30 abril, 2019

BASTO, A. J. Pinto - CRUZADOR S. GABRIEL. Viagem de Circumnavegação. Por... Lisboa, Livraria Ferreira : Ferreira, L.da-Editores, 1912. In-8.º (20,5 cm) de 444, [4] p. ; [3] f. desdob. ; il. ; E.
1.ª edição.
Diário da viagem de circum-navegação do comandante António Pinto Basto (1862-1946).
Livro profusamente ilustrado com reproduções fotográficas e belíssimos desenhos do autor. Contém interessantes descrições dos lugares de aportamento, seus usos e costumes. Inclui ainda três folhas desdobráveis, representando uma delas o Canal do Panamá, outra, a vermelho e negro, um exemplar de caligrafia japonesa e ainda outra, de grandes dimensões, o Mappa-mundo com o percurso da viagem. Com referências a Wenceslau de Moares, então cônsul de Portugal em Kobe.

"Foi o S. Gabriel não só o primeiro navio de guerra portuguez que realisou uma viagem de circumnavegação, mas o primeiro navio portuguez que passou pelo estreito de Magalhães e Canaes da Patagonia, e entrou nos portos do Chili, Peru, Panamá, Mexico, California e ilhas de Hawai, fazendo, sem duvida, uma das mais interessantes, se não a mais interessante viagem, dos ultimos annos.
Como Commandante do S. Gabriel, entendemos que nos cabia a obrigação moral de informar o publico, e os nossos camaradas em especial, do que foi essa viagem, das difficuldades que encontrámos, e da maneira como ellas foram resolvidas, o que tudo pode ser vantajoso para os que tenham de desempenhar mais tarde uma commissão semelhante."
(Excerto do preâmbulo, Aos leitores)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas cansadas. Assinatura de posse na f. rosto. Mapa-mundo apresenta rasgões (sem perda de papel).

Invulgar.
Indisponível

29 abril, 2019

DÈSORMEAUX, Dr. - O AMOR CONJUGAL. [Pelo]... Professor de Medicina Legal e membro da Academia de Medicina de Paris. Lisboa, Livraria Portugueza-João Carneiro, [1914?]. In-8.º (17cm) de 557, [7] p. ; B. Bibliotheca Sexual, N.º 12
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre o 'amor conjugal' à luz dos conhecimentos da época sobre o assunto.
"... Se durante o acto gerador, o homem se abstem de o terminar dentro dos orgãos femininos, que, por certo, não chegam a sentir o orgasmo genital.
O facto de estimular na mulher todo o prurido voluptuoso de que elle é capaz, excital'a ao mais alto grau, e supprimir de repente a acção do elemento que devia servir-lhe de ponto de appoio para a consumação do acto, é praticar uma fraude, um attentado contra os direitos da natureza, que raras vezes deixa de os punir.
Se a vitalidade é extraviada do seu fim natural, por estrategemas imprudentes, não é de admirar que d'ahi resultem graves accidentes. Passa-se então exactamente o mesmo, que se pozessem alimentos ao alcance da mão de um faminto e lh'os retirassem quando fôsse a apossar-se d'elles para comer.
A sensibilidade dos orgãos genitaes fica excitada em falso e a esta fraude, quando posta em pratica com frequencia, devem attribuir-se essas multiplas nevroses, essas affecções bizarras que fazem da mulher uma hysterica, uma enferma de gostos depravados.
O homem deve, pois, se ama realmente essa mulher, exforçar-se para que ella partilhe com elle as deliciosas sensações da coupla conjugal."
(Excerto do Cap. III, O amor conjugal)
Summario:
O amor conjugal na antiguidade. - O amor physico no «ménage». - O amor conjugal. - O dever conjugal. - A inconstancia. - O direito de corrrecção. - As paixões lisongeadas. - Provas de impotencia.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Indisponível

28 abril, 2019

BETTENCOURT, Aníbal Jardim - GUIA DO CAFEICULTOR DE MOÇAMBIQUE. [Por]... Engenheiro Agrónomo. Lisboa, Junta de Exportação do Café, 1956. In-4.º (23m) de 95, [1] p. ; [2] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Junta-se carta do autor, de Maio de 1957, assinada, com a chancela da Junta de Exportação do Café : Delegação de Moçambique, dirigida ao sr. Amadeu da Silva e Costa, informando-o do envio dum exemplar da presente obra e anexando um questionário: "Café : Ficha para ser preenchida pelos agricultores interessados na sua cultura".
Livro muito ilustrado ao longo do texto com desenhos, mapas e tabelas, alguns em página inteira, e duas estampas a cores em separado.
"A cafeicultura é uma exploração agrícola que só agora começa a expandir-se com uma certa segurança em Moçambique, onde a actual escassa produção de café provém, na sua quase totalidade, da colheita dos frutos dos cafèzeiros que vegetam espontâneamente na faixa arenosa do litoral.
Por circunstâncias várias entre as quais avulta a falta de conhecimentos basilares sobre a forma racional de aproveitar esta planta, fracassaram todas as tentativas de cultivo quer aproveitando as espécies cafeeiras autóctenes quer as exóticas.
Quando as altas cotações do café, nos últimos anos, levaram os agricultores a interessar-se em estabelecer novos cafèzais, a Junta de Exportação do Café decidiu proporcionar-lhes logo de início a orientação a seguir e criar em Moçambique uma delegação em condições de assegurar à cultura a indispensável assistência técnica. [...]
Tentamos através do presente trabalho fornecer esses conhecimentos técnicos, contribuindo para a formação de plantações estáveis e de exploração económica mesmo durante os períodos em que os preços do café forem menos favoráveis, e evitar que os agricultores recorram a dados fornecidos por publicações versando sobre cafeicultura noutros países, onde as condições ecológicas são completamente diferentes das de Moçambique, levando-os a adoptar normais culturais que, vantajosas nessas regiões, podem conduzir a resultados desastrosos naquela Província."
(Excerto da Introdução)
Sumário: Introdução. I - Espécies cafeeiras cultiváveis em Moçambique e áreas aproximadas de expansão de cada uma delas. II - Solos favoráveis às diferentes espécies cafeeiras. III - Obtenção de semente da espécie ou variedade a cultivar. IV - Viveiros. V - Plantação no local definitivo. VI - Sombreamento. VII - Operações culturais: Capina; Adubação; Poda; Rega. VIII - Doenças e pragas do cafèzeiro: Die-back; Doenças de carência; Doença dos olhos pardos; Ferrugem do café; Podridões do pé e raízes; Broca do tronco; Percevejo do café; Cochonilhas; Larvas de Parasa, sp., etc. IX - Colheira e preparação do café. Bibliografia. Índice dos assuntos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Peça de colecção (nestas condições, e com o Questionário).
Indisponível

27 abril, 2019

RESUMO HISTORICO DA VIDA E TRAGICO FIM DE AGOSTINHO JOZE FREIRE, que foi Deputado da Nação em quatro Legislaturas... &c. &c. Offerecido a sua filha a illustrissima e excellentissima senhora D. Maria da Piedade Freire. Segunda edicção correcta, e accrescentada pelo Author. Lisboa, Tip. Patriotica de C. J. da Silva e Comp.ª, 1837. In-8.º (19cm) de 23, [1] p. ; B.
Breve biografia de Agostinho José Freire, oficial do exército, estadista e defensor acérrimo da causa liberal, e a descrição do atentado que o vitimou no sítio da Pampulha, em Lisboa.
Opúsculo publicado sob anonimato, sabe-se que o seu autor foi João Baptista Felgueiras (1790-1948), natural de Guimarães, Bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, Deputado, Procurador-geral da Coroa, etc. Depois da sua formatura, seguiu a carreira da magistratura, e chegou a ser juiz de fora em Viana do Castelo, depois de seguir os trâmites que, para se chegar a esse cargo, as leis de então exigiam. Sendo eleito deputado depois da revolução de 1820 para as primeiras Cortes constituintes, exerceu sempre o cargo de secretário. Quando em 1823 a reacção restabeleceu o absolutismo e os direitos inauferíveis da realeza, João Baptista Felgueiras afastou-se da politica, e assim se conservou, tendo contudo aplaudido fervorosamente o restabelecimento do regime liberal pela outorga da Carta Constitucional, quando em 1828 o surpreendeu a reacção Miguelista. As suas ideias altamente liberais o obrigaram a fugir das perseguições do partido absolutista. [...] Foi talvez, bem involuntariamente e bem ocasionalmente, causa da morte de Agostinho José Freire. No dia em que se deu este triste acontecimento, João Baptista Felgueiras, que morava na rua do Quelhas, convidara-o a jantar, desejando que ele comesse dum pavão com que o haviam presenteado. Agostinho José Freire morava então em Rilhafoles; acedeu ao convite, e em casa de Felgueiras soube que a rainha D. Maria II partira para o palácio de Belém, e se planeara a contra-revolução. Não pensou mais em jantar, e metendo-se na sua carruagem, foi para Belém pelo caminho de Alcântara, que lhe ficava mais perto, onde teve a infelicidade de encontrar a morte. Deixou impresso: Necrologia de Agostinho José Freire, que foi ministro e secretario de Estado honorário, conselheiro de Estado, par do reino, etc., Lisboa, 1837; saiu depois, ainda em 1837, mais ampliada, com o título: Resumo histórico da vida e trágico fim do conselheiro de Estado Agostinho José Freire, etc.; saiu sem o nome do autor, e parece que não foi posto à venda.
(Fonte: http://www.arqnet.pt/dicionario/felgueirasjb.html)
"Agostinho José Freire, filho d'um cidadão nobre do mesmo nome, nasceu na cidade d'Evora aos 28 de Agosto de 1780. Transportado em tenra idade para Leiria, ahi passou a infancia, e concluiu os estudos menores. Veio para Lisboa seguir as aulas de instrucção secundaria, e foi matricular-se na Universidade de Coimbra, onde tomou o grau de Bacharel, e fez formatura na faculdade de Mathematica no anno de 1807. [...]
Era sua tenção seguir a Universidade; porém a invasão franceza, que ameaçava escravisar a patria de Pacheco e de Albuquerque, o fez trocar a tranquilidade das letras pelo estrondo das armas. Recolhendo-se a casa de seu pae estabelecida no logar de Vidaes, comarca de Leiria, empregou desde logo todos os esforços para coadjuvar os povos na sua resistencia contra o inimigo commum..."
(Excerto do Resumo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos e falhas de papel marginais.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

26 abril, 2019

MOREIRA, Rafael - ALGUNS DOS MELHORES E MAIS BELOS CÃES DO PORTO. Álbum organizado pelo médico-veterinário... [S.l.], [Composto e impresso na Tipografia Rocha & Irmão, Suc. - Vila Nova de Gaia], 1958. Oblongo (21x27,5cm) de [4], 40 p. il. ; B.
1.ª edição.
Bonita edição de prestígio, impressa em papel de superior qualidade, por certo com tiragem reduzida, para oferta a clientes e amigos da clínica veterinária do autor. Álbum profusamente ilustrado com fotografias de belíssimos exemplares das mais variadas raças caninas - nacionais (sobretudo Serras da Estrela, Podengos e Perdigueiros) e estrangeiras -, nas palavras do autor, "os mais belos cães do Porto", ou pelo menos, aqueles cujos donos frequentaram a sua clínica.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa de Rafael Moreira.
"Na nossa cidade do Porto tem-se desenvolvido nestes últimos anos o gosto pelos cães de boa raça, sendo já bastante frequente verem-se muitos exemplares com categoria até mesmo para figurarem nas exposições caninas.
Casas há onde temos encontrado belíssimos cães e riquíssimas cadelas, tudo da mesma raça. E está bem, é assim mesmo que se deve fazer, para se obterem boas ninhadas de puro sangue.
Mas também há casas que preferem ter cães e cadelas de várias raças, e então é preciso haver muito cuidado para evitar o acasalamento de animais de raças diferentes, tornando-se indispensável isolar rigorosamente as cadelas durante os períodos de cio, ou então permitindo-lhes nessas épocas apenas a companhia de um cão da mesma raça."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas. contracapa apresenta pequena falha de papel no canto superior esquerdo.
Raro e muito curioso.
Peça de colecção.
Indisponível

25 abril, 2019

MELO, Ricardo de - SERRA DO CARAMULO. Famalicão [na capa, Tondela], Typ. "Minerva" de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1916. In-8.º (18,5 cm) de 377, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Obra em verso sobre a Serra do Caramulo e a região beirã onde está inserida.

"Quem da montanha o belo sente ainda,
de ver, no Caramulo, não deixou
a serra, que Deus fez mais grata e linda,
qua ao luso povo heroico lhe legou."

(Retirado da capa/f. rosto)

Índice:
I - Traços gerais. II - Monte das Cavadinhas. III - Serranilhas e Serranitas. IV - Costumes e Linguagem. V - Impressões e aspecto do Caramulinho. VI - Fragmentos avulsos e dispersos. VII - Os janotas de Lisboa. VIII - Apreciações a «Os Janotas de Lisboa». IX - Resposta aos críticos de «Os Janotas de Lisboa».
Sal ático. Á Cruzada das Mulheres Portuguesas. Os Legatários e o Autor.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas oxidadas com pequena falha de papel nos cantos.
Invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
Indisponível
VITORINO, Pedro - A CATEDRAL DE REIMS. No primeiro aniversario do maior vandalismo de todos os tempos. Porto, Depositaria: Livraria Povoense de Lopes & C.ª, Suc., 1915. In-4.º (23cm) de 39, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Homenagem e protesto veemente do autor, por ocasião do primeiro aniversário do ataque alemão à Catedral de Reims, importante monumento gótico, palco das coroações de 31 monarcas franceses, incluindo Luís XIV, destruída pelos bombardeamentos no início da 1.ª Guerra Mundial.
Livro ilustrado ao longo do texto com fotogravuras e plantas da catedral, sendo uma delas em página inteira.
"No martirológio abominável dos monumentos históricos que as hostes teutónicas mui deliberadamente teem procurado promover, avulta o sacrifício inconcebível da jóia secular - a catedral de Reims.
Sem que dêle resultasse algum benefício de ordem militar para quem o praticou, sem que qualquer justificação, por mais transcendente que fôsse, o pudesse desculpar, o certo é que, na sua essência, não passa de um mero vandalismo, cheio de crueldade, de ódio e de estupidez. (Um comunicado oficial alemão (23 de Setembro) referia que numa destas torres [da catedral] estava um posto de vigilancia, asserção que o general Joffre se apressou a desmentir.).
Ás incerteza e equívocos do primeiro atentado vieram factos posteriores dar vulto e clareza. Os bombardeamentos sucederam-se com intensidades e resultados diversos, mesmo depois das pedras terem arrefecido do fogo pavoroso que as calcinou."
(Excerto do Cap. I, Historiando)
Matérias:
I - Historiando. II - No esplendor. III - Ante a barbaria.
Joaquim Pedro Vitorino Ribeiro (1882-1944). "Médico, historiador, arqueólogo, etnógrafo, militar, e crítico de arte. Frequentou a Academia Politécnica do Porto (1902-1905). Deste estabelecimento de ensino transitou para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde, em 1910, concluiu o curso de Medicina com a defesa da tese "Socorros de urgência - Breves Notas". De seguida, partiu para Paris, onde se especializou em Radiologia. Regressou ao Porto em 1911. Em 1919, foi nomeado clínico auxiliar da Santa Casa da Misericórdia e chefe do Laboratório de Radiologia e Fotografia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde, desde 1913, exercia as funções de chefe do Gabinete de Fotografia e Eletroterapia. Em paralelo com a formação académica e a carreira médica, desenvolveu muitas outras atividades humanitárias e culturais. Foi militar (voluntário de Infantaria em 1901, alferes em 1911, tenente-médico em 1915 e capitão em 1918), tendo chegado a participar na I Guerra Mundial, pois integrou como capitão-médico miliciano o Corpo Expedicionário Português que partiu para Paris em Abril de 1918."
(Fonte: https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20pedro%20vitorino)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

22 abril, 2019

BOZZANO, Ernesto - PHENOMENOS DE "TRANSFIGURAÇÃO". Traducção do Dr. Francisco Klörs Werneck. Rio de Janeiro - Brazil, 1940. In-8.º (18,5cm) de 72 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com uma estampa extratexto impressa sobre papel couché, com a legenda: A medium Sra. Bullock, de Manchester, Inglaterra, e 5 das suas maravilhosas e espantosas transfigurações.
O primeiro a falar dos phenomenos de "transfiguração" foi Allan Kardec que, no "Livro dos Mediuns", (cap. VI, n. 122) assim o define: "Os phenomenos de "transfiguração" consistem na mudança de aspecto do corpo de um vivo." Comtudo, quasi sempre, a mudança de aspecto é circumscripta aos traços do rosto do medium, mudança que pode consistir em uma transfiguração do semblante por contracção e adaptação dos musculos faciaes, contracção determinada por uma vontade qualquer, subconsciente ou extrinseca, como pode resultar uma transfiguração do semblante no qual já se encontre um principio de materialização ectoplasmica sob a forma de barba, de bigodes, de "signaes", de cicatrizes, ou outros caracteristicos surgidos inesperadamente sobre o rosto do medium ou tambem de uma completa mascara sobreposta ao mesmo.
Os phenomenos de "transfiguração" existem, embora se mostrem entre os mais raros da casuistica metapsychica, por isto, no momento, elles apresentam escasso valor scientifico porquanto as condições em que são observados dependem muito da perspicacia e do estado de animo dos observadores, apresentando o flanco a legitimas duvidas e scepeticismos, ao menos na maior parte dos casos. Resulta, dahi, que até que se consiga fixal-os sobre a chapa photographica não é o caso de se falar de investigação scientifica dos mesmos. Todavia repito que taes phenomenos existem e como em todos os ramos do saber a observação expontanea das amnifestações que lhe constituem o material bruto precede sempre a pesquisa systematica das mesmas manifestações, resultando, de tal forma, o necessario incentivo á intervenção scientifica, não será inutil recolher certo numero de episodios do genero para extrahir dos mesmos algumas  deduções interessantes pois que os phenomenos em exame se prestam a esclarecer de modo notavel, os phenomenos correspondentes das "materializações integraes de phantasmas independentes do organismo do medium" e assim se deveria dizer que tudo concorre para demonstrar como a "transfiguração" nada mais é que uma phase inicial da "materialização"."
(Excerto da introdução)
Ernesto Bozzano (Génova, 1862 - 1943). "Foi um professor de filosofia da ciência na Universidade de Turim e pesquisador espírita italiano. Destacou-se como um contribuinte ativo na literatura italiana e francesa sobre fenómenos paranormais a partir do final do século XIX até ao início dos anos 1940. Foi um dos poucos pesquisadores italianos nomeados membros honorários da Society for Psychical Research (SPR), American Society for Psychical Research (ASPR) e Institut Métapsychique International (IMI). Inialmente, dedicou-se à filosofia da ciência, interessando-se sobretudo pelas ideias do inglês Herbert Spencer (1820-1903). Em 1891 começou a ocupar-se da telepatia e, sobretudo, do Espiritismo, assuntos que interessavam naquele tempo tanto estudiosos europeus como americanos. Desde essa altura, Bozzano dedicou-se porcompleto, e até sua morte, ao estudo da Metafísica e Metapsíquica."

(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem folha de rosto.
Raro.
Indisponível

21 abril, 2019

STALL, Sylvanus & DRAKE, Emma F. - TUDO O QUE O HOMEM E A MULHER DEVE SABER AOS 45 ANNOS. Livro experimental sobre o viver intimo dos dois sexos na Edade Critica. [Por]... Doutores em Medicina. Traducção livre do inglez. Sexta edição. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco (Casa fundada em 1890), [19--]. In-8.º (20cm) de 112 p. ; B. Biblioteca de Livros Uteis e Scientificos, N.º 3
Curiosa obra centenária sobre a intimidade na "meia-idade", e os sinais orgânicos, físicos e psicológicos a considerar.
"Nem todos os homens sabem cooperar na fundação do lar; alguns assemelham-se aos antigos intendentes de Israel, que esperavam que os seus operarios fizessem os seus tijolos sem palha; outros fornecem tudo o que é necessario, com prodigalidade e entretanto o home não é o que devia ser.
Poucos homens compreendem o que é verdadeiramente a tarefa da mulher.
Esta compõe-se de tantos pequenos detalhes, que os homens não o podem avaliar no seu justo valor. [...]
Quando ella se aproxima do momento que nós estudamos, vós, maridos, não deveis ficar surpreendidos de verificar que ella já não é o que sempre tem sido.
As cousas que lhe agradavam outr'ora, desagradam-lhe agora, e, tendo-se sempre achado satisfeita com a sua sorte, suspira depois por uma mudança e por uma diversão.
As lagrimas sobem-lhe aos olhos muito facilmente; fica trista sem causa aparente.
Tem apreensões desrazoaveis.
Pode entristecer-se com bagatelas e desanimar a ponto de tornar os seus dias desgraçados."
(Excerto do Cap. XIII, O que o marido deve saber)
"Da mesma maneira que o marido deve conhecer a sua mulher para a compreender e testemunhar-lhe uma ternura paciente em todo o tempo, a mulher deve tambem aprender a conhecer o seu marido, a fim de ser capaz de o compreender e de formar com elle um par bem unido. [...]
Não é possivel que sejaes em parte responsavel da falta de harmonia ou de compreensão de que sofreis na vossa vida conjugal? [...]
Empregaste todos os vossos cuidados em preparar-lhe e em servir-lhe uma alimentação que pudesse contribuir para mante-lo em boa saude, em adoçar o seu humor e em procurar-lhe o bem estar phisico e mental?
Lembrae-vos de que a alimentação depende, para um homem, não sómente a sua saude, mas em grande parte as suas capacidades intelectuaes e moraes.
Podeis oferecer-lhe alimentos que favorecerão as suas paixões bestiaes ou que, pelo contrario, as minorarão e os manterão avassalados aos mais nobres instintos."
(Excerto do Cap. XIV, Deveres da mulher para com o marido)
Índice:
I - Transformações phisicas que se operam na vida humana. II - Sinaes das mudanças na edade critica do homem. III - Hypertrophia da prostata. IV - Mudanças na edade critica das mulheres - Menopausa. V - Perturbações mentaes que se manifestam durante a menopausa. VI - A moderação e o repouso são necessarios. VII - O que o homem deve evitar. VIII - Doenças de que a mulher é responsavel . IX - Como se destroe prematuramente a virilidade. X - Exercicios phisicos (aos homens). XI - Exercicios phisicos (ás mulheres). XII - Inconveniencia dos casamentos na edade avançada. XIII - O que o marido deve saber. XIV - Deveres da mulher para com o marido. XV - Os olhos, os dentes e os cabêlos. XVI - Prisão de ventre. XVII - Uma palavra ás mulheres celibatarias. XVIII - Auto-sugestão. XIX - Compensações.
Exemplar em brochura bem conservado.
Raro.
40€

20 abril, 2019

PINTO, José Nuno Pereira - ALVARENGA E O MOTIM DE 1942. [Prefácio de Fernando Dacosta]. Arouca, Associação de Defesa do Património Arouquense, 2008. In-4.º (24cm) de 252 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do Estado Novo: A extracção e fornecimento de volfrâmio às potências contendoras durante a 2.ª Guerra Mundial, e a revolta dos arouquenses - naturais da zona de extracção do minério - contra os abusos discricionários da polícia política.
Ilustrado no texto com fotografias a cores, e em página inteira com reprodução de processos criminais e fac-símiles de relatórios da PVDE.
Tiragem: 650 exemplares.
"Desconhecida do grande público, a revolta dos habitantes de Alvarenga contra a polícia política de então, por causa do controlo do volfrâmio - estava-se em 1942, em plena guerra mundial -, constitui, pela singularidade e inedetismo contidos, um episódio marcante no Estado Novo. [...]
Detentor, sobretudo no nordeste, de férteis jazidas de volfrâmio, algumas a céu aberto, o País encontrou na sua comercialização uma inesperada "árvore das patacas".
A neutralidade conseguida por Salazar levou os dois beligerantes centrais (Grã-Bretanha e Alemanha) a encontrarem na importação do minério em causa um elemento decisivo para as respectivas indústrias armamentistas.
Como consequência o seu preço disparou fazendo, de um dia para o outro, inúmeros portugueses (rurais, comerciantes, exportadores, contrabandistas) multimilionários. Por outro lado, permitiu ao Estado arrecadar toneladas de barras de ouro enviadas por Hitler para Lisboa através da banca suíça, e receber assíduas benesses de Churchill.
A acção do presente livro situa-se nesse contexto, revelando as manobras das autoridades, as trapaças dos intermediários e a cupidez instalada no sector. [...]
A ira dos populares revoltosos contra a intervenção das autoridades e os subterfúgios destas, com diversos agentes encurralados na zona, criam dinâmicas que José Nuno Pereira Pinto capta e transmite com excepcional apuro estilístico.
"Foi caso único na história", destaca o escritor, "de tão terrível, quão treinada e poderosa polícia: serem confrontados e postos em fuga por um povo amotinado". O revés dos antecessores da PIDE desencadeou, com efeito, reacções brutais. A vingança sobre os cabecilhas detidos e condenados tornou-se verdadeiramente "abominável".
A incompetência, a selvajaria reveladas por vários agentes levaria, aliás, que instâncias superiores determinassem a expulsão de alguns dos seus quadros.
Salazar intervém e ordena, por telegrama pessoal enviado à delegação do Porto da PVDE, que fica estarrecida, a libertação de um dos detidos. Meses depois, no Verão de 1943, o presidente do Conselho assina uma amnistia a favor dos inculpados na revolta contra a polícia política - o que surpreende e desconcerta todos os que têm conhecimento do facto.
A vida extravagante dos recém enriquecidos com o volfrâmio (havia que acendesse em público charutos com notas de mil escudos - uma pequena fortuna!) ultrapassa a natureza da ficção, não parecendo conter limites para o bom senso."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
[Prefácio]. // - Breve notícia Histórico-Geográfica. - Breve conspecto social de Alvarenga, entre 1939-1942. - Os preparativos da alegada venda do volfrâmio. - Os acontecimentos de nove e dez de Maio de 1942. - Os relatórios dos agentes da P.V.D.E., relativos aos acontecimentos de 9 de Maio de 1942. - O dia 10 de Maio, na perspectiva dos agentes. - Os depoimentos dos detidos. - Os salvo-condutos. - O minério levado para Cabril. - O relatório final do chefe Júlio Almeida. - Os maus-tratos infligidos aos presos. - Das diligências e intervenções perante o poder político, com vista à libertação dos Presos. -Os fugitivos. - A libertação dos presos e julgamento de alguns deles. - O processo de infracção fiscal. - Repercussão do Motim nos meios de comunicação de então. - A fuga e o processo judicial de Manuel Noronha Tavares. // Anexo I; II; III; IV; V; VI; V; VI; VII. // Bibliografia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

19 abril, 2019

AMARAL, Francisco Keil – LISBOA : uma cidade em transformação. Lisboa, Publicações Europa-América, 1970 [copy, 1969]. In-8.º (18,5cm) de 237, [11] p. ; [28] p. il. ; B. Colecção Estudos e Documentos, 55
1.ª edição.
Ilustrada em separado com fotografias de Lisboa.
"As cidades são algo mais do que conjuntos de edifícios ladeando ruas e praças. São organismos vivos.
Os edifícios, as ruas e as praças formam, com as pessoas que ali habitam, transitam, trabalham e passeiam, unidades coerentes e características. A relação entre as construções e quem nelas vive e viveu é complexa, mas efectiva e constante. E a prova disso – de que sai organismos vivos – é que as cidades morrem, mesmo sem terem sido destruídas. Basta quebrarem-se os elos que ligam num todo harmonioso os edifícios e as pessoas; basta que o modo de vida deixe de corresponder à feição e ao carácter das edificações."

Matérias:
I. Sobre o crescimento urbano e suburbano de Lisboa. Alguns números e as realidades a que dizem respeito; II. Sobre a solidão em comum; III. Sobre a grandeza das cidades; IV. Sobre a ganância, o amor e outros materiais de construção; V. Sobre o automóvel na cidade; VI. Sobre uma aragem mediterrânica nos aspectos mais lisboetas de Lisboa; VII. Sobre as mulheres entaladas e a intervenção dos artistas plásticos na dignificação da cidade; VIII. Sobre edifícios de outros tempos e a nossa condição especial de lisboetas; IX. Sobre o Município e a transformação de Lisboa.
Francisco Keil Amaral (1910-1975). "É um dos mais conhecidos arquitectos portugueses e o seu talento peculiar é bem patente em numerosas obras cujo traçado tem concebido. Observador atento dos grandes fenómenos do urbanismo moderno, Lisboa mereceu-lhe, neste livro simultaneamente pitoresco e grave, um estudo de profunda repercussão cultural, pois trata-se da primeira obra em que se faz o balanço de toda uma política de urbanismo, se escalpeliza o estranho fenómeno do crescimento de uma cidade e se traça, enfim, um panorama rigoroso da nossa capital numa fase particularmente importante da sua existência. Nas próprias palavras do autor não se trata, pois, dum livro técnico, embora escrito por um profissional sobra as matérias do seu ofício. Tão-pouco dum livro teorizante – estendal de lucubrações eruditas para iniciados. É apenas um conjunto de reflexões sobre vários aspectos desta cidade bem-amada, ou que com ela se relacionam, para melhor compreendermos e mais sensata e equilibradamente a continuarmos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas. Com assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

17 abril, 2019

HOGAN, Alfredo P. - MARCO TULLIO OU O AGENTE DOS JESUITAS : romance historico (1568-1600). Original por... Publicado por L. C. da Cunha. Tomo I [e II, III e IV]. Lisboa, Na Typographia do Editor L. C. da Cunha, 1860. 4 vols in-8.º (19,5cm) de 148, [2] ; [2] f. il. (I), 151, [1] p. ; [2] f. il. (II), 139, [3] p. ; [2] f. il. (III) e 113, [1], 19, [3] ; [2] f. il. (IV) ; E. num único tomo
Obra em 4 volumes (completa). Ilustrada com 8 belíssimas gravuras litografadas em folhas separadas do texto.
Romance que narra os esforços de Marco Túlio, um calabrês, que durante anos procurou ser reconhecido como D. Sebastião, o monarca desaparecido em África, na batalha de Alcácer-Quibir.
"Entre a raia de Hespanha e a fronteira de Portugal, entre Herrera e Montalvão, elevava-se ainda em 1568 um pequeno edificio de origem goda, com as suas muralhas acastelladas, os seus torreões com setteiras, e as janellas estreitas e esguias conforme o gosto da sua antiga architectura.
Este pequeno edificio era perfeitamente quadrado, e defendido por um fosso, já em alguns pontos entulhado, pela vicissitude do tempo e desleixo do proprietario do castello.
Havia alguns annos que alli não dava entrada cortejo algum: nem luzidos senhores com os seus esvellos pagens, nem cavalgaduras guerreiras, demandavão aquelle sollar, cuja porta girando por vezes nos seus enferrujados gonzos, apenas dava passagem a um velho ecclesiastico que durante o espaço de quinze annos muito visitava aquelle edificio nas suas continuas jornadas de Hespanha para Portugal."
(Excerto do prólogo, O Palacio do Ponte-Negro)
Alfredo Possolo Hogan (1830-1865). "Nasceu e faleceu em Lisboa. Funcionário dos correios, cultivou a literatura negra, tornando-se um romancista e um dramaturgo bastante popular em Lisboa. Nas suas obras notam-se influências de Eugène Sue e Alexandre Dumas. Escreveu vários romances históricos: Marco Túlio ou o Agente dos Jesuítas (1853), Mistérios de Lisboa (romance em 4 volumes, 1851), Dois Ângelos ou Um Casamento Forçado (romance em 2 volumes, 1851-1852), etc. Das peças de teatro, destacam-se: Os Dissipadores (1858), A Máscara Social (1861), Nem Tudo que Luz É Oiro (1861), A Vida em Lisboa (em parceria com Júlio César Machado, 1861), O Dia 1.º de Dezembro de 1640 (1862), As BrasileirasSegredos do Coração e O Colono. Foi-lhe atribuída (e com propriedade) a autoria do romance A Mão do Finado (1853), publicado anonimamente em Lisboa, pretendendo ser a continuação de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas."
(Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/hogan.htm)
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Indisponível

16 abril, 2019

LAVERGNE, Léonce de - PORTUGAL. Estudo de Economia Rural. Por... Lisboa, Imprensa Nacional, 1870. In-8.º (20,5cm) de 24, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio histórico e estatístico sobre a indústria agrícola nacional.
"Os estudos de economia rural attrahem a attenção da Europa. São numerosos na Inglaterra e na Allemanha os escriptos sobre a materia. [...]
Hoje apresenta-se seguindo o mesmo caminho, com louvavel emulação, um pequeno paiz. Não ha povo, que ha trinta annos tenha empenhado maiores esforços para se regenerar, do que Portugal, e a tudo o que tem emprehendido juntou agora uma notavel tentativa para o estudo da economia rural. [...]
Portugal foi muito bem e muito mal dotado pela natureza. Alternam-se no seu territorio planicies e valles de admiravel fertilidade. A parte cultivada ostenta o aspecto de um verdadeiro jardim, porém mais de um terço do paiz é crespo de montanhas escarpadas, e n'outros pontos desdobram-se planuras aridas, que a cultura ainda não arroteou. Nas costas gosa-se um clima abençoado. A vizinhança do Oceano torna os invernos extremamente suaves, e tempera os ardores dos verões; mas nas localidades mais favorecidas existem pantanos, que lançam até muito longe as emanações da sua insalubridade. Os ventos de oeste trazem abundantes chuvas, o solo é regado por numerosos rios; mas estes cursos de agua têem o leito entulhado pelas areias, que impossibilitam a navegação e as irrigações. Offerece esta terra todas as contraposições, desde os cimos nevados da serra da Estrella até ás praias meridionais, que parecem desmembradas da costa de Africa. [...]
O reino mede uma superficie de 9.000:00 de hectares, sem contar as ilhas, quasi a sexta parte da França. [...]
Segundo este ensaio de estatistica rural existem apenas 2.000:00 de hectares cultivados; 7.000:00, sobre 9.000:00, mais das tres quartas partes do solo, estão incultas."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
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15 abril, 2019

GONÇALVES, José - DESCOBERTAS E INVENTOS DO PADRE MANUEL A. G. HIMALAIA. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas gráficas Augusto Costa & C.a L.da - Braga], [1968?]. In-8.º (22cm) de 36 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem ao Padre inventor "Himalaia" por ocasião do centenário do seu nascimento.
Livro ilustrado a p.b. ao longo do texto.
"Manuel António Gomes "Himalaia" (1868-1933). Nasceu a 9 de Dezembro de 1868, de uma família de lavradores, na freguesia de Cendufe, Arcos de Valdevez, foi aluno do Seminário de Braga, onde os condiscípulos, devido à sua grande altura, lhe puseram a alcunha de Himalaia, nome que veio a oficializar-se. Concluído o curso teológico com distinção, em 1890, e recebida a ordenação sacerdotal no ano seguinte, exerceu durante anos o magistério como professor de Religião, de Ciências Naturais e de Física e Química em Coimbra e depois no Porto, no Colégio da Formiga e no da Visitação, futuro Seminário de Vilar, que ele remodelou. Foi aqui que a sua paixão pelas ciências, revelada já no seminário, e o seu espírito inventivo o levaram a esboçar os futuros inventos. Para os poder realizar, foi completar a sua formação científica em Paris, onde seguiu as lições de Berthelot e doutros ilustres professores, especializando-se em astronomia, matemática, física e química."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Ostenta rubrica de posse na capa.
Raro e muito curioso.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

13 abril, 2019

VELHO, Dr. A. A. Martins - O ESPIRITISMO CONTEMPORÂNEO : considerado como sciência positiva e experimental. Sua Demonstração Rigorosa, Teoria e Prática. 2.ª edição revista. Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & C.ª (Filhos), 1926. In-8.º (19cm) de 323, [1] p. ; B.
Ensaio sobre o Espiritismo, sendo este trabalho um dos mais importantes da bibiografiada do autor, insigne e respeitada figura do movimento espirita nacional do princípio do século XX.
"Fala-se muito lá fora do Espiritismo, estuda-se, estuda-se, discute-se acaloradamente o seu valor; e a-pesar disso entre nós êle é quási uma doutrina secreta, partilhada por algumas centenas de adeptos, que receosos da zombaria dos seus conterrâneos, só em família se atrevem a  a confessar-se partidários de tal doutrina.
E todavia a verdade é que é êle um conjunto de doutrinas scientíficas, profundamente elevadas, doutrinas que se apoiam em numerosíssimos factos observados e estudados com todo o rigos dos métodos experimentais pelos sábios mais conspícuos da Europa e da América.
Físicos, químicos, astrónomos, fisiologistas, médicos, jurisconsultos, antropólogos e homens de letras, do velho e do novo continente, forçados pela evidência dos factos, teem, às dúzias, renegado as suas antigas teorias e crenças scientíficas para abraçarem com resolução e firmeza inabalável as doutrinas do Espiritismo. [...]
É que o Espiritismo é hoje uma sciência positiva e experimental, a base fundamental da Biologia, por isso que estuda precisamente as origens da Vida."
(Excerto de Duas palavras preliminares)
Indice:
Duas palavras preliminares. Cap. I - A Neo-Psicologia (teoria). O Corpo. O Perespírito. A Alma. A Morte. Cap. II - A Neo-Psicologia (provas). A Alma. Cap. III - A Neo-Psicologia - Factos (provas indirectas). I. Telepatia: Sonhos verídicos e proféticos; Magnetismo. Cap. IV - Alucinações telepáticas. A Teoria Espírita. Cap. V - I. O Espiritismo. II. Parte histórica do espiritismo moderno. III. Provas Directas do Espiritismo: Ruídos vários. Movimento de corpos pesados sem contacto. Variação de pêso de corpos. Levitação ou ascensão de corpos vivos. Execução de trechos musicais. Claro-vidência - Claro-audição. Mediumnidade Escrevente ou Psicografia. Escrita automática. Manifestações várias. Fenómenos de Incorporação ou Mediumnidade Vocal. Materializações completas. Conclusões. Filosofia Espírita e Espiritismo Prático: I. Generalidades; II. O Homem; III. A Vida Terrena; IV. A Vida Astral. Cap. VI - Sessões Espíritas: I. Generalidades; II. Os Médiuns. Tiptologia. Escrita automática. Mediumnidade vocal. Sessões diversas. Cap. VIII - Origem das Comunicações e seu valor. Cap. VIII - Teoria dos Fenómenos Espíritas. Cap IX - Concordância do Espiritismo com tôdas as Sciências. X - Conseqüências Morais e Sociais do Espiritismo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
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12 abril, 2019

BAIÃO, Antonio - AFFONSO D'ALBUQUERQUE. Por... Director do Arquivo da Torre do Tombo e Secretario da Comissão Academica dos centenarios de Ceuta e Albuquerque. Lisboa, Livraria Ferin, Editora : Baptista, Torres & C.ᵀᴬ, 1913 [na capa, 1914]. In-8.º (18,5cm) de 158, [2] p. ; [2] f. il. ; E. Col. Grandes Vultos Portuguêses, III
1.ª edição.
Biografia de Afonso de Albuquerque (1452-1515), líder militar e o 2.º Vice-Rei e Governador da Índia Portuguesa, cujas ações guerreiras, políticas e religiosas foram determinantes para o estabelecimento do Império Português no Oriente.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado em extratexto com um retrato do biografado reproduzido das «Lendas da India» e um fac-símile "do único documento conhecido todo do punho de Albuquerque".
"No principio de Abril de 1503 sahia de Belem uma armada, composta de seus náos, convenientemente providas de gente, artilharia e munições de guerra, pertencendo a capitania-mór de tres velas a Affonso d'Albuquerque e das tres restantes a seu primo Francisco. As suas instrucções são-nos hoje conhecidas, se bem que os Commentarios nos digam apenas serem a edificação de uma fortaleza em Cochim. Façamos o seu resumo, porque na verdade bem interessantes são: economia nas provisões, mas não miseria, devendo, por causa d'isso, ter na mão a chave da dispensa dos paioes; quanto a vinho, só dar a cada marinheiro tres quartilhos por dia. Se a agua que leva não chegar, não deve parar em Cabo Verde, e, sendo assim, deverá ir fazer aguada á costa de Biziguiche, com pequena demora. Para os navios se não perderem uns dos outros devem dar salvas ao capitão-mór e, quando quizér o seu navio fa-lo-ha saber, dando dois tiros, ao que os outros corresponderão e outros sinaes identicos assim são determinados.
Se antes de chegarem ás Canarias o vento fôr demasiado e não poderem pairar, voltem á costa de Portugal, tentando aportar ao Restello, ou, sendo isso impossivel, a Setubal. Se depois de atravessarem as Canarias, alguma náo não responder aos sinaes, déve o capitão-mór ir direito a Biziguiche para a esperar ahi, ainda que não precise de agua; no caso d'ella não aparecer deixará sinaes da sua estada, assim como em Moçambique, onde ficará algum degradado d'isso encarregado. Ainda o caso de extravio de alguma náo: se a náo perdida chegar primeiro a Biziguiche deve esperar ahi oito dias e a sua derrota são pontos forçados, Melinde, Angediva e Cananor.
Se a fróta pudér tocar em Melinde deve o capitão-mór dizer ao rei que D. Manoel I d'elle muito se lembrava, entregando-lhe uma carta e um presente. Da mesma forma amistosa procederá com o rei de Cananor, a quem entregará a carta e encommendas e dir-lhe-ha como el-rei com elle estava contente, fallando-lhe ao mesmo tempo nas mercadorias. Para as náos mouras, ou do rei de Calicut, não deve haver contemplação, embora este queira dar explicações. Quando porém chegar a Cochim deve Albuquerque entregar as encommendas cujo portador é, com protestos de amizade, fazendo com elle a compra e venda de mercadorias, conforme a combinação com o almirante.
Finalmente, se em Calcoulão houver alguma carga devia mandar recebê-la.
Como se vê, tinham procurado prever todas as hypotheses e eventualidades."
(Excerto do Cap. III, Na India - A primeira expedição)
Indice:
I. A Familia. Ascendentes e Descendentes. II. A aprendizagem do grande capitão. III. Na India. IV. O Governador da India. V. A memoria de Albuquerque. O seu testamento - Onde param os seus restos mortaes e a urna que os encerrou? // - Bibliographia. - Tentativa chronologica. - As nossas gravuras. - Indice alfabetico.
Bonita encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
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11 abril, 2019

FESTIVAL INTERNACIONAL DO PURO-SANGUE LUSITANO. III Campeonato Internacional : XI Campeonato Nacional Oficial do Cavalo Lusitano. [Homenagem a Fernando d'Andrade]. - Festas de Lisboa : 1991. Hipódromo do Campo Grande : 21, 22, 23 Junho. Lisboa, APSL : Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro-Sangue Lusitano, 1991. In-4.º (29,5cm) de 70, [34] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do Cavalo Lusitano impresso por ocasião do festival internacional dedicado ao cavalo de raça portuguesa, circunstância aproveitada pela organização para homenagear Fernando Sommer de Andrade, recentemente falecido. A última parte do livro é dedicado às coudelarias nacionais criadoras do Puro-Sangue Lusitano. Contém ainda um pequeno artigo  consagrado à Charanga a cavalo do RC da GNR, que só utiliza «Lusitanos».
Muito ilustrado ao longo do texto com gravuras e fotografias a p.b. e a cores, representando maioritariamente belos exemplares da raça.
"O actual lusitano é, como todos sabem, o ramo português daquele que foi célebre nos séculos XVII e XVIII, no Ocidente, com a designação de «Genet d'Espagne».
Conhecido desde a mais alta antiguidade (grutas de Pileta, Malaga, XX milénio A.C.); tido como melhor cavalo na época mitológica grega (Homero, Ilíada, mais de 1 000 A.C.), historicamente assinalado na Grécia (Xenofonte, Guerra do Peloponeso, 369 anos A.C.); valorizado como melhorador por excelência das pesadas raças cavalares do Império Romano, (Columela; Varrão; Paládio; Virgílio; Isidoro;........), foi o melhor cavalo de sela da antiguidade.
Os mouros ao entrarem na Península, reconhecem a superioridade dele em relação aos seus próprios cavalos, (Tarif Ben Tarick, século VIII da nossa Era).
Aperfeiçoado através das lutas constantes entre as diversas tribos Ibéras; entre Ibéros e outros povos de além fronteiras, invasores Cartagineses e Romanos; levado a combater fora da Península pelos mercenários na Grécia, na Itália e na Numidia, ele é, pode dizer-se, a própria essência da Gineta.
A Gineta é a forma de combate a cavalo por meio de evoluções apropriadas para o duelo com a lança contrapesada dos Ibéros (Gymnetes, tribo ibéra do SW da Península Ibérica).
A luta contra os Mouros, do oitavo século da nossa era até ao fim do décimo quinto século e à conquista de Granada, deu-lhe a sua forma definitiva.
Porque a Andalusia dispõe das melhores terras e do melhor clima para a criação cavalar; porque aí perdurou, até mais tarde, a selecção funcional do cavalo ginete, uma vez o último reduto da moirama peninsular, considera-se esta como o berço do cavalo ibérico de tipo sub-convexo, também conhecido como Cavalo Andaluz.
A Península Ibérica, designada pelos Romanos como Hispania, era composta por diversos reinos, cada um como o seu nome, (Leão, Castela, Navarra, Aragão, etc, e Portugal).
Portugal, independente desde 1147, partilhava, pois, com Aragão e Castela, o território Hispânico, em 1492. [...]
«Genet d'Espagne», Andaluz ou Espanhol é, pois, o mesmo cavalo que nós, portugueses, designámos até 1492, como «Cavalo Peninsular», sem mais, acrescentando-lhe a origem - Andaluz, Entremenho ou Português - e, somente quando os espanhóis impuseram a designação de Cavalos de Pura Raça Espanhola àqueles nascidos em Espanha e registados no seu stud book, nos vimos obrigados a designar os nossos como Lusitanos.
Como se sabe, a Lusitania era para os Romanos a quasi totalidade do actual território de Portugal.
O cavalo lusitano é, pois, o ramo português do velho «Ginete Ibérico».
(Excerto de O Cavalo Lusitano, por Fernando d'Andrade)
Índice: - O Cavalo Lusitano, Fernando d'Andrade. - Histoire du Cheval Iberique, Fernando d'Andrade. - The rise of the Lusitano Horse in Great-Britain, Sylvia Loch. - Esgrima de Lança à Gineta, Ruy d'Andrade. - Arte Equestre: Notícia das Festas que os Duques do Cadaval fizeram em 1720 na sua Quinta de Sintra, José Teixeira. - Escola Portuguesa de Arte Equestre, Guilherme Borba. - Programa. - Padrão da Raça Lusitana. - The Standard for the Lusitano Breed. - Modèle de la Race Lusitanienne. - Selecção Funcional dos Cavalos Novos, Fernando d'Andrade. - Regulamento.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
30€