-se a crendice popular sob intuitos religiosos e politicos.
Os que não crêm nos designios supremos são torturados nos carceres ou queimados nas fogueiras. Alastram n'um crescente epidemico os delirios de hystero-demonopathia. Contra Belzebú proclama-se remedio efficaz o exorcismo. [...]
N'estas epocas d'obscurantismo, os alienados são perseguidos, atirados para masmorras infectas e por vezes entregues ao carrasco ou abandonados á sua miseria e inconsciencia. [...]
E ainda hoje, a despeito de tanyas maravilhas scientificas, o Prodigio e a Chiromancia assentam arraiaes nos meios mais requintados de progresso... [...]
Todavia, já muito se tem conseguido no campo da verdade. [...]
Com effeito a interpretação scientifica dos milagres e dos delirios fatidicos fez emmudecer os espiritos de segunda vista, explicando-se as convulsões diabolicas, as palavras interiores e as visões mysticas. Cavalgando o Sobrenatural, a Sciencia rasgou, emfim, o espantalho do Maravilhoso.
O cerebro, no emtanto, esconde ainda muitos segredos no fundo das suas circumvoluções. É preciso sonda-los, aprehende-los e traze-los a lume. O seu conhecimento da-nos o conhecimento do homem. [...]
Infelizmente as doenças nervosas tende a augmentar cada vez mais. Na sua etiologia avulta a intensidade da vida actual. Por seu turno, a syphilis e o alcoolismo ateiam a devastação organica dos esgotados que vemos todos os dias, em grande numero, baixarem aos manicomios.
Ao medico incumbe o dever d'investigar os motivos das aberrações physicas, fixar as diversas entidades morbidas e aconselhar aos profanos os preceitos da hygiene da alma. Inquirir, curar e moralisar. Eis o verdadeiro medico - psychologo, therapeuta e moralista."
(Excerto do preâmbulo)
Luís Cebola
(Alcochete, 1876 - Lisboa, 1967). "Médico alienista, estudou no Colégio
Almeida Garrett, em Aldeia Galega (actual Montijo), onde completou os
três primeiros anos do curso liceal, sendo depois transferido para o
Liceu Nacional de Évora.
De 1895 a 1900, realizou a preparação para os estudos médico-cirúrgicos
na Escola Politécnica de Lisboa. Estudou na Escola Médico-Cirúrgica de
Lisboa de 1899 a 1906.
A decisão de seguir a especialidade de doenças nervosas ou
psiquiatria surgiu, segundo Cebola, durante o 4.º ano do curso, após a
leitura do livro, Les psychonévroses et leur traitement moral (1904), do
neuropatologista suíço Paul Charles Dubois (1848-1918). Em 1906 defendeu a sua tese inaugural, A Mentalidade dos Epilépticos, sob a orientação do Professor Miguel Bombarda
no Hospital de Rilhafoles. O objectivo do seu trabalho consistiu em
investigar se havia alguma lei psicopatológica nos escritos e obras
artísticas (desenhos, cartas, livros, etc.) dos epilépticos aí
internados. Para além disso, pôs em causa a tese defendida por César Lombroso
(1835-1909), médico legista italiano, na sua obra O Homem de Génio
(1889). Nesta afirmava que o génio era uma condição mórbida, e resultava
de uma psicose de natureza epiléptica. Cebola considerava que o maior
erro desta tese era o de defender que a inspiração criativa apenas
ocorria nos espíritos superiores. Segundo Cebola, o acto de inspiração
artística obedecia aos mesmos processos em todos os homens, podendo
apenas haver diferença de grau. Concluiu que o génio não era sinónimo de
degeneração epiléptica, ou nas suas palavras, o homem de génio “é
progresso e não degenerescência”. Foi publicado a 26 de Agosto de 1906,
um artigo dedicado a este capítulo da tese de Luís Cebola, na revista
dirigida por Miguel Bombarda, A Medicina Contemporanea."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar
brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta falha de papel no canto superior esquerdo. Mancha ténue de humidade atinge a capa e a f. anterrosto. A numeração das
páginas não estará correcta; às primeiras 16 páginas (inumeradas), que
inclui as folhas de rosto, anterrosto e preâmbulo, seguem-se as
restantes com início na página 29, o que indicia encontrarem-se em falta
12 páginas do livro, desmentidas no entanto pela sequência lógica da
obra, que aparenta não existirem faltas, mas sim numeração errada.
Muito raro.
Com interesse histórico e clínico.
Sem registo na BNP.
Indisponível
14 dezembro, 2020
12 dezembro, 2020
Indisponível