CASIMIRO, Capitão Augusto - CALVÁRIOS DA FLANDRES (1918).
Terceiro milhar. Porto, Renascença Portuguesa : Rio de Janeiro,
Luso-Brasiliana, 1920. In-8.º (19,5cm) de [2], 213, [3] p. ; E.
Capa de Sousa Lopes.
1.ª edição.
"Efectivara-se, emfim, apesar de todos os esforços do
nosso comando para o evitar, a Convenção de 21 de Janeiro de 1918. Estávamos a
6 de Abril.
A 1.ª Divisão, menos uma Brigada, (a 3.ª, como a 3 fôra
combinado com o 1.º exército), começa a retirada para a região de Desvres. As
tropas estão cansadas, diminuidas em número pelas baixas de Março e pelo envio
nulo de reforços desde Dezembro, em moral pela falta de licenças, ausências de
oficiais e o desinterêsse evidente dos que governam em Portugal.
O excesso de trabalho, as ordens e contra ordens dadas sôbre
a rendição de tropas, as solenes promessas dum repouso largamente anunciado,
nunca realisadas, juntam àquelas suas fôrças desintegradoras e desvairantes."
(excerto do Cap. I, 9
de Abril)
Matérias:
- Portugal e Flandres. - 9 de Abril. - Good Luck! Good Bye!
- Calvarios da Flandres I. - Aviões ao luar. - Calvários da Flandres II. -
Searas da Morte. - Prisioneiros. - Enfermeiras da Grande Guerra. - Oração
Lusíada. - Da Aleluia e da Paz. - O rapto das Donzelas. - O imperativo dos
mortos. - Depois do armistício. - A oração da trincheira. - Da Vitória.
Augusto Casimiro dos Santos (1889-1967). “Escritor e
militar português. Após a conclusão dos estudos liceais em Coimbra, em 1906,
integrou a Escola do Exército. Como oficial, participou na Campanha da Flandres
(1917-18) durante a Primeira Guerra Mundial, o que lhe valeu várias
condecorações e a promoção a capitão. Exerceu também o cargo de governador do Congo
português, de secretário do Governo-Geral de Angola, em 1914, e acompanhou a
missão de delimitação da fronteira luso-belga em África. Por se opor ao regime
nacionalista, esteve preso na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, na década de
30, regressando a Lisboa, em 1936, graças a uma amnistia. Um ano depois, foi de
novo reintegrado no Exército português, mas como reserva.
A experiência militar marcou a sua escrita, especialmente em
Nas Trincheiras da Flandres (1919) e Calvários da Flandres (1920). Como autor
de poesia, ficção e textos de intervenção, em que manifestava a sua filiação no
ideário republicano, o escritor publicou ainda, entre outros livros, Para a Vida (1906), A Evocação da Vida (1912), Primavera
de Deus (1915), A Educação Popular e
a Poesia (1922), Nova Largada
(1929) e Cartilha Colonial (1936),
obra na qual manifestou o seu desejo patriótico de afirmação de Portugal no
mundo. De referir que Augusto Casimiro foi colaborador da revista Águia e
cofundador (1921), dirigente e redator (1961 a 1967) da revista Seara Nova,
principal órgão de comunicação que se oponha democraticamente ao regime de
Salazar e ao Estado Novo.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€
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