22 julho, 2021

MARTINS JÚNIOR - O DEPORTADO.
(Escrito de 7 a 20 de Novembro de 1929)
. Lisboa, [Edição do Autor], 1930. In-8.º (19 cm) de 258, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Capa de Silva e Souza.
Romance cuja acção se desenrola em pleno período de Ditadura Militar, com alguns dos factos a ocorrerem pouco antes da publicação do livro, fundado talvez na experiência de vida do autor.
Exemplar ilustrado com o retrato do autor em separado.
Valorizado pela sua assinatura de oferta na f. anterrosto.
"José Manuel era um môço com muita vida e, a pesar de não ter grande instrução, gosava no seu meio de muitas simpatias, porque era uma criatura muito mexida e tinha uma certa aptidão para falar em público.
Vivia em S. Pedro de Sintra, com os seus, no ninho bemdito de amôr e ternura, a que êle chamava a sua guarida.
Uma noite, noite cerrada de nuvens escuras como montanhas incultas, noite de um negrume de procela, José Manuel concluiu que precisava seguir um caminho diferente e ocupar um pôsto de combate onde melhor fossem apreciados os seus trabalhos e a sua dedicação à causa rèpublicana. Era um homem político e, portanto, para êle, S. Pedro de Sintra não existia no mapa dos valores. Precisava valorizar a sua acção a dentro do partido."
(Excerto do Cap. I - Sintra)
Índice:
I - Em Sintra. II - A vida de José Manuel. III - A reünião das comissões políticas. IV - Em casa de José Manuel. V - No Parlamento. VI - A deportação. VII - Desolação e mizéria. VIII - Na África. IX - Além Malange. X - Últimas lárgimas.
João Augusto da Silva Martins Júnior (1883-1946). "Nasceu em 1883 em Carvalhal, freguesia de S. Miguel do Rio Torto. Participou na célebre revolta de Almada, em 2 de Fevereiro de 1926, chefiando uma coluna da Escola de Artilharia de Vendas Novas, pois era republicano mas contra a política desastrosa que considerava que a Primeira República tinha. Com a revolta prontamente controlada pelas forças governamentais, tal como os outros cabecilhas, foi deportado para os Açores, e é aí que recebe a notícia do golpe de 28 de Maio de 1926 e é libertado. No regresso dos Açores, o Marechal Gomes da Costa propôs-lhe o lugar de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa que prontamente recusou, tendo-se dedicado à vida particular e sobretudo à escrita em prosa e poesia. [Publicou, entre outros, O Presidente Landru na Republica da Calabria (1927), A gruta dos vagabundos (1928) e O Deportado (1930)]. Também foi jornalista, participando activamente no Semanário O Libertador, que fundou em Lisboa, em 1924, e do qual foi diretor. Estabeleceu residência em Lisboa, onde faleceu a 3 de novembro de 1946."
(Fonte: http://wikitejo.mediotejo.pt/index.php/linguistica-literatura/literatura-em-geral/344-joao-augusto-da-silva-martins-junior)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
30€

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