16 janeiro, 2014

DOYLE, A. Conan – A GUERRA DA AFRICA DO SUL : suas causas e seguimento. Por… (Traducção do Inglez). Lisboa, Imprensa Moderna, 1902. In-8.º (22cm) de 152, [4] p. ; B.
1.ª edição portuguesa (publicada no mesmo ano que a edição original, em inglês).
Visão pessoal do autor sobre a Guerra Anglo-Boer (1899-1902).
“Por motivos que tanto podem derivar da apathia como da arrogancia, a Inglaterra não tem até agora vindo dar razão de si perante o mundo. Que me conste, os fundamentos de nosso proceder e os methodos que temos posto em acção, só têem vindo a lume n’algum Livro Azul, ou em discursos ou em folhetos, mas jamais foram colligidos e publicados em volume. Corre-nos, portanto, o dever, imposto pela honra da nossa patria, de tornar publicos os factos, a fim de resgatar das calumnias que lhes têem sido assacadas, os nossos soldados e os nossos homens publicos.”
(excerto do prefácio)
“Não se póde apreciar o problema sul-africano, nem as causas que originaram a guerra actual entre o imperio britanico e as republicas boers, sem se conhecer, muito embora superficialmente, a historia da Africa do Sul. A exposição d’essa historia exige o regresso ao principio, porque jamais n’ella houve soluções de continuidade e cada periodo dependeu sempre do que o precedeu. Quem não conhecer o passado do boer, não o poderá apreciar devidamente; porque elle é apenas o producto d’esse passado. Foi quando Cromwell estava no apogeu, - em 1652, para usar de exactidão pedantesca, - que os hollandezes vieram estabelecer-se no Cabo da Boa Esperança pela primeira vez. É certo que os portuguezes já lá haviam estado primeiro; mas, corridos pelo mau tempo e levados pelo que ouviam acerca do ouro, largaram-se para o norte e estabeleceram-se ao longo da costa oriental. Os hollandezes, no emtanto, iam prosperando no Cabo e robustecendo-se auxiliados por um clima sadio. Não penetraram muito para o interior, não só por serem poucos, senão que desejavam estar sempre unidos e promptos; mas foram edificando as suas proprias habitações, fornecendo á Companhia hollandeza da India Oriental agua e comida, fazendo gradualmente borbotar pequenas povoações, como Wynberg, Stellenboch e outras; e dilatando-se pelas vertentes que vão até ao grande planalto central que se estende, por cêrca de 1:500 milhas, das margens do Karoo até ao valle do Zambeze.”
(excerto do texto)
Arthur Conan Doyle (1859-1930). Conhecido escritor e médico escocês, mundialmente famoso, sobretudo pela autoria de dezenas de best-sellers da literatura policial e da “paternidade” do personagem de ficção, também mundialmente famoso, o detective Sherlock Holmes. A título de curiosidade, registe-se que o presente estudo histórico foi publicado no mesmo ano que um dos seus grandes best-sellers – O Cão dos Barkervilles.
Matérias:
I – O povo bóer. II – A causa da questão. III – As negociações. IV – Exame d’alguns pontos. V – As negociações para a paz. VI – O incendio dos casaes. VII – Os campos de concentração. VIII – O soldado inglez na Africa do Sul. IX – Mais accusações contra as tropas inglezas. X – O outro lado da questão. XI – Conclusões.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Falha de papel de algum relevo, atinge a capa e a f. anterrosto; ausência da capa posterior.
Raro.
35€

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