27 outubro, 2019

FONSECA, Tomás - A ORIGEM DA VIDA. Por... (Prof. e director das Escolas Normaes de Lisboa). Lisboa, Empreza de Publicações Populares, 1913. In-8.º (19 cm) de 151, [1] p. ; il. ; B. Bibliotéca d'Ensino Popular
1.ª edição.
Curiosíssimo título do autor, e um dos mais raros da sua extensa bibliografia. Obra de forte pendor anticlerical, onde Tomás da Fonseca procura desmistificar os ensinamentos religiosos ministrados durante o período da monarquia, de que Deus estaria por trás da criação da vida.
Livro ilustrado em página inteira com as árvores genealógicas monofilética e polifilética dos seres organizados, cada qual em sua página.
"N'esta altura da vida portugueza, depois de tanta destruição, aliaz necessaria, bom é que se comece a construir.
Deitou-se por terra a monarquia, expulsaram-se os reis e os jesuitas, fecharam-se as congregações religiosas, dominou-se o clericalismo, neutralisou-se o ensino, mas isso só não basta. O principal, que é a formação do caracter, a educação do povo - aspiração e pensamento dominante dos que fizeram a Revolução e a Republica - isso está por fazer.
O nosso esforço, as nossas energias teem-se gasto combatendo e demolindo instituições nocivas, castas inimigas do progresso, grupos divorciados da Razão e da Patria.
É tempo de começarmos a ensinar, levando a mocidade á repulsão de preconceitos tolos, d'aspirações absurdas, d'habitos degradantes que fizeram a decadencia e a miseria moral dos que nos precederam. [...]
O que fazer portanto? Crear a ordem n'essa confusão.
A ciencia augmenta, dia a dia, os seus triumfos; as ideias de emancipação e de egualdade tomaram conta dos espiritos, e fazem, gloriosamente, a sua marcha."
(excerto da introdução)
Matérias:
A Origem da Vida. I - As velhas teorias; II - Luta entre a religião e a ciencia; III - A geração expontanea; IV - Experiencias biologicas; V - Influencias do meio; VI - Aparecimento da vida; VII - Desenvolvimento das especies; VIII - Nosce te ipsum.
O Transformismo e a Intolerancia. I - A um professor primario; II - A uma aristocrata; III - [Resposta a uma carta que defende os milagrosos textos de Moises].
«Aparecimento da Vida sobre a Terra» (3.ª lição da Universidade Livre de Lisboa, realisada por Tomás da Fonseca).
Tomás da Fonseca (1877-1968). "Nasceu em Laceiras, Mortágua, a 10 de Março de 1877. Escritor, poeta, jornalista, professor e propagandista, professou desde cedo ideias liberais e republicanas. Frequentou Teologia no seminário de Coimbra, escrevendo 'Evangelho de um seminarista', após a sua saída em 1903. Pertenceu à Maçonaria, sendo iniciado em 1906. Foi um dos mais activos propagandistas republicanos, estando presente na organização de várias associações de carácter cultural e social. Jornalista, escreveu em vários órgãos de imprensa, nomeadamente O Mundo, Pátria, Vanguarda, Voz Pública, Norte, República, Povo, Batalha, Alma Nacional, sendo director do Arquivo Democrático. Escreveu também em jornais estrangeiro (España Nueva e Lanterna, do Brasil). Depois da implantação da República em 5 de Outubro de 1910, foi chefe do gabinete de Teófilo Braga, em 1910-1911, foi eleito em 1911 para a Assembleia Constituinte, por Santa Comba Dão, deputado na primeira legislatura e, em 1915, senador por Viseu, pelo Partido Democrático. Muito ligado à questão da educação e do ensino, foi vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, director das Escolas Normais de Lisboa e da Universidade Livre de Coimbra. Foi presidente do Conselho de Arte e Arqueologia de Coimbra. Em 1920 visitou a França, a Bélgica e a Inglaterra, numa missão de estudo a escolas, museus e bibliotecas. Da sua vasta obra, de cariz essencialmente pedagógico e de propaganda anti-clerical (especialmente contra a exploração de Fátima), cumpre referir os seguintes títulos: Sermões da Montanha (1909), Cartilha Nova para o Zá Povinho ler à noite ao serão (1911), Origem da vida (1912), Memórias do Cárcere (1919), Cartas Espirituais – A mulher e a Igreja (1922), História da Civilização, relacionada com a História de Portugal (1922), Ensino Laico (1923), No Rescaldo de Lourdes (1932), A igreja e o Condestável (1933), Fátima (1955), Na Cova dos Leões (1958), Bancarrota (1962). Morreu em Lisboa a 12 de Fevereiro de 1968."
(fonte: http://www.fmsoares.pt/aeb/crono/biografias?registo=Tom%C3%A1s%20da%20Fonseca)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresenta mancha junto à lombada.
Raro.
Indisponível

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