SILVA, Silverio M. de Figueiredo Lobo e –
BANDALHEIRA. Gouveia, [Ed. Autor] Comp. e imp. Tip. Motta & Irmão, 1919.
In-8º grd. (24cm) de 86, [2] p. ; E.
Opúsculo publicado num período de grande
turbulência da vida nacional, após o assassinato de Sidónio Pais ocorrido em
Dez. 1918, e na sequência da revolta ocorrida no Porto, pouco tempo depois, em
19 de Janeiro de 1919, ocasião em que foi proclamada a monarquia - golpe efémero que viria
a ser conhecido pela Monarquia do Norte.
Em tom cáustico, o autor ataca os sidonistas e “novos”
monárquicos em geral, não poupando nos adjectivos para classificar o seu comportamento
“vil” e errante, mas também particulariza, “chamando os bois pelo nome”. Denuncia
a situação política do país, de compadrio e corrupção, pincelando o livro com
exemplos da “podridão” que grassava, sobretudo em casos que o envolveram a ele pessoalmente, enquanto Delegado do Procurador da República.
“Esses torpes políticos, essa vil canalha, esterco
ambulante, poeira mortífera, vilões d’origem, sò de mães nascidos, mordendo com
o rabo como os lacraus, que da republica velha foram para a nova, com as mesmas
caras, surgindo-lhes agora a monarquia, como os cães, alçam a perna, mijam
sobre a republica e saltam para a monarchia onde ocupam os mesmos logares; os
mesmos tal e qual. Vêm assim desde 1911 alguns e outros desde as eleições de
1917. Republicanos sem partido, republicanos do Pimentismo, republicanos do
democratismo, republicanos da união sagrada, voltando ao democratismo d’ahi
passando ao unionismo e sidonismo e de tudo isto para a monarchia restaurada…”
Silvério Máximo de Figueiredo Lobo
e Silva, advogado e deputado, natural de Sever do Vouga. Delegado do Procurador
da República quando escreveu a presente obra.
Encadernação recente cartonada. Conserva as capas
de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos; páginas oxidadas.
Muito raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional de
Portugal (BNP).
Peça de colecção.
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