14 abril, 2024

FONSECA, Tomás da -
ENSINO LAICO : educação racionalista e acção confessional. [Por]... Prof. de História da Civilização. Lisboa - Porto - Coimbra, "Lvmen" : Empresa Internacional Editora, 1923. In-8.º (19,5x12,5 cm) de XII, 187, [9] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio sobre a laicidade no ensino, uma das tarefas de vida de Tomás da Fonseca, figura da proa da República, anticlerical, intransigente defensor da ciência em oposição aos preceitos religiosos.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"O problema do laicismo continua sendo, em nossos dias, aquele perturbante conflito que o século XIX viu nascer e debater-se entre dois mundos, igualmente aguerridos, que presentam - um o Passado, com toda a sua Intolerância, outro o Espírito Novo que, pelos seus princípios e aspirações morais, torna maior o sêr humano, procurando dar a cada um e consciência de si próprio.
«Penso assim e quero assim, diz o primeiro, porque assim pensaram e quiseram também os meus avós».
E adentro desta fórmula, terrível como uma gragalheira de aço, encerram toda a possível discussão. É  avelha metafísica, teologal, dogmática, absurda que, fechando a porta ao raciocínio, recusa ao mesmo tempo a certeza que do facto nasceu.
É a sciência feita, em luta contra a verdadeira Sciência, que nunca cessa de fazer-se, a qual, como as águas correntes que por si próprias vão rasgando novos leitos, segue sempre, através do tempo e do espaço, abrindo ao pensamento e à acção novos campos, novos mundos onde a vida procure e encontre uma seiva mais pura, uma arte mais bela e um coração mais alto."
(Excerto do preâmbulo)
Tomás da Fonseca (1877-1968). "Poeta, ficcionista, historiógrafo, jornalista, professor e militante republicano de cariz anti-clerical, José Tomás da Fonseca colaborou, com o advento da República, na reforma do ensino primário normal e organizou e animou diversas associações de carácter cultural. Foi vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, director da Escola Normal de Lisboa e de Coimbra - das quais foi afastado pelo sidonismo e pelo Estado Novo - e um dos fundadores da Universidade Livre de Coimbra. É muito vasta a sua colaboração na imprensa periódica nomeadamente em A Pátria, O Mundo, A Vanguarda, República, Alma Nacional ou, entre outros, no Arquivo Democrático, de que foi director. Em Evangelho de um Seminarista, Memórias dum Chefe de Gabinete e Memórias do Cárcere encontramos, passados a letra de imprensa, testemunhos da sua vivência."
(Fonte: https://purl.pt/13858/1/volta-textos/209.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequenas falhas de papel marginais.
Invulgar.
Indisponível

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