1.ª edição.
Em carta aberta ao rei D. Carlos, o autor desanca a Câmara Municipal de Lisboa, não se esquecendo de zurzir no seu presidente e demais funcionários.
Em carta aberta ao rei D. Carlos, o autor desanca a Câmara Municipal de Lisboa, não se esquecendo de zurzir no seu presidente e demais funcionários.
"Nao
pareça estranho a Vossa Magestade, que alguem ouse dirigir-se-lhe por
meio da imprensa. Communicar com Vossa Magestade é uma honra e é um
direito; e a imprensa, ao mesmo passo que é um meio facil de exprimir
ideias, é tambem uma formula moderna de civilisação, para significar o
nosso sentir e para expôr os nossos queixumes. [...] A instituição
municipal chegou em Lisboa ao ultimo descalabro. A Camara dos nossos
dias foi composta de um modo verdadeiramente lastimoso. Sendo Lisboa a
capital, imaginará Vossa Magestade que foram chamados a vereação homens
de sciencia, artistas, professores, litteratos, hygienistas,
industriaes, banqueiros ou capitalistas? Puro engano. Á frente da
primeira municipalidade do paiz não se encontram homens n'essas
condições, nem sequer um engenheiro, um medico, um advogado, um
architecto ou um archeologo! Á parte quatro ou cinco proprietarios e
commerciantes, homens de certo pezo, por sua independencia e austeridade
de ideias, a Camara Municipal de Lisboa foi urnejada pelo sr. Conde do
Restello, eleiçoeiro insigne, compondo-a de uns dois ou tres bons homens
de mercearia, mais tres ou quatro bondosos boticarios, um excellente
agente de funeraes, um professor de instrucção primaria, um mavioso
picador e musico, cheio de flaccidezas, um amanuense de caixa, e um
estudantinho vaidoso... Isto, Senhor, em Lisboa, na capital, na primeira
e mais importante cidade, por sua situação geographica, pelo seu porto
de primeira ordem, pelo seu commercio, e pela sua côrte!"
(excerto da Carta)
(excerto da Carta)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro e muito curioso.
Com interesse olisiponense.
15€
Com interesse olisiponense.
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