17 janeiro, 2014

[PIMENTEL, José Freire de Serpa] - O INFANÇÃO DAS TROVAS. Fragmentos de uma historia. Colligidos por J. F. de S. P. Coimbra, Na Imprensa da Universidade, 1843. In-8.º (16cm) de XI, [1], 40 p. ; B.
Raríssima. Obra projectada para 4 volumes, dos quais apenas 2 foram publicados – o Primeiro Fadario (1843) e o Segundo Fadario, com o sub-título Armonias (1844). A BNP (Biblioteca Nacional) dá-nos notícia apenas do 2.º, mas com o ano de publicação incorrecto.
“Os cavalleiros vão entrando, entrando; e o Infanção das Trovas não apparece. Os olhos, que o viram sair tão prasenteiro, e tão ébrio de amor e venturas, a demandar a liça, estão curiosos de vêr como agora regressa, com que ademans se apresenta, que nova tenção traz no escudo, que recente e namorada trova no alaúde.
Até que alfim um tropear apressado de ginetes faz estremecer a ponte levadiça. – Enderessão-se para lá todos os olhos; e eis no meio de outros campeões o Infanção das Trovas. Vem sem elmo, e sem couraça, traz um chapéo derrubado sobre os olhos, vem rebuçado em largo manto negro, e não traz tenção no escudo, nem trova no alaúde.”
(excerto do texto)
José Freire de Serpa Pimentel (1814-1870). “Autor da segunda geração romântica, segundo Visconde de Gouveia e Par do Reino, nascido a 21 de novembro de 1814, em Coimbra, e falecido a 22 de janeiro de 1870, em Lisboa. Irmão do também poeta António de Serpa Pimentel, destacou-se como poeta medievista e dramaturgo. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu vários cargos de magistratura, como o de juiz de Direito e governador civil do Porto, e assumiu vários postos literários, como os de sócio do Conservatório Dramático e do Instituto de Coimbra. Em 1838, ano em que publicou o seu primeiro drama, D. Sisnando, Conde de Coimbra, fundou o Teatro Académico de Coimbra, dirigido por uma Academia Dramática que tinha como órgão a Crónica Literária da Nova Academia Dramática, que Serpa Pimentel dirigiu e onde deixaria uma vasta colaboração. Ao longo da sua vida, colaborou em vários outros periódicos, tais como os jornais de poesias O Trovador e O Novo Trovador, a Revista Universal Lisbonense, O Panorama, O Mosaico, O Prisma e A Ilustração. Publicou e/ou fez representar muitos dramas históricos, de entre os quais O Almansor Aben-Afan (1840) e D. Sancho II (1846). Em 1839 e 1840, publicou respetivamente os volumes de poesias Solaus, Cancioneiro e Tradições cavaleirosas da minha pátria, inspirados pelo gosto pelos poemas narrativos de cunho épico e popular introduzido por Almeida Garrett. Juntamente com João de Lemos e Luís Augusto Palmeirim, Serpa Pimentel seria assim o grande responsável pela proliferação das xácaras e dos solaus característica do nosso segundo romantismo. Tanto na sua obra dramática como na sua poesia lírica sobressaem as pinturas históricas, de onde ressaltam as figuras dos grandes heróis nacionais, os motivos fúnebres e fantásticos e a evocação dos lugares simbólicos da pátria e, particularmente, de Coimbra.”
(Fonte: infopédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem capa frontal. Julgamos que a numeração das páginas está incorrecta, sugerindo a falta de duas folhas entre o final do preâmbulo (A Historia do Livro), e o início da obra (Primeiro Fadario).
Raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional (BNP).
Indisponível

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