16 outubro, 2017

CASIMIRO, Capitão Augusto - CALVÁRIOS DA FLANDRES (1918). Terceiro milhar. Porto, Renascença Portuguesa : Rio de Janeiro, Luso-Brasiliana, 1920. In-8.º (19,5cm) de [2], 213, [3] p. ; E.
Capa de Sousa Lopes.
1.ª edição.
"Efectivara-se, emfim, apesar de todos os esforços do nosso comando para o evitar, a Convenção de 21 de Janeiro de 1918. Estávamos a 6 de Abril.
A 1.ª Divisão, menos uma Brigada, (a 3.ª, como a 3 fôra combinado com o 1.º exército), começa a retirada para a região de Desvres. As tropas estão cansadas, diminuidas em número pelas baixas de Março e pelo envio nulo de reforços desde Dezembro, em moral pela falta de licenças, ausências de oficiais e o desinterêsse evidente dos que governam em Portugal.
O excesso de trabalho, as ordens e contra ordens dadas sôbre a rendição de tropas, as solenes promessas dum repouso largamente anunciado, nunca realisadas, juntam àquelas suas fôrças desintegradoras e desvairantes."
(excerto do Cap. I, 9 de Abril)
Matérias:
- Portugal e Flandres. - 9 de Abril. - Good Luck! Good Bye! - Calvarios da Flandres I. - Aviões ao luar. - Calvários da Flandres II. - Searas da Morte. - Prisioneiros. - Enfermeiras da Grande Guerra. - Oração Lusíada. - Da Aleluia e da Paz. - O rapto das Donzelas. - O imperativo dos mortos. - Depois do armistício. - A oração da trincheira. - Da Vitória.
Augusto Casimiro dos Santos (1889-1967). “Escritor e militar português. Após a conclusão dos estudos liceais em Coimbra, em 1906, integrou a Escola do Exército. Como oficial, participou na Campanha da Flandres (1917-18) durante a Primeira Guerra Mundial, o que lhe valeu várias condecorações e a promoção a capitão. Exerceu também o cargo de governador do Congo português, de secretário do Governo-Geral de Angola, em 1914, e acompanhou a missão de delimitação da fronteira luso-belga em África. Por se opor ao regime nacionalista, esteve preso na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, na década de 30, regressando a Lisboa, em 1936, graças a uma amnistia. Um ano depois, foi de novo reintegrado no Exército português, mas como reserva.
A experiência militar marcou a sua escrita, especialmente em Nas Trincheiras da Flandres (1919) e Calvários da Flandres (1920). Como autor de poesia, ficção e textos de intervenção, em que manifestava a sua filiação no ideário republicano, o escritor publicou ainda, entre outros livros, Para a Vida (1906), A Evocação da Vida (1912), Primavera de Deus (1915), A Educação Popular e a Poesia (1922), Nova Largada (1929) e Cartilha Colonial (1936), obra na qual manifestou o seu desejo patriótico de afirmação de Portugal no mundo. De referir que Augusto Casimiro foi colaborador da revista Águia e cofundador (1921), dirigente e redator (1961 a 1967) da revista Seara Nova, principal órgão de comunicação que se oponha democraticamente ao regime de Salazar e ao Estado Novo.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

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