1.ª edição.
Obra de referência bordaliana, publicada em Lisboa numa época em que o autor se encontrava no Brasil, em trabalho (1875-1879). - "A 19 de Agosto de 1875 parte para o Brasil onde trabalha nos jornais O Mosquito, Psit!!! e O Besouro
e desfruta dos prazeres do Rio de Janeiro com os seus companheiros da
"República das Laranjeiras". Do lado de lá do oceano Atlântico continua a
enviar a sua colaboração para jornais e revistas, exemplo disso é o Álbum de Phrases e Anexins da Língua Portuguesa (1876) e o Almanaque da Senhora Angot
(1876-77). As saudades da Pátria e as constantes ameaças contra a sua
vida fazem-no regressar a Portugal, onde chega em Maio de 1879, para
começar logo a trabalhar n'O António Maria (1879). Seguiu-se o Álbum das Glórias (1880), No Lazareto de Lisboa (1881), Pontos nos iis (1885) e, finalmente, A Paródia (1900)." (in http://www.caestamosnos.org/efemerides/034.htm)
Livro
belissimamente ilustrado com 13 estampas separadas do texto (completo),
protegidas por lamina de papel vegetal (com excepção de uma).
"Dizia
elle, que a sua patria era a rua de S. José, n.º 47 (hoje 33); estamos
felizmente n'um paiz em que isto se póde escrever para o publico sem
receio que o senhorio do predio augmente a renda aos actuaes inquilinos
para fazer valer a prenda gloriosa de haver nascido alli o talentoso
artista. O predio continuará a valer o mesmo; talvez até o senhorio
embirre de haver estado a fazer uma casa para lhe nascerem artistas
n'ella! Mais valera malvas ás portas!...
Em
todo o caso, que o senhorio estime, que não estime, que o predio fique
valendo o mesmo, que valha mais, que valha menos, o certo é que Raphael
Bordallo Pinheiro alli é que nasceu.
Seu
pae, á força de desgostos adquiridos na vida artistica, em que o seu
nome conseguiu todavia sobresair como o de um homem de merecimento e de
bom caracter, não queria por nenhum modo que elle se dedicasse á mesma
carreira, para a qual aliás o moço sentia irresistivel vocação.
- Ha de ser outra cousa!
- Que outra cousa, meu pae? Eu não sirvo senão para artista!
- Mas ser artista, aqui, não serve para cousa nenhuma!
- E então?
- E então, é preciso estudares, a ver se te faço advogado como teu avô, como teu tio..."
(Excerto do Prefacio)
Exemplar
brochado em bom estado geral de conservação. Manusedo. Sem capas, preso
por atilhos. Última estampa (13.ª) apresenta pequena falha de papel
marginal, no canto inferior direito, sem afectação da mancha
tipográfica. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse bordaliano.
50€
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