28 fevereiro, 2022

SIGNAES CONVENCIONAES ADOPTADOS PELO CORPO DO ESTADO MAIOR
. [S.l.], [s.n.], [189-]. In-16º (12,5 cm) de 16 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livrinho de índole militar, redigido à mão, e reproduzido em tipografia. Discrimina por ordem alfabética 'palavras-chave' a que correspondem signos desenhados - os "sinais convencionais". Interessante e muito curioso. Sem data de impressão, terá sido concebido na década de 80/90 do século XIX, mas sempre anterior a 1899, data em que a designação "Corpo de Estado Maior" foi substituída por "Serviço do Estado Maior".
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
15€

27 fevereiro, 2022

REPÚBLICA PORTUGUESA - DOCUMENTOS HISTORICOS REFERENTES Á 7.ª ELEIÇÃO PRESIDENCIAL E CANDIDATURA DO SENHOR DR. SEBASTIÃO DE MAGALHÃES LIMA.
Publicados pela Comissão Apresentante da Mesma Candidatura
. Lisboa, Composto e Impresso na Imprensa Lucas & C.ª, 1923. In-4.º (25 cm) de 28, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de documentos relativos à candidatura de Magalhães Lima (1850-1928) - figura grada do regime - à Presidência da República.
"Coligindo e publicando todos os documentos concernentes a candidatura do sr. dr. Sebastião de Magalhães Lima á Presidencia da República tivemos como objectivo conservar materiais para a história do regime republicano democratico parlamentar em Portugal. Das primeiras vinte e sete paginas foi feita distribuição especial pelos parlamentares na tarde de 3 de Agosto. Este opusculo não é destinado a venda, mas oferecido aos estudiosos.
A Comissão
Theophilo Braga
Vogais
Alexandre Ferreira
Fernão Boto Machado
Agregado e Relator
Alvaro Néves"
(Nota Final)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

26 fevereiro, 2022

MORAIS, Maria da Graça David de - CAUSAS DE MORTE NO SÉCULO XX. Transição e Estruturas da Mortalidade em Portugal Continental. [Prefácio de Joaquim Manuel Nazareth]. [S.l.], Edições Colibri : Centro Interdisciplinar de História, Cultura e Sociedades da Universidade de Évora, 2002. In-4.º (23 cm) de 393, [3] p. ; il. ; B. Colecção: Biblioteca - Estudos & Colóquios, 4
1.ª edição.
Importante ensaio socio-antropológico sobre a mortalidade em Portugal Continental no século XX.
Livro ilustrado ao longo do texto com gráficos, tabelas, quadros estatísticos e mapas demográficos.
"A transição da mortalidade não se desenvolveu de forma homogénea no espaço e no tempo - a heterogeneidade espacial, a diferença distrital, observou-se no calendário, na duração e na intensidade do processo.
As causas da desigual dinâmica da mortalidade distrital foram variadas. Por um lado, muito provavelmente, a existência de desequilíbrios estruturais: desenvolvimento socioeconómico desigual, peculiaridades culturais ou de estilo de vida, factores ambientais, etc. Por outro lado, a não acessibilidade às novas formas de luta contra as causas de morte dominantes, foram também obstáculos presentes.
Consequentemente, uns distritos aceleraram a transicão da mortalidade enquanto outros se constituíram como autênticos freios à mesma, em determinadas épocas do século XX. Mas independentemente do declínio da intensidade e das mutações do calendário da morte, a transição da mortalidade foi definida por uma perceptível reestruturação das principais causas de morte que se desenvolveu segundo uma tendência que é definida como de "Transição Epidemiológica"..."
(Retirado da contracapa)
"Em si, a mortalidade constitui uma matéria que vem suscitando um interesse cada vez mais crescente, muito em especial a partir da década de 80, tanto a nível dos estudiosos da matéria como no nosso próprio interesse, pelo triunfo da humanidade sobre  doença e a morte e o seu reflexo nas actuais condições da existência humana. A necessidade experimentada de um aprofundamento do fenómeno encaminhou-nos para a exploração de uma as vertentes possíveis do seu estudo: as causas de morte na linha do seu contributo para o conhecimento mais pormenorizado da transição demográfica e da transição epidemiológica em
Portugal, as quais são ainda pouco percepcionadas, tirante as suas linhas gerais."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Prefácio. | Introdução. | I Parte - A transição da mortalidade no século XX. Introdução. Capítulo 1 - A transição da mortalidade no contexto da transição demográfica: as Teorias. Capítulo 2 – A transição da mortalidade no contexto mundial e europeu: os Factos. Capítulo 3 – A mortalidade em Portugal: os factos através dos estudos de alguns autores. Capítulo 4 – A mortalidade em Portugal: fontes e métodos de análise. Capítulo 5 – A tipologia da mudança durante o século XX: níveis e tendências da mortalidade em Portugal Continental. II Parte — A mortalidade diferencial em Portugal Continental no século XX. Introdução. Capítulo 1 – A mortalidade por idades e por sexo. Capítulo 2 – Um tipo particular de mortalidade: a mortalidade infantil. Capítulo 3 – A mortalidade por causas. III Parte - A transição da mortalidade e estruturas de causas de morte em Portugal Continental durante o século XX. Introdução. Capítulo 1 – A variação espacial das doze principais causas de morte. Capítulo 2 — Transição da mortalidade e evolução das estruturas de causas de morte. | Conclusão. | Fontes e Bibliografia. | Índice dos Quadros. | Índice das Figuras. Anexos estatísticos.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€

25 fevereiro, 2022

FERREIRA, Antonio da Costa - ESTUDO DE PSYCHO-PATHOLOGIA DOS RÉGICIDAS. Por...
Lisboa, Typographia do Annuario Commercial [Cernadas & C.ª-Editores], 1911. In-8.º (22 cm) de 80 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Dissertação inaugural do autor apresentada à Faculdade de Medicina de Lisboa. Trata-se de um ensaio pioneiro sobre regicidas - nacionais e estrangeiros - sendo comentados conhecidos casos, incluindo da nossa história, como o atentado frustrado a D. José, e os supliciados que desse episódio resultaram, e Alfredo Costa e Manuel Buiça, responsáveis pelo Regícidio, sendo suas vítimas o rei D. Carlos I e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe. Obra dedicada à memória de Miguel Bombarda. Interessante e muito curioso.
Livro ilustrado ao longo do texto com retratos dos meliantes, e reprodução de desenhos e estampas várias.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Santos Vieira, "distincto redactor do Seculo"
 "Applico o termo régicida, na falta de outro mais exacto, para designar os fanaticos que, aleios a qualquer seita ou conjuração, teem assassinado ou tentaram assassinar monarchas ou potentados.
Os régicidas foram outr'ora considerados como loucos lucidos, tambem, em guiza de paradoxo, chamados doidos com juizo, podendo ser actualmente classificados desharmonicos ou degenerados.
Estudal'os em Anthropologia Criminal e em Psychiatria, pois que as duas sciencias teem numerosos pontos de contacto, creio ser assumpto interessante, ainda não abordado em lingua portugueza."
(Excerto da introdução - Palavras necessarias)
"Manuel Buissa foi penosamente martyrisado; não soffria uma vida miseravel, tendo até recebido no dia do attentado, os seus honorarios de professor, que era e dos mais conceituados. Podesse elle ser interrogado que as circumstancias do attentado contra Carlos I seriam identicas ás do rei Humberto, tão sómente pelo que diz respeito á psycho-pathologia dos seus auctores.
Essa ideia de martyrio domina, com effeito, os régicidas e é por assim dizer o complemento necessario do seu attentado. Convencidos que cumprem uma missão, matam, sabendo d'antemão que tambem hão-de perecer; praticam assim o sacrificio de sua vida, vendo apenas na morte o digno coroamento de sua obra, sem contar a celebridade entre os homens e, para alguns, a felicidade eterna no seio de Deus.
Não é incompativel. nos régicidas, a ideia do martyrio, com o sentimento do orgulho e da vaidade. Uns, os mysticos religiosos, exclusivamente preoccupados com os beneficios do céo, apenas sonham com a recompensa que o seu sacrificio ha-de merecer no Além. Outros, os mysticos politicos, sonham sobretudo com a gloria terrestre e a renomeada que os espera post-mortem. Muitas vezes chegam a imaginar que a multidão os applaudirá e os admira, intimamente, ficando attonitos com o gesto de repulsão que muitas vezes se lhes levanta."
(Excerto da Tese)
Matérias:
Palavras necessarias. | I - Summario: Os régicidas typicos - Caracteres geraes. - Temperamento de espirito. - Estado mental. II - Summario: Premeditação. - Suicidio, directo e indirecto. - Attitude depois do attentado. - Analogias com os criminosos mattoïdes. - Causas do attentado. III - Summario: Régicidas de hoje. - Sua cumplicidade. - Erros historicos. - Conclusões medico-legaes.
Raro.
Com interesse histórico.
50€

24 fevereiro, 2022

GANDRA, Manuel J. - O FALSO D. SEBASTIÃO DA ERICEIRA E O SEBASTIANISMO.
[Coordenação de]...
Mafra, Câmara Municipal de Mafra, 1998. In-4.º (24x19 cm) de 399, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo sebástico sobre um falso D. Sebastião - Mateus Álvares de seu nome - que chegou a reclamar o trono português. A história acabou mal... para o "monarca" da Ericeira.
Publicação cuidada, muito ilustrada ao longo do texto com a reprodução de retratos, pinturas, gravuras e estampas, documentos e portadas de livros.
"Ensaiar uma síntese dentro dos limites do atual estádio do nosso, apesar de tudo, fruste conhecimento do fenómeno sebástico pode ser entendido como atitude precipitada, pois quase tudo nele são clareiras e áreas mal exploradas. A forma parcial e preconceituosa como têm sido
realizados o arrolamento e a interpretação das suas origens, metamorfoses e contextos marginais não permite ainda empreender essa magna tarefa que o tema urgentemente solicita.
O escorço que ora se submete à apreciação do público (o qual não abarca senão uma parcela dos resultados da prolongada investigação já efetuada) revelará, decerto, aspetos desconhecidos ou, quando muito, simplesmente dispersos, revendo igualmente algumas das teses consagradas, à luz de uma hermenêutica contextualizada das fontes e tradições e de uma reavaliação desmi(s)tificadora de corporativismos anti sebásticos primários.
No que concerne ao episódio de Mateus Álvares, o falso D. Sebastião da Ericeira, é esta a primeira vez que merece a abordagem global que lhe é dedicada. Além do ensaio de Sebastião Diniz, que esclarece algumas das contradições e vícios que têm inquinado o caso, são reunidas diversas obras literárias demonstrativas de quão profundamente mergulham ainda as suas raízes, bem assim como um conjunto de documentos, dos quais um inédito do Arquivo Geral de Simancas, que passam a constituir o acervo mais sistemático disponível."
(Excerto da introdução - Justificação Prévia)
Índice:
Nota do Presidente da Câmara Municipal de Mafra. | Justificação Prévia. | Joaquim de Fiore, Joaquinismo e Esperança Sebástica. | O Milénio Português - Itinerários, iconografia e notas bio-bibliográficas Sebástico-Sebastianistas. | Mateus Álvares, Eremita e Rei - Da Ilha Terceira à Ericeira. | Anexos Documentais: Anexo I - Traslado de um extracto de uma carta do Marquês de Santa Cruz para Cristobal de Sottomayor sobre a prisão e morte do eremita [Mateus Álvares de S. Julião (Ericeira)], que se fez passar pelo Rei D. Sebastião. Anexo II - O Provedor e Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Sintra deliberam que a bandeira da Santa Casa acompanhe os enterros dos revoltosos justiçados em Mafra, Ericeira e Carvoeira. Anexo III - Carta de perdão geral concedido aos rústicos do termo de Sintra. Anexo IV - Segunda Parte de la Historia General del mundo. Anexo V - Discvrso da Vida do Sempre Bem Vindo, e Apparecido Rey Dom Sebastiam. Anexo VI - Avisos de Ceo, Sucessos de Portugal: De dois que se fingiram ser el-rei D. Sebastião, um na Ericeira, e outro em Penamacor. Anexo VII - Miscelânia Curiosa de Sucessos Vários. Anexo VIII - Memorial. Anexo IX - Portugal cuidadoso, e lastimado com a vida e perda do Senhor Rey D. Sebastião. | Obras literárias: Alberto Pimentel - O Rei da Ericeira; José Patrocínio Ribeiro - O Rei da Ericeira : Romance Histórico; Ferreira Deusdado - D. Sebastião da Vila da Praia; Vitalino Miranda - A História da Ericeira em Verso; Salinas Calado e A. Bento Franco - Ti Ana Rainha; José Jorge Letria - A Paixão e Morte de Mateus Álvares. | Subsídios para a Bibliografia de Mateus Álvares.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Com interesse histórico.
Invulgar.
35€

23 fevereiro, 2022

COSTA JÚNIOR - AO SERVIÇO DA PÁTRIA.
A Marinha Mercante Portuguesa na Primeira Grande Guerra
. Lisboa, Editora Marítimo Colonial, 1944. In-8.º (19 cm) de 159, [5] p. ; [10] p. il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrada com desenhos e fotogravuras em página inteira.
Contém a relação de barcos da marinha mercante portuguesa afundados durante a Grande Guerra.
"Ao apresentar êste livro, a Editora Marítimo Colonial não tem outro objectivo que o de prestar homenagem aos bravos tripulantes da nossa Marinha Mercante aos quais o país tanto deve, em dedicação e em sacrifício, na guerra ou na paz.
Na primeira conflagração mundial, a Marinha Mercante portuguesa pagou um pesado tributo de sangue. Foram muitas as suas perdas e muito extenso o seu rol de vítimas.
Êste livro, escrito pelo distinto jornalista Costa Júnior - que para êle coligiu apontamentos e ouviu testemunhas oculares - é um documento que fica, o primeiro no género que se publica no nosso país, a atestar o sacrifício da nossa Marinha de comércio, num dos transes mais difíceis da vida nacional."
(Excerto da nota dos editores).
Índice: - O leme foi amarrado e salvo o cão de bordo. - Marinheiros portugueses ao serviço do governo estrangeiro. - Quando a morte embarcou a bordo do «Moçambique». - O inimigo não conseguiu o objectivo. - O caso extraordinário do vapor «Alentejo». - Um tiro de aviso... com bala. - À vista de terra. - A mais insignificante vítima do submarino. - Abandonado entre o céu e o mar. - Um submarino navegando à vela. - Fazia um frio medonho, horrível. - Mar chão, horizonte claros, nada à vista. - Mais de 470 milhas em dories, sem mantimentos nem água. - «Momento daqueles não esquecem mais...». - Relação de barcos mercantes portugueses afundados durante a Grande Guerra.
José Maria Marques Costa Júnior (1906-1988). "Foi um jornalista português. Desenvolveu actividade profissional em A Luta, no Diário da Manhã, onde foi chefe de redacção, e no Diário Popular. Foi um dos primeiros repórteres correspondentes portugueses na Guerra Civil de Espanha." Publicou: A Espanha sob o Terror Vermelho (1937); Ao Serviço da Pátria : a Marinha Mercante Portuguesa na Primeira Grande Guerra (1944); Andorra, País do Pitoresco (1955); História Breve do Movimento Operário Português (1964); Dez Histórias para os Meus Netos (1967).
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro nas pastas e na lombada. Sem capas de brochura.
Este exemplar é uma fotocópia, e encontra-se em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

22 fevereiro, 2022

LIVRO DO PRIMEIRO CONGRESSO AÇOREANO que se reuniu em Lisboa de 8 a 15 de Maio de 1938. Publicado no ano das comemorações centenárias da Independência e Restauração de Portugal - GRÉMIO DOS AÇÔRES
. Lisboa, Edição da Casa dos Açôres, 1940. In-4.º (26,5 cm) de [4]. 723 p. ; [21] p. pub. ; B.
1.ª edição.
Congresso histórico. O Primeiro Congresso Açoriano, que reuniu em Lisboa, de 8 a 15 de Maio de 1938, a nata da intelectualidade açoriana da época, foi um evento de carácter político-cultural visando repensar a autonomia açoriana e dar visibilidade, em Lisboa, aos problemas com que o arquipélago se defrontava." (pt.unionpedia.org)
"Só agora, passados dois anos sôbre a reünião do Primeiro Congresso Açoreano, se torna possível publicar êste livro, onde estão arquivados todos os trabalhos e noticiadas tôdas as manifestações do mesmo Congresso. [...]
O Primeiro Congresso Açoreano foi obra do Grémio dos Açôres, hoje Casa dos Açôres, e quem com verdade e de boa fé poderá negar o valor dêste Congresso, que tão nobremente defendeu os interêsses insulares e levantou o nome da Terra Açoreana? Nêle se enalteceu o Arquipélago e os seus habitantes, nêle se estudaram os mais importantes e instantes problemas de interêsse regional e local. Nunca os Açôres tinham sido aqui o assunto do dia, de muitos dias, como o foram durante as manifestações do Primeiro Congresso Açoreano. Nunca uma outra província de Portugal europeu foi tão enaltecida, aqui na Capital, como foi, nesses dias, a Terra Açoreana.
Os benefícios dêste congresso não e limitaram a essa grande homenagem dos dos portugueses do Continente aos portugueses dos Açôres. O Primeiro Congresso Açoreano chamou a atenção dos Poderes Públicos para os problemas insulares e não o fêz sem proveito nosso. Muitos dos votos dêste Congresso já foram satisfeitos por quem de direito e os restantes terão também resolução satisfatória, quando chegar o momento oportuno. A transcrição de muitos dêstes votos no Diploma das Juntas Autónomas, mostra como os trabalhos dêste congresso foram tomados em consideração. A escolha dos novos Governadores distritais mostra bem a atenção que o Govêrno está dedicando às nossas Ilhas."
(Excerto do Prefácio)
"Bem precisa era tamanha propaganda a favor da realização do I Congresso Açoreano que outra finalidade não tinha senão a de reunir uma assembleia onde os problemas açoreanos fôssem ventilados e estudados com criteriosa atenção.
Basilares eram as questões de Geografia física, política e humana que andavam intimamente ligadas à vida do arquipelago, sendo ainda de notar que a Meteorologia e o clima dos Açôres contituiam problemas do mais alto valor não apenas para a vida insular, mas tambem para as comunicações entre os continentes.
Situados num ponto do Atlantico bastante estratégico, os Açôres gosavam o previlégio de ser informadores do tempo que havia de regular aquelas comunicações. Daqui a necessidade dum solido conhecimento da meteorologia açoreana.
A fauna e a flora insulares seriam outro aspecto a considerar no Congresso, çois dada a originalidade do clima açórico, os Açôres eram campo aberto a todas as especies animais e vegetais, oriundas das mais variadas ambiências climáticas.
Alem disso, os Açôres andavam há quinhentos anos vivendo uma história que se perfuma de lendas, que se recheia de factos heróicos e que no fundo se identifica com a história da Mãi-Pátria. O Clamor épico das descobertas e das conquistas viviam ainda ecoando nas praias a nas fortificações açoreanas e as odes sonorosas dêsse passado glorioso ocultavam-se ainda nos inéditos, cheios de pó, das bibliotecas onde muito havia que investigar e conhecer.
A etnografia e o folclore no todo que representavam da tradição popular açoreana eram manancial inesgotável para estudos dos mais diversos e copiosos e a arte regional bem como a musica popular contituiam fonte de inspiração ainda pouco explorada, não falando já da literatura e da imprensa regionais que uma vez integradas nos respectivos quadros de cultura muito teriam de fornecer para a formação dum índice de valores intelectuais relativos ao arquipelago açoreano.
Sob o aspecto administrativo, a organização dos Açores tinha que se definir pois êstes se encontravam «numa condição muito especial, numa situação intermediaria entre as provincias continentais e as provincias ultramarinas.. Daqui, carecerem uma orgânica especial, pois precisavam duma certa autonomia administrativa, há já muito reconhecida pelos poderes centrais, mas que nunca chegou a adquirir o verdadeiro e justo equilíbrio.
O problema das obras publicas, mormente o das obras e fomento seria outro capítulo importante a ser tratado no Congresso, bem como o da agricultura e pecuária - fontes de riqueza verdadeiramente notáveis para a economia insular - economia insular essa a que não tem sido indiferentes o comercio e a industria, inclusivamente a industria do Turismo que tem nos Açôres campo de acção bastante rico e extenso pelas excepcionais belezas naturais e riqueza hidrologica havida nas ilhas que os constituem.
Finalmente a questão das comunicações, dos transportes maritimos, da assistencia (assistencia social, corporativa, religiosa, medica, judiciária, de educação e de ensino) seriam outros tantos aspectos a ser considerados nos trabalhos do Congresso Açoreano."
(Excerto de Como nasceu o I Congresso Açoreano)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Alvo de alguns (poucos) restauros, incluindo a lombada que apresenta fita gomada.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
35€

21 fevereiro, 2022

BRANCO, Manuel Bernardes - AS MINHAS QUERIDAS FREIRINHAS D'ODIVELLAS
. Lisboa, Typographia Castro Irmão, 1886. In-8.º (20 cm) de 412 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante conjunto de crónicas, lendas e episódios históricos - alguns impregnados de humor e ironia - relacionados com o Convento de Odivelas e o viver monástico das suas residentes. Com interesse camiliano.
Livro ilustrado com três estampas em página inteira: Egreja e Convento d'Odivellas; Tumulo d'el-rei D. Diniz dentro da egreja conventual d'Odivellas; Monumento de D. Diniz em Odivellas.
"Ah, queridas freirinhas! Porque não permittiu o Pai do Ceu que eu houvesse vivido no reinado d'el-rei o senhor D. João V, tempo em que vós estaveis na maxima florescencia, e em que eu poderia com mais facilidade narrar vossos feitos de alta pilheria, ao passo que na epocha, em que nos achamos, as noticias chegam até nós já tão confusas e emmaranhadas que não se me torna facil narrar com verdade e elegancia vossos chistosos feitos, dignos d'uma epopeia, ou d'um Camões que não fosse o Camões do Rocio, tão vosso conhecido!
E assim é, amigo leitor, vejo-me muito confuso e embaraçado não só emquanto ás causas porque o grande rei D. Diniz fundou em Odivellas o afamado mosteiro, mas tambem emquanto é etymologia do nome do local em que foi erigido.
Correm duas versões, e eu propendo para esta que passo a narrar, embora se baseie na tradição popular.
D. Diniz, apesar de se entreter de vez em quando na guerra, ou em fazer versos, era, no tocante a mulheres, um conquistador d'alto lá com elle!
Ver e amar - era obra d'um abrir e fechar d'olhos. Em summa era um maganão de primeira força. [...]
Ver uma mulher e perder a cabeça era tudo o mesmo! Velhas e novas, seculares e freiras, magras e gordas, brancas, coradas, trigueiras... tudo ia razo com elle! Vesgas, tortas e zarolhas... tudo lhe servia! Não dava preferencia a nacionalidades - hespanholas, francezas, portuguezas, mouriscas; eram mulheres, não eram? Pois então venham para cá!... Tambem não fazia questão d'olhos - pardos, azues, bonitos, feios, e até mesmo remelosos, serviam áquella alma damnada, e damnada com certeza, sem com alguma fundação religiosa não tratasse de espiar as suas culpas!"
(Excerto de Parte I - Casas da fundação do mosteiro)
"Ah! mosteiro d'Odivellas! Aquelle que pela primeira vez no teu recinto entrasse tinha forçosamente de ser impressionado por seducções taes que nunca mais, estivesse onde estivesse, se poderia de ti esquecer! Tuas harmonias musicaes eram as redes e as armadilhas com que não só se conquistavam  as almas, mas tambem os corpos! [...]
E os travessos olhares das freiras! E as alcunhas! E as travessuras que ellas faziam ás companheiras, e ainda mais aos homens!"
(Excerto de Parte I - O mosteiro de Odivellas nunca poderá esquecer)
Manuel Bernardes Branco. "Natural de Lisboa e nascido em 1832. Foi collaborador no jornal politico O Clamor Publico, e tem feito inserir varios artigos sobre assumptos litterarios nos periodicos portuenses Portugal, Oriente, Conservador, Ecco Popular, e Miscellanea Litteraria (1860). O Diccionario Bibliographico deve-lhe valiosos e prestaveis serviços, na investigação e diligencia a que se deu, para obter varias noticias que d'elle solicitei, relativas a escriptores contemporaneos, nascidos ou residentes no Porto, como por vezes nos artigos respectivos hei tido occasião de notar."
(Inocêncio: Vol. XVI, pp. 376.)"
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos, toscos restauros e falhas de papel. Miolo correcto. Falta f. ante-rosto. F. rosto e seguinte alvo de restauro no canto inferior esquerdo. Lombada fendida. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
45€

20 fevereiro, 2022

TRATADO JURIDICO DE VINCULOS ESCRIPTO SEGUNDO A LEGISLAÇÃO VIGENTE NO DIA EM QUE D. JOÃO VI DEIXOU DE SER COMPANHEIRO DOS PORTUGUEZES INDO MORAR NA NAU INGLEZA WINSOR-CASTLE EM 1824
. Lisboa, Typographia Urbanense, 1854. In-8.º (21 cm) de 70, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante tratado jurídico. Apesar de não assinado, Inocêncio aponta João Bernardo de Beja, natural de Gouveia, como autor deste trabalho que pretende reunir toda a legislação sobre vínculos, algo que é comummente aceite nos nossos dias, tendo sido publicada uma segunda edição em 2004, comentada por Nuno Gonçalo Pereira Borrego e Miguel Esperança Pina. O Tratado Jurídico propriamente dito é antecedido de um extenso preâmbulo (Proemio), pejado de notas históricas, onde o autor defende os benefícios dos vínculos, "considerando-os uma das mais justas e sábias instituições".
"Porque a instituição de qualquer estado é o principio, a que estão sujeitas suas leis, ellas todas em geral, e as que versam sobre vinculos em especial, não pódem ser devidamente entendidas, e apreciadas, sem haver systematica clara e exacta idea dessa instituição.
Pelo tanto, propondo-nos fallar dos vinculos, começâmos dizendo, que por Portugal e Algarves entendem-se dois certos territorios contiguos entre si, dos quaes o Portugal é sito no occidente da Europa, e confinante com a Hespanha, e o mar oceano, e os Algarves são sitos no occidente da Europa, e além do mar mediterraneo na fronteira costa d'Africa, e confinantes na Europa com a Hespanha, e na Africa com o territorio da Mauritanea.
O Portugal e Algarves, e suas pertenças chamadas dominios dividem-se de tres modos: um ecclesiastico, outro militar, e outro civil.
A divisão ecclesiastica é feita em dioceses, prelasias, e isentos.
As dioceses subdividem-se em arciprestados, os quaes se subdividem em freguezias.
As prelasias e os isentos ou e subdividem como as dioceses, ou se subdividem em freguezias, ou se compõem de uma só freguezia.
A divisão militar é feita em provincias, ou capitanias generaes ou geraes, as quaes se subdividem em capitanias mores, que se subdividem capitanias subalternas.
A divisão civil é feita em comarcas, que se subdividem em concelhos, em que entra uma ou mais povoações, das quaes a que não é cidade ou villa chama-se logar, o qual, assim como a cidade ou villa, algumas vezes é composta de aldeas, casaes, ou quintas."
(Excerto do Proemio)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Ex-libris de António Manuel Lobão de Mascarenhas, que também assina a f, rosto.
Raro.
35€

19 fevereiro, 2022

Q
UIRINO, Giuseppe - O PAPA E A GUERRA : excellencia e utilidade da obra do Santo Padre durante o conflicto europeu. Factos e não palavras. Traducção do italiano pelo auctor com um preambulo em que se enumeram alguns relevantes serviços prestados pelo Santo Padre a favor de Portugal. Lisboa, Comp. e impr. na Typ. do Annuario Commercial, 1918. In-8.º (22 cm) de 65, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
1
.ª edição.
Obra que pretende dar a conhecer os esforços diplomáticos, de assistência humanitária e âmbito religioso desenvolvidos pelo Papa Bento XV ao longo da Grande Guerra.
O preâmbulo do livro - Duas palavras... - é praticamente todo dedicado ao relacionamento da Santa Sé com Portugal; inclui depoimentos que testemunham a intervenção do Vaticano em diversos casos de prisioneiros de guerra portugueses.
Opúsculo ilustrado com um retrato do Papa em extra-texto.
"Os dez capitulos da presente obra provarão:
1.º Que o Summo Pontifice nada fez que fosse contrario ao triumpho do direito e da justiça;
2.º Que o Summo Pontifice condemnou, sempre que teve pleno conhecimento dos factos, tudo quanto se oppôs ao direito das gentes e ás leis da humanidade;
3.º Que foi Elle o primeiro a apresentar as bases solidas para uma paz justa e duradoura, sob o aspecto geral compativel com a sua posição de arbitro e de suprema potencia espiritual e paternal;
4.º Que, através todo o Conflicto, ninguem , absolutamente ninguem prodigalisou tantas consolações como Elle, mitigou tantos infortunios, balsamisou tantas feridas, minorou com tanto amor os horrores desta guerra, sem olhar a differenças de raças, de nacionalidades, de religiões.
Esta demonstração far-se-ha simplesmente com factos que desafiam todas as criticas, e terá por consequencia logica augmentar o prestigio da Santa Sé, á qual todos os estados que não sossobrarem e todas as pessoas imparciaes deverão respeito e gratidão."
(Excerto de Duas palavras sobre o presente opusculo, e sobre as iniciativas de S. Santidade ácerca da guerra)
"Logo que Portugal enfileirou ao lado dos alliados como potencia beligerante, levantou-se na imprensa catholica uma vigorosa campanha a favor da incorporação no exercito português dum Corpo de Capellães voluntarios que aos nossos soldados em campanha prestassem os necessarios socorros religiosos. O governo português viu-se forçado a satisfazer tão justa, nobre e patriotica reclamação, e, em 18 de Fevereiro de 1917, publicou um decreto pelo qual regulamentava os serviços de Assistencia religiosa junto do Corpo expedicionario português, em França.
Como o decreto recusasse aos nossos capellães, apenas graduados no posto de alferes, o soldo respectivo á sua patente e mesmo todo e qualquer subsidio pecuniario, o zelo dos catholicos supriu as deficiencias da lei, constituindo-se immediatamente em Lisboa, sob a presidencia d'honra do Ex.mo Sr. Cardeal Patriarca, uma Commissão Central de Assistencia Religiosa, com o fim de angariar os fundos necessarios para subsidiar os capellães, custear as despesas do culto e assistencia.
O primeiro cuidado desta Commissão foi o de saudar o Santo Padre e pedir-lhe a sua benção, a qual não se fez esperar juntamente com o mais paternal incitamento á obra emprehendida a bem da religião e da Patria."
(Excerto de "Duas palavras sobre o presente opusculo...", O Santo Padre e a Commissão Central de Assistencia Religiosa em Campanha)
Indice:
Duas palavras sobre o presente opusculo, e sobre as iniciativas de S. Santidade ácerca da guerra.
I - As iniciativas do Papa para a libertação, troca e hospitalização dos prisioneiros militares e civis. II - As iniciativas do Papa sobre a correspondencia Epistolar proveniente das terras invadidas. III - As iniciativas do Papa quanto ao descanço festivo dos prisioneiros, a favor de treguas, e quanto aos tumulos dos alliados nos Dardanellos. IV - Algumas das innumeraveis inciativas do Papa em favor de particulares. V - O Papa e os socorros materiaes ás populações mais necessitadas. VI - A obra do Papa quanto aos socorros religiosos e moraes. VII - Solicitude do Papa em favor das nações mais provadas. VIII - O Papa e a constituição dos Secretariados a favor dos prisioneiros em Roma, em Paderborn, em Friburgo, em Vienna. IX - A obra do Papa pelo Direito e pela Justiça. X - A obra do Papa para uma paz justa e duradoura.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeito e pequenas falhas de papel. Falta de suporte na lombada.
Raro.
Indisponível

18 fevereiro, 2022

MARTINS, J. Mendes - SOCIOLOGIA CRIMINAL (estudos).
Com prefacio do Ex.mo Sr. Dr. Julio de Mattos
. Lisboa, Tavares Cardoso & Irmão - Editores, 1903. In-8.º (19 cm) de XXXII, 140, [20] p. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo criminal sob o ponto de vista sociológico, publicado nos alvores do século XX, muito valorizado pelo extenso prefácio do conhecido médico alienista Júlio de Matos.
"Parte integrante do um aggregado humano, o criminoso actua sobre elle pelos delictos; perturbada, a collectividade reage pelas penas. Mas o estudo d'estas acções e reacções, que em todos os tempos e em todos os logares preocuparam os espiritos, não foi sempre positivo, nem podia sêl-o, porque a Sociologia, de que esse estudo é apenas um ramo, só se constituiu como sciencia a partir do momento em que o genio maravilhoso de Augusto Comte fez penetrar, sob o nome de continuidade historica, o luminoso conceito de evolução no dominio dos factos collectivos."
(Excerto do Prefacio)
"O regime penitenciario, desconhecendo em absoluto a indole indefinidamente variavel e essencialmente concreta do crime, e obedecendo em eus principios ao apriorismo e deducções subjectivas do do ontologismo classico, está mui longe de poder reputar-se um meio racional de repressão e, conjunctamente, um meio de regeneração do delinquente.
E assim, submette a torturas moraes cruciantes o honesto e laborioso chefe de familia que, soffrendo a expiação d'uma falta passageira, v. g., d'um crime de roubo ou fruto, a cujo commettimento o impelliram a occasião e quasi sempre a necessidade, á semelhança do galeriano João Valjean, pensa, durante a solidão e isolamento na cellula, nas angustias e desamparo da familia e na ignomia propria, ferreteada por esse regime repressivo, e que, tornando-lhe a lucta pela vida mais penosa e difficil, quando não impossivel de supportar, depois de restituido á liberdade, lança-o pelo desespero e miseria na iteracção do crime.
Por outro lado, apresenta-se com todos os encantos e attractivos para o criminoso habitual que, de ordinario, sem casa nem lar, compara o bem-estar e os confortos da vida cellular, ás refregas e accidentes d'uma vida miseravel e precaria."
(Excerto de Repressão do Crime)
Indice:
Prefacio do sr. Julio de Mattos. | Introducção.| Movimento Scientifico Contemporaneo (Seus Antecedentes Historicos). | Processo Methodologico (Estatistica Criminal). | Responsabilidade Criminal (O delinquente). | Repressão do Crime (Regime Penitenciario). | Appenso ( Instituição do patronato).
Exemplar em brochura, por aparar, bem conservado. Apresenta sublinhados e notas a lápis na primeira parte do livro.
Raro.
Com interesse histórico e criminal.
30€

17 fevereiro, 2022

ERDMANN, Carl - DE COMO D. AFONSO HENRIQUES ASSUMIU O TÍTULO DE REI. (Comunicação apresentada ao Congresso do Mundo Português em 1940). Coimbra, Instituto Alemão da Universidade de Coimbra, 1940. In-8.º (19 cm) de 29, [3] p. ; B.
1.ª edição.
"Pode dizer-se com bom fundamento que a constituição de vida portuguesa independente havia progredido tanto à volta de 1140, que pode ser considerada como facto histórico. Mas além disso por essa época, em 1139 ou 1140, deu-se um acontecimento de grande importância para assegurar a independência portuguesa: D. Afonso Henriques, que até aí nos seus diplomas se nomeava apenas Infante e Príncipe dos Portugueses, tomou o título de Rei. [...]
Segundo tradição secular, D. Afonso Henriques teria tomado o título de rei a 25 de Julho de 1139, dia da batalha do Campo de Ourique: no próprio campo de batalha teria sido D. Afonso Henriques proclamado rei pelo seu exército vitorioso. Esta tradição dá à monarquia portuguesa origem heróica; infelizmente, porém, a notícia de tal aclamação não é testemunhada por nenhum documento coevo e só séculos mais tarde surge. [...]
D. Afonso Henriques teria tomado o título de rei só em Abril de 1140, quando fêz tréguas em Valdevez com seu primo, rei de Castela; o novo título seria uma reacção contra as tréguas e significaria quebra do compromisso tomado com Castela."
(Excerto da introdução)
Matérias:
[Introdução]. | I - As pretensas tréguas de Valdevez. II - O título de rei nos diplomas de D. Afonso Henriques. III - Ourique e o título de rei. | Notas.
Carl Erdmann (1898-1945). Foi um historiador alemão, especializado em história política e intelectual medieval. Ficou conhecido, sobretudo pelos estudos que desenvolveu sobra as Cruzadas, bem como pelo seu trabalho na recolha e tratamento de correspondência entre as elites seculares e eclesiásticas no século XI. É considerado um dos estudiosos alemães mais influentes e importantes da cultura política medieval no século XX. Faleceu nas fileiras do exército alemão no final da 2.ª Guerra Mundial.
Exemplar brochado, com os cadernos por abrir, em bom estado de conservação. Capa apresenta etiqueta colada.
Invulgar.
10€

16 fevereiro, 2022

BRUNO - O PORTO CULTO.
Obra para servir de remate e conclusão á dos Portuenses Illustres. Tomo I. Porto, Magalhães & Moniz, L.ᵈᵃ - Editores, 1912. In-8.º (19 cm) de VIII, 518, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Importante contributo para a história do Porto, personalizado nalgumas das sua figuras de relevo. Este Tomo I foi tudo quanto se publicou.
"Preambulo, o mais curto - o melhor.
Esta, do Porto Culto, viu-se que tem por subtitulo rotulo assim: Obra para servir de remate e conclusão á dos Portuenses Illustres. O que lhe declara o proposito e o plano lhe determina. [...]
Porém não só de correcções, explicações, ampliações, modernisações de figuras e coisas portuenses em a nova obra do Porto Culto se tractará, pois que recolhamos em seu contexto dispersas producções ácerca de controversas zonas de cultura geral, nos meditativos serões portuenses estudadas, discutidas e ponderadas. [...]
Ficam plantados os marcos distinctivos de debates que comprehendam temeridades varias, desde a philosophia politica, como na analyse institucional historica, até á philosophia litteraria, como na discriminativa destrinça da prosa portugueza."
(Excerto do Preambulo)
Indice:
I - A «roda» dos Almadas. II - Tentando via. III - A ruptura. IV - A prosa portuguesa. V - As viagens e a Viagem.
José Pereira de Sampaio (1857-1915). "De pseudónimo Bruno (do nome de Giordano Bruno) e Sampaio Bruno para a posteridade, foi um escritor, ensaísta e filósofo portuense e figura cimeira do pensamento português do seu tempo. Seu pai era maçom e proprietário duma padaria na Rua do Bonjardim, no Porto, que o filho viria a herdar. O racionalismo deísta e as ideias liberais foram as influências dominantes na formação do seu pensamento. Combatente pelo ideário republicano, Sampaio Bruno integraria o Directório do Partido Republicano Português - PRP. Fundou vários semanários portuenses (O Democrata, O Norte Republicano) bem como o diário A Discussão. Com Antero de Quental e Basílio Teles elaborou os estatutos da Liga Patriótica do Norte, no seguimento do Ultimato britânico de 1890. Participou na malograda Revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, de cujo Manifesto foi redactor, exilando-se depois em Paris com João Chagas. O exílio parisiense pode ter contribuído para encaminhar a sua pesquisa no sentido do misticismo e do esoterismo, mergulhando na literatura gnóstica de inspiração judaica, na cabala e na ideologia maçónica. Regressou a Portugal em 1893. Em 1902, ano em que também publicou A Ideia de Deus, teve uma grave desavença com Afonso Costa, abandonando então definitivamente a militância no PRP."
Encadernação do editor inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação, com sinais do manuseio.
Invulgar.
Com interesse histórico e literário.
35€