DANTAS, Júlio - PÁTRIA PORTUGUESA. Ilustrações de Alberto Sousa. Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1914. In-4.º (23 cm) de 294, [2] p. ; [1] f. il. ; mto il. ; E.
Com um retrato do autor em extra-texto.
1.ª edição.
Belíssima
edição impressa em papel encorpado e superiormente ilustrada pelos desenhos de Mestre Alberto de Sousa.
Conjunto de contos sobre personalidades e episódios da História de Portugal.
"Numa casa quadrada da alcáçova de Coimbra, junto de um lar montado sôbre cachorros de pedra, onde estalavam toros de castanho a arder, três figuras bárbaras de homem, debruçadas sôbre uma arca enorme coberta de guadamecins vermelhos, jogavam em silêncio, comendo pedaços de nata com as mãos e marcando os trebelhos doirados sôbre uma velha távola de xadrez. Um dêles, moço, ruivo, gigantesco, os cotovelos na arca, os dedos metidos pela barba revôlta, a expressão dura e selvagem, embrulhava-se num perponte de pano verde de Ruão e tinha os pés calçados em fortes balegões de ferro: era o conde Afonso Enriques, que os seus homens de armas já tratavam de rei."
Conjunto de contos sobre personalidades e episódios da História de Portugal.
"Numa casa quadrada da alcáçova de Coimbra, junto de um lar montado sôbre cachorros de pedra, onde estalavam toros de castanho a arder, três figuras bárbaras de homem, debruçadas sôbre uma arca enorme coberta de guadamecins vermelhos, jogavam em silêncio, comendo pedaços de nata com as mãos e marcando os trebelhos doirados sôbre uma velha távola de xadrez. Um dêles, moço, ruivo, gigantesco, os cotovelos na arca, os dedos metidos pela barba revôlta, a expressão dura e selvagem, embrulhava-se num perponte de pano verde de Ruão e tinha os pés calçados em fortes balegões de ferro: era o conde Afonso Enriques, que os seus homens de armas já tratavam de rei."
(excerto de Dom Cardeal)
Contos:
Contos:
- Dom Cardeal. - O senhor do Paúl de Boquilobo. - Rei-Saudade. - O Prior do Hospital. - A carta de Roma. - Os doutores de Portugal. - O Tambor. - Cruz de sangue. - Frei António das Chagas. - A barba d'el-rei. - O Joanico. - Galaaz. - Mousinho. - O duelo. - Santa Isabel. - As violas de Alcácer-Kibir. - A sentinela. - A embaixada. - O chanceler Julião. - Epílogo.
Júlio Dantas (1876-1962). "Nasceu em Lagos, a 19 de Maio de 1876.
Ingressou, em 1886, no Colégio Militar, onde se manteve até 1892.Foi admitido na Escola Médico-Cirúrgica em Lisboa onde, em 1900, se licenciou em Medicina. Médico militar, entre 1902-1903, desenvolveu posteriormente larga actividade como escritor e professor de arte dramática no Conservatório (1909-1930). Foi comissário do Governo junto do teatro D.Maria II entre 1906 e 1912, director da secção de arte dramática do Conservatório (1909-1912), inspector das Bibliotecas Eruditas e Arquivos, de 1912 a 1916, presidente da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais (1925-1926), professor e inspector do Conservatório Nacional (1930-1935). Autor multifacetado – teatro, poesia, conto, romance, tradução e ensaio – viu, na época, alguns dos seus textos alcançarem grande êxito, mais tarde adaptados a óperas, operetas e cinema. O drama e o romance histórico, tendo como findo o século XVIII, grangearam alguma projecção, mas também a crítica acerada de autores modernos de que é paradigma Almada Negreiros através do conhecido Manifesto Anti-Dantas. Passou pelos partidos Reconstituinte, Progressista e Nacionalista. Convidado por Bernardino Machado, em 1914, para ministro dos Negócios Estrangeiros, só entraria para o executivo quando ocupou a pasta da Instrução entre 21 de Outubro e 20 de Novembro de 1920, experiência logo repetida entre 20 e 30 de Novembro do mesmo ano. Regressou ao Governo por mais duas vezes, agora à frente dos Negócios Estrangeiros: de 16 de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922 e de 15 de Novembro a 18 de Dezembro de 1923. Efectuou diferentes missões ao Brasil e foi membro da Comissão Internacional de Cooperação Intelectual da Sociedade das Nações entre 1933 e 1943. Sob o Estado Novo foi procurador à Câmara Corporativa (1935-1959). Faleceu em Lisboa a 25 de Maio de 1962."
Ingressou, em 1886, no Colégio Militar, onde se manteve até 1892.Foi admitido na Escola Médico-Cirúrgica em Lisboa onde, em 1900, se licenciou em Medicina. Médico militar, entre 1902-1903, desenvolveu posteriormente larga actividade como escritor e professor de arte dramática no Conservatório (1909-1930). Foi comissário do Governo junto do teatro D.Maria II entre 1906 e 1912, director da secção de arte dramática do Conservatório (1909-1912), inspector das Bibliotecas Eruditas e Arquivos, de 1912 a 1916, presidente da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais (1925-1926), professor e inspector do Conservatório Nacional (1930-1935). Autor multifacetado – teatro, poesia, conto, romance, tradução e ensaio – viu, na época, alguns dos seus textos alcançarem grande êxito, mais tarde adaptados a óperas, operetas e cinema. O drama e o romance histórico, tendo como findo o século XVIII, grangearam alguma projecção, mas também a crítica acerada de autores modernos de que é paradigma Almada Negreiros através do conhecido Manifesto Anti-Dantas. Passou pelos partidos Reconstituinte, Progressista e Nacionalista. Convidado por Bernardino Machado, em 1914, para ministro dos Negócios Estrangeiros, só entraria para o executivo quando ocupou a pasta da Instrução entre 21 de Outubro e 20 de Novembro de 1920, experiência logo repetida entre 20 e 30 de Novembro do mesmo ano. Regressou ao Governo por mais duas vezes, agora à frente dos Negócios Estrangeiros: de 16 de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922 e de 15 de Novembro a 18 de Dezembro de 1923. Efectuou diferentes missões ao Brasil e foi membro da Comissão Internacional de Cooperação Intelectual da Sociedade das Nações entre 1933 e 1943. Sob o Estado Novo foi procurador à Câmara Corporativa (1935-1959). Faleceu em Lisboa a 25 de Maio de 1962."
(fonte: http://193.137.22.223/pt/patrimonio-educativo/museu-virtual/galeria-de-ministros/ministerio-da-instrucao-publica/1913-1920/)
Excelente encadernação inteira de carneira mosqueada com ferros a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado, com vestígios de assinatura de posse safada na capa e na f. anterrosto.
Invulgar.
35€
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