17 fevereiro, 2016

BISSAYA BARRETO, Fernando - HOSPITAL CENTRAL : COIMBRA : guia do doente. [Coimbra], [s.n. - Composto e impresso nas oficinas da «Coimbra Editora, Limitada»], [1973]. In-8.º (17cm) de 39, [1] p. ; [8] f. il. ; [5] desd. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso guia do Hospital Central de Coimbra, hoje vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões, cuja autoria é atribuída ao voluntarioso médico humanista Bissaya Barreto.
Ilustrado no texto e em separado, com fotografias a p.b. e a cores do interior e exterior das instalações hospitalares, e 5 folhas desdobráveis: Esquema da Planta geral do Hospital; Edifício Anexo N.º 3 e Consulta Externa; Cardiologia e Serviços de Hemodiálise; Bloco Operatório; Radiologia - RX.
Inclui ainda um sobrescrito com questionário confidencial dirigido aos "internados" solicitando as suas impressões sobre os serviços.
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"Trinta e cinco anos após a inauguração do Sanatório, o governo português cria por lei (Decreto n.º 308/70), na Quinta dos Vales, o Hospital Geral da Colónia Portuguesa no Brasil, que sucede, com todos os direitos e obrigações, ao Hospital-Sanatório da Colónia Portuguesa no Brasil, ficando expresso no ponto 3, do artigo 2.º, uma fórmula que vincula o hospital aos seus originais propósitos e beneméritos da colónia portuguesa do Brasil de outrora: “O Hospital manterá obrigatoriamente no seu esquema de serviço, um sector de Pneumotisiologia”. Pretendendo criar um hospital moderno, realiza-se uma visita de estudo a diversas unidades médicas em Espanha. Em 27 de abril de 1973, é inaugurado o Hospital Geral da Colónia Portuguesa do Brasil. A modernidade hospitalar chega a Coimbra e com ela uma nova concepção e entendimento. Na tentativa de mostrar, fazer propaganda e aproximar o novo hospital da população, o “Guia do doente” esclarece que este “Hospital deve antes ser considerado um Hotel em que os Hóspedes são doentes, provisoriamente inválidos, com as mesmas necessidades de conforto, de beleza, de asseio”. Uma nova estrutura que se apresenta e opõe ao antiquado Hospital da Universidade de Coimbra. O novo hospital é apresentado como espaço de acolhimento, de respeito, de simpatia e delicadeza pelo doente, ao mesmo tempo que emerge como espaço tradutor de uma assistência hospitalar moderna, que reflete e traduz as mais atuais concepções tecnológicas de diagnóstico e de tratamento, da época, “o Hospital moderno, como o nosso, funciona como uma grande empresa industrial, na qual as máquinas vão ocupando progressivamente um lugar de domínio... machine à soigner”.
(COSTA, Luís Manuel Neves, A Assistência da Colónia Portuguesa do Brasil, 1918-1973, in http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702014000200727&script=sci_arttext)
"Ver para crer... Pois bem, levemos ao Hospital Central Geral da Colónia Portuguesa do Brasil toda a gente para ver e crer que o Homem da Rua tem ali o seu hospital, e os que não podem ir encontrarão nesta plaquette a verdadeira realidade, plaquette que a Hospedeira deve entregar a toda a gente que vier hospitalizar-se, e nela encontram as instruções que podem ser úteis: formulário para a admissão, regulamentos do Hospital, sua organização, actividades, situação dos serviços, horário das visitas, proibição de gorgetas e muitos mais ensinamentos de grande utilidade para quem estiver hospitalizado."
(excerto da introdução, À maneira de prefácio)
Matérias:
- Doente que vai para o Hospital. - Consultas Externas: Medicina e Cirurgia; Ouvidos, Nariz e Garganta; Olhos; Dentes. - Serviço de informações. - Visitas. - A Alta. - Consultas Externas. - Voto final.
Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa (1886-1974). " Nasceu a 29 de outubro de 1886, em Castanheira de Pêra (distrito de Coimbra). Foi o segundo de quatros filhos do casal, Albino Inácio Rosa, natural de Avelar, concelho de Ansião e Joaquina da Conceição, natural de Castanheira de Pera: Sofia, Aura e Berta todos nascidos em Castanheira de Pera. Eminente catedrático de Medicina da Universidade de Coimbra, médico cirurgião, humanista e filantropo, foi uma das personalidades com maior poder de realização de que o centro do país pôde beneficiar, que certamente mais marcou os destinos da cidade de Coimbra afirmando-se, pela extraordinária e inovadora Obra Social que edificou, uma referência maior da história da assistência pública e da medicina social em Portugal. Faleceu, em Lisboa, a 16 de setembro de 1974 e foi sepultado em Castanheira de Pêra. Por vontade testamentária fez herdeira universal de todos os seus bens a Fundação Bissaya Barreto, instituição que criou e a que presidiu durante os primeiros 16 anos da sua existência."
(fonte: www.fbb.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
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