SOUSA, Ernesto de - O QUE É O CINEMA. Lisboa, Arcádia, [1960]. In-8.º (18cm) de 228, [4] p. ; [8] p. il. ; il. ; B. Colecção Arcádia, Série Arte, 5
1.ª edição.
Obra curiosa sobre cinema, das primeiras e mais interessantes edições populares que sobre este assunto se publicaram entre nós.
Ilustrada com desenhos no texto, e em separado com fotogravuras a p.b. distribuídas por 8 páginas intercaladas no texto.
"A cultura cinematográfica é um facto recente em Portugal. Com efeito, a preocupação por um cinema encarado como forma de arte e meio de expressão, só nos últimos anos atingiu o grande público. Até então apenas se verificara o interesse isolado de alguns intelectuais. Quando há cerca de dez anos começaram a aparecer os cine-clubes por todo o país, este movimento correspondeu a uma necessidade generalizada, a uma vontade de conhecimento e cultura. Esta evolução do gosto e da consciência pública terá o seu reflexo num cinema português novo. É neste sentido que a Arcádia, ao editar «O QUE É O CINEMA», de Ernesto de Sousa, preenche uma lacuna no panorama editorial cinematográfico, apresentando uma obra de divulgação que se caracteriza por solicitar do leitor interesse activo pela matéria tratada.
De acordo com este princípio, «O QUE É O CINEMA» contém não só a exposição dos aspectos mais importantes do cinema, quer do ponto de vista técnico, quer estético e histórico, mas também uma informação bastante detalhada sobre os métodos de cultura para e pelo cinema. O leitor entrará em contacto com os problemas suscitados pela invenção do cinema nas suas implicações culturais e sociológicas, e ser-lhe-ão fornecidos os elementos para que se interesse activamente pela cultura cinematográfica e pela produção de filmes experimentais."
(Contracapa, Apresentação)
Ernesto de Sousa (1921-1988). "No início dos anos 40 estuda na Faculdade de Ciências, sem terminar o
curso de físicoquímicas. Em 1946 inicia a actividade como crítico de
arte na Seara Nova, e nos anos seguintes escreve também para a Vértice e Colóquio/Artes, entre outras publicações. No mesmo ano funda o Círculo de Cinema,
primeiro cineclube português. Entre 1949-52 dá continuidade aos estudos
em Paris: História do Cinema, Filmologia, técnica de som e aulas de
iniciação às artes plásticas. Nesta primeira fase encontra-se
principalmente comprometido com o Neo-realismo através da actividade
crítica e cinematográfica, sendo importante destacar o filme Dom Roberto
realizado em 1962. Os anos 70 são marcados por um novo interesse, a
promoção das vanguardas em defesa do experimentalismo e o
conceptualismo. Contacta com o movimento Fluxus, cruza-se em 1972
com Joseph Beuys na Documenta 5, e desenvolve uma forte amizade com
Robert Filliou e Wolf Vostell, tornando-se uma figura frequente nos
Encontros em Malpartida de Cáceres. Estas relações terão impacto no
momento pós-25 de Abril quando comissaria a exposição Alternativa Zero
(1977). Artista, cineasta, curador, crítico, professor e historiador de
arte, Ernesto Sousa foi principalmente um agente catalisador no campo
das artes plásticas, cinema e fotografia, promovendo a troca de
informação entre o contexto português e internacional."
(fonte: http://www.museuartecontemporanea.gov.pt/pt/artistas/ver/133/artists)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
20€
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