1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória manuscrita (não assinada) do autor ao Prof. Agostinho Fortes.
Comunicação comemorativa do 8.º Centenário de Portugal à Classe de Letras da Academia das Sciências de Lisboa na sessão de 28 de maio de 1925.
Ilustrada com o retrato de D. Afonso Henriques em extratexto.
"A Catedral de Zamora fulgurava de lumes e rescendia a incenso, naquêle Domingo de Pentecostes de 1125.
No sólio, via-se a figura veneranda do Arcebispo de Braga, avultando, ainda, Monges, Barões e Cavaleiros.
E as lanças e as espadas, os escudos e as armaduras punham, nos seus brilhos metálicos e formas esveltas, uma nota épica naquele quadro sugestivo.
Solene cerimónia se esperava, de certo, antes da festividade do dia; solene e bela, pelo seu significado e grandeza.
A espectativa, depressa, é satisfeita, pois louro e formoso adolescente, seguido de aparatoso séquito, entra no templo. Veste alva talar e avança com gravidade de ancião e firmeza varonil.
Nêle poisam todos os olhares; todos os peitos arfam, todos os corações latejam, dominados por emoção profunda.
Também o Sol, quando assoma a face de oiro ao horizonte, desperta todas as energias da Terra e até inunda de luz as almas.
É que, de facto, aquêle adolescente era radioso astro que emergia da História, acendrando a Fé e incutindo a Esperança.
Sim; estava ali D. Afonso Henriques que, tendo apenas 14 anos, vinha, por admiravel intuição, armar-se Cavaleiro, a si próprio, como se fosse herdeiro de Rei."
(excerto do texto)
António Tomás da Guarda Cabreira de Faria e Alvelos Drago da Ponte (1868-1953). "Matemático, jornalista e publicista português. formou-se em Matemática pela Escola Politécnica de Lisboa. Empenhado em
ações políticas, participou, em 1891, em várias reivindicações
estudantis, tornou-se redator político de A Nação e, entre 1892 e 1897, exerceu vários cargos no Partido Legitimista ao qual aderiu. Sócio
da Sociedade de Geografia de Lisboa, foi secretário da Secção do Ensino
da Matemática, em 1895, e vice-presidente da Secção de Geografia, em
1896, participando nas atividades de exaltação colonial e nacionalista
que surgiram em consequência dos acontecimentos de 1891. Fundador
do Instituto Dezanove de setembro, dedicou-se à gestão e à docência
nessa instituição. Em 1895, criou um projeto para um Curso Colonial no
Instituto destinado aos colonos e funcionários da administração
colonial. Em 1899, foi designado docente das disciplinas de Mecânica
Racional e de Filosofia das Matemáticas do Curso de Ciências do ensino
secundário daquele Instituto. Ligado à Academia das Ciências de
Lisboa, conseguiu, com o seu desempenho, a criação de novos institutos,
como o Instituto Teofiliano (1912), o Instituto de Trabalhos Sociais
(1914), o Instituto Arqueológico do Algarve (1915), o Instituto
Histórico do Minho (1916) e o Instituto António Cabreira (1919). Como jornalista, fundou ainda O Clarim,
um panfleto doutrinário. Participou e organizou alguns eventos
importantes, como o I Congresso Arqueológico Nacional, o I Congresso
Colonial de 1900 e o 1.º Congresso Pedagógico Nacional, em 1908. Enquanto publicista, escreveu sobre vários assuntos, que vão desde
questões matemáticas até problemáticas de ensino. Destacam-se algumas
obras, como Análise Geométrica de Duas Espirais Parabólicas (1895), Sobre Algumas Aplicações do Teorema de Tinseau (1897), O Ensino Colonial e o Congresso de Lisboa (1902), O Milagre de Ourique e as Cortes de Lamego (1925) e Júlio Verne, Educador e Pedagogo (1925)."
(fonte: www.infopedia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa manchada, com defeitos.Muito invulgar.
15€
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